Tormento ou aniquilamento eterno?
SAMUEL
BACCHIOCCHI
Março - Abril. 2000 - Ministério
O Ph. D., professor de Religião na Universidade Andrews,Estados Unidos
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inferno é uma doutrina bíblica.
Mas que espécie de inferno? Um lugar, onde os pecadores impenitentes queimam
para sempre e conscientemente sofrem dor num fogo eterno que nunca termina? Ou
um julgamento penal nem pelo qual Deus aniquila pecadores e pecado para
sempre?
Tradicionalmente, através dos séculos, as igrejas
têm ensinado e pregadores têm
proclamado o inferno como tormento eterno. Mas em tempos recentes, raramente
ouvimos os sermões de “fogo e enxofre”, mesmo de pregadores fundamentalistas,
que podem ainda estar comprometidos com tal crença. Sua hesitação em pregar
sobre tormento eterno provavelmente não é devida a uma falta de integridade
em proclamar uma verdade impopular, mas à sua aversão de pregar uma doutrina
na qual dificilmente crêem. Afinal. como é possível que o Deus que tanto amou o
mundo que enviou Seu Filho unigênito para salvar pecadores, pode também ser
um Deus que tortura as pessoas (mesmo o pior dos pecadores) para sempre.
indefinidamente? Como Pode Deus ser um Deus de amor e justiça e ao mesmo tempo
atormentar os pecadores para sempre no fogo do inferno?
Este paradoxo inaceitável tem levado estudiosos de
todas as persuasões a reexaminar o ensino bíblico quanto ao inferno e o
castigo final.1
A questão fundamental é: o fogo do inferno
tortura os perdidos eternamente ou os consome permanentemente? As respostas a
essa pergunta variam. Duas interpretações recentes, tendo em vista tornar o
inferno mais humano, merecem uma breve menção.
Opiniões alternativas
Opinião
metafórica do inferno. A interpretação
metafórica mantém que o inferno é tormento eterno, mas o sofrimento é mais
mental do que físico. O fogo não é literal mas figurativo e ~ dor ó caí içada
mais por um senso de separacão de Deus do que tormentos físicos 2
Billy Graham expressa tal opinião metafórica
quando afirma: “Tenho-me perguntado muitas vezes se o infeino nao é um fogo
queimando dentro de nossos corações por Deus
para comunhão com Deus, um fogo que nunca podemos apagar.”3 A
interpretação de Billy Graham é engenhosa. Infelizmente, porém, ela ignora o
fato que a descrição bíblica de “queimar refere-se não a um queimar dentro do
coração, mas a um lugar onde os ímpios são consumidos.
William Crockett também favorece a opinião
metafórica: ‘O inferno, então, não devia ser imaginado como um inferno
vomitando fogo como a fornalha ardente de Nabucodonosor. O máximo que podemos
dizer é que os rebeldes serão expulsos da presença de Deus, sem nenhuma
esperança de restauração. Como Adão e Eva, serão expulsos: mas desta vez para
uma noite eterna, onde alegria e esperança estão para sempre perdidas.”4
O problema com essa opinião do inferno é que ela
quer substituir tormento físico por angústia mental. Alguns podem duvidar se
a angústia mental eterna é realmente mais humana do que o tormento físico.
Mesmo que fosse verdade, a diminuição do grau de dor num inferno não literal
não muda substancialmente a sua natureza pois ele ainda permanece um lugar de
tormento sem fim. A solução se encontra não em humanizar ou sanear a opinião
tradicional sobre o inferno, de modo a torná-lo um lugar mais tolerável onde
os ímpios passarão a eternidade, mas em compreender a natureza verdadeira do
castigo final que, como veremos é o aniquilamento permanente e não
tormento eterno.
A opinião
universalista do inferno. Uma
revisão mais radical do inferno tem sido tentada por universalistas que o reduzem
a uma condição temporária de castigos graduados que no fim levam ao Céu. Os
universalistas crêem que Deus afinal terá êxito em levar a todo ser humano à salvação
e à vida eterna de modo que ninguém será condenado no
julgamento final ao tormento eterno ou aniquilamento 5
Ninguém negará o apelo
que o universalismo tem para a consciência cristã, porque toda pessoa que
sentiu o amor de Deus almeja vê-Lo salvar a todos. Todavia, nossa apreciação
pelo interesse universalista de defender o triunfo do amor de Deus, e para
refutar a opinião não bíblica do sofrimento eterno, não nos devia cegar ao fato
que essa doutrina é uma distorção séria do ensino bíblico. Salvação universal
não pode ser correta somente ooroue o sofrimento eterno é errado. 9 alvo universal
do píopósito salvífico de Deus não deye ser confundido com o fato de que
aqueles que rejeitam Sua dádiva de salvação hão de perecer.
