Nos limites da Morte
Experiências próximas da morte e
a vida depois do túmulo.
jack Provonsha
Pessoas de diferentes culturas
e religiões acreditam que uma parte de nós transcende o corpo quando morremos.
Não há evidências que comprovem isso, entretanto, alguns observadores dizem
ser possível trazer de volta o ente que “partiu”, algumas vezes simplesmente para dizer-nos
como são as coisas do outro lado.
O Dr. Raymond A. Moody Jr. discute experiências de
pessoas próximas da morte. Ele diz que a maioria delas experimentou um senso
de estar fora do corpo. Descrevem um sentimento de leveza. Para algumas o tempo
pára e para outras o tempo se acelera intensamente. Com freqüência os sentidos
parecem tornar-se mais aguçados.
Muitas das pessoas descritas por Moody
experimentaram um encontro com uma luz cujo brilho, embora fraco inicialmente,
torna-se cada vez mais intenso até atingir um brilho sobrenatural. Todos os
que passaram pela experiência não tinham dúvida de que a luz era um ser
pessoal, cuja identidade variava de acordo com as crenças religiosas de cada
um. Alguns falam de um anjo, outros de Cristo.Todos concordam que se sentiram
plenamente amados e aceitos na presença desse ser.
Essas pessoas recordaram a vida passada numa
série de brilhantes retrospectivas. Muitas disseram que a experiência próxima
da morte as tornavam mais reflexivas e preocupadas com os mais importantes
assuntos filosóficos.Todas elas, praticamente, se convenceram de que existe
vida após a morte e agora consideram-na um livramento.
Será que a ciência finalmente teve êxito em
estender-se para além da sepultura? Temos agora a evidência irrefutável de que
a vida continua após a morte? Essas experiências próximas da morte parecem
fornecer a prova necessária até que se descubra que outras pessoas tiveram
experiências semelhantes provocadas ~ por circunstâncias totalmente
diferentes.
LSD NA LINHA
Fascinantes paralelos das experiências relatadas
por Moody e outros são encontrados na literatura conhecida como psicodélica.
Quase todos os aspectos da experiência próxima da morte são igualados pelos
usuários de alucinógenos, como LSD e outros.
Uma característica comum nos dois grupos é a
impossibilidade de descrever suas histórias. A experiência parece estar sempre
além da compreensão dos envolvidos. Outra característica é a ilusão de estar
fora do corpo. Alguém que estava sob o efeito de LSD disse: “Eu podia ver a mim
mesmo da cabeça aos pés, bem como ver o sofá onde me deitava. Eu flutuava numa
ilha solitária de éter. Nenhuma parte do meu corpo estava sujeita às leis da
gravidade (citado por Sanford M. Unger, na revista Psychiatry de maio de 1963).
Outra característica partilhada por ambos é a
crença na imortalidade da alma. Para Jane Dunlap, autora do livro Exploring the Inner Space, o que até
agora parecia meramente um conceito intelectual tornou-se uma convicção
emocionalmente carregada: que nossa alma, a parte divina em nós, vive pela
eternidade, permanecendo para sempre imortal.
Mais da metade de um grupo de usuários de LSD
alegou ter encontrado “a mais profunda experiência espiritual de sua vida”
(citado por Timothy Leary, na revista Psychedelic
Review, vol. 1, pág. 325). Muitos dependentes encontram uma maior
consciência de Deus, ou um poder superior, ou a suprema realidade, maior
tolerância pelos outros e um novo senso de direção e de novas decisões para a
vida. Timothy Leary diz ainda que um sentimento de intenso amor domina o estado
mental criado pelas substâncias químicas.
ALTERAÇÕES QUÍMICAS
É interessante
notar que uma overdose de dióxido de carbono produz efeitos semelhantes aos
produzidos pelas experiências próximas da morte e pelas drogas psicodélicas.
L. J. Meduna, autor do livro Carbon
Dioxide Therapy, resume o resultado da administração de dióxido de carbono
em um grande grupo de pessoas, na seguinte declaração: “Podemos definitivamente
ver que as formas constantes nas visões provocadas por mescalina estão
presentes nas alterações sensoriais produzidas por C02”.
