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domingo, 28 de novembro de 2021

Porque Deus enviou um "espírito imundo" para atormentar Saúl?- Leandro Quadros

 


  


  O ser humano quase sempre está descontente com o que tem e, na maioria das vezes, acredita que "a grama do vizinho é mais verde". Isso aconteceu com o povo de Israel quando viu uma aparente prosperidade entre as nações pagãs que, diferente deles, eram governadas por um rei humano como o cabeça da nação e apelaram ao profeta Samuel para que "convencesse" a Deus de que sabiam o que era melhor para a vida de todos eles (1Sm 8).
  O povo não parou para pensar que Deus é o melhor de todos os reis (Ap 19:16) e que o sistema de governo Teocrático (centralizado em Theós, ou seja, em Deus) era o mais seguro para todos os que não quisessem correr riscos de serem injustiçados por causa das falhas de algum governante humano.
  Com certeza, o Rei Eterno sentiu-se rejeitado por aqueles a quem tanto amou. Embora tendo libertado o povo da escravidão egípcia por meio de milagres e provas incontestáveis de que Ele estava no controle da vida deles, para que fossem felizes e prósperos de verdade, como um grande Cavalheiro, Ele respeitou o desejo dos Seus filhos descontentes sem, todavia, deixá-los entregues ao azar.
  1Samuel 9 e 10 contam detalhes de como o Senhor escolheu Saúl e encheu-o do Espírito Santo (1Sm 10:6,9,10) para que ele, mesmo tendo os seus defeitos de caráter, aproximasse o povo de Deus através de um reinado justo e de pura dependência da graça divina para obtenção do êxito e vitórias diante das nações pagãs que sempre os ameaçavam de todos os lados.
  Porém, nem sempre o Espírito Santo pôde habitar em Saúl. A Bíblia diz que, depois de ele se ter rebelado abertamente contra Deus, sem buscar um arrependimento sincero, a Terceira Pessoa da Divindade abandonou-o (1Sm 16:14), por ele ter ido tão longe no pecado que não mais poderia ouvir a voz de Deus a falar-lhe na consciência.
  O que chama a atenção (e que motiva essa resposta) é a declaração bíblica de que após o Espírito Santo ter abandonado o perverso rei Saúl, "um espírito imundo maligno, vindo da parte do SENHOR, atormentava-o" (1Sm 16:14). Como pode a mesma Bíblia dizer que o Criador "envia" espíritos maus para atormentar pessoas rebeldes, sendo que, ao mesmo tempo, em Tiago 1:13 e 17, a Palavra de Deus declara que "Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta" e que "Toda boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes(...)"?
  Encontramos a resposta no próprio contexto da declaração e em outros textos bíblicos paralelos onde o Senhor é apresentado não como o originador do mal- mas sim o Diabo.
  Em 1Samuel 16:15, vemos que foram os oficiais de Saúl e não a Bíblia quem afirmou que o "espírito maligno" (ou "imundo"): "Os oficiais de Saul disseram-lhe: 'Há um espírito maligno, mandado por Deus, atormentando-te'."
  Perceba que esta era uma crença dos oficiais de Saúl e não dos autores bíblicos inspirados. Samuel está simplesmente a registar uma opinião corrente naqueles dias, de que Deus era o responsável por tudo o que acontecia no mundo.  A Bíblia apresenta uma imagem de Deus bem diferente da que foi pintada pelos amigos de Saúl. Os textos a seguir serão suficientes para o ajudar a entender que Deus não envia espíritos maus para atormentar as pessoas que o rejeitaram, mesmo, claro, que ao sair da presença do criador, a pessoa fique mais vulnerável a isso:

  • O responsável pelo mal é um anjo caído e não Deus: "Tu eras inculpável nos teus caminhos desde o dia em que foste criado até que se achou maldade em ti" (Ez 28:15).
  • O mal não habita com Deus e , por isso, demónios não podem sair da presença de Deus para atormentar as pessoas: "Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar" (Sl 5:4)

Leando Quadros - " Na mira da Verdade" vol.2

Deus foi ou não foi visto pelo ser humano?- Leandro Quadros




 Realmente, a princípio parece haver uma contradição entre Êxodo 33:11, 20 e João 1:18 (entre outros textos que tratam do mesmo assunto):

  • Êxodo 33:11: "O Senhor falava com Moisés face a face, como quem fala com o seu amigo. Depois Moisés voltava ao acampamento; mas Josué, filho de Num, que lhe servia como auxiliar, não se afastava da tenda."
  • Êxodo 33:20: "E acrescentou: 'Você não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo.'"
  • João 1:18: " Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto ao Pai, tornou-o conhecido."