Embora as opiniões metafórica
e universalista representem tentativas bem-intencionadas para abrandar o
conceito do sofrimento eterno, deixam de reconhecer os dados bíblicos e
conseqüentemente representam mal a doutrina bíblica da punição final dos que
não se salvam. A solução razoável dos problemas das opiniões tradicionais se
encontra, não diminuindo ou eliminando o grau de dor de um inferno literal.
mas em aceitar o inferno tal como ele é, ou seja, o castjgo fjnal e o
aniquilamento dos ímpios. Como diz a Bíblia, o ímpio não existirá
(Sal.37:10), porque seu ‘fim é a
perdicao” (Filip. 3:19).
A crença no aniquilamento dos perdidos é baseada em quatro consideracões
bíblicas: 1) a morte como castigo do pecado;
2) o vocabulário sobre a destruição dos ímpios; 3) as implicações morais do tormento eterno
e 4) as implicações cosmológicas do
tormento eterno.
Morte como punição – O
aniquilamento final dos pecadores impenitentes é indicado em primeiro lugar,
pelo principio bíblico fundamental que o castigo final do pecado é a
morte: “A alma que pecar morrerá.”
(Ezeq. 18:4 e 20); “o salário do pecado é a morte” (Rom. 6:23). A punição
do pecado compreende não somente a primeira morte a qual todos experimentam
como resultado do pecado de Adão, mas também
o que a Bíblia chama de a segunda morte (Apoc. 20:14; 21:8), que
é a morte final e irreversível a ser sofrida pelos pecadores impenitentes. Isso significa que o salário final do pecado
não é o tormento eterno, mas morte permanente.
A Bíblia ensina oue a
morte é a cessação da vida. Não fosse pela segurança da ressurreição (I Cor
15:18), a morte que experimentamos seria
a terminação de nossa existência. É a ressurreição que converte a morte de
ser o fim da vida em um sono temporário. Mas não há ressurreição para a segunda
morte, porque aqueles que a sofrem são consumidos no “lago de fogo” (Apoc.
20:14). Este será o aniquilamento final.
Vocabulário bíblico
A segunda razão compulsiva para crer no
aniquilamento dos perdidos no julgamento final é o rico vocabulário de destruição usado na
Bíblia para descrever o fim dos ímpios. Segundo Basil Atkinson, o Antigo
Testamento usa mais de 25 substantivos e verbos para descrever a destruição
final dos impios.6
Diversos salmos descrevem esse acontecimento
usando imagens dramáticas (Sal.1:3-6; 2:9-12; 11:1-7: 34:8-22: 58:6-l0;
69:22-28; 145:17 e 20); No Salmo 37, por
exemplo lemos que os ímpios logo “murcharão como a erva” (v 2)’ eles “serão exterminados...
e... não existirá o ímpio” (vs 9 e lO); “perecerão.... serão aniquilados e se
desfarão em fumaça” (v. 20); os “transgressores
serão à uma. destruídos” (v. 38).
O Salmo 1 contrasta o caminho dos justos com o
caminho dos ímpios. Dos últimos ele diz que “não prevalecerão no iuízo” (v.
5): mas serão “como a palha que o vento dispersa” (v. 4); “o caminho dos ímpios
perecerá” (v. 6). No Salmo 145. Davi afirma: “0 senhor guarda a todos os que O
amam; porém os ímpios serão exterminados” (v. 20). Essa amostra de referências
sobre a destruição final dos ímoios está em perfeita harmonia com Q ensinamento
do resto das Fscrituras.
Os profetas freqüentemente
anunciam a destruição final dos ímpios em conjunção com o dia escatológico do
Senhor. lsaias proclama que “os transgressores e os pecadores serão juntamente
destruídos; e os que deixarem o Senhor perecerão.” ( Isa. 1:28). Descrições
semelhantes são encontradas em Sofonias 1:15,17 e 18, e Oséias 13:3.
A última página do Antigo
Testamento provê um contraste impressionante entre o destino dos crentes e o
dos incrédulos. Sobre aqueles que temem o Senhor “nascerá o Sol da justiça,
trazendo salvação nas suas asas” (Mal. 4:2). Mas para os incrédulos, o dia do
Senhor “os abrasará. de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo’ (Mal.
4:1).
O Novo Testamento segue de perto o Antigo, ao descrever o fim dos ímpios
com palavras e imagens que denotam aniquilamento total. Jesus comparou a destruição
total dos ímpios a coisas como o joio amarrado em molhos para serem , queimados
(Mat. 13:30 e 40), o peixe ruim que é lançado fora (Mat. 13:48), as plantas
daninhas que serão arrancadas (Mat. 15:13), a árvore sem fruto que será cortada
(Luc. 13:7). os ramos ressequidos que são lançados no fogo (João 15:6), os
lavradores infiéis que serão destruídos (Luc. 20:16), os antediluvianos que
foram destruídos pelo Dilúvio (Luc. 7:27), o povo de Sodoma e Gomorra que foi
consumido pelo fogo (Luc. 17:29). e os servos rebeldes que foram mortos à
volta de seu Senhor (Luc. 19:27).
