"De acordo com o pensamento
bíblico, dois seres
humanos que
tenham partilhado do ato sexual nunca mais serão os mesmos depois
disso. Já não
podem agir em
relação um
ao outro coma
se não houvessem tido essa experiência. Isso
faz do que se envolvem nele um casal,
ligados um ao outro.
Isso cria
o laço duma só
carne, com
todas as suas implicações''.
Walter Trobisch*
Gênesis 39:1-20
1 Tessalonicenses 4:3-5
A mulher de Potifar tinha tudo. Tinha um marido que
exercia uma grande posição
como oficial
de Faraó. Vivia numa casa espaçosa e
luxuosamente mobiliada. Vivia mergulhada
em riqueza, alimento e vestuário.
Dirigia o numeroso pessoal
da sua casa,
que lhe
satisfazia os mínimos desejos. Era
uma mulher mimada.
Como egípcia,
gozava também de uma liberdade maior
do que a de muitas outras mulheres do seu
tempo. Podia-se concluir
que ela
se sentisse muito feliz,
mas tal
conclusão provar-se-ia pouco perspicaz,
pois a situação
era realmente
muito diferente.
Tem-se dito que as situações
não fazem a pessoa;
revelam-na. Isso é verdade
no caso da esposa
de Potifar.
Ela aparece
na Escritura em
relação com
José, o homem responsável
pela casa
do seu marido.
José, filho de Jacó e de Raquel, era um homem muito elegante quando
chegou à casa de Potifar, depois de haver sido
vendido como escravo
pelos seus
irmãos.
Mas a vida interior
de José era mais
notável do que
a sua boa aparência,
porque ele
caminhava intimamente com Deus. Diversas vezes,
Deus tinha
revelado a José o seu futuro, em sonhos. Essa fora
uma das razões por
que os seus
irmãos sentiram inveja
dele. Haviam sentido que ele os
olhava com desdém.
Quando mais
tarde verificaram que
o seu pai
favorecia José, a sua fúria atingiu o auge.
Livraram-se dele, vendendo-o a mercadores
que passavam por
ali.
Contudo, em breve se
tornou muito claro
que Deus
estava com José, pois
para onde quer que ele fosse, a bênção de Deus o seguia. Assim,
a casa de Potifar foi abençoada – por causa de José. A relação de apreciação e respeito
mútuos cresceu entre
José e o seu senhor.
Conseqüentemente, as responsabilidades de José aumentaram até que, finalmente, ele
tinha a seu
cargo toda a casa.
A mulher de Potifar que, à primeira
vista, parecia possuir
tudo o que
uma mulher poderia
desejar, sentia-se intimamente vazia,
uma mulher sem
propósito. Tinha
tempo demais
à sua disposição.
Estava casada com
um homem
para quem o trabalho significava tudo.
Embora a Bíblia
não mencione filhos,
se tivesse havido algum, teriam sido, muito provavelmente, tratados
por uma ama.
Talvez os seus sentimentos
estivessem feridos, porque o marido não lhe dispensava atenção
que ela
desejava. Uma vida vazia
procura realização,
e um coração
vazio anseia
por satisfação.
Por fim,
a mulher de Potifar deu expressão aos desejos
que havia no seu
coração.
Não
reconheceu ela que
era o caráter
intrínseco da beleza,
retidão e fidelidade
de José que atraía, não
precisamente a sua
aparência física?
Não podia ela
entender que
o que havia de especial
a respeito dele era
o fato de caminhar
intimamente com Deus?
É evidente que não, pois ela humilhou-se
a si própria
e a José, não uma vez,
mas repetidamente. Ela
impôs-se a si mesma
e ao seu corpo
a ele. Esperava encontrar
satisfação no sexo
apenas. Não
sabia que a sensação
que tanto
desejava só produziria paixão, uma excitação emocional que
consumia a sua vida,
se o ato não
fosse fundamentado no amor e na segurança do casamento.
