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domingo, 10 de agosto de 2014

ARTIGOS SOBRE A TRINDADE - QUAL O EXATO SENTIDO DE FILIPENSES 2:6?


QUAL O EXATO SENTIDO DE FILIPENSES 2:6?

Como bem demonstrou Arnaldo Christianini em Radiografia do Jeovismo, pág. 53:
"As fraudes tradutórias das chamadas 'Tes­temunhas de Jeová' não se limitam ao abuso de verterem erroneamente ou truncarem os textos sa­grados. Vão além e, quando não encontram na Bí­blia um cabide em que dependurar suas idéias he­réticas, recorrem então ao processo da subtile­za, da especiosidade no sentido da frase sacra, forçando-a a amoldar ao esquema ariano, que ne­ga a Divindade de Jesus".
Um exemplo frisante, que comprova as asser­tivas feitas no parágrafo anterior pelo Pastor Christianini, encontra-se na tradução tendenci­osa que fizeram da declaração paulina de Fili­penses 2:5 a 11.
      O livro "Seja Deus Verdadeiro" pág. 32 declara o seguinte:
"Na carta aos crentes filipenses este escri­tor hebreu diz alguma coisa sobre o passado préhumano de Jesus, declarando: "Mantenham esta a­titude mental, que também era de Jesus Cristo, o qual ainda que existisse em forma divina, não deu lugar à usurpação, isto é, não se conside­rou igual a Deus. Não, mas ele se esvaziou e tomou a forma de escravo e fez-se à semelhança do homem. Mais do que isso, quando o encontra­mos na forma de homem, ele se humilhou e foi o­bediente até a morte, sim, morte no poste dos suplícios. Por causa disso exatamente, Deus o exaltou a uma posição superior, e deu-lhe bondo­samente o nome que está acima de qualquer outro nome, para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho daqueles que estão no céu e na terra e debaixo da terra, e que toda língua confesse abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai". (Fil. 2: 5-11 - Tradução Novo Mundo). .
"Esse alguém não era Jeová Deus, mas exis­tia na forma de Deus. Como assim? Era um espí­rito, exatamente como Deus é um Espírito; era poderoso, ainda que não todo-poderoso como Jeo­vá Deus".

Duas páginas na frente (34) o mesmo livro a­firma:
"Antes de vir a terra, esse Filho unigênito de Deus não se julgava igual a Jeová Deus; ele não se considerava "igual em Glória e poder" com o Deus Todo-Poderoso; ele não seguiu o caminho do Diabo e não conspirou nem planejou fazer-se igual ou semelhante ao Deus Altíssimo, nem u­surpar o lugar de Deus. Pelo contrário, provou a sua sujeição a Deus como seu Superior, humi­lhando-se sob a mão toda poderosa de Deus, até o mais ínfimo grau, que significa uma morte in­famante sobre um poste de suplícios. Citando a tradução Diaglótica Enfática de Fil. 2:5-8, te­mos: 'Cristo Jesus, o qual, ainda que tendo a forma de Deus, não pensou em usurpação para ser igual a Deus, mas despojou-se, tomando a forma de escravo, tendo sido feito à semelhança dos homens; e estando na condição de homem, ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, a­té mesmo morte de cruz'".

