Amigo de Deus
Textos
Bíblicos: João 15:10-15
Introdução
(Exponha
tantos dos seguintes itens quanto possível: telefone, e-mail, carta, cartão
postal, flor, caixa de bombons, anúncios classificados, conjunto de regras e
regulamentos como, por exemplo, regras de hotel, regulamento escolar,
regulamento laboral.)
Quais
destes é que considerarias como um meio razoável de comunicares com um amigo?
Mesmo um anúncio de classificados pode servir para enviar saudações de
aniversário ou felicitações. Mas e quanto às regras e regulamentos? Não é algo
em que pensaríamos para enviar a um amigo. Não encaixam na nossa forma de
exprimirmos amor.
Contudo, o
nosso texto para hoje diz algo diferente. João 15:10-14. “Se guardardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os
mandamentos de meu Pai, e permaneço no Seu amor. Tenho-vos dito isto para que a
minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.
“O meu
mandamento é este: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior
amor do que este, de dar alguém a própria vida pelos seus amigos. Vós sois meus
amigos se fizerdes o que eu vos mando.”
São os dez
mandamentos uma expressão do amor de Deus? É a obediência aos mandamentos de
Deus uma expressão do nosso amor? De facto, o texto parece estar a dizer isso.
Talvez as próximas histórias nos ajudem a perceber melhor este conceito.
Agradar
nossos amigos
“Olá
companheiro!”, saudou Brandon o Jon, enquanto atirava os livros da universidade
para cima da cama. “Amanhã é feriado. Queres vir fazer uma caminhada com o
pessoal? Vai ser um espectáculo! O Ted ofereceu-se para levar o carro.”
“Não
posso”, respondeu Jon. “Sabes que eu gosto tanto de caminhadas como vocês, mas
prometi à Jessica que a ia levar ao concerto.”
“Ah, vá
lá!... Esquece a Jessica por uma vez! Anda lá divertir-te.”
“Nem
penses, não vou desapontar a Jessica,” insistiu Jon. “Eu prometi-lhe. Além do
mais, sabes que nós temos de falar sobre o casamento.”
“O amor
ganha sempre!” Admitiu Brandon. “Eu desisto.”
A resposta
do Jon foi normal. Nós queremos agradar aqueles que amamos fazendo aquilo que
nos pedem. É fácil virar as costas à multidão se o teu melhor amigo quer que faças
algo diferente.
Será que
não se passa exactamente a mesma coisa no nosso relacionamento com Jesus? Se
Ele é realmente o nosso melhor amigo, se nós nos apaixonámos por ele, então
vamos querer ouvir correctamente aquilo que Ele nos quer dizer, de modo a que
possamos fazer o que Ele quer que façamos. Vamos querer passar tempo nas nossas
meditações diárias a procurar as Suas instruções sobre como quer que nós
vivamos. Quando entendemos o que Ele quer, estaremos mais do que desejosos de
obedecer. É assim que funciona a amizade. É assim que funciona o amor.
Joni
Earekson Tada
A Jovem
Joni Eareckson de dezassete anos de idade foi nadar e mergulhou imprudentemente
para dentro da água pouco profunda. Sua cabeça bateu no fundo, partiu o pescoço
e ficou paralisada do pescoço para baixo. Naquele segundo, passou de uma
vibrante adolescente para uma quadraplégica.
Durante
semanas jazeu numa cama com armações no hospital, e pensava na vida sem poder
usar as mãos ou as pernas. Naquela altura, a vida parecia totalmente sem
esperança. Joni chorava copiosamente, irada com Deus. “Isto não é justo! Não
aguento viver assim.”
Certa
noite, sozinha na escuridão do quarto hospitalar, Joni jazia imóvel na cama,
quando a sua vida bateu bem fundo. Durante vários dias implorava aos amigos
para a ajudarem a suicidar-se. Eles recusaram. Ela ali jazia, a sentir seu
futuro completamente sem solução, incapaz mesmo de tirar sua própria vida.
Estava mal-humorada e queixava-se a toda a gente que se aproximava.
