O QUE CREEM OS ADVENTISTAS SOBRE
A PARUSIA OU A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
A suprema esperança de todos os cristãos, através dos séculos, tem sido o
cumprimento da promessa de Cristo de regressar a este mundo para por fim ao
domínio de Satanás. Esta esperança se encontra alicerçada nas infalíveis
promessas encontradas nas Escrituras Sagradas.
“Uma das verdades mais solenes, e não obstante mais gloriosas, reveladas
na Escritura Sagrada, é a da segunda vinda de Cristo, para completar a grande
obra da redenção”.
“A doutrina do segundo advento é verdadeiramente, a nota tônica das
Sagradas Escrituras”.1
Apesar das irrefutáveis provas bíblicas, que apresentam a maneira da sua
segunda vinda, interpretações errôneas têm surgido para explicar este evento
glorioso.
Uma série de debates tem
surgido em torno da palavra grega “parusia”.
Diante desta realidade, é necessário estudá-la e compará-la com outras
palavras usadas na Bíblia, para designar a “Vinda de Cristo” a fim de
compreendermos melhor o assunto.
A Bíblia nos apresenta insofismáveis provas de como será o regresso de
Cristo á Terra. Atos 1:10-11; 3: 20-21; FiI. 3:20; Tito 2:13; Heb. 9:27.
Termos usados para o regresso de Cristo.
A Volta de Cristo é chamada com muita propriedade de “Segunda Vinda”, mas
nas Escrituras várias palavras são usadas para designar este acontecimento,
sendo as principais estas:
1ª) Apocalipsis
É uma transliteração da palavra grega, cuja tradução seria revelação de
algo que não se vê.
O Novo Dicionário da Bíblia, referindo-se a esta palavra afirma:
“Sua volta será também um apocalipsis, um desvendamento ou descoberta,
quando o poder e a glória, que agora já lhe pertencem, em virtude de Sua
exaltação e presença celestial (Fil. 2: 9; Efés. 1: 20-23; Heb. 1: 3; 2: 9)
serão desvendados diante do mundo (1 Ped. 1:13).
2ª) Epiphania
Esta palavra designava no grego clássico o aparecimento de uma divindade
que se encontrava escondida.
Este vocábulo traduzido em português por aparição ou manifestação,
refere-se à vinda de Cristo, como se Ele saísse de um lugar escondido, para nos
trazer as ricas bênçãos da salvação. (II Tes. 2:8; I Tim. 6:14; Tito 2:13).
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3ª) Faneroo
O excelente
dicionário de Arndt and Gingrich traduz este verbo assim:
a) Revelar,
fazer conhecido, mostrar: I Cor. 4: 5; Tito
b) Tornar
visível ou conhecido, ser revelado: Marc. 4: 22; São João 3:21; Rom. 16:26;
Efés. 5: 13.
c) Aparecer,
revelar-se. Aparece em quatro passagens com referência à segunda vinda de
Cristo: Col. 3: 4; I Ped. 5:4; I João 2:28; 3:2.
4ª) Parusia
Das quatro
apresentadas é a mais conhecida e mais importante para descrever a segunda
vinda de Cristo, por isso requer de nós um estudo mais minucioso.
Que é Parusia?
Palavra grega
proveniente do verbo grego “pareimi” que significa estar presente.
A palavra
parusia é usada 24 vezes no Novo Testamento. Catorze vezes nas Epístolas
Paulinas, quatro em Mateus, duas em Tiago, três em II Pedro e uma em 1 João.
Todos os
comentários e dicionaristas são unânimes em afirmar que o termo grego
significa, presença, chegada, vinda, volta e que é usado duas vezes para
presença (II Cor. 10: 10; Fil. 2: 12) e 22 vezes para a vinda de Cristo (Mat.
24: 3, 27, 37; I Cor. 1:8 etc. etc.)
O alentado
Dicionário do Novo Testamento de
Tayer ao estudar a palavra “parusia” afirma:
“No Novo Testamento acha-se, especialmente, relacionada com o Advento,
isto é, a futura volta visível de Jesus, procedente do céu, o Messias, que
virá para ressuscitar os mortos, decidir o último julgamento e estabelecer de
maneira aparente e gloriosa, o Reino de Deus.”
Apesar desta uniformidade, quanto à sua significação, idéias antibíblicas
têm surgido em sua interpretação. Dentre estas as duas mais conhecidas são:
I. A
dos Dispensacionalistas ou do Arrebatamento Secreto.
Suas idéias sobre a segunda vinda de Cristo são pregadas insistentemente e
aceitas por bom número de pessoas.
