PENINA, UMA
MULHER VENCIDA PELO
CIÚME
"Abalizadas autoridades
da saúde têm verificado que as causas mais profundas de muita
doença estão nas reações
emocionais perante
a vida. Ódio
prolongado e acerbo pode danificar
o cérebro, e pode provocar
desordens no coração,
tensão alta
e indigestão aguda
– todas suficientemente graves para matarem uma pessoa".
Robert D. Foster *
1
Samuel 1:1-8
Provérbios
6:24 "Para
te guardarem da má mulher
e das lisonjas da língua
estranha"
Provérbios
14:30 "O coração com saúde é a vida
da carne, mas
a inveja é a podridão dos ossos".
Provérbios
27:4 "Cruel é o furor
e a impetuosa ira,
mas quem
parará perante a inveja?"
Penina viveu num tempo de declínio. Israel havia chegado
a um dos pontos
mais escuros
da sua história.
Depois de Moisés e Josué terem governado
a nação com
tanta capacidade,
chegara o tempo dos juízes.
O próprio Deus
queria dirigir. Contudo,
o povo estava pouco
interessado em Deus
e voltava-se cada vez
mais para o culto aos ídolos.
Assim, o governo
teocrático falhou.
O declínio resultou em
anarquia. As leis
do governo já
não eram obedecidas. Cada homem
fazia o que parecia reto
aos seus olhos.
Juí. 21:25. O cima espiritual
não era
melhor do que
o político e social.
A ira de Deus
estava-se a acumular sobre
a cabeça de Eli, o principal
sacerdote, porque
tolerava o mau procedimento dos seus filhos
Hofni e Finéias.
Eli viu que eles comiam o melhor
dos sacrifícios oferecidos a Deus pelo povo. Sabiam que
degradavam o tabernáculo, envolvendo-se em atividades sexuais. Contudo,
não os repreendeu. 1 Sam. 2:12-33. O juízo de Deus
estava às portas. A casa
de Eli tinha perdido a sua influência e a nação estava prestes
a ser cercada
pelo inimigo,
os filisteus.
Mas ainda mais terrível do que
isto, era
que Deus
mal falava naqueles tempos.
Havia pouca comunicação
entre Ele
e o Seu povo.
1 Sam. 3:1b. Penina viveu durante este período. Elcana, seu marido, tinha duas mulheres.
Deus determinara que
cada homem
tivesse uma só mulher
e cada mulher
tivesse um só
marido. Gên. 2:18; Mat. 19:4-6; 1 Cor. 7:2. Mas,
uma vez que
o povo se desviou do ideal de Deus, Ele precaveu-Se destas exceções,
principalmente para
proteger o primogênito.
Deut. 21:15-17
Como Elcana
viu por experiência,
qualquer pessoa
que se desvia
dos planos de Deus
acarreta dificuldades sobre si mesma e sobre
os outros. A atmosfera
no seu lar
era insuportável.
O fato de Penina ter
filhos, enquanto
que a outra
esposa, Ana,
não tinha,
agravava o conflito.
Pelo menos
a forma de religião
tinha o seu
lugar próprio
na família de Elcana. Mas, embora todos os membros
pagassem os seus tributos
religiosos, Deus
não era
real para
Penina. Ela estava descontente.
Não se sentia grata
ao Senhor pelos
seus filhos
e pelas outras coisas que possuía. A sua
vida estava paralisada pela falta de gratidão. Ela não se deve ter apercebido
de que Deus
desejava outros tributos;
por exemplo,
amar as outras pessoas.
Ela tinha
tudo o que
uma mulher poderia
desejar, pois tinha muitos filhos. Esta era
geralmente uma prova
do favor de Deus.
Ela iria continuar
a viver no futuro
através da vida
dos seus filhos,
muito para além da sua morte.
Por outro lado, a outra esposa de
Elcana, sentia-se profundamente oprimida por não ter filhos. Ana não foi afetada
pelo espírito
do tempo em
que viveu. Porque
Deus ocupava o centro
dos seus pensamentos,
os atos dela eram inspirados pela fé. Era atraente e indulgente. Elcana via claramente a diferença
entre as duas mulheres.
Não podia deixar
de preferir Ana
a Penina.
Mas Penina não se sentia inspirada pelo
exemplo de Ana.
