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domingo, 10 de agosto de 2014

A BÍBLIA E A MORTE - E QUANDO EU MORRER?


E quando eu
morrer?
O que vai acontecer depois da morte é fundamental para a vida presente.
por Gil Valentine
Teólogo

Esta poderia ser a última questão na prova final da vida
Faça um círculo ao redor da resposta certa:
Deixo de existir:  Minha alma vai direto para o Céu, inferno ou purgatório.
Torno-me outra forma de vida - ani­mal ou humana -  aqui na Terra.
Fico num estado de inconsciência até uma data  posterior:
Todas as respostas acima.
Nenhuma das respostas acima.

Como tantas questões semelhantes a esta, não há informação suficiente pa­ra se escolher a resposta certa. Parece haver fragmentos de resposta certa em várias opções. Mas há partes de cada ­uma delas que tampouco soam verdadeiras.
De acordo com uma pesquisa recente, as pessoas tendem a pensar que não existe apenas uma resposta correta em relação ao que acontece após a morte. Acham que a resposta realmente encontra-se fragmentada em várias  das opções acima. Aparentemente, muitas pessoas abordam esse tema como se fosse uma questão de gosto pessoal.  Como fazer compras. Como esco­lher entre meia dúzia de marcas de desodorante numa prateleira de super-mercado.
O professor Brian Walshe, da Uni­versidade da Pennsylvania, recente­mente escreveu o seguinte a respeito dessa era pós-moderna:  Vivemos numa cultura de shopping-center. Assim co­mo combinamos a roupa que tiramos do armário para usar, ou nossos gostos culinários, da mesma forma achamos cada vez mais normal combinar cren­ças de várias tradições religiosas para formar nossa própria religião. As pes­soas crêem na ressurreição, na reencar­nação e nas viagens da alma. Tudo ao mesmo tempo.

A  CRENÇA  FAZ  DIFERENÇA


As importantes questões de crença têm um grande significado. E se no final da vida não existisse nada, apenas um enorme zero? Se esse fosse o caso, tudo que existe no caminho acabaria somando nada mais que zero.  A vida também  aca­bária  sendo  sem  sentido.
Mas se após a morte há algo mais, então é importante que saibamos exa­tamente o que há. O fato de uma pes­soa acreditar em reencarnação ou res­surreição não apenas tem a ver com o que acontece após a morte, mas modela radicalmente a forma de como vive o presente.
É como o conselho que Filipe da Ma­cedônia, o pai de Alexandre, o Grande deu ao filho: Se você quer tornar sua vida um sucesso, pense nos últimos dias de sua vida, e faça deles seus companheiros  constantes.”
O conhecimento a respeito da morte o ajudará a decidir como viver.
Então, quais são os fatos?
Uma coisa é óbvia: os seres humanos se decompõem, seu corpo literalmente apodrece. Mas, o que isso significa?
Para responder esta pergunta você precisa responder outras:
Como as pessoas foram formadas?
O que, exatamente, é esta coisa que conhecemos como “mente humana, ou “espírito”, ou “personalidade”?
Qual é a ligação destes com o cérebro ou com o corpo?
Os seres humanos têm algo conheci­do como “alma imortal” ou alguma outra entidade “imortal” inerente a si, ou seja, uma coisa à parte que sobreviveria à morte?
O corpo, o espírito, o cérebro e a mente fazem parte de um mesmo con­junto?
Os filósofos debatem com essa última questão há séculos.
A idéia de que os seres humanos têm uma alma imortal existe desde a Antigüidade. Os egípcios acreditavam que o espí­rito fugia do corpo no momento da morte, retornando àquele corpo algum dia. Sendo assim, eles construíam elaborados túmulos e pirâmides para proteger o corpo tanto quanto possível para o retomo da alma.
Cerca de 500 anos antes do tempo de Cristo, o hinduísmo da antiguidade começou a ensinar que a alma ou o espírito não voltava para o mesmo corpo mas emigrava para outra forma de vida no momento da morte.  Poderia ser uma forma de vida superior ou inferior dependendo de como a pessoa se comportara durante a vida.