Crêem numa futura dupla vinda de Cristo separada por um período de sete
anos.
Afirmam:
“A primeira destas é a parusia ou simplesmente ‘a vinda’ quando se dará o
rapto dos santos, também chamado rapto secreto”.
Esta vinda será secreta e apenas conhecida pelo desaparecimento dos
eleitos. Ensinam ainda, que neste evento Cristo não descerá à Terra, mas
permanecerá nas alturas sem ser visto pelos homens. Este acontecimento
denomina-se a “vinda para seus santos”, I Tes. 4: 15-16 e será seguido por um
intervalo de sete anos. Durante este período sucederão algumas coisas, assim
descritas por eles:
Esta será
seguida de um intervalo de sete anos, durante os quais o mundo será
evangelizado, Mat. 24: 24; Israel convertido, Rom. 11: 26; a grande tribulação
ocorrerá, Mat. 24: 21-22 e o anticristo ou o homem do pecado será revelado, II
Tes. 2: 8-10”.4
Esta doutrina
não é autorizada pelas Sagradas Escrituras, porque contém uma série de
implicaç5es sem apoio bíblico.
Por exemplo:
A Bíblia nos
afirma que a segunda vinda de Cristo será um só evento. Será visível como nos
confirmam Atos 1: 11; Heb.9:27; Apoc. 1:7.
II. A das “Testemunhas de Jeová”
Defendem com
bastante insistência o extravagante ensino de que Cristo já voltou à Terra.
Esta heresia
teve origem com Carlos Russell, fundador do movimento.
Seu ensino tem
sofrido algumas mudanças, visando harmonizar datas díspares.
Carlos Russell
dizia que Cristo tinha vindo no ano de 1874. Seus seguidores afirmam hoje que
esta vinda de Cristo se deu em 1914, e para contornarem esta discrepância dão a
seguinte explicação:
Com a segunda
presença de Cristo em 1874 se iniciou a idade evangélica, que durou por um
período de 40 anos, isto é, até 1914.
Ensinam as
Testemunhas de Jeová que Cristo já está aqui e que sua vinda se processou de forma visível e que só pode ser
visto pelos filhos espirituais.
Em que passagens se baseiam para negarem a segunda vinda de nosso Senhor
de forma visível e corpórea e defenderem a presença invisível de Cristo? Evidentemente, em nenhum texto bíblico se
encontra esta idéia, que foi arquitetada, em 1871, na mente do fundador da
seita — Russell.
Estabeleceram suas conclusões baseadas em premissas falsas, isto é,
interpretando mal Mat. 23: 39 e São João 14: 19.
Afirmam em Make Sure of All Things, pág.
321: “O retorno de Cristo será invisível, porque Ele testificou que o homem
não poderia vê-lo, outra vez, em forma humana”.
As afirmativas de Cristo não servem de fundamento para as suas excêntricas
conclusões, porque violaram dois princípios fundamentais da hermenêutica:
1o.) Ao fazer a exegese da Bíblia, o intérprete deve ter em
vista o contexto.
2o.) Esqueceram-se da Regra Áurea da Interpretação, chamada por
Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto
das Escrituras e nunca através de passagens isoladas.
O principal problema relacionado com vinda visível ou invisível é uma
conseqüência da tradução da palavra grega parusia, que deveria ser traduzida,
como já vimos, apenas duas vezes por presença, mas eles sempre a traduzem desta
maneira. Para atingirem seus objetivos fizeram sua própria tradução da Bíblia,
a chamada Novo Mundo.
Parusia pode,
conforme o contexto, ser traduzida por presença, mas na maioria dos casos
traduzi-la assim, seria urna violação do sentido —
Mat. 24:3,27, 37, 39; I Cor. 15: 23.
O ensino russelita apresenta algumas contradições como as seguintes:
1ª.) A Bíblia ensina que com a vinda de Cristo terminariam os males da
humanidade. Como explicar que milhões de pessoas morreram, desde esse ano, por
meio de guerras, terremotos e pestilências?
2ª.) E humanamente impossível harmonizar que Cristo tenha vindo em 1914,
com suas próprias palavras em São Mateus 24: 30, 36.
3ª.) Se com a presença de Cristo os males aumentaram, as Testemunhas de
Jeová precisam confessar que Cristo não é um bom governante. A Bíblia ensina
exatamente o contrário.
4ª.) Os perversos serão destruídos com a sua vinda. II Tes. 2:8.
Foram eles destruídos em 1874 ou em 1914?
5ª.) Cristo ensinou que a ceia deveria ser comemorada até que Ele voltasse.
I Cor. 11: 26. Se Ele já voltou, as Testemunhas de Jeová não deveriam mais
comemorá-la.
