Youtube

domingo, 10 de agosto de 2014

ARTIGOS SOBRE A TRINDADE - TRINDADE: DOUTRINA CRISTÂ


Trindade Doutrina Cristã

Pedro Apolinário – Sermões Exaltando a Verdade – Casa Publicadora Brasileira – 1a. Edição
Professor de Grego e Exegese Bíblica do Seminário Latino Americano de Teologia – Eng. Coelho, S.P

Ensina a Bíblia o Monoteísmo ou a Trindade? Ela ensina o Monoteísmo, mas também nos convence da Trindade.
É um assunto difícil de ser compreendido. Alguém poderá afirmar: es­te estudo não é importante para a Igreja. Ele é mais do que importante, é importantíssimo, porque descrer da Trindade é descrer de Deus; não nos devemos esquecer de que a Criação do mundo foi obra da Trindade.
Deve ficar clara esta verdade. A Trindade está envolvida no Plano da Salvação, por isso merece o nosso estudo. Não nos devemos concentrar em perguntas que estão além de nossa compreensão. O cristianismo tem en­frentado através dos séculos heresias a respeito desta doutrina, destacando-se o arianismo no 4o. século e as Testemunhas de Jeová em nossos dias, mas o problema também existe na Igreja Adventista em várias localidades.

Quais as causas fundamentais para o problema?
1- Não podemos descobrir as coisas profundas de Deus através da investigação.
A incapacidade do homem em explicar a natureza da Trindade não de­veria surpreender a ninguém na verdade seria de se esperar. O objeto da adoração do homem, conquanto suficientemente claro para requerer amor e lealdade, deveria situar-se muito acima da compreensão humana.
Aqui aplicar-se-ia a declaração atribuída a Santo Agostinho: “Eu não busco compreender para crer, mas creio a fim de compreender.”
2- Como é possível que Deus seja um e três ao mesmo tempo?
Em outras palavras, como harmonizar Deuteronômio 6:4 e 1 Timó­teo 2:5 com declarações bíblicas que falam em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo?
3- Os opositores da Trindade não a aceitam, declarando que este ter­mo não se encontra na Bíblia. Embora a palavra não se encontre nas Escrituras ela é a cristalização dos ensinos da Palavra de Deus. Quem pri­meiro usou a palavra Trindade foi Tertuliano, no ano 190 d.C.
4- Os cristãos são acusados de aceitarem a Trindade por influências pagãs. No entanto, a doutrina da Trindade está fundamentada na Bíblia. “A preciosa Palavra de Deus é um sólido fundamento sobre que se pode construir.” Meditações Matinais, 23/9/1995.
5- Há unitaristas que negam a Trindade dizendo que Cristo não é Deus, porque há textos bíblicos como João 14:28 que indicam ser Cris­to inferior ao Pai. Esta subordinação apenas existe no Plano da Salvação.

A Trindade na Criacão e Redenção
A Bíblia ensina que a Criação e a Redenção são obra da Trindade.
Criação Elohim é a palavra hebraica designada para Deus, em Gênesis ao descrever a criação, e envolve pluralidade de pessoas na Divindade.
Pai  —    Planejador
Cristo  —   Executor
Espírito Santo  —     Auxiliador
Redenção  —      Cada pessoa da divindade tem sua esfera de ação no plano da salvação.
Dentro da Divindade existe uma distribuição de funções. O Pai parece atuar como fonte, o Filho como mediador e o Espírito Santo co­mo aplicador.
A encarnação ilustra bem o relacionamento funcional entre as três pessoas: O Pai entregou o Filho, Cristo Se deu a Si mesmo e o Espírito Santo operou a concepção de Jesus.
Deus no trono do Universo nos amou tanto que deu o Filho para morrer por nós; Cristo no trono da graça Se entregou a Si mesmo para que pudéssemos obter a salvação e o Espírito Santo no trono do coração humano desperta em nós o desejo de bem compreender a Cristo e o Seu papel no plano da salvação. O Espírito Santo é o grande poder regenerador na obra da redenção. -
Para bem compreendermos que a nossa salvação é obra da Trindade, leiamos três declarações bíblicas:
a) II Tessalonicenses 2:13 e 14. A leitura destes dois versos nos diz que Deus nos elegeu para a salvação e que o Espírito Santo opera em nós a santificação, tendo em vista que alcancemos a glória de Jesus Cristo.
b) Tito 3:4-6: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós ricamente por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador.”
c) I Pedro 1:2: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em san­tificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo.”
Eleitos  —      aqueles a quem Deus escolheu do mundo para levá-los à glória.




