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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

JEZABEL A MULHER DO REI ACABE




JEZABEL, QUE SE ESQUECEU DE QUE NINGUÉM PODE BRINCAR COM DEUS

"Não te iludas; lembra-te de que não podes desconsiderar Deus e escapar: o homem ceifará sempre aquilo que semeou. Se semeia para satisfazer os seus próprios desejos vis, está a plantar as sementes do mal e ceifará certamente a morte e a ruína espiritual." Gál. 6:7-8, The Living Bible

I Reis 19:1-3
l Reis 21:5-16
(Ler também 1 Reis 18)

A rainha Jezabel mal podia conter a ira. Enquanto descansava no seu palácio de verão em Jezreel, escutava atentamente o relato do marido que acabava de voltar de uma viagem ao Monte Carmelo.
"Devias ter visto o que fez Elias", disse o rei Acabe, meneando a cabeça. Depois contou pormenorizadamente o que tinha acontecido. Descreveu à esposa como é que Elias tinha desafiado os sacerdotes do deus Baal para medir a sua força com a do seu Deus. De fato, ele tinha observado o Senhor Deus a operar através da pessoa de Elias, mas não disse nada sobre isso.
No pensamento de Jezabel, o Deus de Israel era igual a Baal. Ela considerava Jeová como um deus local que tinha uma mensagem unicamente para os israelitas. Contudo, dentro da Sua suposta nação escolhida, o Deus de Israel tinha sido incapaz de se agüentar ao lado do seu deus Baal. Portanto os sacerdotes de Baal tinham aceito alegremente o desafio de Elias. Não estavam eles em maioria?
Portanto, 450 sacerdotes de Baal alinharam-se contra o único profeta do verdadeiro Deus de Israel (1 Rs. 18:22).
De acordo com o plano estabelecido, foram construídos dois altares. Um era para o Senhor Deus, o outro para Baal. O verdadeiro Deus tinha de provar que o era mandando fogo do céu para acender a lenha. Nenhum ser humano estava autorizado a acender o fogo (v. 23).
Os sacerdotes de Baal começaram primeiro as suas cerimônias, gritando o mais que podiam durante a maior parte da manhã. Como não haviam recebido qualquer resposta por volta do meio dia – não tinha vindo qualquer fogo sobre o altar – eles começaram a ferir-se horrivelmente a si próprios com facas e espadas, até que o sangue correu. Apesar de terem continuado a clamar durante toda a tarde, o seu deus permanecia silencioso. Era um deus sem vida, incapaz de dar uma resposta, mesmo quando 450 dos seus servos o invocavam em êxtase (v. 29).
Então Elias começou a arranjar o altar do seu Deus, o Deus vivo, que estava estragado. Trabalhou sozinho, colocando calmamente doze pedras, cada uma das quais representava uma das doze tribos de Israel (v. 31).
Para marcar bem o contraste e, ao mesmo tempo, testemunhar abertamente da sua fé, cavou uma vala em torno do altar, com cerca de um metro de largura. Depois, arranjou a lenha e colocou sobre ela um boi. Foram então despejados quatro cântaros de água em cima do sacrifício e da lenha. Esse ritual repetiu-se três vezes, pondo nitidamente o Deus de Elias em desvantagem.
Depois de terminar todos os preparativos, Elias dirigiu-se para o altar e suplicou: "Ó Senhor, responde-me! Responde-me para que estas pessoas saibam que tu és Deus e que os fizeste voltar de novo para Ti" (v. 37).
Nesse mesmo momento, precipitou-se fogo do céu e queimou completamente o sacrifício, a lenha e a água, as pedras e mesmo o pó. Foi um acontecimento empolgante e terrível.
Não restava a menor dúvida sobre qual era o verdadeiro Deus. Ele havia-o provado com toda a clareza. Os israelitas que se tinham desviado para a idolatria, reconsideraram. Aqueles que não tinham mostrado qualquer preferência no princípio do teste, estavam agora convencidos.