Pessoas submetidas ao dióxido de carbono tiveram
experiências fora do corpo. Como nos casos dos viciados e dos que passam pelas
experiências próximas da morte, descreveram cavernas, túneis e luzes
intensamente brilhantes. Disseram ter voltado ao passado e vivido diversas
experiências espirituais.
Alterações na química do sistema
nervoso central podem produzir alucinações
L. J. Meduna relatou
também as impressões de uma pessoa em seqüência à uma visão inicial de cores e
desenhos brilhantes:
“Senti-me estar sendo
dividido; era como se minha alma estivesse sendo separada do meu corpo físico.
Parecia-me estar deixando a Terra e estar indo para cima até onde alcancei um
espírito maior, com quem mantive comunhão. Senti um notável relaxamento e
profunda segurança. Parecia-me receber a segurança de que eu superaria as
coisas que estavam me aborrecendo. Senti até que esse espírito maior sorria
indulgentemente ao ver meus pequenos e inúteis esforços. Então eu me aproximei
para sentir o seu calor e a sua terna força. Em seguida me veio a certeza de
que receberia poder suficiente para superar o que quer que me acontecesse”.
Alterações na química do
sistema nervoso central podem produzir ilusões e alucinações, sejam elas
induzidas por agentes externos, como drogas psicodélicas ou por fatores internos,
bioquímicos. O fato é que durante o processo da morte, quando o organismo
começa a parar de funcionar - como no caso de um ataque cardíaco - grandes
mudanças ocorrem no funcionamento do corpo. A falta de circulação do sangue
provoca a formação de dióxido de carbono e de outros subprodutos do
metabolismo. Essas mudanças
podem muito bem produzir alucinações como as relatadas pelas pessoas que
estiveram próximas da morte.
As experiências descritas por Raymond Moody
ocorrem somente quando a parada cardíaca é gradual. Isso não acontece quando o
coração pára subitamente.
Muitas
coisas acerca das mudanças bioquímicas que ocorrem durante a morte ainda
permanecem desconhecidas. Por outro lado, alucinações provocadas por drogas
psicodélicas e overdose de díóxido de carbono formam paralelos extremamente
semelhantes às histórias contadas por pessoas que disseram ter estado próximas
da morte. Esse fato sugere que tais experiências são provávelmente o produto
da distorcida química do cérebro,
condicionado pelo sistema de
crenças. expectativas e insinuações ambientais. Não devemos considerá-las como
prova de que a vida continua após a morte.
A BÍBLIA
E A VIDA APÓS A MORTE
A Bíblia diz que o pecado resulta em morte (ver
Gênesis 2:17: 3:19 e Romanos 6:23). Diz também que se todos pecaram, todos
devem morrer (ver Romanos 5:12). Ela descreve a morte como o mal, um
“inimigo” (1 Coríntios 15:26, comparar com os versos 54 e 55). Por isso, subestimar a morte, fazer dela uma mera porta para
uma existência melhor, é subestimar ou mesmo negar essa verdade bíblica.
Como é a morte? As Escrituras dizem que ela é como
um sono (ver João 11:11-14). Os mortos estão inconscientes (ver Salmo 115:17;
Eclesiastes 9:5,6 e 10). Só Deus é imortal (ver ITimóteo 6:16). Na segunda
vinda de Cristo. por ocasião da ressurreição, é que aqueles que creram em Deus
(ver João 3:16) receberão o dom da vida eterna (ver Romanos 6:23 e I Coríntios
15:51-54).
Quando os conversos do tempo de Paulo perderam
seus queridos, ele não lhes disse que se regozijassem, pois seus amados estavam
ainda vivendo apenas num lugar diferente. Pelo contrário, apontou-lhes a
esperança da ressurreição (ver I Coríntios 15:51-54 e I Tessalonicenses
4:13-18). Só então é que as pessoas viverão para nunca mais morrer.
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