SAFIRA, A MULHER QUE
MORREU POR TER
DADO OUVIDOS
A SATANÁS
"Na longa história da igreja,
jamais existiu tal
manifestação de mordomia
cristã e de senso de responsabilidade individual
para com Deus." Herbert Lockyer *
Atos
4:32-5:11
Quem teve primeiro a idéia?
Ananias ou Safira?
Qual deles
decidiu vender uma parte
da propriedade a fim
de dar o dinheiro
aos necessitados?
Era um plano maravilhoso, altruísta
e sacrificial.
Cativados por um movimento que havia surgido ultimamente em
Jerusalém, Ananias e Safira juntaram-se
ao grupo de pessoas
cujo maior
desejo era
fazer os outros
felizes. Mais
tarde, esses
foram chamados cristãos (Atos 11:26), termo
que os ligava ao nome
do seu Salvador
e grande exemplo,
Jesus Cristo.
Em Jerusalém,
algo de especial
tinha acontecido. Dez
dias depois
da ascensão de Jesus, o Espírito Santo tinha
descido sobre os discípulos,
exatamente como
estava predito. Esse Espírito tinha
cativado os corações dos crentes, mudando-os radicalmente.
Desenvolveu-se entre eles um laço mútuo de amor e unidade como nunca se
imaginara possível. Experimentaram entre si uma relação que jamais existira antes
e que mais
tarde foi bastante
esquecida.
Os crentes encontravam-se
diariamente no templo. Desejavam estar juntos.
Procuravam-se mutuamente e comiam uns com
os outros. Deus
constituía o centro dos seus pensamentos
e conversas.
Em tais situações,
as diferenças sociais
podem tornar-se dolorosas. Como é possível desfrutar dos bens próprios enquanto outros
passam por grandes
necessidades? O Espírito
de Jesus – acerca do Qual os apóstolos
falavam com entusiasmo
– tinha vindo para
o seu meio.
Era a Sua
compaixão que
eles experimentavam. Como Ele, também os crentes
desejavam servir os outros,
fazê-los felizes. Dessa altura em diante, queriam ser
bons mordomos
dos seus bens.
Sem que
ninguém os forçasse a fazer
isso, os ricos
vendiam as suas propriedades.
A importância recebida era então
colocada num fundo comum,
do qual todos
recebiam a sua parte,
de acordo com
a necessidade de cada
um.
A primeira igreja de Jesus Cristo
estava intimamente unida pela fé nEle. Os seus
membros eram também
iguais nas circunstâncias
externas, porque
os mais abastados
davam do que tinham a favor
dos que precisavam.
José, também chamado Barnabé, era um homem particularmente notável
entre eles.
O seu nome
significava "Filho da
Consolação", e isso traduzia exatamente o que
ele era.
Vendeu um campo
que possuía e trouxe o dinheiro
aos apóstolos. Todos
começaram a falar a respeito
deste homem e do bom
exemplo que
dera.
Uma vez que
a igreja pensava em
termos espirituais,
os seus membros
estavam convictos do valor relativo e temporal
dos bens materiais.
Não tinha
o Mestre dito
com bastante
ênfase que
se uma pessoa não
renunciasse a tudo o que tinha não podia ser Seu discípulo?
(Luc. 14:33)
Como os seus pensamentos
estavam acima de tudo
preocupados com as coisas
do Reino de Deus,
os cristãos tinham a convicção de que
o Senhor cuidaria deles (Mat. 6:33). Não tinha Jesus
afirmado que aqueles
que deixam parentes,
casa e propriedades
por amor
d'Ele e do Evangelho
receberão cem vezes
mais? (Mar.
10:29-30)
Não admira que os crentes que viviam de acordo
com estes
padrões divinos
fossem populares com
as outras pessoas. Os que criam em
Jesus Cristo, o Ressuscitado, eram
diariamente acrescentados à igreja (Atos 2:43-47).
Naquela época, muitos
milagres maravilhosos
se estavam a realizar, os quais
enchiam as pessoas de temor, incluindo Ananias e Safira.
Sem outra
pressão que não fosse a das suas
próprias consciências, este casal
decidiu voluntariamente seguir os exemplos que
viam à sua volta.
Não queriam ficar
atrás de Barnabé
e de outros. A sua
excelente decisão
de vender uma propriedade
e dar o dinheiro
foi mútua.
Satanás tinha observado o desenvolvimento dos primeiros
cristãos e sentia-se furioso.
Estava a procurar maneiras
de anular o seu
crescimento e felicidade.
Como cada
pessoa que se
juntava à igreja era
um perda
para o seu domínio (Atos
26:18), ele não
podia permanecer inativo.
Olhou para os corações
de Ananias e Safira e descobriu que a fé deles não era da mesma qualidade
que a de Barnabé.
verificou que eles
possuíam um duplo
objetivo. Queriam fazer
o bem, por um lado, e conseguir causar boa impressão, por outro.
Ananias e Safira não estavam apenas
preocupados com os pobres.
Desejavam também ser
alvo de honras
e admiração. Em
parte, o seu
alvo não
era espiritual.
Queriam aparentar ser
melhores do que
realmente eram. Talvez
o medo os tivesse também
invadido, após a decisão
inicial. Agora
que eram mais
velhos, recebiam menos
cuidados e o futuro
era incerto.
Quaisquer que fossem as suas razões, eles concordaram em
guardar parte
do dinheiro da propriedade
que tinham vendido, fingindo entretanto que
davam tudo. De outro
modo, as pessoas
não ficariam tão
bem impressionados com
eles como
com Barnabé.
Plenamente conscientes
da sua decisão
bem pensada, Ananias e Safira
levaram por diante
o seu plano,
com prejuízo
das suas vidas.