Mais tarde,
Paulo advertiu contra o fato de o pecado
controlar a vida
da pessoa (Rom. 6:12). O corpo
não é para fornicação,
mas para o Senhor (1 Cor.
6:13b). Deus espera
que o corpo
humano funcione como
templo Seu
(1 Cor. 6:19).
Na criação, Deus disse: "Portanto,
deixará o varão o seu
pai e a sua
mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão
ambos uma carne"
(Gên. 2:24). Portanto, a sexualidade foi incluída por
Deus, para sempre, no calor,
na segurança e no amor
do casamento. Isto
é evidente pela
Sua ordem
– o tornarem-se uma só carne devia ser
um resultado
do amor. A decisão
de deixarem os pais – darem início à sua própria família
– providencia o ambiente próprio
para a culminação do amor
sexual. Sem
estes pré-requisitos,
o sexo é um
desejo veemente
que consome, que
pode degradar o ser
humano a um
baixo nível animal. Isto
resulta em auto-acusação,
solidão e vergonha.
Provoca uma solidão ainda
maior, pois o
anseio por
mais paixão
sexual foi introduzido. Finalmente resulta em
total desolação.
Toma-se um ciclo
vicioso de miséria.
O problema que a mulher de
Potifar tinha à sua
frente não
podia ser menosprezado, e, certamente, ela
não podia encontrar
uma solução para estes seus problemas no sexo.
A sexualidade, usada desta maneira, cria o
seu próprio inferno.
José pôs imediatamente a tentação na sua perspectiva correta.
Ele não
a minimizou, mas chamou-lhe o que ela era – pecado.
Falou do grande respeito
que sentia para
com o marido
dela. Mas a sai grande
preocupação era
Deus. "Como,
pois, faria eu
este tamanho
mal e pecaria contra
Deus?'' perguntou ele.
José tinha razão;
a fornicação e o adultério são pecados,
aos olhos de Deus.
Cada ato
de intercurso sexual
fora do casamento
é um pecado
que Deus
abomina.
Deus não quer negar o prazer ao homem; deseja-lhe a maior
e a melhor felicidade.
Quer protege-lo da destruição
que sempre
acompanha a imoralidade. Deus não pode permitir que o maior dom terreno que Ele deu ao homem
seja degradado e desonrado.
A imortalidade é uma das armas mortais que vem diretamente
do inferno e destrói a pessoa
que nela consente. José sabia isso bem, porque andava com
Deus. Sabia o que
desagradava ao Criador.
"O que adultera com uma mulher
está fora de si;
só mesmo
quem quer
arruinar-se é que pratica tal coisa. Achará açoites e infâmia,
e o seu opróbrio
nunca se apagará" (Prov. 6:32,33). Embora Salomão escrevesse estas palavras
muitos anos
mais tarde,
José entendeu e aplicou este princípio na situação
com a mulher
de Potifar.
O fato de a mulher de Potifar não
conhecer o Deus
de Israel, não era
desculpa. Como
qualquer outro
ser humano,
ela era
uma pessoa moral
inata. Estava transgredindo uma lei da vida que Deus dera à
humanidade na criação
(Rom. 2:14,15). Provou isso quando
torceu a verdade, depois
de José a ter rejeitado. Acusou-o da imoralidade que
ela própria
tencionava cometer! A fuga
precipitada de José, que deu prova da sua pureza de caráter
expô-la ainda mais
e perverteu a sua mente.
Sendo-lhe superior, decidiu, sem quaisquer escrúpulos,
arruinar a sua
carreira e manchar
o seu bom
nome.
Isto deu origem a um tempo difícil para José – uma estadia
de muitos anos
na prisão. Sem
dúvida, ele
sentia-se ferido pelas acusações
desonestas. Provavelmente, sentiu-se também
abandonado, uma vez que
Potifar, aparentemente, não investigou a situação.
Todavia, é evidente
que Potifar não
acreditou na sua mulher,
pois nesse caso
teria, certamente, mandado
matar José.