Um dia, um
amigo confrontou-a com uma ordem directa de Deus que se encontra em I
Tessalonicenses 5:18. “Em tudo dai graças.”
Fechou a
Bíblia e disse, “Bem, Joni, não achas que está na altura de mudares de atitude
e agradeceres a Deus pela tua cadeira de rodas?”
“Nem
penses!” Respondeu Joni. “Eu não estou agradecida nem vou estar. Não dou graças
quando não sinto que as deva dar.”
“Alto lá!”
Interrompeu o amigo. “Olha para o versículo outra vez. Não diz para te sentires
grata. Diz para dares graças em todas as circunstâncias, boas ou más, quer o
sintas, quer não.”
“Mas como
posso agradecer a Deus, quando não consigo entender por que é que isto
aconteceu comigo?” Queixou-se Joni.
“Nunca
compreenderemos os caminhos de Deus,” continuou Steve. “Não precisas de saber
porquê, precisas, sim, de ter vontade de fazer o que Deus diz, ser agradecida
de que Ele esteja em tua vida, a guiar-te e a ajudar-te.”
Deste modo,
Joni rangeu os dentes e rendeu sua vontade à Palavra de Deus. “O.K., Senhor, eu
agradeço-te por esta cama de hospital. Eu preferia mesmo ter piza, mas se
queres que tenha esta refeição de aveia do hospital, tudo bem. E Senhor,
agradeço-te porque a fisioterapia me está a ajudar. Senhor, estou agradecida
porque quando hoje tentei escrever o alfabeto, com o lápis entre os dentes, não
pareci uma galinha a esgravatar.”
Não ajudou
de um momento para o outro, mas com o tempo os sentimentos de Joni mudaram.
Escreve, “Sentimentos de gratidão começaram por trazer melhoras. Era como se
Deus me estivesse a recompensar com o sentimento de gratidão por Lhe ter
obedecido e dado graças.”
Aquele
acidente aconteceu há 37 anos. Joni é hoje uma artista com grandes dotes,
desenha pinturas com o pincel entre os dentes. É também uma oradora muito
conhecida e autora de livros com muito boa venda.
No fundo
das suas pinturas, escreve as iniciais PTL. Delicia-se quando as pessoas lhe
perguntam o que significam. Então ela pode explicar, “Querem dizer “Praise the
Lord (NT: Louvai ao Senhor).” Isto dá-lhe a oportunidade de contar às pessoas
como foi que ela começou a obedecer ao mandamento de Deus de dar graças e como
isto a levou a ter uma maior amizade com Jesus.
João 15:14
“Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.”
Todavia,
obedecer não é normalmente fácil, especialmente quando as amizades humanas
entram em conflito com a nossa amizade com Jesus.
O esforço
de Sarah para obedecer
Certo dia,
Sarah foi ter com Catherine Marshall com um problema. Tinha dúvidas sobre seu
namoro com Jeb.
“Eu amo o
Jeb”, dizia, “e o Jeb ama-me a mim. Mas o problema é que ele bebe. Não que seja
alcoólatra ou coisa do género. Mas a bebida é uma espécie de símbolo de muitas
ideias que ele tem. Isto tem-me aborrecido tanto que eu creio que Deus me está
a tentar dizer para deixar o Jeb. Escute o que diz a Bíblia, “Ora, em
recompensa disto (falo como a filhos), abri também o vosso coração. (...) que
parte tem o fiel com o infiel?” Mas eu continuo com a esperança que ele veja as
minhas maneiras e mude, mas até agora ainda não o fez e isso preocupa-me.”
Enquanto
falavam, Sarah chegou à sua própria conclusão. Perderia algo infinitamente
precioso, caso não seguisse o melhor e mais alto que conhecia. Lágrimas
corriam-lhe dos olhos enquanto dizia. “Vou terminar o namoro. Creio que é isto
que Deus quer de mim. Se Deus quiser que eu case com Jeb, Ele verá o que nele
há a transformar.”
