ORFA, MULHER
QUE CAIU NO ESQUECIMENTO
POR UMA DECISÃO
ERRADA
"As nossas vidas
continuarão por milhões
e milhões de anos.
E a escolha que
fizermos agora decidirá o tipo de vidas que vamos viver no futuro." Billy Graham*
Rute 1:1-15
(Ler também
todo o Livro
de Rute)
A vida tinha
sido dura para
Orfa. Embora fosse ainda
jovem, já
tinha experimentado mais
sofrimento do que muitas pessoas numa vida
inteira.
A morte do marido,
Quiliom, foi o golpe que mais duramente a abalou. Tinha
sido uma boa esposa para
ele, mas
a sua felicidade
tinha durado apenas
alguns anos.
Uma vez que
não tinham filhos,
depois da sua
morte ela
ficou só.
Dentro do
circulo dos parentes, Orfa não era a única pessoa que tinha
enfrentado o sofrimento. Noemi, a sua sogra, também era viúva. Rute,
a sua cunhada,
tinha passado
por idêntica
experiência. Estas três
mortes haviam arrebatado todos os homens
da família. O resultado
foi que se desenvolveu entre as três
desoladas mulheres um
elo de profunda
afeição.
Orfa e Rute ficavam continuamente impressionadas com o amor e altruísmo da sogra.
Noemi, que entre
elas fora
a que mais
perdera, dava-se inteiramente na luta pelo bem-estar das noras,
em vez
de olhar pelos
seus próprios
interesses. Todos
os dias provava que
podia existir uma boa relação
entre uma sogra
e as suas noras.
Mas de agora em diante, Orfa iria perder o carinhoso cuidado
de Noemi e a amizade e compreensão de Rute. As bênçãos
que haviam acompanhado e suavizado a sua tristeza eram agora simples
recordações, pois Orfa havia decidido
voltar para o seu povo e os seus deuses.
Encontramos Orfa numa estrada
deserta, algures
em Maobe, não
longe da fronteira
com Israel. Era
uma figura solitária.
Quando olhou para
trás, viu Noemi e Rute que se afastavam em
direção oposta
à dela. Depois, esses
dois pontos diminutos acabaram por
se sumir no horizonte.
Tinham desaparecido, separando-se para sempre de Orfa.
Pouco tempo antes, as
três viúvas tinham caminhado juntas na direção
da fronteira israelita.
Agora, Orfa caminhava ao longo da estrada
em direção
à sua terra, sozinha.
A decisão de Noemi de voltar a Belém não
apanhou Orfa de surpresa. Alguma vez a minha sogra foi feliz em Moabe? – perguntava ela
a si mesma.
Apesar da sua
adaptação ao país
estrangeiro, Noemi pareceu sempre estar desenraizada e deslocada.
Orfa sabia isso
por causa da relação de Noemi com
Deus. A sogra
era hebréia e não
adorava os deuses das nações ao redor
de Israel. Adorava o verdadeiro Deus que tinha
escolhido os israelitas para
Seu povo
(Dt. 7:6) e lhes tinha
dado especificamente a terra
em que
viviam (Dt. 1:8). Para Orfa era
evidente que
Noemi só seria feliz
no seu próprio
país, a terra
onde o seu
Deus era
adorado.
Tanto Rute como Orfa tinham partilhado da decisão
de Noemi de deixar Moabe, e haviam partido com ela, sem a menor hesitação. As três, unidas ao princípio
pelo amor a
Malom e Quiliom, pertenciam umas às outras.
Assim deram início à sua viagem. Enquanto os seus
pés se moviam sobre
a estrada poeirenta
e quente, cada
uma delas entretinha-se com pensamentos ligados ao passado.
Os de Orfa iam para Quiliom, o homem
que amara. Sentia a falta
dele, especialmente agora
que o seu
futuro era
tão incerto.
Então, de repente, Noemi parou no meio
da estrada. "Por
que é que
não ides
para a casa
dos vossos pais?"
– perguntou ela. "Isso é melhor,
Orfa e Rute, do que virdes comigo. Que Deus vos
abençoe por todo
o amor que
mostrastes para com
os meus filhos.
Que Ele
vos recompense com
outro casamento
feliz" (Rute 1:1:8-9). Para
mostrar às noras
que deviam levar
a sério as suas
palavras, ela
beijou-as e disse-lhes adeus. Nessa altura, todas desataram a chorar.
Rute e Orfa não queriam escutar a proposta de
Noemi, mas os seus
argumentos eram fortes
e lógicos. "Por
que é que
havíeis de vir comigo?
O vosso futuro
está num casamento. Se fordes comigo,
perdereis essa oportunidade. Sou velha demais para ter filhos"
– insistia Noemi. "E mesmo que isso fosse possível, por causa da sua idade os meus filhos não
seriam próprios para
vós (vv. 11-13).
