Youtube

domingo, 10 de agosto de 2014

A BÍBLIA E A MORTE - ESTAR COM CRISTO FILIPENSES 1:21-23


Estar com Cristo Filip. 1:21-23.
O       que Paulo queria dizer quando afirmou que, quando morresse, iria imediatamente estar com Cristo? A. J.


Diz a passagem: “Porquanto, para mim, o viver é Cris­to, e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o dese­jo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor) Filip. 1:21-23.

Se não houvesse nenhum outro texto na Bíblia que tratasse do assunto da recompensa final dos justos, o lei­tor poderia ser perdoado por concluir que Paulo esperava entrar no Céu logo após a morte. Mas queremos acrescen­tar que, se uma frase isolada em algum texto das Escritu­ras deva ser vista isoladamente, a Bíblia parece ensinar salvação pelas obras, oraçôes pelos mortos e outras dou­trinas que os protestantes consideram não bíblicas.
Não podemos concordar com a interpretação das pala­vras de Paulo com o sentido apresentado pelo consulente. Por quê? Porque faria o apóstolo contradizer-se. Paulo es­creveu muito sobre o assunto de estar com Cristo. Exami­nemos uma parte de seus escritos, antes de chegarmos a uma conclusão a respeito dessa passagem.
Em outra de suas cartas, Paulo entra em detalhe quan­to ao tempo em que os justos irão “estar com o Senhor”:
“Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de or­dem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscita­rão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, sere­mos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sem­pre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” 1 Tess. 4:16-18.
ti impossível pensar que Paulo acreditava que os jus­tos vão estar com o Senhor por ocasião da morte, uma vez que ele afirmou aos tessalonicenses que os justos, tanto os vivos quanto os que ressuscitarão, irão “juntos” “estar com o Senhor”, no segundo advento. Disse que lhes estava escrevendo para que não fossem “ignorantes’l Se­ria inadmissível que os deixasse na ignorância quanto a estarem com Cristo na morte, se ele assim acreditasse. De fato, disse-lhes exatamente o contrário: que os justos mortos não estarão com o Senhor logo após a morte, mas aguardam a manhã da ressurreição. Se ele acreditasse que vamos estar com o Senhor na morte, por que deixou de mencionar esse fato quando estava escrevendo para con­solá-los? Ele os exortou a procurar consolo em um even­to futuro: a ressurreiçao.
Os líderes religiosos que crêem em almas imortais, “consolam” os enlutados com a idéia de que os amados já foram para junto do Senhor e declaram que nós, ad­ventistas, estamos privando um enlutado do maior con­
solo possível. Portanto, não estariam questionando tam­bém a Paulo?
Se o apóstolo acreditasse que os justos vão para Deus por ocasião da morte, por que disse à igreja de Corinto que a transformação da mortalidade para a imortalidade ocorrerá na “última trombeta”? (Veja 1 Cor. 15:51-54.) Ou por que disse aos colossenses que, quando Cristo Se manifestar, “então, vós também sereis manifestados com Ele, em glória”? Col. 3:4. Ou por que, ao aproximar-se o tempo de sua própria “partida” pela espada do executor, afirmou: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não so­mente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda”? II Tim. 4:8.
E por que o próprio Cristo disse a Seus discípulos que eles estariam novamente com Ele quando cumpris­se a promessa: “Voltarei e vos receberei para Mim mes­mo”? Por que focalizou a atenção de Seus perturbados discípulos no segundo advento, se fosse verdade que to­dos eles iriam estar com seu Senhor imediatamente após a morte?
Essas e outras passagens estão em total contradição com a interpretação dada às palavras de Paulo na objeção acima. Devemos concluir, então, que a Bíblia se contradiz? Não. Em sua declaração aos filipenses, Paulo não diz quando espera estar com Cristo. Menciona o fato de estar cansado das lutas da vida e seu desejo de descansar do conflito, se isso levasse Cristo a ser “engrandecido’l Mas, para o veterano apóstolo, que tão constantemente havia pregado o glorioso retorno de Cristo como o único even­to grandioso além da sepultura, o adormecer na morte es­tava imediatamente ligado com o que ocorreria no des­pertamento da ressurreição: o ser “arrebatado” “para o en­contro do Senhor’l
Não é incomum um escritor bíblico reunir eventos separados por um longo espaço de tempo. A Bíblia, ge­ralmente, não entra em detalhes, mas apresenta os pon­tos realmente importantes do trato de Deus com a hu­manidade no transcorrer dos séculos. Por exemplo, Isaías 61:1 e 2 contém uma profecia da obra que Cristo faria em Seu primeiro advento. Em Lucas 4:17- 19, está o relato de Cristo lendo essa profecia para o povo e infor­mando: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.” Mas um exame cuidadoso mostra que Cristo não leu toda a profecia de Isaías, embora evidentemente ela seja uma declaração conectada. Ele terminou com a fra­se: “Apregoar o ano aceitável do Senhor)’ Mas a frase se­guinte da sentença é: “E o dia da vingança do nosso Deus.” Ele não leu essa parte porque ela não devia ainda se cumprir. A passagem de lsaías nem mesmo sugere que um período de tempo se interpõe entre esta frase e as precedentes. Mas outras passagens bíblicas indicam cla­ramente tal fato, e é pelo exame de todas as outras pas­sagens que entendemos uma profecia breve e condensa­da como essa de Isaías.         


Revista Adventista, setembro 2004


Sem comentários:

Enviar um comentário

VEJA TAMBÉM ESTES:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...