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domingo, 10 de agosto de 2014

A MORTE NA BÍBLIA - O ESTADO DO HOMEM NA MORTE


O estado do homem
na morte

As Escrituras afirmam claramente sobre o que ocorre após a morte.

por Vanderlei Dorneles

A catalepsia é uma doença rara e de causas obscuras. Em geral, ela se manifesta da seguinte maneira: a pessoa acorda e procura se movimentar, mas não consegue.Tem a im­pressão de que uma força invisível a pren­de. Desesperada tenta gritar, mas não sai na­da. No passado, vitimas dessa doença foram sepultadas vivas, uma vez que pareciam mortas. Algumas foram desenterradas em estado desfigurado. Ao recobrar os movimen­tos e tomar consciência de que estavam se­pultadas, entraram em pânico e se cortaram com as unhas.
Estado semelhante de agonia seria vivido por todo ser humano se, depois de morto e em estado de degeneração física na sepultura, descobrisse que continua vivo “em espírito”, tendo consciência de tudo que ocorre na Terra, com seus filhos, cônjuge, etc.
Essa situação parece inaceitável. Mas seria o resultado lógico da crença popular de que o espírito continua vivo e consciente após a morte do corpo. Essa idéia que atribui ao espírito (ou alma) uma ca­tegoria divina e imortal é admitida pela maioria dos ocidentais, des­de Platão, filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Com a di­fusão do helenismo no Império Romano, a noção da imortalidade fi­cou bastante fortalecida, a ponto de ser aceita pelo cristianismo.Ten­do conquistado campo na cultura cristã, essa crença prevaleceu atra­vés da História. Hoje, poucos cristãos defendem o contrário.
Para os cristãos, a crença na imortalidade da alma cria sérias confusões. Se admitirmos que o espírito é uma entidade indepen­dente, como conceituado na cultura grega, e que ele deixa o cor­po por ocasião da morte em estado de consciência, teríamos de admitir também que antes de nascermos nosso espírito era consciente. Isso cria a noção da preexistência da alma, o que os cristãos não aceitam.Abre precedente também para a doutrina da reencarnação.
      A Bíblia afirma que, na morte, o espírito volta para Deus que o deu (Eclesíastes 12:7). Se o espírito que volta para Deus é vida consciente, todos os homens bons e maus teriam o mesmo destino. Dizer que os bons vão para Deus a fim de receber vida eterna e os maus, para receber o juízo contraria a doutrina da ressurreição e do juízo final claramente bíblica.
Na criação, Deus assoprou nas narinas do homem o fôlego de  vida (Gênesis 2:7). Se Ele assoprou mero fôlego, sai apenas fôlego. Afirmar que Deus assoprou fôlego e recolhe espírito cons­ciente é contraditório. O que Deus dá na vida recolhe na morte a respiração (ver Jó 33:4; 27:3; 34:14).

SONO PROFUNDO


Qual é então o verdadeiro estado do ser humano na morte?
Tanto na cultura hebraica quanto na igreja crista primitiva esse assunto era bem claro.A Bíblia afirma com naturalidade que o homem morre uma só vez e depois disso vem o juízo (Hebreus 9:27). Declara ainda que, devido ao pecado, a morte passou de Adão a todos os homens e mulheres (Romanos 5:12). Quanto ao que se poderia fazer enquanto morto, o salmista é claro: “Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios” (Salmo 146:4). Ninguém vai para o Céu ao mor­rer, pois “os modos não louvam o Senhor” (Salmo 6:5 e 115:17).
Quanto à possibilidade de os mortos saberem do que ocorre na Terra com os vivos, o sábio Salomão diz : “Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma... sua memória jaz no esquecimento.  Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja pereceram; e não têm parte em coisa alguma do que se faz de­baixo do Sol” (Eclesiastes 9:5 e 6).
O Antigo e o Novo Testamento comparam o estado de in­consciência na morte, com o do sono (ver Daniel 12:2, João 11:11-14 e 1a. Corintios 15:51-55). No sono da morte, porém, não há so­nho! Evidências de total inatividade na morte são encontradas na ressurreição de Jesus e de Lázaro. Nenhum deles relata qualquer coisa feita nos dias em que estiveram no túmulo. Ressurreto, Jesus afirma a Maria que não tinha ido ao Pai (João 20:17).
Sobre a ressurreição o apóstolo Paulo diz que, por ocasião da segunda vinda de Cristo, os vivos não subirão ao Céu antes dos mortos. Estes, ele diz, “ressuscitarão primeiro’, depois os vivos se­rão arrebatados junto com eles pai-a encontrar o Senhor nas nu­vens (1a. Tessalonicenses 4:15-17).

PROMESSA AO LADRÃO

Algumas pessoas encontram na promessa de Cristo ao la­drão na cruz uma dificuldade para entender a morte. Jesus pro­-
meteu ao malfeitor um lugar no paraíso. A maioria das tradu­ções traz o verso assim: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso (Lucas 23:43). Três fatos devem ser conside­rados para a correta compreensão da promessa: Primeiro, o la­drão sabia que a recompensa só seria recebida no futuro, por isso pediu: “Lembra-Te de mim quando vieres no Teu reino”  (Lu­cas 23:42). Segundo, o ladrão não morreu no mesmo dia. Os sol­dados foram ao Gólgota ao entardecer (daquela sexta-feira) e quebraram as pernas dos dois ladrões. Isso era feito para evitar que os crucificados fugissem, à noite. As de Jesus não foram quebradas uma vez que estava morto (João 19:32 e 33). Terceiro, Jesus mesmo não subiu ao Céu naquele dia. Ao ressusci­tar, três dias depois, disse que não subira ao Pai.
Portanto, o verso em questão (Lucas 23:43) deve ser ana­lisado de forma mais criteriosa, pois não se ajusta ao seu con­texto imediato.A tradução literal, a partir do original grego, seria: “Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso.” Sem pontuação porque por ocasião da escrita original ela não era usada; foi acrescentada ao texto bíblico séculos de­pois. Nesse caso o verso sofreu um erro de tradução, influen­ciado pela crença na imortalidade da alma. O tradutor enten­deu que deveria acrescentar a conjunção “que” antes do ad­vérbio de tempo “hoje” para clarear a sentença. Considerada a impossibilidade de Jesus estar naquele dia com o ladrão no paraíso, a tradução e pontuação correta seria: “Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso.”
Esse ladrão, salvo como prometido por Cristo, ressuscitará por ocasião da volta de Cristo com os demais mortos fiéis, e en­tão estará no paraíso.

                           Perguntas sobre o homem após a morte

  1. O que tornou o homem um ser vivente?
“Então, formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7)
  1. O que acontece ao ser humano quando deixa de rer o fôlego de vida?
“E o pó volte á terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12:7)
  1. Quantos dos seres humanos estão sujeitos à morte?
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12)
  1. Uma vez morta, como fica a comunicação da pessoa com os vivos?
“Sai-lhe o espírito, e eles tornam ao pó; neste mesmo dia, perecem todos os seus desígnios” (Salmo 146:4).
  1. A comunicação do morto com Deus continua a existir?
“Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor? (Salmo 6:5)
“Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio” (115:17)
  1. Qual a participação dos mortos, nos projetos e planos dos vivos?
“Porque os vivos sabem que vão morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque  a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Eclesiastes 9:5 e 6).
  1. Qual é, em resumo, o estado dos mortos?
“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou despertá-lo” (João 11:11).
  1. Qual promessa deixada por Deus para todos que morrem com sua fé em Cristo?
“Visto que a morte veio por um homem,  também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Coríntios 15:21 e 22).


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