Nestas duas_citações encontramos tremenda distorção da exegese das Escrituras Sa­gradas.
As traduções Diaglótica Enfática e Novo Mun­do não são reconhecidas pelas autoridades da língua grega.
Lendo apressadamente Fil. 2:6 na tradução Novo Mundo: O qual embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus, poucos no­tariam a propositada distorção do pensamento do apóstolo, que é mostrar, que Cristo embora fos­se igual a Deus, não se agarrou a esse privilé­gio, mas dele abriu mão, para tomar a forma hu­mana.
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Em grego Paulo escreveu: oC; EV lJ.0pcpT) e:o
Ürrápxtl,v oDx &p1T<.~y",Õ"" ~Yt1cJ'a:t"o. -rã Etva.1 Yda. 9e:'V (a copia destorceu a escrita original, infelizmente),  cuja tradução literal na ordem helenística se­ria: O qual na forma de Deus subsistindo não u­surpação julgou o ser igual com Deus.
Em bom vernáculo o sentido seria: O qual subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus.
Parece-me que não foi muito feliz a tradu­ção que se encontra em "A Bíblia na Linguagem de Hoje" na segunda parte do versículo: "Ele sem­pre teve a mesma natureza de Deus, mas não ten­tou ser, pela força, igual a Deus". Ele não se apegou pela força a este privilégio - ser igual a Deus.
A explicação dada por Roberto G. Bratcher ,um dos tradutores do Novo Testamento na Lingua­gem de Hoje, não nos convence por não ter aten­dido à Analogia da Fé, ao contexto e a teologia paulina. Eis suas palavras:
"Desde os tempos antigos os comentadores e expositores se têm dividido em dois grupos: pa­ra uns a palavra harpagmos significa (1) algo a ser mantido pela força, e outros (2) algo a ser conseguido pela força. A idéia de força está presente na palavra harpagmos, bem como em suas formas verbais e nominais; mas é impossível de­terminar com perfeita segurança se nesta passa­gem quer dizer algo a ser mantido ou a ser con­seguido. Que é que Paulo quis dizer quando es­creveu estas palavras? Que Cristo não pensava que igualdade com Deus era algo a ser consegui­do? Ou que era algo a ser mantido? O tradutor precisa decidir-se, ele precisa tornar claro o sentido.
O N.T.L.H. dá a idéia de conseguir; este é o sentido do texto consignado na American Stan­dard Version, Revised Standard Version, nas tra­duções de Weymouth, Knox, Goodspeed e na New English Bible. Outras traduções têm a idéia de reter a igualdade com Deus, como a Twentietn Cen­
tury, Moffatt, Phillips e a Bíblia de Jerusalém. Trecho extraído da Revista - A Bíblia no Bra­sil". - Janeiro-Junho, 1974, pág. 14.
O professor de grego William Caray Taylorem seu livro Introdução ao Estudo do Novo Testa­mento Grego, capítulo 86, no. 790 - assim traduz:
O qual, existindo essencialmente em natureza de Deus, não considerou o estar em pé de Igualdade com Deus presa (o ser cobiçado e retido como a
leoa segura a presa ou salteador o seu espólio).
As traduções dos Rutherfordistas têm uma ú­nica e fundamental finalidade, negar a Divinda­de de Jesus, por isso traduzem a aludida passa­gem dando a impressão de que Cristo não se in­

Há neste versículo, três palavras que mere­cem um estudo mais detido para que compreenda­mos bem o sentido que Paulo nos quis transmitir:
a) ooápxwv - nome sing. Masc. do participio pre­sente do verbo.
Ôrrápxw- existir, ser, subsistir, indi­cando uma condição essencial ou original que perdura, em contras­te com o fugaz e acidental.
eimi-  ser, existir, o verbo geral existência.
ginomai- tornar-se, nascer, acontecer, ser feito, especificando o que urna pessoa se tOrna quanto à quali­dade, condição, categoria ou ca­ráter. Fil. 2:6-8 ilustra os três verbos".
(As palavras em grego estão prejudicadas, devido sua digitalização, ao serem escaneadas).

Tanto Blass § 414, quanto Robertson página 1121, em suas respectivas gramáticas, nos afir­mam que o verbo guinomai é amplamente usado co­rno um substituto para "eimi".
b) arpagmon Que apenas foi usada nesta pas­sagem, é o acus. singular de ar­pagmós = roubo. Segundo "The A­nalytical Greek Lexicon, na Bí­blia significa: uma coisa retida com ávido desejo ou avidamente reivindicada e conspicuamente e­xercida.
moryh- Taylor, no livro já citado, na . pág. 393, explica-nos o seguinte:
ezos- forma, com ênfase sobre o aspec­to exterior. Luc.3:22: João 5:37
II Cor. 5:7.

