SEXUALIDADE HUMANA
O Reino de Deus - Apostila Dr. Richard
Rice - Prof. Da Universidade Adventista – La Sierra – California - USA
Curso de Atualização Teológica
O relato bíblico
da criação indica que os seres humanos são essencialmente sexuais,
assim como físicos e sociais.
Ele declara que Deus criou o homem macho e fêmea (Gênesis 1:26). De certo modo, esta
dimensão da existência humana incorpora as outras duas e as eleva a outro
nível. Em um nível sexualidade é algo físico. Os corpos de homens e
mulheres apresentam diferentes aspectos e são capazes de diferentes funções. Em
outro nível, o sexo é social também. A atividade sexual é o meio pelo qual
os seres humanos criam outros seres humanos. Ela é também o
meio de expressar as mais íntimas
emoções humanas.
Além de enfatizar que somos seres
físicos e sociais, a sexualidade mostra a diferenciação essencial
dentro da existência humana.. As coisas que nos tornam
diferentes não devem criar distâncias entre nós. Pretende-se que os seres humanos
complementem-se uns aos outros. A sexualidade cumpre-se na união de
macho e fêmea, e este fato nos lembra que nenhum indivíduo pode ser tudo que um
ser humano é capaz de ser. E esta unidade social demonstra a
humanidade em sua plenitude.
A Bíblia é realística e afirmativa ao
tratar com a sexualídade humana. Ela nunca obscurece o fato da sexualidade ser uma parte
essencial da existência humana. De fato, as pessoas às vezes ficam chocadas
pela franqueza com que a Bíblia refere-se à atividade sexual. A Bíblia também
confirma o valor da sexualidade.
Ela honra sua função de procriação e
geralmente reflete a atitude de que o sexo é algo natural e portanto bom (Gênesis 1:28). A Bíblia não nos manda negar
nossa sexualidade.
ATITUDES SEXUAIS ERRADAS — Estes aspectos
separam o conceito cristão de sexo de duas conhecidas atitudes. Podemos chamar
a uma de “puritana” embora seja duvidoso que ela se aplique aos puritanos em si.
De acordo com este conceito, o sexo é algo mau e deve ser evitado.
Quanto menos ouvirmos dele, melhor. É desnecessário dizer que a reforçada
ignorância não elimina o interesse no sexo; ela apenas leva a equívocos.
Do lado oposto, encontramos a atitude do
“playboy’. Conforme o seu conceito, o sexo é mais do que algo
para celebrar. Ele é a razão da existência.
Para a mentalidade do playboy, a liberação sexual possui a chave para o
significado da vida. Libere a sua atividade sexual, ele insiste, e você terá paz mental.
É estranho, mas esta atitude contém dois
iscflitantes sobre o sexo Por um lado, ela exagera o seu significado; ela
glorifica a dimensão da experiência e leva as pessoas a esperarem mais do sexo
do que possivelmente ele possa dar. Ao mesmo tempo, a mentalidade do playboy
vulgariza o sexo. Em vez de ponderar em seu profundo significado para a vida
humana, ela trata o sexo como uma forma de entretenimento. Os escritores da
Bíblia consideravam o sexo muito mais do que isto.
O conceito cristão de sexo está fora
destas atitudes. Em contraste ao conseito puritano, o cristianismo concidera
o sexo como uma parte essencial da vida humana, como algo bom e útil. Em contraste à
atitude do playboy, ele afirma que a parte sexual da vida é exatamente isto — apenas uma parte da vida, não toda ela. Só
podemos compreender seu valor quando o consideramos em seu devido lugar e
relacionado aos demais aspectos da vida.
COMPORTAMENTO SEXUAL — Recentemente, a questão do comportamento
sexual tem recebido bastante atenção. Ele é um assunto muito mais amplo do que
será possível abordar aqui, mas nosso modo de tratar o sexo como uma dimensão
das criaturas humanas não seria completo sem pelo menos mencionar alguns
aspectos.
CASAMENTO — Conforme o
cristianismo tradicional, a única estrutura aceitável para a relação sexual é a monogamia heterossexual — o casamento envolvendo dois indivíduos, um macho e
uma fêmea. Em diferentes lugares, a Biblia parece tolerar algum afastamento
desta norma. Muitas das figuras centrais do Velho Testamento praticaram a
poligamia, inclusive Abraão, Jacó, Davi e Salomão. Conforme o primeiro evangelho,
uma das declarações de Jesus permite o divórcio no caso de adultério (Mateus
19:9).
A Bíblia condena outras práticas muito mais francamente.
O sétimo dos dez mandamentos proibe o adultério, a relação sexual entre uma
pessoa casada e alguém que não é
seu marido (ou esposa) (Exodo 20:14). Em suas epistolas, Paulo exorta os
cristãos a evitar a fornicação, relação sexual entre pessoas solteiras (cf. I
Coríntios 6:18; Efésios 5:3; I Tessalonicenses 4:3). Várias declarações
bíblicas condenam atividades homossexuais (Levítico 18:22; 20:13; Romanos
1:26-27; I Coríntios 6:9: I Timóteo 1:10).
