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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SEXUALIDADE HUMANA E O REINO DE DEUS




SEXUALIDADE HUMANA

O Reino de Deus - Apostila Dr. Richard Rice - Prof. Da Universidade Adventista – La Sierra – California - USA
Curso de Atualização Teológica

O relato bíblico da criação indica que os seres humanos são  essencialmente sexuais, assim como físicos e  sociais. Ele declara que Deus criou o homem macho e fêmea (Gênesis 1:26). De certo modo, esta dimensão da existência humana incorpora as outras duas e as eleva a outro nível. Em um nível sexualidade é algo físico. Os corpos de homens e mulheres apresentam diferentes aspectos e são capazes de diferentes funções. Em outro nível, o sexo é social também. A atividade sexual é o meio pelo qual os seres humanos criam outros seres humanos. Ela é também o meio de expressar  as mais íntimas emoções humanas.

Além de enfatizar que somos seres físicos e sociais, a sexualidade mostra a diferenciação essencial dentro da existência humana.. As coisas que nos tornam diferentes não devem criar distâncias entre nós. Pretende-se que os seres humanos complementem-se uns aos outros. A sexualidade cumpre-se na união de macho e fêmea, e este fato nos lembra que nenhum indivíduo pode ser tudo que um ser humano é capaz de ser. E esta unidade social demonstra a humanidade em sua plenitude.

A Bíblia é realística e afirmativa ao tratar com a sexualídade humana. Ela nunca obscurece o fato da  sexualidade ser uma parte essencial da existência humana. De fato, as pessoas às vezes ficam chocadas pela franqueza com que a Bíblia refere-se à atividade sexual. A Bíblia também confirma o valor da sexualidade.
Ela honra sua função de procriação e geralmente reflete a atitude de que o sexo é algo natural e portanto bom  (Gênesis 1:28). A Bíblia não nos manda negar nossa sexualidade.

ATITUDES SEXUAIS ERRADAS Estes aspectos separam o conceito cristão de sexo de duas conhecidas atitudes. Podemos chamar a uma de “puritana” embora seja duvidoso que ela se aplique aos puritanos em si. De acordo com este conceito, o sexo é algo mau e deve ser evitado. Quanto menos ouvirmos dele, melhor. É desnecessário dizer que a reforçada ignorância não elimina o interesse no sexo;  ela apenas leva a equívocos.

Do lado oposto, encontramos a atitude do “playboy’. Conforme o seu conceito, o sexo é mais do que algo para celebrar. Ele é a razão da existência. Para a mentalidade do playboy, a liberação sexual possui a chave para o significado da vida. Libere a sua atividade sexual, ele insiste, e você terá  paz mental.

É estranho, mas esta atitude contém dois iscflitantes sobre o sexo Por um lado, ela exagera o seu significado; ela glorifica a dimensão da experiência e leva as pessoas a esperarem mais do sexo do que possivelmente ele possa dar. Ao mesmo tempo, a mentalidade do playboy vulgariza o sexo. Em vez de ponderar em seu profundo significado para a vida humana, ela trata o sexo como uma forma de entretenimento. Os escritores da Bíblia consideravam o sexo muito mais do que isto.

O conceito cristão de sexo está fora destas atitudes. Em contraste ao conseito puritano, o cristianismo concidera o sexo como uma parte essencial da vida humana,  como algo bom e útil. Em contraste à atitude do playboy, ele afirma que a parte sexual da vida é exatamente isto —  apenas uma parte da vida, não toda ela. Só podemos compreender seu valor quando o consideramos em seu devido lugar e relacionado aos demais aspectos da vida.

COMPORTAMENTO SEXUAL —   Recentemente, a questão do comportamento sexual tem recebido bastante atenção. Ele é um assunto muito mais amplo do que será possível abordar aqui, mas nosso modo de tratar o sexo como uma dimensão das criaturas humanas não seria completo sem pelo menos mencionar alguns aspectos.

CASAMENTO Conforme o cristianismo tradicional, a única estrutura aceitável para a relação sexual é a monogamia heterossexual o casamento envolvendo dois indivíduos, um macho e uma fêmea. Em diferentes lugares, a Biblia parece tolerar algum afastamento desta norma. Muitas das figuras centrais do Velho Testamento praticaram a poligamia, inclusive Abraão, Jacó, Davi e Salomão. Conforme o primeiro evangelho, uma das declarações de Jesus permite o divórcio no caso de adultério (Mateus 19:9).

A Bíblia condena outras práticas muito mais francamente. O sétimo dos dez mandamentos proibe o adultério, a relação sexual entre uma pessoa casada e  alguém que não é seu marido (ou esposa) (Exodo 20:14). Em suas epistolas, Paulo exorta os cristãos a evitar a fornicação, relação sexual entre pessoas solteiras (cf. I Coríntios 6:18; Efésios 5:3; I Tessalonicenses 4:3). Várias declarações bíblicas condenam atividades homossexuais (Levítico 18:22; 20:13; Romanos 1:26-27; I Coríntios 6:9: I Timóteo 1:10).