morfh- forma, implicando essencial ca­ráter e natureza. Está em con­-       traste com - figura,       se­melhança exterior e efêmera .Mor­fê salienta a essencial natureza divina e a real humanidade de Jesus, em Fil. 2:6-7; squêma sali­entando a fase passageira da sua humilhação.
Vincent, abalizado comentarista, em Word Studies in The New Testament, vol. III, páginas 430 e 431 comentando a palavra morfê afirma: "Precisamos banir de nossa mente a idéia de for­ma. A palavra é usada em seu sentido filosófico para denotar aquela expressão do ser que teria em si mesmo a distinta natureza e caráter do ser a quem pertence e é assim permanentemente iden­tificada com aquela natureza e caráter. Assim é distinta de squêma, porque compreende aquilo que apela aos sentidos e que é mutável. Morfê é i­dentificada com a essência de uma pessoa ou coi­sa. Squêma é um acidente que pode mudar sem a­fetar a forma. Para o termo morfê aplicado a Deus não temos nenhuma palavra que possa trans­mitir sua exata significação...
Dizer de Cristo, que sendo na forma de Deus, é dizer que ele existia tão essencialmente como Deus existe".
O Comentário Adventista, Vol. 7, pág. 154 , afirma sobre esta palavra:
"'Morfê' aqui denota todas as característi­cas e atributos essênciais de Deus. Neste sen­tido, morfê representa a maneira em que as qua­lidades e características eternas de Deus se têm manifestado. Seja qual for a forma que essa manifestação tenha tomado foi ela possuída por Cristo, que por isso existiu como Um com Deus.
Sabatini Lalli em O Logos Eterno pondera:
A expressão, 'que sendo ou subsistindo na forma de Deus', revela que, na mente lúcida de Paulo, como também no texto grego - pois o apóstolo se expressa com clareza e segurança es­tá contida a afirmação da preexistência eterna do Logos Divino. Em sua segunda Carta aos CorIn­tios 8:9, Paulo afirma: 'Porque já sabeis a gra­ça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis'. A mesma força verbal que se encerra na frase 'sendo ou subsistindo na forma de Deus', de Fil. 2:6, é evidente e irre­dutível na expressão 'sendo rico', de II Cor.8: 9. Cotejando estas duas passagens,concluímos que além de O Logos, como Pessoa, ter existência e­terna, conforme João 1:1, possuia também as ri­quezas próprias do Seu estado de Divindade. Pa­ra o Apóstolo, o Logos não 'era' pobre,  mas 'tornou-se' pobre, 'fez-se' pobre. O verbo gre­go 'ptochéno' - que significa 'tornar-se pobre','fazer-se pobre' ou 'empobrecer' - é empregado por Paulo na terceira pessoa singular do Indi­cativo Aoristo (éptócheusen) e indica uma ação passada que se realizou em certo tempo.       Este
tempo é referido por Paulo em Gál. 4:4 e na Car­ta ao Hebreus 1:1. A riqueza que o Logos Divino renunciou, quando assumiu a forma ou a natureza humana, foi a Sua glória, o Seu Domínio e a Sua Bem-Aventurança, na Sua Pobreza, o Lagos iden­tificou-se com a raça humana na sua miséria, e, por meio desta identificação, enriqueceu-a com a suprema dádiva da Justificação, da Iluminação, da santificação, da Paz, da Alegria, da Certeza da Vida Eterna, presentes de valor infinito que a raça recebeu em virtude da encarnação do Lo­gos'''. páginas 38-39.
Morfê significa poder, glória, majestade, natureza, essência. Essa palavra traduziria bem o sentido de glória que se encontra em são João
17:5.

o oráculo Russelita, na página 22, comen­tando Fil. 2:1-11 afirma: "Paulo faz claro que Cristo Jesus em sua forma pré-humana não era i­gual a seu Pai. Ele aconselha os cristãos a não serem motivados pelo egoísmo, mas a terem hu­mildade de mente, assim como teve Jesus Cristo, que, embora existindo na forma de Deus, antes de sua vinda à Terra, não foi ambicíoso para tornar-se igual a seu Pai".
Eles sustentam ainda, que Paulo nesta pas­sagem ensina que Jesus era inferior ao Pai, em natureza, quando na realidade a teologia pauli­na é totalmente oposta a esta afirmação. Basta citar:
       1º.) Col. 2:9 - Porque nele habita corporal­mente toda a plenitude da divindade.
2º.) Tito 2:13 - Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.