O Que é Trindade?
É a união de três pessoas distintas   —       o Pai, o Filho e o Espírito Santo   —      em um só Deus.
O Catecismo de Westminster assim a define: “Há três pessoas na Trin­dade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estes três são um Deus, o mesmo em Substância, igual em poder e glória.”
A Bíblia é totalmente destituída de discussões sobre como Deus pode ser três e ao mesmo tempo um. Os teólogos ficam discutindo se os três devem ou não ser considerados como sendo de uma única substância ou uma única essência, ou se o termo que melhor descreve a nature­za real deles é pessoa, ser ou modo de existência.
Trindade não é um termo muito bom, porque pode trazer a nossa mente um conceito politeísta, crença na pluralidade de deuses. A melhor palavra seria Tri -unidade, pois dá uma melhor idéia de que Deus é um só, ao mesmo tempo em que consiste de três pessoas.

Será Fácil Entender a Trindade?
Não é nada fácil. Diria até que é muito difícil.
Dizem que quando Santo Agostinho tentava decifrar o que seria a San­tíssima Trindade, um anjo lhe apareceu e disse: “É mais fácil você trans­portar toda a água do oceano com uma conchinha e colocá-la num buraco da praia do que entender como três pessoas podem ser um só Deus.”
A Trindade desafia a lógica e a razão.
“Nenhuma mente humana pode compreender a Deus. Nenhum ser hu­mano finito tente interpretá-Lo. Que ninguém se entregue a especulações com respeito a Sua natureza. O silêncio aqui é eloqüência. O onisciente está acima de qualquer discussão.” —     E. G. White, Testimonies, vol. 8, pág. 279.
As dificuldades que enfrentamos ao pensar na Trindade não nos de­vem levar a rejeitar a doutrina ou recusar meditar sobre ela. “Se nos fosse possível atingir uma completa compreensão de Deus e Sua Palavra, não mais haveria para nós descobertas de verdades, conhecimentos maiores ou maiores desenvolvimentos. Deus deixaria de ser Supremo, e o homem deixaria de adiantar-se.” —       Educação, pág. 172.
Notem as palavras de Pascal: “Há uma infinidade de coisas que a razão não pode atingir. Resolvam-se todas as questões, expliquem-se todas as palavras da Bíblia, e ainda ficarão as maiores dificuldades para o exer­cício da nossa fé; a origem do mal, o mistério da divina presciência e do livre-arbítrio e muito ainda sobre o plano da redenção.”
O homem não sabe explicar a si mesmo e quer aventurar-se a explicar a Deus. Conhecemos as verdades divinas porque Deus no-las reve­lou. Sabemos que Deus Se revela, mas Ele não explica as revelações.
Sabatini Lalli, em seu prestativo livro Logos Eterno, afirma: ‘A dou­trina da Trindade, inexplicável à luz da razão, é fato da revelação de Deus feita aos homens. A Trindade sempre será incompreensível à razão limitada dos homens. Trata-se de uma verdade que transcende a limita­da compreensão e lógica humanas e apenas pode ser alcançada pela fé.”
Levará toda a eternidade para compreender a ciência da redenção.
A Bíblia fala em dois grandes mistérios: o da piedade e o da iniqüi­dade (I Timóteo 3:16; II Tessalonicenses 2:7).
Apenas conhecemos as verdades divinas que Deus achou por bem nos revelar. A doutrina da Trindade não é declarada explicitamente na Bíblia, mas extraída das declarações escriturísticas sobre Deus, Seu Ser, Seu poder, Suas obras.
A ênfase da Bíblia não se encontra em profundas cogitações teológicas, que por nossas limitações não podemos alcançar. Sua ênfase se centraliza na função que cada membro da Trindade desempenha em nossa salvação.
Jesus em Seu discurso de despedida aos discípulos, em João 13:31 a 17:26, fala da função dEle, do Pai e do Espírito Santo, na salvação do ser humano.

