Saindo
da Caverna
Tema - Superando a Depressão
Texto - I Reis 19. 1-17
Introdução
Elias era um homem de Deus com uma energia física
impressionante:
Em I Rs 18.42, ele está no Monte Carmelo. Já o vs. 46 diz
que ele saiu de onde estava e foi correndo até Jizreel - ele correu uns 27 km.
Depois, foi até Berseba (19.3), distante 160 km. Foi, então, para o Monte
Horebe (19.8), que ficava a 300 km, perfazendo um total de 485 km !
Porém, apesar de toda a vitalidade e de um ministério
ímpar, realizado através de sinais e maravilhas, Elias, um dia, viu-se
perseguido, abatido e sozinho e ficou desesperado. A história é mais ou menos
assim:
Segundo os texto de I Rs 18. 4; 13, Elias pensava ser ele o
único sobrevivente da matança dos profetas do Senhor, patrocinada por Jezabel.
Elias havia predito um período de três anos de seca, onde haveria muita fome
sobre a terra e assim aconteceu. Durante esse período, Deus instruiu-o para que
fosse diante de Acabe, rei de Israel, a fim de que se reunissem todos os
profetas de Baal. A pedido de Elias, eles deveriam se encontrar no Monte
Carmelo. Os versículos contam-nos uma bela história de fé e poder, onde Elias
destruiu os 450 profetas de Baal. Depois teve a revelação de Deus de que viria
chuva e das bravas (18.41), Ele mandou avisar ao rei "apressa-te em voltar
para casa, se não a chuva te pega ..." (18.44). Quando Acabe chega
em casa, conta a Jezabel, sua mulher e protetora dos profetas de Baal, o que
Elias havia feito e como matou os 450 profetas. Ela, que era uma mulher maligna
e idólatra, tem como reação uma jura de vingança (19.2).
Aqui começa nossa história, aqui começa um dos piores
momentos na vida de um grande servo de Deus: quando Elias recebeu a noticia,
temeu e, cheio de pânico, fugiu para Berseba, deixando seu moço naquela cidade.
Foi, logo em, seguida, para o deserto, sob um sol causticante, pedindo ao
Senhor a própria morte ( ler 19.4). Depois de ter proferido estas
palavras, deitou-se debaixo de um zimbro e dormiu, talvez para esperar a morte.
Talvez buscasse a realização do sonho de dormir e não mais acordar. Mas, um
anjo do Senhor acorda-o e aproxima-se dele, trazendo-lhe comida e água. Ele
come, bebe e volta a dormir, talvez um pouco mais animado por poder morrer de
barriga cheia. Mas, o anjo volta e, pela segunda vez, desperta-o e lhe diz:
“levanta-te e come, porque longo será teu caminho ...” (19.7). Elias
levanta-se, come e, fortalecido pela comida recebida das mãos do anjo, anda 40
dias e 40 noites, até chegar ao Monte Horebe, o monte de Deus. Entra numa
caverna e lá mesmo, no monte santo de Deus, é acometido por um profundo
sentimento de depressão.
Muitas pessoas assemelham-se a Elias. sempre que se sentem
ameaçadas, por qualquer motivo. Normalmente, trancam-se numa caverna e
isolam-se. quando se deixam intimidar pelas situações da vida. Geralmente,
deprimem-se.
Vejamos o que aconteceu com Elias, o homem de Deus:
1 – Fugiu, a fim
de salvar a vida (19.3)
Sempre que nos vemos ameaçados, de alguma maneira, a
primeira reação é uma imensa preocupação com a sobrevivência física e
espiritual. Fechamo-nos dentro de nossos problemas e fugimos de tudo o que nos
ameaça.
2 - Abandonou a
comunhão e os relacionamentos (19.3a)
Quando nos sentimos intimidados, voltamo-nos, então, para
dentro de nós mesmos, distanciamo-nos das demais pessoas, com as quais não
conseguimos manter diálogo e ficamos com a tartaruga, sozinha em seu próprio
casco. Na verdade, não há mais possibilidade de relacionamentos interpessoais.
Abandonamos
nossos amigos e os que faziam parte de nosso mundo (até mesmo os queridos),
porque a preocupação e a ameaça nos consomem o tempo e a possibilidade de viver
para outros. Só nos dedicamos a refletir sobre as ameaças que pairam sobre
nossas cabeças.
