Religião no cinema
Filmes misturam idéias religiosas e influenciam o pensamento do público Gary Krause
De Washrngron
Hollywood adotou a religião de maneira errada. Não e cristianismo, hinduísmo,
judaísmo ou islamismo. E uma mistura de elementos daqui e dali: um pouco de
reencarnação, uma pitada de espirítismo, um toque de ocultismo, uma
insinuação de Bíblia, uma boa dose de misticismo oriental, uma grande porção de
filosofia de auto-ajuda e sinta-se bem. Tudo isso combinado em pacotes de
filmes altamente emocionais e populares. E Hollywood está pregando a sua
religião com mais energia do que muitas igrejas pregam a religião delas.
Os ateus e céticos devem
balançar a cabeça quando vêem a programação da TV e os anúncios de filmes.
Cada vez mais, os filmes e shows de TV estão abordando a vida após a morte e
vários tipos de mundos espirituais com vampiros, anjos, demônios e outros
seres.
É uma ocorrência estranha numa sociedade
pós-moderna em que a religião deveria dar lugar a outros interesses. Deveríamos,
supostamente, estar transpirando sobre portfólios de ações, não sentindo
vibrações psíquicas; estar fazendo compras, não meditando; ser realistas
cabeças-duras, não devotos espirituais cabeças-confusas. Então, por que
Hollywood está focalizando o sobrenatural e o oculto, o estranho e o milagroso?
E por que os espectadores adoram?
Início do modismo — O comentarista de filmes David Bruce sugere que a moda atual dos filmes
sobrenaturais começou com o sucesso de Ghost,
em 1990. “Este pode ser o filme que desencadeou a recente onda de filmes
tratando de temas de anjos, vida após a morte, Deus e o diabo/mal”, ele escreve. “Hollywood descobriu que o
público está interessado não apenas em coisas carnais, mas também no âmbito
espiritual.”
Em Ghost, um jovem executivo assassinado
comunica-se com a sua amada através de um paranormal. Filmes e programas de TV
subseqüentes têm sido em grande parte variações sobre o mesmo tema: O Sexto Sentido, A Bruxa de Blair, Arquivos
X, Charmed, Buffy a Caça-Vampiros, Amor
Maior Que a Vida, The Haunted, O Mistério da Libélula e Pânico 3, para mencionar uns poucos
exemplos.
Hollywood explora o tema pegando nosso velho medo da morte e sugando cada
gota de emoção que pode conseguir. Todos queremos mais desta vida, esperando,
com Emily Dickinson, que “este mundo não é a conclusão / uma seqüência continua no além”. Parece haver uma fome insaciável dentro
de nós por algo mais. Para citar Woody Allen: “Quem quer conseguir
imortalidade através da fama? Eu quero imortalidade não morrendo.”
Em décadas recentes, muitos psiquiatras neofreudianos viraram a idéia de
seu mentor de ponta-cabeça. Eles argumentam que o responsável pela maioria das
ansiedades, frustrações e complexos que as pessoas enfrentam no mundo moderno
não é o sexo, mas sim o medo da morte. Os produtores de Hollywood parecem saber
disso. David Edelstein, critico de cinema, diz sol~re o filme O Sexto Sentido: “Por todas as suas
embromações, ele quer deixar você com confiança em uma ordem superior — na possibilidade de que, mesmo após a
morte, os erros podem ser vingados, os inocentes protegidos e os fios soltos de
uma vida atados.”
Filmes e programas de TV sobrenaturais não são novos. Pense em Jeannie é um Gênio, A Feiticeira e O
Fantasma Apaixonado. Mas o grande número de Filmes novos, os tremendos
avanços no campo dos efeitos especiais e os altos valores de produção
multiplicaram o impacto dos lançamentos atuais. Sexo explicito, violência e
ternas ocultos tornam os programas de hoje muito mais perigosos.
Vários especialistas acham que a mídia desempenha um papel importante em
moldar o interesse e as crenças do público em relação à vida após a morte e à
possibilidade de comunicar com pessoas que morreram. “No momento, há um
interesse popular intenso nos Estados Unidos pelo assunto”, diz o filósofo
Paul Kurtz. “Ele é incentivado pela mídia, a julgar pelo número de livros,
artigos, filmes e programas de rádio e IV dedicados ao tema.”
Glenn Sparks, professor de comunicação na Universidade de Purdue, está
realizando estudos a respeito da influência da mídia sobre as crenças das
pessoas no sobrenatural. “Nossa pesquisa mostra que a maneira como a mídia
trata os eventos paranormais pode ter um impacto nas crenças paranormais dos
espectadores”, afirma Sparks.
Mundo religioso — As pessoas podem ter perdido a fé no quadro Cristão tradicional de Deus,
mas ainda querem crer em alguma coisa. O sociólogo Peter Berger diz que a conclusão
de que vivemos num mundo secularizado é falsa. “O mundo de hoje, com algumas exceções,... é tão impetuosa-mente
religioso como sempre foi, e em alguns lugares até mais.” Como disse G. K.
Chesterton, quando as pessoas param de crer em Deus, elas não deixam
simplesmente de crer; elas começam a crer em qualquer coisa. Há muitas
evidências disso. O materialismo não funcionou, e o movimento da Nova Era, o
espiritismo, o ocultismo, o hollywoodísmo e montes de outros “isrnos’ ocuparam
o espaco. O problema é que todos eles são tão falidos quanto o materialismo.