Naquele
momento, ajoelharam-se e Sarah falou com Deus sobre a sua decisão em
obedecer-Lhe. Colocou os seus sonhos desfeitos e o futuro recentemente incerto
nas mãos de Deus. Submeteu-se a obedecer a Deus, confiando n’Ele para resolver
a sua vida de acordo com a Sua vontade.
As ideias
de Jeb não mudaram, e Sarah não casou com ele. Um ano mais tarde escreveu a
Catherine uma carta extática: “Quase que me matou deixar o Jeb. Mesmo assim,
Deus sabia que ele não era o melhor para mim. Há pouco tempo encontrei a pessoa
certa e estamos para nos casar. Hoje, tenho realmente algo a dizer sobre a
sabedoria e alegria de confiar em Deus e obedecer-Lhe.”
Chaterine
continua, “É bom lembrar que nem mesmo O Pastor pode guiar, se a ovelha não O
segue, mas insiste em correr à Sua frente ou tomando atalhos. É por isso que
Cristo persiste em que se Lhe obedeça de uma forma muito prática. Lucas 6:46
diz, “Porque me chamais, Senhor, Senhor e não fazeis o que Eu mando?”
É preciso
coragem
Era véspera
de Natal em Meath Park, Saskatchewan. Archie Shipowick tinha pedido uma folga
no trabalho para visitar o pai durante a época festiva. Depois da ceia, Archie
sentou-se a falar com seu pai, Samuel, e com o irmão mais novo, Roman. De
repente, Samuel levantou-se. “Acabei de me lembrar de algo”, disse,
desaparecendo para dentro do quarto. Voltou com uma garrafa fechada de vodka.
Abriu a
garrafa e encheu três copos. Empurrou dois por cima da mesa em direcção a Roman
e Archie. “É Natal”, disse. “Vamos tomar um copo!”
Archie não
fez qualquer movimento para pegar no copo. Engoliu duas vezes em seco e limpou
a garganta.
“Vamos lá
rapazes, bebam!” Ordenou Samuel, levantando o copo.
“Já não
bebo destas coisas”, disse Archie.
Samuel
ficou furioso. Estava a oferecer um copo de licor aos seus filhos crescidos,
como era costume os pais Russos fazerem na noite de Natal, e Archie recusava.
“Porque não?” Perguntou.
Archie
tentou encontrar palavras para explicar a experiência da sua conversão e nova
amizade com Deus.
“Archie
tornou-se um Sabotnik(guardador do
Sábado)”, disse Roman.
“Então tu
achas que és melhor do que nós?” A cara de Samuel estava contorcida com raiva.
“Sabotnik! Bah! Desgraçaste a
família!” Galgou rapidamente para a varanda e voltou com um machado em direcção
a Archie. “Já não és meu filho!”
“Não Papá!”
Gritou Roman, ao agarrar o braço do pai. O machado caiu no chão.
“Saí já
daqui! Os dois!” Ordenou Samuel.
Apressadamente,
Roman e Archie calçaram as botas, vestiram os casacos e saíram para a noite
estrelada, deixando Samuel em pé, no meio da cozinha, com um machado a seus
pés.
“Podias ter
bebido um gole ou dois só para agradar o Papá”, disse Roman depois de uns
momentos de silêncio. “Não podias ter feito um esforço na noite de Natal para
fazer o velhote feliz? Que diferença faria?”
“Se tivesse
feito isso estaria a magoar o meu Pai Celeste”, explicou Archie. “Tive de
escolher. Não podia agradar aos dois. Eu amo o papá, mas ainda amo mais a
Deus”.
Se amamos a
Deus vamos querer agradar-Lhe mais do que queremos agradar a nossos pais, ou
mesmo os amigos mais próximos. “Vós sois meus amigos”, disse Jesus, “se
fizerdes o que eu vos mando.” (João 15:14).
Poder para
obedecer
Sem ajuda é
impossível obedecer a todos os mandamentos de Deus. Com o Seu poder podemos fazer
o que quer que Ele nos peça. Corrie Boom viveu esta experiência uma noite, na
Alemanha. Aconteceu alguns anos após a II Guerra Mundial. Estava a dar uma
volta pela Europa, falando sobre amor e perdão. As pessoas afluíam para a ouvir
porque sabiam que tinha sido uma prisioneira de guerra, vítima de muita
crueldade e ódio. O seu testemunho sobre o poder do amor era muito convincente.