Para uma boa compreensão da segunda vinda de Cristo, é mister saber, o que
a Bíblia de maneira clara e precisa nos ensina.
A maioria dos cristãos, inclusive os adventistas, crêem no tocante à
Segunda Vinda de Cristo, apenas na veracidade do Testemunho Bíblico. Várias
passagens nos esclarecem como será este glorioso acontecimento, base da
acalentada esperança cristã.
Henry H. Halley disse:
“E melhor não dogmatizar acerca de certos eventos relacionados com Sua Segunda Vinda. Porém, se a
linguagem éum veículo do pensamento, certamente se requer muita explicação e
interpretação para retirar das palavras de Jesus algo que não signifique o que
Ele conceituava sobre Sua segunda Vinda, apresentado como um evento histórico,
bem definido, no qual, Ele, pessoal e literalmente (embora não em seu corpo de
carne, senão em seu corpo glorificado) aparecerá para reunir a si mesmo em eterna glória
aqueles que foram redimidos por seu sangue. 5
O ensino da Bíblia, quanto à maneira
da vinda de Cristo, poderia ser sintetizado nos seguintes tópicos:
1o.) Será um regresso físico.
Que o regresso de Nosso Senhor será físico, deduz-se claramente de
passagens bíblicas, tais como: Atos 1:11; Heb. 9:27 e Apoc. 1: 7.
Jesus voltará à Terra em
corpo, não no corpo corrompido pela degradação ocasionada pelo pecado, mas no
corpo renovado e glorioso. Jesus estava deixando os discípulos em pessoa e
assim mesmo, em pessoa, promete voltar.
2º.) Será uma vinda repentina.
A Bíblia nos ensina que esta vinda será repentina, inesperada, tomando a
muitos de surpresa. Mat. 24: 37 a 44; 25: 1-12; Mar. 13:33-37; I Tes. 5:2,3; Apoc. 3:3; 16:15.
Embora haja muitos sinais estes não nos autorizam a marcar ano, mês ou dia
para este evento. Os sinais são advertências para nossa preparação, porque não sabemos o dia nem a hora em
que Cristo deve voltar.
3o.) Será uma vinda gloriosa
Sua segunda vinda, embora pessoal, física e visível, será bem diferente da
primeira. Não virá no corpo de sua humilhação, mas no corpo glorificado e com vestes reais. Virá como Rei dos
Reis e Senhor dos Senhores.
4o.) Sua vinda será universalmente visível e até audível. Mat.
24: 26-31; Apoc. 1:7.
Conclusões
Depois de estudar como será a Segunda Vinda de Cristo, conforme a Bíblia,
concluímos:
A idéia Dispensacionalista, embora bem arquitetada por seus defensores,
baseia-se em argumentos humanos. A autoridade suprema em assuntos religiosos — a Bíblia — não os aprova, portanto não podem ser aceitos.
As idéias russelitas partem de várias premissas falsas á luz da Bíblia,
começando pela tradução errada da palavra grega parusia. Sendo a Bíblia a norma
do pesquisador sincero, conclusões que ela n~o aprova devem ser colocadas de
lado.
Apesar da exuberante luz encontrada nas Escrituras Sagradas há grupos,
como os dois já citados, e pessoas isoladas que n5o aceitam os seus ensinos sobre a maneira
da Segunda Vinda de Cristo. Qu5o terrível será para estes o glorioso aparecimento
nos ares de Cristo em Sua glória, na glória de Seu Pai e na glória de miríades
de santos anjos. Tétricas são as palavras bíblicas que descrevem a sua
angústia. Apoc. 6:15-17.
Dia glorioso e feliz para os remidos justos e para os que morreram com a fé
e a esperança postas em Jesus Cristo.
As palavras de Jesus em São Mateus 24: 23 seriam excelente advertência aos
que divergem de um assim diz o Senhor, para não acreditarem em ensinos não
alicerçados nas Escrituras Sagradas.
Demos graças a Deus, prezado leitor, pela segura palavra inspirada, que nos
cientifica de que a Segunda Vinda de Cristo será visível fisicamente e que
todos terão a sublime oportunidade de vê-lo em glória e majestade. A Bíblia
confirma: Todo o olho o verá. Eu almejo vê-lo. Não aspira você a idêntico
privilégio?
Referências
1. O Conflito dos Séculos, Ellen G. White, pág. 323.
2. Novo Dicionário da Bíblia, pág. 512.
3. Teologia
Sistemática, L. Berkhof, pág. 832.
4. ldem, pág. 833.
5. lbidem, pág. 935.
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