      3º.) Heb. 1:8 - Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos.
Segue-se uma página bastante oportuna, re­lacionada com este tema, citada por Homero Dun­car, no livro Testemunhas de Jeová?!

Com permissão da Oxford University Press , citamos o rodapé desse texto na New Scofield Reference Bible (Fil. 2: 6): "Esta é uma das afir­mativas mais incisivas do Novo Testamento sobre a Divindade de Jesus Cristo. A forma (no grego morfê) é a aparência externa pela qual uma pes­soa ou coisa dá na vista; é entretanto, uma for­ma externa verdadeiramente indicativa da natu­reza interior da qual brota. Nada nesta passa­gem ensina que a Palavra eterna (João 1:1) se esvaziasse de Sua natureza divina ou de seus a­tributos, mas apenas da manifestação externa e visível da Divindade. Deus pode mudar de forma, mas Ele não pode deixar de ser Deus. Em todas ocasiões Seus atributos divinos puderam ser e­xercidos de acordo com a Sua vontade".
Os editores da Scofield Reference Bible,que fizeram tal declaração, são mundialmente reco­nhecidos como sendo compententes mestres da Bí­blia.

Sabatini Lalli, em "O Logos Eterno" pág.38, enfatiza mais uma vez: "No texto de Fil. 2:6-11 ocorrem duas palavras cujo sentido deve ser no­tado, porque revelam o propósito definido que Paulo tinha em mente: "morfê" e "schema". A pa­lavra "morfê" significa "forma" e envolve tam­bém a idéia de "substância" ou "essência". A pa­lavra "schema", por outro lado, tem, entre ou­tros o sentido de "forma", "aparência", "seme­lhança" e "figura". Sófocles, por exemplo, em­pregando a palavra "schema", escreveu: "Tyran­non schema echein ( tem ares ou aparência de rei). Isto significa que qualquer pessoa pode ter "ares" ou "aparência" de rei, sem ser, ne­cessariamente, rei). A palavra "morfê" portanto, em contraste com "schema", denota a forma que é a expressão externa de determinada substância e essa forma é concebida como intimamente relaci­onada com a natureza dessa substância".
Em Fil. 2:6 Paulo afirma que Cristo não te­ve o deseje de lutar por aquilo que era seu por natureza e herança.
Para não nos alongarmos cansativamente :em comentários sobre esta passagem apresentamos a­inda uma tradução e uma paráfrase, já tornadas
conhecidas, entre nós, pelo Pastor Christianini, ao tratar deste mesmo assunto.
"Artur S. Way hábil tradutor de clássicos gregos, em The Epistles of St. Paulo (ed. 1921) pág. 55, assim traduz a citação de Paulo: Ele mesmo, quando subsistia na forma de Deus, não se agarrou egoisticamente a Sua prerrogativa de i­gualdade com Deus.
E o erudito G.B. Phillips, em Epistles to New Churches, 1948, pág. 113, em tradução peri­frástica, assim verte o texto: Porque Ele, que sempre fora Deus por natureza, não se ateve às Suas' prerrogativas de igualdade com Deus, mas despiu-se de todo o privilégio consentindo tor­nar-se escravo por natureza e nascendo como ho­mem mortal".
O autor da Radiografia do Jeovismo, após seu comentário desta passagem pergunta:
"Diante dessa nuvem de Testemunhas, as mais autorizadas, verdadeiras sumidades na língua o­riginal do Novo Testamento, em que fica o arre­medo de tradução, o mistifório jeovista?"
                 Sendo que não há resposta a tal pergunta,
eis aqui a minha:
                                 Estudando-lhes as doutrinas, Comparando-as com os ensinamentos bíblicos, contra' os quais assestam as suas armas negativistas e demolido­ras à Divindade de Cristo e a Trindade, concluo que muito apropriadamente se lhes aplica o pro­vérbio: O pior cego é aquele que não quer ver.


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