José não se queixou. Para sua alegria, descobriu que
mesmo as paredes
da prisão não
excluíam Deus. Deus
continuava com ele,
como o havia feito
na casa de Potifar. Uma vez mais, José
tornou-se uma bênção para
aqueles que
o rodeavam. Finalmente, foi recompensado
pela sua
lealdade a Deus e ao seu senhor, e foi-lhe dado o governo sobre todo o
Egito. Era o primeiro
abaixo de Faraó,
o governador do Egito. Casou com a filha de Faraó. Tomou-se Zafnath-Paneah, o protetor
do povo. No devido
tempo foi capaz
de salvar os irmãos
que o haviam traído, quando eles
estavam ameaçados pela fome.
Não foi José quem saiu perdendo.
Foi a mulher de Potifar.
Nada mais se ouve a respeito
dela – não por
causa da enormidade
do seu pecado,
mas porque
ela não
mostrou qualquer tristeza
e não pediu perdão.
Não pareceu desejar
qualquer conhecimento
de Deus, embora
Ele desejasse tanto
dar-lhe alegria e satisfação
na vida, que
a tinha tocado através
da pessoa de José.
Ela podia ter encontrado vitória sobre os seus desejos sexuais,
se os tivesse reconhecido como pecado, a tempo.
Podia mesmo ter
ganho de novo
o domínio da sua
mente e do seu
corpo, depois
de José a ter rejeitado a primeira
vez. Podia ter
interrogado José a respeito do Deus que
governava a sua vida..
Podia ter preenchido as suas
horas de ócio
de um modo
mais proveitoso.
A ociosidade tornou-se a mãe do seu vício, pois ela agiu levianamente
com um
dos dons mais
preciosos da vida
– o tempo. Gastou-o inutilmente. A ociosidade tornou-se o solo
que nutriu os seus
pensamentos pecaminosos.
Só depois
de ter sucumbido a esses
pensamentos perversos,
é que ela
se defrontou com o desejo
de pecar de fato.
Sim, os nossos
atos são
fruto dos nossos
pensamentos; os seus
pensamentos foram a origem
da sua ruína.
A pessoa torna-se o que
pensa. A tentação
da mulher de Potifar não era rara. Milhões
de pessoas hoje
em dia
estão sendo tentadas da mesma maneira, porque
Satanás anda continuadamente em derredor,
bramando como o leão,
buscando a quem possa tragar
1 Ped. 5:8). Ele nunca
mudará o seu caráter.
A esposa de Potifar permitiu que a tentação se
convertesse em pecado,
porque não
refreou os seus desejos,
antes, pelo contrário, consentiu que
eles a seduzissem e atraíssem para o pecado real (Tg. 1:14,15). Não
tinha qualquer
desejo de se corrigir.
Tinha o tempo, a inteligência e o potencial para usar a sua vida positivamente,
mas falhou. Portanto,
nada de bom
se pode dizer acerca
dela. É trágico que
tenha vivido, sem
ter deixado atrás
de si qualquer
impressão positiva.
A Esposa de Potifar, uma mulher dominada pelo sexo
(Gênesis 39:1-20; 1 Tessalonicenses 4:3-5)
Perguntas:
1.
Em poucas frases, relate o que a Bíblia
diz acerca da esposa
de Potifar.
2.
Que palavras usou José para pôr a proposta imoral dela na perspectiva
correta?
3.
Estude a lei
de Moisés a respeito dos pensamentos de Deus
sobre as relações
sexuais entre
um homem
e uma mulher que
não são
casados. (Deut. 22:13,14,20-22). O que é que o
impressiona?
4.
A esposa
de Potifar não conhecia as leis de Deus. Por que é que a sua ignorância não era desculpa? (Recorde Rom. 2:14,15).
5.
Para quem foi criado o corpo humano, e porquê? (1 Cor.
6:13b,19,20).
6.
Compare esta história com a advertência em 1
Tessalonicenses 4:3-5. Que atitude Deus quer ver nas pessoas, em relação aos seus
corpos?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
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