Quando Pedro
recebeu o dinheiro de Ananias, sabia já que se
estava a praticar uma fraude.
A sua saudação
foi aterradora, "Ananias, por que encheu Satanás o teu
coração para que mentisses ao Espírito
Santo, e retivesses parte
do preço da herdade?" (Atos 5:3)
As palavras de Pedro
revelaram a extensão e a seriedade desta atitude enganosa. Ananias tinha
consentido que Satanás ocupasse o seu coração. Como acontecera ao primeiro
casal na terra,
Adão e Eva, ele e Safira
haviam-se deixado enganar por
Satanás. Como sempre,
o diabo visava destruir a
obra de Deus.
Pedro sabia que enganar o Espírito Santo era enganar Deus.
"Guardando-a não ficava para ti ? E, vendida, não
estava em teu
poder?" E Pedro continuou: "Por que
formaste este desígnio
em teu
coração? Não
mentiste aos homens, mas a Deus"
(Atos 5:4).
Com estas palavras, Ananias caiu morto.
Não foi condenado por
causa da oferta
não ser
suficientemente grande,
mas porque
estava ligada à desonestidade.
A sua ação de
nada valeu, por
causa da duplicidade e mentira.
Acima de tudo,
ele tentara enganar
a Deus e depois
aos crédulos necessitados. A decisão que
haviam tomado pôs em causa
a santidade de Deus
e desonrou-O pela mentira.
Isso custou-lhe a vida.
O Deus a Quem
Ananias e Safira tinham profundamente menosprezado é um
Deus santo.
É um fogo
consumidor (Heb. 12:29). Nenhuma criatura se esconde diante
dEle. Mas todos
estão patentes e expostos
aos Seus olhos
(Heb. 4:13). Isso era
também verdade
a respeito dos pensamentos
de Ananias e Safira. Eles tinham igualmente
de dar contas
dos seus atos
a Deus, e quem
poderia subsistir
quando Ele
administrava a justiça em vez da misericórdia?
Petrificadas, as pessoas que estavam presentes
observaram como os jovens
cobriram o corpo de Ananias com um lençol e o levaram imediatamente
para ser
sepultado.
Jerusalém era pequena. De qualquer
ponto da cidade,
se chegava depressa à praça do templo.
Como o marido
não tinha
regressado a casa após
cerca de três
horas, Safira
foi investigar. Quando
entrou na sala para
falar com
Pedro e os apóstolos, elas ainda
estavam a pensar no que
de terrível tinha
acontecido. À distância soaram os passos dos jovens
que voltavam do funeral
de Ananias.
Será que Safira
se apercebeu da tensão que pairava na sala
?
Será essa a razão por que ela não ousou
perguntar onde estava o marido?
Ninguém lhe disse o que
havia acontecido. Ela tinha de enfrentar também o teste em que o marido falhara.
Pedro retomou o fio da conversa com Safira como se não tivesse passado
tempo algum
desde a morte
de Ananias. "Dize-me, vendeste por tanto aquela herdade?" (Atos
5:8)
Deus estava a
dar a Safira
uma segunda oportunidade.
Ela havia perdido a primeira
– a possibilidade de responder como o marido
de forma honesta
a Deus e aos Seus
servos.
"Uma pessoa é escrava
daquilo que a controla" (escreveu
Pedro (2 Pe. 2:19). Os cristãos não devem racionalizar mesmo o hábito mais insignificante,
se sabem que é contrário
á direção do Espírito
Santo e se encontra
fora do ambiente
sa verdadeira liberdade que Cristo nos tem dado pela Sua morte e ressurreição.
Safira não havia sido uma boa auxiliar
para Ananias (Prov. 31:12). Não
tinha usado a grande
influência que
possuía como sua
esposa para servir de bênção ao marido. Tinha-lhe feito
pouco bem. Não tentara se impedi-lo de pecar,
e, portanto, era
também culpada da sua
morte.
Mostrou que também ela
estava em poder
de Satanás. Por conseguinte,
a sua resposta
foi forçosamente breve
e sem qualquer
hesitação: "Sim,
por tanto"
(Atos 5:8). "Como
é que tu
e o teu marido
foram capazes de pensar
mesmo em
fazer uma coisa destas
conspirando juntos para
tentar o Espírito
de Deus?" – disse-lhe Pedro em tom de censura (v. 9).
O terrível fato do pecado de
Ananias e Safira estava em que fora premeditado. Eles
tinham plena consciência
do que faziam. O pecado
não os apanhara de surpresa.
Entretiveram-se com ele
deliberadamente. Por causa
do seu pecado,
Safira morreu também.
Entretanto,
os jovens regressavam a casa. Chegavam precisamente
a tempo para sepultar a mulher de
Ananias.
Safira
causou, sem dúvida,
uma impressão, mas
não positiva.
Deixou atrás de si
recordações de medo, terror
e desânimo; tanto
no que dizia respeito
aos cristãos, como
para os que não eram da igreja
mas ouviram falar
da causa da sua
morte.
O nome de Safira estava relacionado com
a pedra preciosa
chamada "safira",
mas o único
clarão que
conseguiu deixar foi um
triste aviso.
Safira, a mulher que
morreu por ter
dado ouvidos
a Satanás.
(Atos 4:32-5:11)
Perguntas:
1. Faça uma lista de algumas características da igreja
cristã no tempo de Safira.
2. Qual lhe
parece ser o atributo
mais notável
dos crentes?
3. Como é que a atitude destes cristãos influenciou a vida
de Ananias e Safira?
4. Examine a atitude de Safira para com o marido, à
luz de Provérbios
31:12. A que conclusão
chega?
5. Como é que a morte de Safira afetou os cristãos?
6. Que princípio
aprendeu desta história que possa aplicar à sua própria vida?
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