DIVÓRCIO Atualmente as pessoas levantam questões sobre divórcio, sexo premarital e homossexualismo. Até 1950,  a orientação predominante da Igreja Adventista só permitia que um membro casasse novamente após o divórcio se a outra parte fosse culpada de adultério. A parte culpada poderia ser aceita novamente após um período de contrição mas nunca poderia casar outra vez. Em 1950 a orientação foi modificada, permitindo que a parte culpada que houvesse casado outra vez entrasse na comunhão da igreja através do rebatismo após um período de tempo, se houvesse evidência de genuino arrependimento (Nota de trad.: Tal orientação ocorreu nos Estados Unidos.)

SEXO ANTES DO CASAMENTO Dos filmes e programas de televisão pode-se facilmente concluir que  a atividade sexual entre pessoas não casadas é a norma, não a exceção nos tempos atuais. Como indicam as estatísticas, existe a aceitação geral da idéia de que as pessoas devem experimentar vários parceiros sexuais. Muitos acreditam que tal atividade é não somente normal e saudável mas também útil na preparação para o casamento.

Apenas uma declaração bíblica não é o suficiente para satisfazer as pessoas hoje. Mas há boas razões para esperar até o casamento e permanecer fiel após ele. Existe o risco da gravidez e das doenças venéreas, que ainda persistem, apesar dos medicamentos modernos. E ainda mais importante, é impossível duplicar ou antecipar perfeitamente o relacionamento de um casamento. O casamento envolve uma entrega total entre duas pessoas, uma entrega que é permanente e exclusiva. É impossível fazer um compromisso permanente numa base de experiência, ou compromisso exclusivo com mais de uma pessoa.

              Mais importante que tudo, o sexo tem a capacidade de expressar e de gerar os mais  profundos sentimentos de que são capazes os seres humanos.  Qualquer atividade sexual que ignora ou procura evitar esta capacidade é destrutiva. Podemos pensar nela como sexo recreativo, ou apenas brincadeira, mas ela inevitavelmente fará com que percamos o respeito por nós mesmos, ou pela outra pessoa envolvida. E ela esvazia a experiência do seu real significado.

HOMOSSEXUALISMO —  A prontidão sem precedentes que têm atualmente os homossexuais em identificar a si mesmos, tanto fora como dentro da igreja, requer que se estude a questão cristianismo e homossexualismo”. Tradicionalmente condenados por seu comportamento, os homossexuais estão pressionando pelo reconhecimento da homossexualidade como uma alternativa válida à heterossexualidade dentro da comunidade cristã. Seus argumentos freqüentemente voltam-se para a ditinção entre práticas homosssxuais e orientação homossexual. Eles argumentam que nossa orientação sexual básica não é algo que escolhemos por nós mesmos. É algo que cada um de nós adquire cedo na vida, em grande parte como o resultado de fatores que não podemos controlar. Uma vez estabelecida, é virtualmente impossível de mudar. Se admitimos uma orientação básica homossexual neste sentido, prossegue o argumento, devemos considerar as práticas homossexuais de duas maneiras diferentes. Se a orientação básica de uma pessoa é heterossexual, seria uma perversão de sua sexualidade se ela participasse de
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práticas homossexuais. Mas se a orientação básica é homossexual, então tais práticas podem ser uma válida expressão de afeição.

Ninguém, nos tempos antigos entendia a natureza da orientação sexual; por isso, continua o argumento, os escritores bíblicos consideraram todas as práticas homossexuais como perversões. É por isso que as declarações bíblicas sobre práticas homossexuais são todas negativas. Mas temos que lembrar, afirmam os homossexuais, que elas falam apenas das práticas homossexuais, e não da orientação sexual. Este é, portanto, um assunto que a interpretação bíblica apenas não pode definir. Precisamos da ajuda de esclarecimentos contemporâneos sobre a sexualidade humana.

É claro que os cristãos atualmente devem responder à homossexualidade com alguma coisa diferente da condenação cega. Não importa qual é a experiência sexual da pessoa, ela merece ser tratada com simpatia e respeito. Infelizmente, os homossexuais têm enfrentado preconceito, insensibilidade e rejeição por parte de supostos cristãos.

Não está tão claro que a Bíblia não tem nada a dizer a respeito da orientação sexual ou que a orientação sexual de uma pessoa não pode ser mudada. O relato bíblico da criação afirma a distinção fundamental entre macho e fêmea, e o seu desempenho na procriação. O resto da Bíblia pressupõe esta distinção. O testemunho bíblico em toda a sua extensão, além de várias declarações específicas, permanece contra o homossexualismo.

Além disso, mesmo se o homossexualismo for uma orientação e não meramente uma prática, isto não o isenta da condenação bíblica. A Bíblia condena certas condições, tanto quanto certas ações. O fato de o pecado corromper a nossa natureza não nos livra da condenação divina, por exemplo.


Ao mesmo tempo, o evangelho promete a libertação de todas as consêqüências do pecado tanto condições como ações. Portanto, deve haver razão para acreditar que a orientação homossexual pode ser mudada. Na verdade há pessoas que afirmam ter se livrado dela, embora o seu testemunho seja questionado por alguns.

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