DIVÓRCIO — Atualmente as pessoas levantam
questões sobre divórcio, sexo premarital e homossexualismo. Até 1950, a orientação predominante da Igreja Adventista
só permitia que um membro casasse novamente após o divórcio se a outra parte
fosse culpada de adultério. A parte culpada poderia ser aceita novamente após um
período de contrição mas nunca poderia casar outra vez. Em 1950 a orientação
foi modificada, permitindo que a parte culpada que houvesse casado outra vez
entrasse na comunhão da igreja através do rebatismo após um período de
tempo, se houvesse evidência de genuino arrependimento (Nota de trad.: Tal
orientação ocorreu nos Estados Unidos.)
SEXO ANTES DO CASAMENTO — Dos filmes e
programas de televisão pode-se facilmente concluir que a atividade sexual entre pessoas não casadas
é a norma, não a exceção nos tempos atuais. Como indicam as estatísticas,
existe a aceitação geral da idéia de que as pessoas devem experimentar vários
parceiros sexuais. Muitos acreditam que tal atividade é não somente normal e
saudável mas também útil na preparação para o casamento.
Apenas uma declaração bíblica não é o
suficiente para satisfazer as pessoas hoje. Mas há boas razões para esperar até
o casamento e permanecer fiel após ele. Existe o risco da gravidez e das
doenças venéreas, que ainda persistem, apesar dos medicamentos modernos. E
ainda mais importante, é impossível duplicar ou antecipar perfeitamente o
relacionamento de um casamento. O casamento envolve uma entrega total entre
duas pessoas, uma entrega que é permanente e exclusiva. É impossível fazer
um compromisso permanente numa base de experiência, ou compromisso
exclusivo com mais de uma pessoa.
Mais importante que tudo, o sexo
tem a capacidade de expressar e de gerar os mais profundos sentimentos de que são capazes os
seres humanos. Qualquer
atividade sexual que ignora ou procura evitar esta capacidade é destrutiva. Podemos
pensar nela como sexo recreativo, ou apenas brincadeira, mas ela
inevitavelmente fará com que percamos o respeito por nós mesmos, ou pela outra
pessoa envolvida. E ela esvazia a experiência do seu real significado.
HOMOSSEXUALISMO — A prontidão sem precedentes que têm
atualmente os homossexuais em identificar a si mesmos, tanto fora como dentro
da igreja, requer que se estude a questão cristianismo e homossexualismo”.
Tradicionalmente condenados por seu comportamento, os homossexuais estão
pressionando pelo reconhecimento da homossexualidade como uma alternativa
válida à heterossexualidade dentro da comunidade cristã. Seus argumentos
freqüentemente voltam-se para a ditinção entre
práticas homosssxuais e orientação homossexual. Eles argumentam que
nossa orientação sexual básica não é algo que escolhemos por nós mesmos. É algo que cada um
de nós adquire cedo na vida, em grande parte como o resultado de fatores que
não podemos controlar. Uma vez estabelecida, é virtualmente impossível
de mudar. Se admitimos uma orientação básica homossexual neste sentido,
prossegue o argumento, devemos considerar as práticas homossexuais de duas
maneiras diferentes. Se a orientação básica de uma pessoa é heterossexual,
seria uma perversão de sua sexualidade se ela participasse de
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práticas homossexuais. Mas se a orientação
básica é homossexual, então tais práticas podem ser uma válida expressão
de afeição.
Ninguém, nos tempos antigos entendia a
natureza da orientação sexual; por isso, continua o argumento, os escritores
bíblicos consideraram todas as práticas homossexuais como perversões. É por isso que as
declarações bíblicas sobre práticas homossexuais são todas negativas. Mas temos
que lembrar, afirmam os homossexuais, que elas falam apenas das práticas
homossexuais, e não da orientação sexual. Este é, portanto, um assunto que a
interpretação bíblica apenas não pode definir. Precisamos da ajuda de
esclarecimentos contemporâneos sobre a sexualidade humana.
É claro que os cristãos atualmente devem
responder à homossexualidade com alguma coisa diferente da condenação cega. Não
importa qual é a experiência sexual da pessoa, ela merece ser tratada com
simpatia e respeito. Infelizmente, os homossexuais têm enfrentado preconceito,
insensibilidade e rejeição por parte de supostos cristãos.
Não está tão claro que a Bíblia não tem
nada a dizer a respeito da orientação sexual ou que a orientação sexual de uma
pessoa não pode ser mudada. O relato bíblico da criação afirma a distinção
fundamental entre macho e fêmea, e o seu desempenho na procriação. O resto da
Bíblia pressupõe esta distinção. O testemunho bíblico em toda a sua extensão,
além de várias declarações específicas, permanece contra o homossexualismo.
Além disso, mesmo se o homossexualismo
for uma orientação e não meramente uma prática, isto não o isenta da condenação
bíblica. A Bíblia condena certas condições, tanto quanto certas ações. O fato
de o pecado corromper a nossa natureza não nos livra da condenação divina, por
exemplo.
Ao mesmo tempo, o evangelho promete a
libertação de todas as consêqüências do pecado tanto condições como ações. Portanto,
deve haver razão para acreditar que a orientação homossexual pode ser mudada.
Na
verdade há pessoas que afirmam ter se livrado dela, embora o seu
testemunho seja questionado por alguns.
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