"O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!" – exclamavam eles (v. 39). Foi então que rebentou a fúria contra os profetas de Baal. Todos foram mortos junto a um ribeiro que passava perto; nem um escapou.
Pouco depois disso, o Senhor Deus respondeu a outra oração do Seu profeta Elias. Uma seca que tinha arrasado o país e os seus habitantes durante três anos e meio, terminou depois de um anúncio do profeta. A chuva que não caíra durante aqueles anos precipitou-se torrencialmente do céu.
"A água veio tão de repente" – disse Acabe ainda visivelmente impressionado – "que embora Elias me dissesse que partisse imediatamente, eu mal pude chegar ao palácio antes dela começar a cair" (vv. 44-45). Quando o marido acabou de contar a história, a rainha Jezabel ficou lívida de raiva. Ela era filha de Etbaal, rei dos sidônios (1 Rs. 16:31), cujo povo vivia no país que ficava ao norte de Israel. O seu pai não era apenas rei do povo; era também um sacerdote de Baal.
Depois do casamento de Jezabel com o rei Acabe, ela introduziu o culto de Baal em Israel. Esta religião – cruel e desumana – tornara-se conhecida pelos seus sacrifícios de crianças. Por causa da influência de Jezabel, o marido excedia todos os outros em fazer o que era mau aos olhos de Deus. Ela encorajava-o à prática de toda a sorte de impiedade (1 Rs. 21:25). Estava firmemente devotada ao culto dos ídolos.
Acabe, um homem fraco, tornou-se um instrumento dócil nas mãos de Jezabel e ofendeu o Senhor Deus, mais do que qualquer outro rei antes dele (1 Rs. 16:33). O pior dos seus muitos pecados foi o seu casamento com a idólatra Jezabel (vv. 30-33). Ele, um rei israelita, começou a servir Baal – por causa dela e com ela.
Por meio da influência de Acabe, Baal assumiu, pois, o lugar do Deus vivo nos corações dos israelitas. Mas Jezabel não estava satisfeita; minou a religião dos hebreus ao ponto de quase todas as pessoas aceitarem Baal como seu Deus. A rainha começou a exercer cada vez mais poder sobre o marido, até que por fim era ela que governava o povo.
Talvez fosse a própria Jezabel quem deu a ordem de matar todos os profetas do Deus de Israel. Mas Obadias, o mordomo da casa de Acabe, salvou a vida de 100 profetas, escondendo-os numa caverna, com risco da sua própria vida (1 Rs. 18:4).
Todavia, Jezabel continuou a encorajar o culto a Baal. Apoiou pessoalmente os profetas de Baal, alimentando 400 deles todos os dias à sua própria mesa (v. 19).
Depois de Acabe ter terminado a sua história, Jezabel não ficou impressionada com a maneira pela qual o Senhor tinha tratado os sacerdotes de Baal. Considerou a ação dEle como uma ofensa pessoal.
Naturalmente, a sua fúria descarregou-se sobre Elias. Ela considerava-o como único culpado por aqueles acontecimentos recentes. As palavras que enviou a Elias eram amargas como fel. "Mataste os meus profetas. Juro que te matarei" – afirmou ela. "Amanhã estará morto" (1 Rs. 19:2).
Tão poderosa era esta mulher – tão má, tão implacável – que Elias não duvidou de que ela executaria a sua ameaça. O homem que havia enfrentado calmamente o rei Acabe e 450 profetas excitados de Baal perdeu agora toda a coragem. Fugiu para o deserto, a fim de salvar a vida. "É demais", lamentou ele agachando-se debaixo de uma árvore. "Senhor, por favor toma a minha vida" (v. 4).
Felizmente, a situação não era tão sombria como o desanimado profeta pensava. Havia ainda 7000 pessoas que não tinham dobrado os seus joelhos diante de Baal, nem quebrado o Seu concerto com Deus (v. 18). Mas Elias só ouviu isso a respeito deles, mais tarde.
Jezabel pensou provavelmente que tinha ganho uma nova vitória contra o Deus vivo. Ou não teve oportunidade de matar Elias, ou não aproveitou com medo das reações do povo. Mas o seu inimigo tinha fugido, e ela considerou isso uma vitória.