Após as
reuniões ficava na frente do auditório a cumprimentar as pessoas. Naquela
noite, ao olhar para cima, viu um homem vir em sua direcção, que reconheceu
como sendo um dos guardas de Ravensbruck. “Odeio aquele homem.” A cara de
Corrie endureceu à medida que revivia os horrores que passara nas mãos dele.
Uma onda de horror cobriu-a. Percebeu que o velho ódio ainda lá estava.
Ele
estendeu-lhe a mão. “Uma boa mensagem Frauline! Como a senhora diz, é bom saber
que todos os nossos pecados estão nas profundezas do mar”.
“Você era
guarda em Ravensbruck”, respondeu Corrie. “Lembro-me de si. Também se lembra de
mim?”
“Sim, fui
guarda em Ravensbruck”, admitiu. “ Mas não me lembro de si. Eram tantas
mulheres. Depois disso tornei-me um cristão. Sei que Deus me perdoou as coisas
cruéis que ali fiz. No entanto, também gostaria de ouvir isso dos seus lábios.
Frauline, está disposta a perdoar-me?”
As palavras
de Cristo vieram a Corrie, palavras que havia pregado tantas vezes, “Amai os
vossos inimigos. Perdoai vossos inimigos”. Contudo, naquela altura, Corrie
percebeu que não tinha controlo sobre as suas emoções de ódio, amargura e
raiva. Não conseguia obedecer a Deus. Não conseguia perdoar o homem. Ele havia
sido demasiado mau, demasiado cruel, demasiado detestável.
Corrie diz
que isto foi a coisa mais difícil que jamais teve de fazer. Olhou para o seu
coração e não conseguiu ver mais nada senão frieza, amargura, aversão. Não
havia qualquer sentimento de amor e perdão naquela ocasião.
“Jesus,
ajuda-me! Orou silenciosamente. “É possível estender minha mão. É possível
fazer esta enormidade, toma Tu o controlo. Tu tens poder de produzir sentimentos”.
Desajeitada
e mecanicamente, empurrou sua mão em direcção à outra que se lhe estendia.
Simultaneamente, algo incrível aconteceu. Diz ela, “A corrente começou nos meus
ombros, desceu rapidamente para o meu braço, e saltou para dentro de nossas
mãos unidas. Seguidamente, um calor curador pareceu inundar todo o meu ser,
trazendo-me lágrimas aos olhos”.
“Eu
perdoo-te, irmão”, disse chorando. “De todo o meu coração, eu perdoo-te”.
Mãos à obra:
Lê João
15:10-15
Examina
Abraão “foi
chamado amigo de Deus” (Tiago 2:23). Que experiências de obediência na sua vida
te ajudam a entender porque será que Deus lhe chama amigo?
Aprofunda
Procura
alguns de outros mandamentos que Deus deu. Qual destes achas mais difícil de
obedecer? Porquê?
- Mateus 6:44
- Mateus 6:3
- Mateus 6:7
- Mateus 7:1
- Mateus 7:12
- Lucas 16:15
- Hebreus 13:2
- I Tessalonicenses 5:18
- João 4:21
- Efésios 4:31,32
Pensa:
Que papel
desempenha cada um dos seguintes aspectos, na nossa vontade ou relutância em
obedecer a Deus?
- Sentimentos;
- Pressão de grupo;
- Vontade própria;
- Nosso relacionamento com Jesus;
- Nossa crença na autoridade da Palavra de Deus;
Discute:
Olha para
os Dez Mandamentos como uma expressão do amor de Deus por ti. Discute as
maneiras como este amor é revelado em cada um destes mandamentos.
Age:
Desenha um
cavalo e uma carroça. Com quais das palavras ou frases do “Pensa” acima
expostas, categorizarias o cavalo e a carroça? Como se enquadram os outros
aspectos com uma vida de obediência? Debate o teu desenho e o de teus colegas.
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