Enquanto
ouviam esta argumentação clara, tanto
Orfa como Rute começaram de novo a chorar. Mas as decisões
definiram-se. Rute resolveu firmemente permanecer com Noemi,
enquanto Orfa, receosa
pelo futuro desconhecido, se dispôs a ser
persuadida. Depois de beijar
a sogra mais
uma vez, Orfa voltou-se e começou a jornada de regresso.
É esta a última vez
que a Bíblia
menciona o seu nome
(v. 14).
As Escrituras não indicara as razões
de Orfa para tal
decisão. É evidente,
contudo, que
até ao momento
da separação ela
em nada
se distinguira de Rute. Ambas são
louvadas pelo seu
amor aos maridos.
Ambas provaram estar prontas a deixar
a casa dos pais
e a sua terra
para enfrentarem um
futuro desconhecido.
Todavia, as circunstâncias
tinham mudado na altura em que lhes fora
solicitada uma decisão pessoal. Por que é que então Noemi tinha
falado com
tal insistência?
Por que
é que ela
pintou tão cruamente os fatos de Orfa e Rute? Talvez
soubesse que as noras
só poderiam viver
felizes em
Israel se tivessem a oportunidade de escolher voluntariamente o seu
país.
Através das suas próprias experiências,
Noemi tinha aprendido que não estava só em jogo a escolha
de um simples
lugar para viver, ou de uma pessoa. As suas escolhas significavam uma posição
a favor de Deus
ou contra
Ele e, como
tal, tinham de ser
decisões individuais
baseadas numa convicção pessoal.
Josué, um líder da nação
hebréia, tinha enfatizado antes esse mesmo ponto. "Escolhei
hoje a quem
ides obedecer",
havia ele declarado. "Se os deuses dos vossos
pais além
do rio Eufrates, ou..."
Depois acrescentou, "porém eu e a minha casa serviremos
ao Senhor" (Jos. 24:15).
Como Rute,
Orfa tinha entrado em
contacto com o Deus
de Israel através dos hebreus. Todavia,
ao contrário da cunhada,
decidira não servir
a Deus e contentou-se em permitir simplesmente que
Ele continuasse a ser
o centro da religião
do marido e família
dos sogros. Não
quis aceitar o Deus
de Noemi como seu
Deus.
No momento da decisão, Orfa escolheu a favor
do deus da sua
nação, Quemos, que
se chamava "a abominação de Moabe" (1 Rs. 11:7). Ela
preferia este deus
ao Deus de Israel. Escolheu um deus que não podia falar ou agir, em vez do Criador
do céu e da terra
(Isa. 16:12). Voltou as costas a Deus – que
queria mostrar-lhe a Sua bondade – para servir ídolos vãos (Jon. 2:8). Trocou o Deus
que dá a vida
por um
ídolo que
exigia vidas através
do sacrifício de crianças.
"Orfa voltou ao seu povo e aos seus
deuses" (Rute 1:15). Com estas palavras
de Noemi, Orfa caiu no esquecimento. O seu nome
desapareceu dos escritos bíblicos.
A Bíblia ensina
claramente que
toda a decisão
que uma pessoa
faz tem conseqüências eternas. Essas conseqüências não
só influenciam a sua
vida terrena,
mas determina o seu
destino eterno.
Decidem se ela irá para
o céu ou
para o inferno.
Deus mantém um registro de rodos os que
têm vivido. No Seu
Livro da Vida,
Ele escreve todos
os atos que
as pessoas praticam (Mal. 3:16; Apoc. 20:12-15). Todo
aquele cujo
nome não
aparece nesse Livro será condenado ao inferno por toda a eternidade.
Talvez Orfa
se tenha arrependido mais tarde da sua decisão errada, e se tenha voltado dos ídolos para Deus. Se ela
procurou encontrá-lO com todo o seu coração, então sem duvida que Ele a encontrou (Jer. 29:13). Mas
se Orfa não buscou a Deus, então o seu futuro
estava acabado e a sua
vida e alma
foram perdidas para toda
a eternidade.
Orfa,
mulher que
caiu no esquecimento por uma decisão
errada
(Rute
1:1-15 ; ler também
todo o Livro
de Rute)
Perguntas:
1. Que semelhança
vê nas circunstâncias
e atitudes entre
Orfa e Rute?
2. Qual é a grande diferença
entre as duas?
3. Quais as palavras de Rute que
mais claramente
expressam a diferença ?
4. Explique em breves palavras
a influência que
Rute e Orfa tiveram na história.
5. Estude a vida de Orfa à luz de Malaquias 3:16-18 e Apocalipse
20:12-15, e escreva as suas conclusões.
6. O que é que aprendeu de Orfa no que
toca a decisões?
Mencione uma situação específica em que o seu exemplo poderia
influenciar uma decisão
que tenha de fazer.
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
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