De fato, a sua
reação foi exatamente
ao contrário. Exaltava-se a si mesma acima de Ana, porque tinha dado à luz filhos – muitos
filhos. O fato
de que fora
Deus quem
lhe dera possibilidades de os ter não penetrava na sua mente.
Penina tinha ciúmes de Ana.
Provocava-a incessantemente, e em particular quando chegavam as festividades
dos judeus. De qualquer
modo, estes
dias causavam a Ana
uma dor ainda
maior, porque
constituíam celebrações da família, durante
as quais a nação
se movia, por agregados
familiares, até
à casa de Deus
em Silo.
Parecia que Penina ainda
se tornava mais mordaz
para com Ana durante
essas ocasiões.
Penina tinha consentido que a amargura se enraizasse no seu
coração. Heb. 12:15. E, uma vez que não tinha
guardado o coração (Prov. 4:23), a vida dela foi envenenada pela
inveja. Esta inveja
brotava da rivalidade, do egoísmo e falta
de humildade. A inveja
só busca
os seus próprios
interesses, não
os dos outros. A Bíblia
adverte-nos fortemente contra ela.
Filip. 2:3,4. A inveja não
é uma daquelas pequenas fraquezas de caráter
que Deus
poderia permitir
na vida do homem.
Ele coloca-a numa lista
de pecados que
a sociedade considera muito
graves: adultério,
idolatria, feitiçaria,
etc. Gál. 5:19-21.
"O ciúme é o furor dum homem"
escreveu Salomão. É como um fogo. Se não for sufocado rapidamente, não
se poderá deter, porque
afeta outras partes
do corpo. Isto
é especialmente verdade
no que se refere à língua.
Rom. 3:14. Penina é um exemplo de como
uma pessoa pode usar a língua para descarregar
a sua inveja.
Sendo um dos membros
do corpo mais
pequenos, a língua
pode causar um
incêndio capaz
de destruir vidas
inteiras. Tg. 3:16. Não admira que em tal caso a Bíblia diga que
a pessoa que usa mal a língua é "inflamada pelo
inferno". Tg. 3:2-8.
O ciúme devora a pessoa porque tem a sua raiz em Satanás. De fato,
ele destruiu o próprio
Satanás. Este teve inveja
de Deus. No seu
orgulho, quis ser
igual a Ele,
e isso causou a sua
queda. Isa. 14:13-15. Portanto,
Satanás sente-se feliz todas as vezes
que um
ser humano
cai nesta armadilha que
ele preparou. Muitas vezes, obtém grande
êxito, pois
as pessoas são
invejosas por natureza.
É ridículo que
os homens possam permitir
que um
mesmo membro,
a língua, que
usam para falar com Deus e para O honrarem, seja também
inspirado por Satanás.
A inveja
começa na mente.
Se não é detectada a tempo, e levada
a Deus (2 Cor.
10:5), arruína toda a vida da pessoa e impede as relações entre
os indivíduos. Também
é sutil. É um
perigo muito
maior para a pessoa que a alberga,
do que para
aquela a quem é dirigida. Como um bumerangue, volta
pana o invejoso.
Penina experimentou isso: não conseguiu resolver os seus problemas,
embora a solução
estivesse ao seu alcance.
Tudo o que
precisava fazer era
observar e seguir o exemplo da fé
de Ana.
Penina, uma mulher vencida pelo ciúme
(1 Samuel 1:1-8; Prov. 6:34; 14:30; 27:4)
Perguntas:
1. Que palavras
importantes lê
no relato do comportamento de Penina em relação a Ana?
2. Sendo uma mulher judia com filhos,
Penina era mais
privilegiada que a estéril
Ana. Por
que é que
ela tratava Ana
daquele modo?
3. Como é que a inveja e os outros pecados
mencionados em Gálatas 5:19-21 são classificados?
O que é que
o impressiona ao comparar este
vício com
os outros mencionados ali?
4. Considere a vida de Penina
à luz de Provérbios
4:23 e 2 Coríntios 10:5. Que conclusões tira
daí?
5. Que é que
pode aprender da vida
dela, quando a vê
à luz de Tiago 3:2-8?
6. Há coisas na sua vida que gostaria de corrigir depois de ter estudado
Penina? Ore acerca disso, e depois resolva como
há de começar a fazê-lo.
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
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