IDÉIAS GREGAS SOBRE A MORTE


Mas os filósofos da Grécia antiga co­mo Pitágoras, Sócrates e Platão foram os primeiros a realmente expor de forma sis­temática a idéia de que a alma era imortal e indestrutível. Para eles o Universo era dividido entre o plano físico de um lado, e o espírito e idéias do outro. Corpo e al­ma, de acordo com suas crenças, deriva­vam de esferas diferentes. A matéria era má e temporária;  o espírito em bom e eterno.
Para Platão e Sócrates, o corpo era apenas uma “casa” temporária para a al­ma. Essa idéia tornou-se um estilo de vida para os gregos da antigüidade. O espírito estava preso ao corpo. Isso significava  que você não podia negar o corpo, nem tampouco gratificá-lo de qualquer forma que desejasse. Em última análise, a morte era um amigo, porque significava a liber­tação do espírito. Acreditando nisso, Só­crates podia esperar a morte com relativa serenidade.
A crença cristã contida na Bíblia dife­re radicalmente dessa visão, Tanto o Velho como o Novo Testamento descrevem os seres humanos holisticamente, uma unidade psicofísica indissolúvel.
Na visão cristã, os seres humanos não têm almas: são almas. Não há setores imorais dentro de nós que continuam a viver após a morte. A imortalidade não é uma parte inerente de nós.
É verdade que durante séculos a maioria dos cristãos acreditou e ensinou que temos alma imortal, visto que as idéias de Platão acabaram misturando-se às idéias da Bíblia. Orígenes, um pio­neiro da igreja, foi o primeiro a in­troduzir essa heresia grega na doutrina cristã.
De acordo com os eminentes profes­sores de psicologia David Myers e Mal­colm Jeeves, uma das tarefas mais árduas da teologia no século 20 tem sido separar as imagens da natureza humana encontra­das na Bíblia, daquelas descritas pela filo­sofia grega. O renomado teólogo dinamar­quês - e luterano - Oscar Cullman, em seu clássico livro Immortatíty of the Soul or Resurrection of the Dead? (Imortalidade da Alma ou Ressurreição dos Mortos?), ob­serva que a idéia da alma imortal é um do maiores mal-entendidos do cristianismo.
() teólogo Bruce Reichenbach chega a sugerir que seria melhor eliminarmos o termo “alma”de nosso vocabulário religioso, porque provoca tanta confusão e está demasiado mesclado a idéias gregas.
A ciência do século 20 também está ajudando a solucionar a charada a respeito do que é um ser humano. Evidên­cias acumuladas no amplo campo da neuropsicologia demonstram cada vez mais a ligação inseparável entre o cére­bro e a mente, entre o cérebro e a per­sonalidade.
O psicólogo Roger Sperry, ganhador de um prêmio Nobel, enfatiza que a “cons­ciência é propriedade do cérebro vivo” e “inseparável do mesmo”.  Não há alma imortal.
De acordo com a Bíblia, a morte não é um amigo, e sim um inimigo. Interrompe a vida e destrói a criação integral de Deus. Além disso, de acordo com a Bíblia a ex­periência da morte é semelhante ‘a um so­no. E um estado de inconsciência. O tú­mulo é como um local de descanso.
A história da morte de Lázaro, no Evangelho de João. é uma boa ilustração. Ali Jesus chama a morte de “sono’ (ver João 11:11). Lázaro não foi a lugar ne­nhum. Encontrava-se inteiramente na tumba. Não há relatos de que Lázaro te­nha contado como foi sua experiência após a morte - aquela experiência de en­trar imediatamente num estado de ale­gria ou num completo inferno, A morte foi como um sono. E Jesus foi até lá e o “acordou”.
É uma história que traz ânimo e confiança.

A Bíblia mostra que os seres humanos não têm almas: são almas.

Mas a história da ressurreição do próprio Jesus é ainda melhor, ilustrando essas questões com mais clareza.
De acordo com a Bíblia, a vida e mor­te de Jesus são as chaves para com­preendermos o que acontece após a morte. O apóstolo Paulo disse que Jesus “trouxe à luz a vida e a imortalidade, me­diante o evangelho” (II Timóteo l:l0).A imortalidade - vida após a morte - não acontece automática ou naturalmente. De acordo com a Bíblia, acontecerá por que Deus intervirá em nosso mundo pa­ra refazê-lo.
No final de nossa vida, não “passamos para outra” como acreditava Sócrates. Morremos. Mas há esperança - uma espe­rança enraizada não em nossa natureza, mas no amor e na fidelidade de Deus.
A vida, morte e ressurreição de Jesus nos asseguram de que não é a morte que dá a última palavra.


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