Agora não havia ninguém que se pusesse abertamente ao lado de Deus. Jezabel tinha avançado mais um passo para o alvo de extinguir o culto ao Deus de Israel. A convicção crescente da vitória tornou-a presunçosa – quase descuidada como em breve demonstrou.
Entretanto, Acabe começou a desejar uma vinha que ficava ao lado do palácio e pertencia a um homem chamado Nabote. Querendo usar esse terreno para jardim real, ele ofereceu a Nabote um bom preço. Nabote recusou, de modo que o rei ofereceu-lhe uma propriedade melhor em troca. Mas o dono recusou de novo a oferta. A terra era herança de seu pai, e a lei israelita proibia-o de se desfazer dela. A propriedade tinha de permanecer na família. Nabote sabia que se se desfizesse dela seria desobediente ao Senhor (1 Rs. 21:1-3).
Acabe compreendeu a resposta de Nabote, pois conhecia os mandamentos do Senhor. Contudo, ficou amuado por causa dessa recusa, como uma criança que não consegue o que quer e se nega a comer. Foi para a cama, de mau humor, e voltou a cara para a parede (v. 4).
Jezabel pensou que a atitude do marido era totalmente estúpida. Na sua terra nenhuma autoridade excederia a do rei. "Que lindo rei tu és" – disse com desdém. "Governas este país, ou não? Levanta-te e come. Alegra-te, que eu vou-te conseguir a vinha de Nabote"(v. 7).
Jezabel era uma mulher sem escrúpulos, capaz de cometer um assassínio sem o mais leve remorso. Por isso, começou a procurar uma desculpa aceitável para matar Nabote. Depois da morte dele, a terra podia então ser reclamada pelo rei. Ironicamente, descobriu o que buscava na religião hebraica, e usou as leis de Deus, que sempre tinha minado, como uma desculpa para fazer uma acusação contra Nabote.
Abusando da autoridade do rei, ordenou a convocação de um jejum. Isso queria dizer que as pessoas iriam juntar-se sob o pretexto de uma reunião religiosa. O jejum, naquela época, significava a humilhação da pessoa diante de um Deus santo (Sal. 35:13), que não podia deixar o pecado sem castigo. Nesse ambiente era fácil colocar Nabote como bode expiatório que desencadeara a ira de Deus. Acusou-o publicamente de ter blasfemado contra Deus e contra o rei. De acordo com as leis, qualquer pessoa que blasfemasse contra Deus tinha de sofrer o castigo, tinha de morrer (Lev. 24:16).
Jezabel organizara cuidadosamente os seus planos. Com vista a fazer uma acusação válida (Dt. 19:15), ela fez questão de que estivessem presentes duas testemunhas. Embora se tratasse de falsas testemunhas, fizeram exatamente o que se esperava delas.
Assim, Nabote, um homem inocente, foi apedrejado até à morte por ordem de Jezabel. Os seus filhos tiveram o mesmo fim (2 Rs. 9:26). O rei Acabe adicionou então a terra de Nabote às suas propriedades.
A rainha, que fingira ter em grande consideração as leis de Deus, tinha-as minado mais uma vez. A acusação contra Nabote consistia em que ele tinha blasfemado contra Deus e contra o rei. Desse modo, ela fez com que o rei parecesse tão importante como Deus. De novo escarnecia do Deus vivo. Teria Jezabel pensado que talvez o tivesse calado para sempre, agora que o Seu profeta Elias parecia estar fora de combate?
No momento em que o rei entrou na vinha de Nabote para se apropriar dela, Elias apareceu subitamente diante dele. "Esta é a mensagem de Deus para ti", declarou ele. "Não te chega o teres morto Nabote? Ainda o queres roubar? Uma vez que fizeste isso, os cães lamberão o teu sangue fora da cidade, como lamberam o de Nabote (1 Rs. 21:19), e os teus descendentes morrerão também de morte semelhante" (v. 22). Elias profetizou então a respeito de Jezabel: "Os cães de Jezreel comerão o corpo de Jezabel, tua mulher, dentro das fronteiras de Jezreel"(v. 23)
