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domingo, 10 de agosto de 2014

ARTIGOS SOBRE A TRINDADE - CRISTO - O UNIGÊNITO FILHO DE DEUS SÃO JOAO 3:16


CRISTO -  O UNIGÊNITO FILHO DE DEUS
SÃO JOAO 3:16

As Testemunhas de Jeova e Sua Interpretacao da Biblia – Pedro Apolinario - 4ª. Ed. – IAE – Out/1986 – pg. 135

Introdução


João 3:16 é inegavelmente o verso mais co­nhecido da Bíblia, sendo definido por Lutero co­mo o Evangelho em Miniatura.

Infelizmente, algumas das traduções mais co­nhecidas da Bíblia como a King James Version (KJV) e a nossa Almeida traduziram erradamente este verso.

Se Cristo é o eterno “Logos” preexistente co­mo pode ser chamado em João 3:16 de unigênito Filho de Deus?

A palavra controvertida neste verso é o ter­mo grego   monogenhz  —           monoguenês, que necessita ser bem estudada para boa compreensão do problema. Poder-se-ia traduzir o vocábulo monoguenês indiferentemente por unigênito e único?

Leia o comentário que se segue e tera uma resposta satisfatoria.

Origem e Significado da Palavra

Conhecendo os elementos constitutivos da palavra, entenderemos melhor o seu significado, es­pecialmente, ao ser aplicada a Cristo.

Sendo a palavra composta de “monos” = um, só, único e “guenos” =  espécie, sua tradução cor­reta apenas pode ser:  o único de sua espécie.

O grego “monoguenês” tanto pode significar único quantitativamente (filho único), como ú­nico qualitativamente (único em sua geração, nas­mento singular, único na maneira de chegar a ser, ou nascimento milagroso) Ver João 1:14,18 e 3: 16.

Ele é filho único, porque como membro da Trindade foi o único que recebeu o título de “Fi­lho com poder” (Rom. 1:4) e o poder de Deus (1 Cor. 1:24). Seu nascimento foi milagroso por ser o único em sua classe, pois nasceu tendo vida própria.

O livro “Problems in Bilbe Translation” pu­blicação da Conferencia Geral, pág. 202 afirma:

“Jesus Cristo, Deus preexistente, o divino Verbo criador, em sua encarnação tornou-se em um sentido incomparável o Filho de Deus. Por is­so é que Ele é designado ‘monoguenês’, o único de Sua espécie, o único em muitos aspectos do Seu ser e vida.”

H.R. Reynolds na obra “The Pulpit Commentary (O Comentário do Púlpito) realçou esta verdade da singularidade de Cristo, relatada em Joao 1:14, da seguinte maneira:

“A afirmação deste verso, no entanto, é in­teira e absolutamente inigualável. O pensamento é completamente novo. Strauss declara-nos que a concepção apostólica de Jesus não tem valor his­torico, pelo fato de representar um estado de coisas que não ocorre em nenhuma outra parte da História. É exatamente isto que os cristãos sus­tentam. Ele, no mais profundo sentido, é incom­parável na hístõria da humanidade.”
-            Os Dicionarios e Comentários comprovam o exato significado de monoguenês.

Lidell and Scott -  único, singular, único membro de uma linhagem ou espécie.
Moulton and Milligan -  literalmente - único de sua espécie, singular, não unigênito, que se­ria monogennhtoz    -   monogennetos.

Arndt and Gingrich -  único (no gênero) de algo que é o exemplo exclusivo de sua catego­ria... Na literatura joanina, monoguenês e usa­do com referencia a Jesus. A significação de único pode ser perfeitamente adequada para todas as vezes que aparece ali.

II. Cremer - Biblical Theological Lexicon - es­pecial preciosidade, especificamente precioso.

Theological Dictionary of the New Testament, vol. IV, pág. 739 - “Significa o supremo predi­cado da majestade, indicando a máxima prova do amor de Deus para o mundo. Somente João usa mo­noguenês para descrever a relação de Jesus com Deus. Para esta mesma relação, Marcos tem ‘O huíos mu o agapetos’ —       meu filho amado.”

Fernando Kaltensbruch, em seu Dictionary of Christ and the Gospels, enfatizou:

“Não há dúvida de que a expressão ‘unigêni­to’ uma nuança da palavra grega ‘monoguenês’, que raramente é salientada... Quando Cristo e denominado ‘monoguenês huios’, não se dá énfase ao fato de que Ele como Filho ‘nasceu’ ou foi ‘gerado’..., mas sim ao fato de que Ele como Filho de Deus é sem igual. Os tradutores latinos estavam certos ao traduzirem essa expressão por Filius unicus (Filho único), não por Filius u­nigenitus (Filho unigênito)”.
W.E. Pead escreveu:
 “Na verdade, como algumas traduções expres­sam o pensamento, Jesus de Nazaré, nosso Senhor e Salvador, foi realmente único. Era diferente de qualquer outro ser no universo. Permanece sem igual, como o fico que na qualidade de Deus se tornou homem, sendo, enquanto estava na car­ne, tanto Deus como homem. Ele era ‘Emanuel’ —   Deus conosco (Mat. 1:23). Era único na Sua relação para com o Pai; em Sua natureza divina; no fato de que revelou o Pai; no fato deque é nos­so único Salvador e Redentor; no fato de que e­ra sem pecado, não só em Sua natureza divina, mas também em Sua natureza humana.” Ministério Adventista, Jan./Fev. 75, p. 19.

Monoguenês e seu Uso no Novo Testamento

Monoguenês aparece nove vezes no Novo Tes­tamento, sendo cinco vezes usada para Cristo, (João 1:14,18; 3:16,18; 1 João 4:9), e quatro vezes para outras pessoas (Luc. 7:12; 8:42; 9: 38; Heb. 11:17).