Todas essas ilustrações descrevem de modo gráfico a destruição final dos impios.
O contraste entre o destino dos salvos e o dos perdidos é um de vida versus destruição.
Aqueles que apelam às referências de Cristo ao inferno ou fogo do inferno (gehenna, Mat. 5:22,29 e 30: 18:8 e 9;
23:15 e 33; Mar. 9:43, 44,46-48). para apoiar sua crença num tormento eterno,
deixam de reconhecer um ponto importante.
Como assinala John Stott, “o fogo mesmo é chamado eterno e
inextinguível, mas seria muito estranho se aquilo que nele fosse jogado se
demonstrasse indestrutível. Esperaríamos o oposto: seria consumido para
sempre, não atormentado para sempre. Segue-se
que é o fumo (evidência de que o fogo efetuou o seu trabalho) que ‘sobe para
todo o sempre’ (Apoc. 14:11; 10:3)”
A referência de Cristo a gehenna não_indica
que o inferno seja um lugar de tormento infindo. O que é eterno ou
inextinguível não é o castigo mas o fato que, como no caso de Sodoma e Gomorra,
causa a destruição completa e permanente dos ímpios, uma condição que dura
para sempre.
A declaração de Cristo de que os ímpios “irão para o tormento eterno mas os
justos para a vida eterna” (Mat. 25:46) é geralmente considerada como prova do sofrimento eterno e consciente dos ímpios. Essa interpretação ignora a diferença entre
punição eterna e o ato de punir eternamente. O termo grego aionios (eterno) literalmente significa
“aquilo que dura um período”, e freqüentemente refere-se à permanência do
resultado e não à continuação de um processo. Por exemplo, Judas 7 diz que
Sodoma e Gomorra sofreram “a pena do fogo eterno”. É evidente que o fogo que
destruiu as duas cidades é eterno, não por causa da sua duração, mas por causa
de seus resultados permanentes.
Outro exemplo encontra-se em II Tessalonicenses
1:9. onde Paulo. falando daqueles que rejeitam o evangelho, diz: “Estes sofrerão
penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do Seu
poder.” É evidente que a destruição dos ímpios não pode ser eterna em sua
duração, porque é difícil imaginar um processo de destruição eterno e
inconclusivo. Destruição pressupõe aniquilamento. A destruição dos ímpios é
eterna, não porque o processo de destruição continua para sempre, mas porque os resultados são permanentes.
A linguagem de destruição
é inescapável no livro de Apocalipse. Lá ele representa a maneira de Deus
vencer a oposição do mal a Si mesmo e a Seu povo. João descreve com ilustrações
vívidas o lançamento do diabo , da besta , do falso profeta, da morte e de
todos os ímpios no lago de fogo que é a “segunda morte”. (Apoc. 21:8, 20:14,
20:6).
Os judeus freqüentemente usavam a frase “segunda
morte”para descrever a morte final e irreversível. Exemplos numerosos podem ser
achados no Targum , a tradução e interpretação em aramaico do Antigo
Testamento. Por exemplo, o Targum sobre Isaias 65:6 diz: “Seu castigo será em
Gehenna onde o fogo arde todo dia. Eis esta escrito diante de mim: ‘Não lhes
darei descanso durante sua vida mas lhes darei o castigo de sua transgressão e
entregarei seus corpos à segunda morte”’ 8
Para os salvos, a ressurreição marca a retribuição
marca o galardão de outra vida mais elevada, mas para os perdidos marca a
retribuição de uma segunda morte final. Como não há mais morte para os remidos (Apoc.21:4),
assim não há mais vida para os perdidos (Apoc.21:8). A “segunda morte”, então,
é a morte final e irreversível.
Interpretar a frase de outro modo, como um tormento eterno e consciente
ou separação de Deus, nega o siguinificado bíblico da morte como uma cessação
de vida.
Implicações Morais - Uma terceira razão para crer no aniquilamento final
dos perdidos é a implicação moral inaceitável da doutrina do tormento eterno. A noção de que Deus deliberadamente
tortura pecadores através dos séculos sem fim da eternidade é totalmente incompatível
com a revelação bíblica de Deus como amor infinito. Um Deus que inflige tortura
interminável a Suas criaturas, não importa quão pecadoras foram, não pode ser
o Pai de amor que Jesus Cristo nos revelou.
