Em nome da Trindade
“Segundo o Novo Testamento, os
conversos ao cristianismo devem ser batizados em nome da Trindade ou apenas em
nome de Cristo?” — S.RS.L,
Timóteo, MG.
Na grande comissão evangélica de Mateus 28:18-20, Cristo ordenou que o
Evangelho fosse pregado a todas as nações e que os conversos dessas nações
fossem batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (verso 19).
No entanto, eventos registrados no livro de Atos falam de conversos que foram
batizados em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38, 8:16; 10:48; 19:5). Diante disso
surge a indagação: Esses batismos “em nome de Jesus” invalidam a ordem de
ministrar-se o batismo em nome da Trindade?
Várias teorias têm sido propostas para explicar essa aparente tensão entre
a ordem de Cristo e a prática da igreja apostólica. A mais convincente delas
parece ser a de que as referências ao batismo “em nome de Jesus Cristo” não estejam
sugerindo urna nova fórmula batismal
mas apenas enfatizando a condição básica
para esse rito ser ministrado Em outras palavras, um judeu étnico ou prosélito,
que já cria no verdadeiro Deus, só poderia ser batizado na comunidade cristã se
ele cresse também em Jesus de Nazaré co mo o prometido Messias.
O mesmo Cristo que declarou, em Mateus 28:19. que o ri to do batismo deve
ser ministrado “em nome do Pai, e do
Ei lho, e do Espírito Santo”, também afirmou, em Marcos 16 16 que a submissão a
esse rito deve ser precedida pela fé
que se centraliza no próprio Cristo (João 3:16; Hebreus 12:2). Por ocasião do
Pentecostes, aqueles que, em resposta ao discurso de Pedro, aceitaram a Jesus
de Nazaré como o Messias, foram batizados em nome de Jesus Cristo” (Atos 2:38)
como demonstração pública dessa aceitação.
Mas é importante notar que mesmo os textos que falam do batismo em nome de
Jesus Cristo” estão impregnados pelo conceito da Trindade. Analisando-se o
conteúdo desses textos, percebe-se, em primeiro lugar, que aqueles que foram
então batizados em nome de Jesus Cristo’ eram pessoas que já criam previamente
em Deus o Pai. Além disso, em todas essas ocasiões o batismo “em nome de Jesus
Cristo” foi acompanhado pelo recebimento prévio, simultâneo ou posterior do
“dom do Espírito Santo’ (Atos 2:38; 8:11-17; 10:44-48; 19:1-6).
Procurando invalidar a fórmula batismal em nome da Trindade, alguns
indivíduos alegam que o texto de Mateus
28:19 não
aparece no original grego do Novo Testamento. Essa alegação é totalmente
infundada, pois não existem quaisquer evidências textuais que a comprovem.
Embora hajam discussões significativas a respeito do conteúdo original de
Marcos 16:9-20 (ver Bruce M. Metzger, A
Textual Commentary on lhe Greek New Testament, ed. corr. [Londres: United Bible Societies, 1975], págs. 122-128), o mesmo não ocorre com Mateus 28:18-20.
Cremos, portanto, que a ministração do batismo “em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito” é parte dos ensinos de Cristo que devem ser observados
por Sua igreja “até à consumação do século” (Mateus 28:20).
consultor: Alberto R. Tímm, doutor em Teologia
Sinais dos Tempos
Agosto/99
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