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domingo, 10 de agosto de 2014

A BÍBLIA E A MORTE - O INFERNO ESTÁ AQUECENDO?


O inferno

está aquecendo?

Superstições sobre o inferno têm gerado terror e aversão a Deus.
por Austin Fletcher

O título me chamou a atenção: Uma Revelação Divina do Inferno. Além de ser um best-seller nos Estados Unidos, uma chamada na sobrecapa do livro de Mary Baxter reivindica para ele o papel de ser  “um lembrete para a necessidade que todos temos do milagre da salvação, um céu a conquistar e um inferno a evitar;  a descrença na existência do céu e do inferno não nos liberta de nenhum deles. Mas, por que, quando am­bos estão em discussão, há mais espe­culação humana do que consulta para saber o que a Bíblia diz a respeito?
Quinhentos anos atrás, quando a maior parte da Europa acreditava no purgatório, a descrição dos horrores do inferno motivou milita gente a comprar indulgências para livrar os mortos do in­ferno. Foi a venda delas que provocou o surgimento da Reforma Protestante.
Mas, de lá para cá, também os pre­gadores protestantes têm sido ambí­guos, pois embora rejeitem a idéia do purgatório, continuam a ameaçar os impenitentes com a noção do inferno!
A escritora Mary Baxter diz que a doutrina da imortalidade da alma (para pecadores e santos) é a base do que muitos acreditam com respeito ao in­ferno. “A alma permanecerá sempre vi­va”, afirma. “A alma vive eternamente. Ela é o você real, e sua alma vai para o céu ou para o inferno.”
“Todos que estão no inferno mantêm todos os sentidos”, acrescenta fazendo uma descrição detalhada do que diz ha­ver visto. “Carnes em decomposição pen­duradas em tiras aos ossos; e, à medida que se queimavam, despencavam no fun­do do abismo. Onde antes estavam os olhos agora eram órbitas vazias. Ela não tinha cabelos.As pessoas perdem a pulsa­ção do coração e o sangue verdadeiro”
Acerca da geografia do lugar, Bax­ter diz que existe o “túnel do medo”, composto por duas pernas: “a esquerda” e “a direita”; mais “a barriga” do inferno. Acrescenta ela: “Jesus disse: “Estaremos logo na barriga do inferno. Esta parte tem 25 quilômetros de altura e quatro e meio de circunferência, corno um círcu­lo. Jesus me deu as medidas exatas.”
Descrito por seus editores como “o mais famoso sermão jamais pregado na historia da América”, o sermão do pre­gador protestante Jonathan Edwards, de 8 de julho de 1741, foi recentemen­te publicado e só fala do inferno.
Note esta declaração:  “O Deus que o sustenta acima do abismo do inferno, co­mo alguém segura unia aranha ou um in­seto asqueroso acima do fogo, abomina você e sente-se terrivelmente provocado: Sua ira para com você queima como fogo. “Olha para você como alguém digno de nada mais do que ser lançado no fogo;  Ele tem olhos mais puros do que um urso para manter você em Sua presença; você é dez mil vezes mais abominável diante de seus olhos, do que a mais venenosa serpente diante dos nossos olhos” (sermão Pecadores nas Mãos de um Deus Irado).
• Conquanto Baxter e Edwards fa­çam apelos fervorosos para que o POVO se arrependa a fim de evitar o inferno a todo custo e aceitar o amor de Jesus rei­vindicando-o como seu Salvador, o qua­dro que que eles pintam do inferno não é o que se encontra na Bíblia. Somente na Bíblia é que se descobre toda a verdade acerca do inferno.