Tem Deus duas faces? É Ele infinitamente
misericordioso de um lado e insaciavelmente cruel de outro? Pode Ele amar os
pecadores de tal modo que enviou Seu filho para salvá-los, e ao mesmo tempo
odiar os pecadores impenitentes tanto que os submete a um tormento cruel sem
fim? Podemos legitimamente louvar a Deus por Sua bondade, se Ele atormenta os
pecadores através dos séculos da eternidade? A intuição moral que Deus plantou
em nossa consciência não pode aceitar a crueldade de uma divindade que sujeita
pecadores a tormento infindo. A justiça divina não pode jamais exigir a
penalidade infinita de dor eterna por causa de pecados finitos.
Alem disso, tormento eterno e consciente é
contrário ao conceito bíblico de justiça, porque tal castigo criaria uma
desproporção séria entre os pecados cometidos durante uma vida e o castigo
resultante durando por toda a eternidade. Como Jonh Stott pergunta : Qnão
haveria, então, uma desproporçãoséria entre os pecados conscientemente
cometidos no tempo e o tormento conscientemete sofridos através da eternidade
?Não minimizo a gravidade do pecado como rebelião contra Deus nosso Criador,
mas quetiono se o ‘tormento eterno consciente’ é compatível com a revelação
bíblica da justiça divina.” 9
Implicações cosmológicas – Uma razão final para
crer no aniquilamento dos perdidos é que o tormento eterno pressupõe um
dualismo cósmico eterno. Céu e Inferno, felicidade e dor, bem e mal
continuariam a existir para sempre lado a lado. É impossível reconciliar essa
opinião com a visão profética da Nova Terra, na qual não mais “haverá morte,
nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas já passaram”
(Apoc.21:4). Como poderiam pranto e dor serem esquecidos, se a agonia e
angustia dos perdidos fossem aspectos permanentes da nova ordem ?
A presença de incontáveis milhões sofrendo para
sempre tormento excruciante, mesmo se fosse bem longe do arraial dos santos,
serviria apenas para destruir a paz e a felicidade do novo mundo. A nova
criação resultaria defeituosas desde o primeiro dia, visto que os pecadores
permaneceriam como uma realidade eterna no Universo de Deus.
O propósito
do plano da salvação é desarraigar definitivamente a presença de pecado e
pecadores deste mundo. Somente se os pecadores, Satanás e os diabos, forem
afinal consumidos no lago de fogo e extintos na segunda morte é que podemos
dizer que a missão redentora de Cristo foi concluida. O tormento eterno
lançaria uma sombra permanente sobre a nova criação.
Nossa geração precisa desesperadamente aprender o
temor de Deus, e esta é uma razão para pregar o juízo final e o castigo.
Precisamos advertir as pessoas que aqueles que rejeitam os princípios de vida
de Cristo e a provisão de salvação experimentarão afinal um julgamento
terrível e “padecerão eterna perdição” (II Tess. 1:9). Precisamos proclamar as
grandes alternativas entre a vida eterna e destruição permanente. A recuperação
do ponto de vista bíblico do juíso final pode soltar a língua dos pregadores,
porque podem pregar essa doutrina vital sem receio de retratar a Deus como um monstro.
Referências:
Para um exame de pesquisa recente sobre a natureza
do inferno, ver Samuel Bacchiocchí, Immortality or Resurredion ? A Biblical
Study on Human Nature and Destiny; Berrien Spring, MI, Biblical
Perspectives. 1997, pags. 193-248.
2 William V. Crocket,
Four Views aí HeIt: Grand Rapids. MI, Zondervan, 1992, p~gs.
43-81.
3 Billy Graham, Decision 25 (julho-agosto 1984) p~g. 2. Em outro lugar. BilIy
Graham pergunta: Poderia ser que o fogo do qual Jesus falou é uma eterna busca
de Deus que nunca é satisfeita? Isso, com efeito seria inferno. Estar separado
de Deus para sempre. separado de Sua presença.” Ver The
Challenge: Sermons From Madison Square qarden:
Garden City, NY, Doubleday, 1969, pág. 75. 4 William Crocket, Op. CíL, pâg. 61.
4 Basil F. C. Atkinson. Life and lmmorta(ily: Examinatian aí the Nature and
Meaning aí Life and Death as They are Reuealed in The Scriptures: Taunton..
England. E. Goodman, s/d. pâgs. 85 e 86.
6 Ibidem.
7 John Stott e David
Edwards, Essentials: !I LiberaUEuangehcal
Dialogue: Londres, Hodder and Stoughton. I9~8. pág. 123.
8 M.
McNamara. The New Testamènt and lhe
Palestinian Targun to Pantateuch; Nova
York, Pontifical Biblical Institute. 178. pág. 123.
9 John Stotte e Davi
Edwards. Op. Cit. pag. 319.
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