Todavia, seguindo o princípio de que a Bíblia se deve interpretar a si mesma, aprendemos em Êxodo 33:9 que os textos se completam: "Depois que ele (Moisés) entrava, uma coluna de nuvem descia e parava na porta da Tenda; e da nuvem o SENHOR falava com Moisés."

Perceba que Deus falava com Moisés frente a frente, porém, coberto com uma nuvem. Isto é, do mesmo modo que poderíamos falar face a face com alguém sem ver o seu rosto caso estivesse coberto com um véu, por exemplo.
Deste modo, os textos citados acima estão em perfeita harmonia um com o outro, e não contradizem outros versículos que citam essa mesma questão. Entre eles estão: 1Timóteo 6:16 e Êxodo 33:20-23.

Leando Quadros - " Na mira da Verdade" vol.2

Porque Deus quis matar Moisés?- Leandro Quadros

 



Quando lemos esse versículo na Bíblia, ficamos desconfortáveis porque não conseguimos encontrar um motivo para que Deus se manifestasse diante de Moisés de maneira tão ameaçadora. Porém, veja o que diz Ellen White sobre o evento de Êxodo 4:24, no seu livro Patriarcas e Profetas:

"Em caminho, quando vinha de Midiã, Moisés recebeu uma advertência assustadora    e terrível, a respeito do desagrado do Senhor. Um anjo apareceu-lhe de maneira ameaçadora, como se o fosse imediatamente destruir. Explicação alguma se dera; Moisés, porém, lembrou-se de que tinha desatendido um dos mandos de Deus; cedendo à persuasão de sua esposa, negligenciara efetuar o rito da circuncisão no seu filho mais novo. Deixara de satisfazer a condição pela qual o filho poderia ter direito às bênçãos do concerto de Deus com Israel; e tal negligência por parte do dirigente escolhido de Israel não poderia senão diminuir a força dos preceitos divinos sobre o povo. Zípora, temendo que o seu marido fosse morto, efetuou ela mesmo o rito, e o anjo então permitiu a Moisés que prosseguisse com a jornada. Na sua missão junto ao Faraó, devia Moisés ser colocado numa posição de grande perigo; a sua vida unicamente podia preservar-se pela proteção de santos anjos. Enquanto vivesse, porém, na negligência de um dever conhecido, não estaria livre de perigo; pois que não poderia estar  protegido pelos anjos de Deus."


Essa história ensina-nos o quanto um líder é responsável diante dos seus liderados, em representar bem o caráter de Deus, cumprindo com toda a vontade dEle. E mostra-nos o quanto devemos dar valor até mesmo às pequenas coisas (essa é apenas uma maneira de dizer) que Deus nos pede (Mt 7:21-23; Jo 15:14), pois elas têm influência significativa na vida de outros e na construção do nosso caráter.

Leando Quadros - " Na mira da Verdade" vol.2

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Quem foi a esposa de Caim? - Leandro Quadros


 

Essa é uma das perguntas mais frequentes que recebo, e não menos importante que as demais. Diz Génesis 4:17: "Caim teve relações com sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Enoque. Depois Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome do seu filho Enoque."

A Bíblia ensina que os primeiros seres humanos criados na Terra foram Adão e Eva: "Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente (...)" (1 Co 5:45. Vêr também 1 Co 15:47)

Naturalmente, isto suscita-nos uma pergunta: houve relações sexuais entre os filhos de Adão e Eva? Cremos que sim, pois a Palavra de Deus, em nenhum momento, afirma que Deus criou seres humanos que não tivessem parentesco com Adão, mas sim que todos descendem dele.

Além disso, a única explicação plausível em relação à identidade da esposa de Caim encontra-se em Génesis 5:4, que afirma que Adão teve, além de Caim, Abel e Sete, " outros filhos e filhas ". Portanto, Caim casou-se com uma irmã ou até mesmo uma sobrinha. 

Seria isso incesto? Não, pois, naquela época tais uniões não eram consideradas incesto. Deus ainda não havia instituído a lei que proibia a união marital entre parentes (o fez posteriormente - Levítico 18:6-17). Se tal lei não existia, isso significa que não existia o incesto.


Leando Quadros - " Na mira da Verdade" vol.2

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