Explicação de Deuteronômio 6:4
“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.” Os filhos de Israel, cercados por povos politeístas, precisavam insistir nesta tecla: “Há um só Deus.”
Existe um opúsculo de 24 páginas, O Testemunho d’e um Judeu, de Sa­muel Jacobson, impresso na Editora Revista Fiscal do Rio de Janeiro, muito bom para nos esclarecer sobre a Trindade. Seu autor é um judeu que se tornou adventista, mas no início dos estudos não podia aceitar que Cristo fosse Deus diante de Deuteronômio 6:4.
Pesquisando no original hebraico ele descobriu uma palavra para unidade composta e outra para unidade simples. “Por isso, deixa o ho­mem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só car­ne.” Gênesis 2:24. “Uma (ekhad) só carne.
Aqui vemos o homem e a mulher como uma unidade (ekhad), quando na realidade são dois seres separados e distintos para formar a unidade.
Ouve, á Israel: o Senhor nosso Deus é uno (ekhad). Em Deuteronômio 6:4 está ekhad — unidade composta. Com este sentido Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo são unidos. Uma tradução literal de Deute­ronômio 6:4 seria: “Ouve, á Israel, o Senhor nosso Deus é uma unidade.”
Em Gênesis 1:1 a palavra Deus (Elohim) é um substantivo plural, mas que tem o verbo no singular. Este fato nos mostra que Deus é ao mesmo tempo unidade e pluralidade.
Quando há referências a um só, único, em hebraico unidade simples, usa-se a palavra Yakhid, como em Gênesis 22:2: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque...”

Provas Bíblicas da Trindade

I.  No Antigo Testamento

1- Gênesis 1:1. A Criação foi obra da Trindade.
Em Eclesiastes 12:1 (está no hebraico): “Lembra-te dos teus Criado­res (boreaka) nos dias da tua mocidade.”
O Pai Isaías 42:5: ‘Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a Terra e a tudo quanto produz...”
O Filho João 1:3: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dE­le, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez.” (Ver Hebreus 1:2).
O  Espírito Santo Gênesis 1:2; Já 33:4.
Todos os membros da Trindade Se envolveram na obra da Criação. O agente ativo, contudo, foi o Filho de Deus, o preexistente Cristo.
2- Gênesis 1:26: “Façamos o homem à nossa imagem.”
      3- Gênesis 3:22: “Eis que o homem se tornou como um de Nós.”


4- Isaías 6:8: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”
5- Isaías 48:16 (última parte): “Agora, o Senhor Deus me enviou a mim e o Seu Espírito.”