O sangue do inocente Nabote, dos seus filhos e dos profetas de Deus não tinha clamado a Deus em vão (2 Rs. 9:26). Acabe e Jezabel morreram como fora predito (vv. 30-37).
O fim de Jezabel, que foi particularmente horrível, harmonizou-se com o seu governo ímpio. Através da sua vida, ela tinha continuado a estar ligada com as práticas imorais e de feitiçaria (v. 22). Mas agora, o juízo de Deus estava iminente. Depois de ser lançada por uma janela do palácio, o seu corpo esmagou-se contra o chão e foi pisado pelos cascos dos cavalos. Os cães dilaceraram então o seu corpo morto e comeram-lhe a carne.
A princípio, ninguém notou o cadáver de Jezabel. Quando mais tarde se tomou a decisão de a enterrar – uma vez que se tratava de uma filha e esposa de rei – os homens mal encontraram alguma coisa da que fora uma orgulhosa rainha. Tudo o que conseguiram juntar foi a caveira, os pés e as mãos. Estas partes do corpo foram então espalhadas como estrume num campo, de modo que ninguém poderia identificá-los.
A profecia de Deus a respeito de Jezabel tinha sido literalmente cumprida. Ela colheu o que semeara. Tinha lançado a semente no campo do seu egoísmo e ceifou a destruição. As palavras que Salomão proferiu em nome de Deus aplicam-se a ela: "Porque chamei, e vós recusastes ouvir... e ignorastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão, também eu me rirei da vossa calamidade; e zombarei quando o pânico vos assaltar" (Prov. 1:24-26).
Deus tinha dado a Jezabel muitas oportunidades de se voltar para Ele. Sendo uma princesa pagã, tinha tido a possibilidade de viver na terra da promessa. Aí, ela entrou em contato com as Suas leis e os Seus profetas. Presenciou os grandes milagres que Ele efetuou. Contudo, não aproveitou tais oportunidades. Pelo contrário, escarneceu do Deus de Israel e presunçosamente cometeu os seus atos vis em nome da religião.
O amor de Deus estava à disposição de Jezabel, uma mulher que Ele havia criado. As muitas possibilidades que Deus lhe deu para fazer bom uso da sua vida mostram isso mesmo. Ela podia ter-se modificado e ter aceitado a Sua graça. Deus tinha-a dotado com um intelecto invulgar. Era perspicaz, inteligente e resoluta. Mas todas essas capacidades usara-as ela para fins excepcionalmente maus. Tinha-as colocado, voluntária e intensamente, ao serviço do mal. Havia assumido uma alta posição e podia ter exercido uma grande e piedosa influência, mas não só fez ela própria o que desagradava ao Senhor, como também instigou os outros a fazer o mesmo.
Muitos séculos mais tarde, Jesus lamentou os habitantes da capital de Israel: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!" (Mat. 23:37)
Da mesma forma, Jezabel recusou voltar-se para Deus. Continuou a praticar o mal até à morte. Acreditava orgulhosamente que podia desafiar a Deus, mas essa crença resultou numa dolorosa decepção. Ninguém pode brincar com Deus.

Jezabel, que se esqueceu de que ninguém pode brincar com Deus
(I Reis 19:1-31 21:5-16. Ler também I Reis 18)

Perguntas :
1. Estude cuidadosamente a vida de Jezabel e enumere as qualidades do seu caráter. (Ler I Reis 16:31; 21:17-29; II Reis 9:30-37).
2. Compare o comportamento de Jezabel com as obras da carne mencionadas em Gálatas 5:19-21. Que conclusões tira daí?
3. Considere a vida de Jezabel à luz de Provérbios 1:20-31, e explique como, na sua opinião, Deus Se manifestou a ela.
4. Quais foram as suas respostas a Deus ?
5. Quais são as "notáveis" palavras usadas a respeito do marido em I Reis 21:25?
6. Que lições aprendeu desta história? Como é que as vai aplicar à sua vida diária?

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