Os Kinks (banda dos anos 60) costumavam cantar: “Acordei esta manhã, e o
que vejo? Roubo, violência, loucura... Super-Homem, Super-Homem... Eu quero
voar como o SuperHomem.” Os filmes proporcionam às pessoas a chance de voam
como o Super-Homem durante uma ou duas horas. Permitem que os telespectadores
cessem o pensamento racional; habilitam-nos a experimentar a atração de algo
além do que podem ver, tocar, ouvir e cheirar; levam-nos a demorar-se numa
dimensão espiritual que oferece algum tipo de significado, por mais ilógico
que o filme seja.
Mas a religião de Hollywood é apenas faz-de-conta; sua esperança é
passageira, sua emoção é fabricada. Não há teologia séria por trás de Buffy, a Caça-Vampimpiros, por exemplo. É tudo baseado na premissa fictícia do
roteirista Josh Wheddon. A revista Rolling
Stone, elogia o diretor de um filme sobrenatural de sucesso de 2002, Signs, pela “fé em coisas intangíveis”
que ele leva á “batalha além do bem e do mal”- Mas,
novamente, é uma fé vazia; não há Escritura Sagrada ou revelação divina em seu
apoio. É apenas a imaginação
dos criadores de cinema.
A safra recente de produções de Hollywood não é apenas ilógica e teologicamente
sem sentido; é também potencialmente perigosa. Hollywood está levando o oculto
a sério. Fazer contato com os mortos é um dos temas-chaves em sua religião. No
show Haunted, o detetive particular
Matthew Taylor adquire a habilidade de se comunicar com os mortos. No thriller sobrenatural O Mistério da Libélula, Kevin Costner interpreta um médico que começa a receber
mensagens misteriosas do além-túmulo depois que sua esposa morreu num
acidente. Em
O Sexto Sentido, um
jovem tem a capacidade de ver pessoas mortas. Já em 1991, o filme A Mulher do Açougueiro listava em seus
créditos o nome de uma paranormal de Hollywood, Maria Papapctros, como
consultora especial.
Contatos
perigosos — Tentar comunicar-se com os mortos é especificamente proibido na tradição
judaico-cristã. A Bíblia diz: “Não vos voltareis para os necromantes, nem
para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o
Senhor, vosso Deus” (Lev. 19:31). O mundo espiritual não é uma arena para levar
na brincadeira. João adverte quanto aos “espíritos de demônios, operadores de
sinais” (ver Apoc. 16:12-14), e o apóstolo Paulo diz que “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2a.Cor.11:14).
A Bíblia prediz que o espiritismo será um perigoso engano no fim dos tempos (ver 2a. Tess. 2:9 e
10; 1a. Tim. 4:1).
O problema com a religião de Hollywood é que ela é baseada numa premissa
totalmente falsa. A Bíblia claramente ensina que os mortos realmente estão
mortos. Eles não sabem nada. E irão permanecer assim até a
ressurreição
no fim dos tempos. Entre as passagens que afirmam essa verdade de, você pode
consultar, por exemplo, Tessalonicenses 4:16 e 17; 1a.Coríntios
15:51 e 52; e Eclesiastes 9:5.
Assim, quando a gente vê programas de TV como Crossing Over, em que o apresentador John Edwards alega se
comunicar com os mortos, podemos estar certos de uma
coisa: ele não está se comunicando com os mortos. E há apenas duas
alternativas: ou ele é um mágico ludibriando o público ou está se comunicando com outros tipos de seres do mundo
espiritual.
A boa noticia é que o nosso Deus Criador
é o Personagem mais poderoso do mundo espiritual e finalmente derrotará todas as forças do mal. Devido ao Seu maravilhoso amor por nós,
preparou uma maneira de voarmos como o Super-Homem. A surpreendente reivindicação do cristianismo é que a morte e a ressurreição de Jesus
nos garantem a realidade da vida após a morte. Sua ressurreição é o símbolo
mais poderoso do controle de Deus sobre uma esfera além das três dimensões,
Nós não fixamos nosso olhar “nas coisas que se vêem” diz o Apostolo Paulo, mas nas que se não vêem; porque que as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Cor. 4:18).
Jesus venceu os limites desta vida, e
oferece-nos o poder para fazer o mesmo. Deus tem a única solução para as nossas
ansiedades a respeito da morte. Paulo escreve:- “Não queremos, porém, irmãos,
que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não x’os entristecerdes
como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em Sua
companhia, os que dormem” (l ª. Tess. 4:13 e 14).
Podemos consultar cartas de tarô e, bolas de
cristal, mas no fim veremos apenas reflexos de nossos “eus” vazios. Podemos consultar astrólogos, mas estaremos contemplando apenas um buraco negro. Podemos conseguir uma imitação de esperança á moda de Hollywood por algumas horas,
mas estaremos vendo uma mentira. Existe apenas uma maneira de penetrar
livremente no âmbito espiritual, e essa maneira é encontrada na velha, velha
história da Bíblia, não nas velhas, velhas mentiras de Hollywood.
NATUREZA HUMANA
As pessoas foram feitas à Imagem de Deus com individualidade, o poder
e a liberdade de pensar e agir. Embora tenhamos sido criados livres, somos unidades indivisíveis de corpo,
mente e espírito dependentes de Deus para a vida, a respiração e tudo o mais.
Quando os primeiros seres humanos desobedeceram a Deus, eles negaram a dependência dEle e caíram de
sua elevada posição. A imagem de Deus foi afetada, e eles se tornaram sujeitos à morte. Seus descendentes partilham dessa natureza caída e suas
conseqüências. Nascem com fraquezas e tendências para o mal. Mas Deus, em
Cristo, reconciliou o mundo consigo mesmo, e pelo poder
do Seu Espírito restaura nos mortais penitentes a imagem do Mestre.
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