3 – Encheu-se de
sentimentos negativos (19.4)
Note que Elias não foi levado para lá. Pelo contrário:
motivado por uma manifestação depressiva e uma tremenda motivação negativa que
lhe cercava a alma, dirigiu-se para o deserto. Quando nos sentimos ameaçados,
preocupamo-nos com nós mesmos, depois rompemos com os relacionamentos a nossa
volta e enchemo-nos de uma motivação negativa, procurando todo tipo de
afastamento e alienação de qualquer relação interpessoal que, um dia, tenhamos
mantido.
4 - Perdeu o
interesse pela vida (19.4)
Note que, no início, Elias preocupou-se com sua
sobrevivência, mas, no final, orou pedindo a própria morte. Por que estas
atitudes tão contraditórias ? Qualquer perda ou ameaça faz sobrevir às pessoas
uma preocupação consigo mesmas. mas o estado de calamidades em que se encontram
vai gerando outros desdobramentos, os quais tiram o desejo de continuar
vivendo. A ameaça, no início, faz com que o homem se preocupe consigo mesmo
mas, no fim, faz com que perca todo o interesse pela existência.
Elias experimentou tudo isto. Ele era um homem de Deus, mas
procurou, até mesmo, fugir de Sua presença. Esta é uma contradição entre a
teoria e a prática. Ou seja, teoricamente, ele cria no Senhor mas, vivia,
naquele momento, como os profetas de Baal, tristes, melancólicos e amargurados.
Porém a palavra do Senhor para Elias é também para todas e
todos os “Elias” presentes aqui, hoje. A palavra do Senhor, hoje, é para
aqueles que se encontram na caverna, deprimidos, amargurados, sentindo-se
ameaçados pelas circunstâncias da vida.
Qual é a palavra do senhor ? I Rs 19.11 diz: "... sai
da caverna e põe-te neste monte, perante o Senhor ...". Elias, homem de
Deus, cidadão dos céus, cujo nome significa "aquele cujo Deus é
Jeová", estava vivendo nas cavernas da existência humana, agora vivia na
escuridão ! Você, que está fechado, isolado, enclausurado em sua caverna (onde
pensa que tem segurança, mas na realidade não sabe o que tem perdido do
lado de fora, no monte santo do Senhor), saia agora e ponha-se perante o
Senhor, nesta noite. O Deus de Elias, que é o seu Deus, valerá !
O que podemos aprender com o drama de Elias ?
1 - Deus quer que
saibamos que Ele não nos fez para a depressão e o desânimo.
Por isto, o Senhor perguntou a Elias "... o que fazes
aqui ?" (19.9). Deus o levou para o monte e não para a caverna. E, agora,
o Senhor diz: “o que você faz aqui ? Eu planejei para você o monte e não a
caverna, a luz e não as trevas ! Saia daqui e coloque-se em seu lugar !” Deus
não nos criou para vivermos em opressão ou depressão
2 - Deus quer que
saibamos que, enquanto estivermos numa caverna, o máximo que ouviremos será um
murmúrio (19.12)
No hebraico, “cicio” quer dizer murmúrio. Do mesmo modo,
muitos de nós só ouvimos a voz de Deus de maneira muito distante e difusa, sem
impacto. Isto porque, se estivermos deprimidos, derrotados, abatidos e
escondidos dentro da caverna do nosso ser, não deixaremos Deus falar à altura
que deseja.
3 - Deus quer que
saibamos que nossa vida é fator de bênção
É unção para outras vidas (19.15-16).
4 - Deus quer que
saibamos que Ele está sobre nossos adversários e necessidades (19.17)
Foi Deus quem nomeou os reis que deveriam destruir Jezabel,
inimiga de Elias. Deus estava dizendo para o profeta: aquela que o ameaça, está
com os dias contados. Há uma solução para as nossas dificuldades (eu apenas não
sei quais são), mas posso confiar que Deus sabe o que fazer em cada situação.
Conclusão
Há pessoas que estão vivendo debaixo de opressão e
depressão. Mas Deus nos convida a sair da caverna e ter uma vida de confiança
nEle, sejam quais forem as circunstâncias que nos sobrevierem. Portanto,
saíamos da caverna, das sombras e andemos no caminho da luz, rumo à felicidade,
em nome de Jesus ! Amém !
Obs: Este
sermão está baseado no livro "O Divã de Deus", volume III, do pastor
Caio Fábio.
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