II. Provas do Novo Testamento

O que se tornou patente no Novo Testamento, está latente no Anti­go Testamento.
1- A prova mais enfática e significativa do Novo Testamento se encontra na fórmula batismal, ensinada por Cristo aos apóstolos em Ma­teus 28:19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizan­do-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.”
Os inimigos da Trindade têm elaborado dois subterfúgios para negarem esta ordem de Cristo:
a) Ela não se encontra no original grego. Esta afirmação é sem procedência como evidenciam o Aparato Crítico e o Comentário de BruceMetzger, pág. 726.
b) Afirmam alguns que Cristo não poderia ter dado a ordem de batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, porque os pri­mitivos cristãos eram batizados em nome de Jesus Cristo.
O batismo praticado pela Igreja Cristã foi instituído por Cristo e existe em razão do seu nome. Os unitaristas por não crerem na Trindade defendem o batismo em nome de Jesus (Atos 2:35; 8:16; 10:48). Es­tes versos não estão discutindo a maneira ou o processo do batismo. Cristo ordenou o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele estabeleceu a fórmula ritual, invocando a Trindade. Seria terrível heresia se os discípulos alterassem a ordenança de seu mestre.
Que significa batismo em nome de Cristo?
A diferença fundamental entre judeus e cristãos era a aceitação de Jesus. Ser batizado em nome de Jesus era a confirmação de que esta diver­gência tinha sido resolvida.
Nota: Esta explicação do batismo em nome de Jesus foi feita por Arnaldo Christianini.
2- O Batismo de Jesus. Lucas 3:22: “E o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do Céu: Tu és Meu Filho amado, em Ti Me comprazo.”
Por ocasião do batismo de Jesus as três Pessoas Se apresentaram de modo distinto: o Filho estava sendo batizado, o Pai que falava do Céu, e o Espírito Santo que desceu no símbolo objetivo de uma pomba.
O  Espírito Santo aqui não pode ser uma mera influência ou poder, mas um ser pessoal, já que as Escrituras, em lugar algum, fazem referên­cias a uma influência impessoal a capacidade de descer do Céu em for­ma pessoal e corpórea.
3- A Bênção Apostólica de II Coríntios 13:13: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vos.”
Cada um dos membros da Trindade executa um trabalho peculiar a Si mesmo sugerido pelas palavras: graça, amor e comunhão. Paulo aqui ex­pressa o interesse divino pelo culpado através de Cristo como mediador, possível pelo amor do Pai (João 3:16) e que pode tornar-se efetivo pelo Espírito Santo. Essa bênção não somente resume o ensino apostólico, mas interpreta o significado mais profundo da Trindade na experiência cristã.
“II Coríntios 13:13 não é uma declaração doutrinária, mas devocional, contudo revela uma das mais fundamentais de todas as doutrinas cristãs. Oferece, com inspirada brevidade, uma base firme para a crença na natureza tríplice da Divindade, a Trindade. Ela não tenta explicar a Trindade. É antes o referimento de uma reverente e refletida contemplação do que foi revelado com respeito ao Pai, Filho e Espírito Santo, especialmente à luz da encarnação do Filho. Como tem sido corretamente declarado: A doutrina da Trindade não é tanto ouvida, quanto subentendida nas declarações da Escritura.” Jnternational Standard Bible Encyclopedia, pág. 3.012.
4- Romanos 15:16: “Para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo.”
5- I Coríntios 12:3-6: Senhor Jesus, Espírito Santo, Deus.
6- Efésios 4:4-6: “Um Espírito.., um só Senhor, . . . um só Deus e Pai de todos.”
Dentre as passagens bíblicas que expressam o pensamento trinitariano as duas seguintes se destacam:
7- 1 Pedro 1:2: “Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em san­tificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo.”
8- Judas 20 e 21: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.”
Como nenhum dos três é maior, a Bíblia os apresenta em qualquer ordem.
Pai, Filho, Espírito Santo.
Filho, Pai, Espírito Santo.
Espírito Santo, Pai, Filho.
Estudo atento e cuidadoso da Bíblia nos provará que cada Pessoa da Trindade é eterna, é santa, é onipotente, onipresente, onisciente, cria­dor, santificador, mestre, fonte da vida eterna, ressuscitador de Cristo.
A citação de 1 João 5:7: “O Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um” não deve ser usada como prova para a Trindade, porque a Crítica Textual nos comprova que ela não se encontra no Original. Foi um acréscimo posterior como nos provam os manuscritos Sinaítico, Va­ticano e Alexandrino e também as primitivas traduções da Bíblia.
A doutrina do Deus trino é provavelmente a mais sagrada e mais pro­funda das Sagradas Escrituras. Todos os verdadeiros cristãos crêem em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, e estes três, apesar de distintos de um ponto de vista, constituem um só e único Deus.
Muitos, através da história do cristianismo, têm zombado desta cren­ça que Deus é um só e ao mesmo tempo três pessoas. Isto contraria os princípios matemáticos estabelecidos e inalteráveis dizem eles, quando o cristão afirma que 1 + 1 + 1 = 1 e não três, mas na matemática 1 x 1 x 1 = 1. Deus não pode limitar-se à lógica humana.
Diante da argumentação dos homens, afirmam eles, Jesus não foi Deus no sentido bíblico.
Se nossas limitações nos impedem de compreender e explicar a Trindade, as inúmeras evidências da Sua existência tanto no Antigo quanto no Novo Testamento devem levar-nos a aceitá-la, porque está funda­mentada na Bíblia.
Prezados irmãos, esta sublime verdade deve ser pregada e defendida por nós, porque a Igreja Apostólica foi edificada sobre a fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

Nas epístolas de Paulo, de Pedro e de João a obra da redenção é atri­buída à Trindade. Se não soubermos explicar esta verdade pela razão, que a aceitemos pela fé. Amém.

Sem comentários:

Enviar um comentário

VEJA TAMBÉM ESTES:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...