"SENHOR MEU E DEUS . MEU"
Nosso objetivo, ao escrevermos
estes capítulos, é reafirmar a Divindade de Jesus, negada ardorosamente pelas
chamadas "testemunhas de Jeová", useiros e vezeiros em truncarem os
textos das Escrituras e dar-lhes sentido distorcido. E o fazem procurando
apoio nas línguas originais da Bíblia, no intuito de impressionar os menos
avisados. Isto é o que se verifica nomeadamente nas traduções Novo Mundo e
Diaglotão, não apenas no seu inseguro conteúdo textual como nos
apêndices, rodapés e margens onde há comentários e referências de uma pobreza
franciscana.
Em capítulos anteriores,
esquadrinhamos e pulverizamos dois desses trucamentos: os de S. João 1:1 e
8:58. Consideremos agora a resposta pronta e decisiva do apóstolo Tomé diante
da evidência concreta da ressurreição do Senhor, prociamando-Lhe a Divindade.
De forma alguma, porém,
aceitam os jeovistas a clareza solar do texto, que se encontra em S. João 20:28, consistente
nas seguintes palavras: "Respondeu-Lhe Tomé: Senhor meu e Deus
meu!", importando numa adoração ao "Deus manifestado em
carne".
A simples leitura textual
não deixa dúvida quanto à Divindade de Cristo, proclamada de modo categórico,
formal, incisivo.
Mesmo assim, procuram os
russelitas burlar o sentido clarissimo dessa afirmação, objetivando elidir a
idéia da Divindade do Filho de Deus, com processos discutíveis. Contudo, em
pura perda, e nesse particular, o tiro saiu-lhes pela culatra, como veremos.
Vamos recompor todo o
verso, como se acha no original, literalmente traduzido entre linhas:
Apekrithe Thomas
kai eipen auto ho
Kyrios moy
kai ho Theós moy
Respondeu Tomé e
disse lhe (o) Senhor meu e (o)
Deus meu.
A expressão de Tomé:
"ho Theós moy" só pode ser traduzida por "Deus meu". Não há
outra saída. Tanto assim que o próprio Diaglotão Enfático (massuda versão
bilíngüe usada à larga pelos jeovistas), à página 396 traduz "ho Theós
moy" literalmente por "O Deus de mim" ou "meu Deus".
Mesmo os leitores leigos
podem notar, no original grego, a presença do artigo "ho" tanto junto
de "Kyrios" (Senhor) como junto de "Theós" (Deus). A
presença do artigo definido neste passo é muito importante porque, de acordo
com o argumento dogmático das próprias "testemunhas de Jeová" - segundo o qual só a existência do
artigo distingue o Deus Verdadeiro e Único Jeová, de um "deus"
secundário, inferior - temos aqui a prova provada, que elas mesmas nos fornecem, de que Tomé
se dirigiu ao Deus Único e Verdadeiro: Jesus, que é Um com Jeová. E
assim, os jeovistas caíram dramaticamente na cilada do "artigo" que
eles mesmos armaram.
E isto se comprova na Tradução
Novo Mundo, em inglês, pois nela há uma Apêndice à página 776, com a
seguinte declaração:
"Assim também S. João
I: 1 e 2 emprega HO THEÓS para distinguir Jeová Deus, do Verbo (Logos) como
'um deus', 'o unigênito de Deus' como S. João 1:18 o chama."
É uma confissão de que no
texto em lide (S. João 20:28) a referência é a Deus Jeová mesmo!
A bem da verdade deve ser
dito que essa declaração, diante dos legítimos cânones lingüísticos do grego,
nada esclarece, e apenas reitera a idéia fixa ariana, com o objetivo confesso
de negar, a todo custo, a Divindade de Jesus, pretendendo reduzi-Lo a um
"deus" de segunda mão, criado em algum tempo.
Para pulverizar essa infâmia
sacrílega bastaria este simples raciocínio. Se Tomé chamou a Cristo ressuscitado
de Jeová (à vista da existência do artigo definido "ho" diante de
"Theós", como querem os russelitas), e Cristo não protestou, não
negou essa qualificação divina, mas a confirmou plenamente ao dizer, no verso
29: "Porque Me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e
creram", então, amigos, nenhum malabarismo exegético, nenhuma distorção do
texto, poderá alterar o pensamento básico, a saber, que Jesus Cristo é Jeová Deus!
Há mais a considerar. A Tradução
Novo Mundo em inglês evita cuidadosamente qualquer explicação ou comentário
deste texto, mas registra na margem, à página 350, com asterisco(*) uma meia
dúzia de passagens com referência a Cristo, que eles entendem mencioná-Lo como
um "deus", e desta forma desprimorosa tentam engodar o leitor
desprevenido. Apresentam-lhe textos que não têm correlação alguma com o
versículo em causa, e são mencionadas abstratamente, sem sentido, sem lógica,
sem adequação, numa confissão tácita de que o argumento vale zero.
O ponto capital é este: há
outro "deus" além de Jeová? As Escrituras só dão uma resposta:
.NÃO HÁ! Não há outro deus a não ser Jeová. Leia-se Isa. 45:21-23;
37:16-20; 44:68 e outros passos. Para sermos exatos, há muitos chamados
"deuses" nas Escrituras, porém não são deuses pela identidade, pela
existência-própria, pela soberania, mas o são por aclamação e adoração humanas;
são ídolos. O próprio Satanás caiu nesta categoria, e é chamado o "deus
deste século".
Cristo, porém, é Deus - Um
com o Pai, em substância, natureza e poder. Tomé, dizendo "Deus meu" adorou a
Cristo como a ressurreta encarnação da Divindade: Jeová, único, eterno,
verdadeiro na Pessoa do Filho, Deus manifestado em carne.
O cúmulo do contra-senso é
a seguinte interpretação que nos foi dada por um russelita: quando Tomé disse
"Senhor meu" dirigia seu pensamento a Cristo que estava à sua
frente, mas quando disse "Deus meu", dirigiu-se a Jeová, no Céu.
Primeiramente a frase é uma só, ligada pela aditiva "kai" (e), isto
é, "Senhor meu E Deus
meu".
Em segundo lugar, isto corre parelha com o sistema jesuíta das restrições
mentais, da duplicidade, do bifrontismo por parte de Tomé, o que não
aceitamos.
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