Monoguenês sempre deveria ser traduzido por único ou único na espécie como nos mostra a origem da palavra e nos comprovam as primitivas traduções da Bíblia. A prova nós a temos consul­tando o mais famoso manuscrito latino, o Códice Vercelense, do ano 365 A.D., guardado na catedral de Vercelli; na Itália. Nesse manuscrito a pa­lavra monoguenês em João 1:14,18; 3:16,18 é tra­duzida para o latim pelo termo “únicus -  único,  não “unigênitus” —       único gerado.

A King James Version traduziu João 1:14,18; 3:16,18; 1 João 4:9 e Heb. 11:17 por unigênito, mas em Lucas 7:12; 8:42 e 9:38 onde se encontra a mesma palavra ela apresenta único.

Quanto a Heb. 11:17 deve ser salientado que Isaque não era unigênito, porque tinha um irmão mais velho Ismael, e mais tarde Abraão gerou outros filhos através de Quetura. Isaque em ne­nhum sentido foi unigênito, mas sim filho sin­gular, o filho da promessa, visto que Ismael es­tava fora da promessa (Gál. 4:22,23). Em Gene­sis 22:2, no texto hebraico está “Yachid”, mas na Septuaginta aparece assim: “Toma teu filho querido (agapeton), a quem amas...

Monoguenês no Grego Corresponde a

Yachide no Hebraico

È interessante observar o significado de monoguenês na Septuaginta (tradução do Velho Tes­tamento do hebraico para o grego por setenta sabios judeus), porque confirma o verdadeiro sen­tido da palavra.Yachid dos Salmos 22:20; 35:17 e Amós 8:10 aparece na LXX como monoguenês e na KJV, NEB e Almeida Edição Revista e Corrigida pelas expressões: minha querida, minha preciosa vida, predileta, filho único.

Como Surgiu Unigênito em Lugar de Único?

A pergunta lógica e natural que nos vem à mente é esta: Quem traduziu “monoguenês” para unigênito —   o Único gerado se a palavra não tem esta siginificação?

O Papa Dâmaso pediu a Jerônimo que revisas­se as traduções latinas porque haviam muitas que não tinham sido bem feitas. Jerônimo para apren­der bem o hebraico dirigiu-se à Palestina, onde estudava com um rabino à noite.

Estando em Jerusalém teve noticia dos famo­sos três Gregórios, indo ouvir as preleções de Gregório Mazianzeno. No quarto século havia notável polêmica em torno de duas palavras “gene- thenta e poiethenta” (gerado, não criado) .      Gre­gório falava de Jesus como gerado do Pai para dizer que Ele tinha a mesma natureza do Pai. O pai é o gerador e o filho é gerado. Um elefante apenas pode gerar um elefante. Chamar a Cristo de gerado era dizer que Ele tinha a mesma natu­reza do Pai, portanto era plenamente Deus. In­fluenciado pelas explicações de Gregorío e pelo Credo de Nicéia, em defesa da divindade de Cris­to, Jerônimo traduziu “monoguenês” por “unigenítus” em vez de “unicus”. Embora suas inten­ções fossem ótimas para aquele período da histó­ria da Igreja, ele jamais deveria ter agido des­sa maneira, porque estava interpretando e não traduzindo. Sua tradução da Vulgata Latina in­fluenciou a King James Version e muitas outras traduções, como a Almeida. Seu louvável intento tem sido deturpado em nossos dias, desde que unigênito tem sido usado por alguns como prova de que Cristo não é Deus.

João com o termo monoguenês visava exaltar a Cristo e nunca diminuí-lo.

Jerônimo conservou “unicus” em Lucas 7:12 ; 8:42 e 9:38 por não haver ali interesse teoló­gico.

O uso de monoguenês por Platão vem confir­mar sua significação. Ele declarou que o céu é monoguenês em sua especie.

Traduções mais fiéis ao original como o No­vo Testamento de Tyndale e Philips, RSV, NEB, Bíblia de Jerusalém e o Novo Testamento na Lin­guagem de Hoje substituiram o unigênito por único.
O estudo da palavra em sua formação etimológica; nos bons dicionários e comentários; na comparação do hebraico com a Septuaginta, o seu uso mesmo fora da Bíblia nos leva à conclusão indiscutível que “monoguenês” não significa unigênito, mas sim muito querido, o único de sua espécie e que João aplicando-o a Cristo queria indicar que Ele é incomparável e muito amado.

Este capítulo nos comprova duas coisas:

la.) A profunda significação da palavra mo­noguenês aplicada a Cristo.

2a.) O extremo cuidado que devem ter os responsáveis pela tradução do texto bíblico para que seu trabalho transmita com a maxima exati­dão possível o sentido do original.

De hoje em diante para sermos mais fiéis com a idéia de João, leiamos não Filho unigênito, mas Filho único, indicando a qualidade inigua­lável do nosso Salvador.

Cientes de que a palavra não indica nasci­mento ou geração humana, porém visa realçar a natureza e elevada dignidade de Cristo, a parafrase feita por W.E.Read de João 3:16 transmite bem a idéia do grego.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho, aquele que é incomparável e tão maravilhoso que ninguém O pode descrever, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Nota:      As quatro fontes mais significativas em que nos baseamos foram:

la.) A monografia de Dale Moody,  “O único Filho de Deus”.

2a.) Ministério Adventista, Janeiro e Feve­reiro de 1965, páginas 17 a 19, artigo de W. E. Read.

3a.) Problems in Bíble Translation, The Re­view and Herald.

4a.) Anotações de Classe do Dr. Déderen, Mestrado em Fevereiro de 1984.


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