QUE DIZ A BÍBLIA

A Bíblia usa diversas palavras para o “inferno” .A palavra hebraica sheol é usa­da no Antigo Testamento.
Na versão Almeida Revista e Atuali­zada (ARA) essa palavra é traduzida por “ínferno”  (9 vezes), “morte”, “sepul­tura ou sepulcro”, “além” (36 vezes) e “abismo” (6 vezes). Algumas vezes o contexto sugere que “inferno” deveria ter sido com mais freqüência traduzi­do por morte” ou “sepultura”.
A Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) e a Nova Versão Internacional (NVI) do Novo Testamento registram mais 11 ocorrências traduzidas como ‘morte”, “mundo dos mortos” e “sepulcro”-    Está claro, portanto, que sheol descreve a se­pultura, o lugar dos mortos ou a expe­riência da morte que vem a todos san­tos e pecadores, salvos e não salvos.
No original grego do Novo Testa­mento, três palavras são traduzidas pa­ra o português como “inferno”. A pri­meira é tartarus. A única ocorrência desta palavra está em II Pedro 2:4:
“Ora, se Deus não poupou anjos quan­do pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de tre­vas, reservando-os para juízo” (NVI).
Pedro está falando do lugar no qual os anjos maus foram lançados do Céu e fizeram sua habitação. Esse texto não sugere que o tartarus é para onde os ímpios vão ao morrer. A Bíblia, no entanto, ensina onde o diabo e seus anjos, juntamente com os impenitentes serão destruidos  o lugar é a Terra (ver Ma­teus 25:41; Apocalipse 20:9 e 10).
A segunda palavra é hades. A versão ARA traduz essa palavra por “infemo” (7 ve­zes), ”morte (3 vezes) e “abismo” (1 vez). A NVI, contudo, não usa a palavra “inferno” mas “sepulcro” (2 vezes), “morte” (1 vez) e assume uma posição neutra oito vezes ao usar na realidade a própria palavra hades.
É seguro dizer que hades é usado no Novo Testamento para transmitir a mes­ma idéia que sheol no Antigo Testamen­to, exceto uma vez, onde ‘inferno” é usa­do de maneira figurada numa parábola de Jesus como um lugar onde os ímpios são punidos (ver Lucas 16:23).
A terceira palavra, geena, era usada constantemente por Jesus para narrar o destino dos ímpios (10 vezes), se bem que a usasse de maneira descritiva (Ma­teus 23:15, assim como fez Tiago no ca­pítulo 3:6). Para Jesus, o inferno é um lu­gar real e pessoas reais serão lançadas ali para destruição (ver Mateus 10:28).

VIDA OU MORTE?

O que dizer, porém, de declarações que descrevem o perverso como sendo “lançado no inferno, onde ‘o seu verme não morre, e o fogo não se apaga”’ (Mar­cos 9:48, NVI)?
Um comentário explica: “O verme que não morre não é símbolo de uma al­ma que não pode morrer, mas da corrup­ção que não pode ser purificada” (The Mission and Message  of Jesus, de Major, Monson e Wright).
Esse fogo “não se apaga” antes de queimar totalmente. Jesus usou a pala­vra “perecer” sete vezes ao descrever o      destino dos perversos. Em João 3:16, por exem­plo, Jesus não só assegura ao crente a vida eterna como tam­bém fala do destino do perverso: “... para que todo o que nEle [em Jesus] crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”  Assim sendo, ou nós temos a vida eterna ou pe­recemos  (ver também João 3:15;  Mateus 18:14;  Lucas 13:3 e 5:21:18;  e João 10:28).
Jesus usou também as palavras “des­truir” e “destruição” falando do destino dos perversos. Essas palavras são usadas para descrever o que acontecerá aos ímpios.  Je­sus falou a respeito da sorte do povo de Sodoma: “Mas,no dia em que Ló saiu de So­doma, choveu do céu fogo e enxofre e des­truiu a todos”  (Lucas 17:29; II Pedro 2:6).
Judas acrescenta que sua sorte serve como exemplo do fogo eterno,  sofren­do punição” (Judas 7).
      É verdade que a Bíblia diz que a fu­maça do seu tormento sobe pelos sécu­los dos séculos” (ver Apocalipse 14:9-12; 20:7-10 e 13-15), mas nós precisamos procurar entender esses textos a luz do grande peso da evidência de que os ím­pios não existirão depois do juízo final.
A Bíblia diz que eles terão um fim muito real:  “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de  Deus é
a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Se­nhor” (Romanos 6:23).  O que é ofereci­do por Deus perdura em  nítido contras­te com o que é oferecido pelo pecado - vida eterna contrastada com a morte.
Esta é a nossa escolha: vida eterna ou morte eterna. Embora nem um de nós seja digno de vida eterna, “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Fi­lho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mun­do, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” João 3:16 e 17).


Sinais dos Tempos       Julho/99

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