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domingo, 10 de agosto de 2014

ENTREVISTAS - UM MÉDICO NAS MÃOS DE DEUS


UM MÉDICO NAS MÃOS DE DEUS


                                Neurocirurgião reconhecido mundialmente
                                     revela a atuação divina em sua vida

Benjamin Salomon Carson é o no­me completo de Ben Carson, 48 anos, conhecido mundialmente pela pri­meira separação bem-sucedida de gé­meos siameses ligados pela parte de trás do crânio, realizada em 1987.
Chefe do departamento de neuro­cirurgia pediátrica do Hospital Johns Hopkins, desde 1984, Carson realiza cerca de 500 cirurgias por ano, mais que o dobro da média. Já publicou mais de 100 artigos científicos, além de três livros para o publico leigo, dois deles lançados no Brasil pela Ca­sa Publjcadora Brasileira. Casado há 24 anos com Lacena Rustin Carson, tem três filhos adolescentes.
A situação de médico bem-sucedi­do contrasta com sua infância pobre. Em visita ao Brasil, Carson contou a Sinais dos Tempos como Deus trans­formou sua vida e como Ele atua em seu dia-a-dia.

Sinais:       Superando vários problemas, bas­tante jovem o senhor ganhou notorieda­de na medicina. Em algum momento du­vidou de que se tornaria um médico?
Carson:        Houve ocasiões em que tive dú­vidas acerca da realização de meus so­nhos. Quando ingressei na escola de medicina, fui mal nos primeiros exa­mes e meu conselheiro sugeriu que eu abandonasse o curso, dizendo que não parecia ser a coisa apropriada para mim. Foi a fé em Deus que me ajudou a descobrir o que estava errado. Eu precisava gastar mais tempo lendo e menos tempo ouvindo palestras. Isso
mudou completamente a visão da me­dicina para mim. Houve obstáculos significativos ao longo do caminho, mas Deus sempre os removeu.

Sinais:       Dar o melhor de si é garantia de sucesso?
Carson:       Se alguém desenvolve ao má­ximo o talento que Deus lhe conce­deu, tem fé em Deus e está disposto a trabalhar arduamente, essa pessoa se­rá bem- sucedida. Mas, a definição de sucesso é diferente para cada um. O que Deus considera sucesso pode não ser o que nós consideramos. Nós po­demos pensar que sucesso são casas, carros e dinheiro, enquanto que para Deus isso não tem importância. Eu creio que sucesso é tomar os talentos que Deus nos concedeu e multiplicá­los até o ponto em que nos tomamos de grande valor aos que nos rodeiam. Esse é verdadeiro sucesso!

Sinais:       Além de realizar cerca de 500 operações por ano, o senhor mantém uma agenda social intensa. De onde vem essa disposição?
Carson:        Deus me dá forças para desen­volver minhas atividades. Peço a Ele que me fortaleça enquanto for de Sua vontade que eu continue a fazer aqui­lo que faço. Também tenho uma fa­mília que me apóia muito, e isso tor­na tudo mais fácil. Além disso, mui­tas das coisas que faço fora da sala de cirurgia aliviam meu estresse. Para al­gumas pessoas é muito estressante fa­lar diante de um grande auditório. Para mim, não. E tranqüilizante. Muito mais relaxante do que operar o cérebro de alguém (risos).

Sinais:        O senhor já afirmou que pode contar nos dedos os pacientes que perdeu. Como enfrenta esse tipo de situação?
Carson: Eu me sinto abençoado por  não perder muitos pacientes. Não te­nho facilidade em lidar com essa si­tuação. Eu me apego muito ao pa­ciente e não quero deixar de fazer is­so.  Mas, saber que fiz o meu melhor é o que me permite superar tais situa­ções. Tendo feito todo o possível, a vontade de Deus fica evidente. Qual­quer coisa que acontece, então, é a manifestação de Sua vontade.

Sinais: Sendo cristão, como o senhor se relaciona com os colegas de profissão que em sua maioria não têm crença re­ligiosa?
Carson: Considero que se não crêem em Deus o problema é deles. Eu ja­mais me calarei ou deixarei de falar acerca de Deus, porque isto é o que me dá forças. Para eles é desvantagem o fato de não poderem se beneficiar do relacionamento com Deus. Eu menciono isso em quase todas as palestras científicas que apresento. Sempre descubro uma maneira ou outra para fazê-lo. No inicio muitas pessoas pensavam que eu era um charlatão. Diziam: “Puxa, esse cara só fala em Deus. Ele é muito estranho.” Mas ninguém pode argumentar con­tra os resultados. E os resultados são excelentes! É assim que Deus silencia Seus críticos.

Sinais: Em seus livros e palestras o se­nhor relata vários casos de pacientes cristãos. O que a fé pode realizar no processo de restabelecimento?
Carson:  A fé é fundamental porque a mente tem muito a fazer pelo corpo! Há tumores se desenvolvendo em nosso corpo, 24 horas por dia. Nosso siste­ma imunológico reconhece esses tumo­res e os destrói. Se o sistema imunoló­gico da pessoa está em crise por causa da depressão, então ele não irá comba­ter o câncer, com sucesso. Alguém de disposição alegre e animada tem uma condição muito mais adequada para combater a doença.  Como diz o livro de Provérbios: “O coração alegre é bom remédio” (Provérbios 17:22).

Sinais:  O senhor aconselha os pacientes a orarem. Têm  ou teve oportunidade de orar com alguns deles?
Carson:       Eu sugiro a todos os pacientes, às suas familias e a todas as pessoas que eles conhecem, que orem. Creio que isso faz uma enorme diferença no resultado. Se me pedem para orar com eles, eu o faço com prazer. Tenho tido a oportunidade de orar com mui­tos pacientes.

Sinais: Que reação isso causa?
 Carson: A reação deles é maravi­lhosa!  Ficam muito contentes por ter um cirurgião que crê em Deus. Isso eleva os ânimos de todos. O fato é que todas as pessoas crêem em Deus quando estão prestes a ter o cérebro aberto (risos)

Sinais: O que o senhor pensa a res­peito de curas milagrosas?
 Carson:  Eu creio que ocorrem cu­rãs  milagrosas. Já vi muitos ca­sos na minha carreira profissio­nal. É preciso observar que vivemos numa época de grandes avanços cien­tíficos, em que nós fazemos coisas que seriam consideradas milagres no tempo de Jesus.  Porém, há outras coi­sas que não podemos realizar e che­gamos ao ponto extremo de nossas li­mitações.  Acredito, então, que nesta situação os milagres acontecem.

Sinais:       Qual é a atitude de seus pacien­tes que se restabelecem  quando já esta­vam desenganados  pela medicina?
 Carson:  Ficam muito agradecidos. Isso tem efeitos que alteram totalmente a vida da pessoa.  Houve um garoto que eu operei quando ele estava com qua­tro anos.  Anteriormente haviam dito aos pais que levassem o filho para ca­sa e o deixassem morrer. No ano pas­sado, eu estava em Atlanta, autogra­fando livros, quando me deparei com o rapaz, depois de catorze anos. Havia acabado de concluir o ensino médio e pretendia tomar-se um pastor evangé­lico. Houve um efeito profundo em sua vida e ele tem uma excelente his­tória para iniciar seu ministério.

Sinais: A escritora Ellen White diz que o estudo da Bíblia fortalece a mente, O que pensa a esse respeito?
Carson:      Creio que é absolutamente verdadeiro. Eu estudo a Bíblia diaria­mente. Durante a faculdade de medi-
cina e o período de residência, quan­do precisava decorar uma quantidade enorme de matéria, costumava deco­rar passagens bíblicas. Às vezes, capí­tulos inteiros. Eu creio que isso real­mente fortaleceu minha mente.

Sinais: No livro Sonhe Alto o senhor diz que se identifica com José, personagem bíblico do Antigo Testamento. Qual é o motivo dessa identificação?
Carson: Eu me identifico com José por­que ele nunca adotou a mentalidade de vítima. Ele era o filho predileto en­tre seus irmãos, acabou sendo vendido como escravo, mas nunca chegou a di­zer: “Isso é injusto, meu Deus. Eu sou uma pessoa boa. Por que o Senhor permitiu que isso acontecesse comi­go?” Em vez disso, adotou uma atitu­de positiva, desenvolveu os talentos que Deus lhe deu e acabou tornando-se o primeiro ministro da nação mais poderosa do mundo, na época. Isso in­dica que não importa onde você come­çou. Para onde você vai é o que conta. Quando você desenvolve os talentos que Deus lhe confiou e acredita nEle, nada existe que você não possa reali­zar. Acho que não há um exemplo me­lhor na Bíblia do que o de José.

Sinais: Em um de seus livros, o senhor diz ter sido liberto de um temperamento agressivo. Como isso aconteceu e de que maneira afetou sua vida?
Carson: Quando eu tinha catorze anos e tentei dar um golpe de canivete num Outro jovem. A vi­da dele foi poupada por causa de uma grande fivela do cinto que ele usava. Naquele momen­to percebi que quase havia ma­tado alguém. Sai correndo e le­vei a situação a Deus. Depois de três horas de oração, reflexão e leitura da Bíblia, a minha angús­tia passou. Nunca mais tive pro­blemas de agressividade. Isso me deu uma compreensão mui­to maior de quem é Deus e co­mo Ele pode intervir em nossa vida, se O permitirmos.

Sinais: O senhor afirma que a bon­dade, a longo prazo, é sempre re­compensadora. O que o leva a acreditar nisso?
Carson:  Experiências da vida têm me demonstrado que a bondade sempre vence. Pessoas mesquinhas podem ser derrotadas pela bondade. A pior coisa que você pode fazer a essas pes­soas é demonstra-lhes bondade, por que assim começam a compreender como realmente são. Elas logo se sentirão mal a respeito da maneira como estão agindo e com o decorrer do tempo serão bondosas com você. Não pode ser diferente. De acordo com Provérbios 25:22, sendo bom aos que não o tratam com bondade, você  “os fará queimar de remorso e vergonha, e o Deus Eterno  recom­pensará você” (BLH).


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