"A minha oração é que
possais ter ainda
mais amor
– um amor
cheio de conhecimento
e de sábia compreensão.
Quero que sejais capazes
de reconhecer sempre
o mais elevado
e o melhor''. Filip 1:9-10, tradução de Phillips
Lucas 10:38-42
João 11:17-27
João 11:32-44
Marta estava nervosa. Um momento antes,
13 hóspedes, todos
homens, tinham aparecido inesperadamente. Eram Jesus, o Mestre,
e os seus discípulos
que iam a caminho
de Jerusalém, a cerca de três quilômetros
dali.
Não se
tratava de pessoas desconhecidas. Jesus era um bom amigo de Marta, de sua
irmã Maria e de seu irmão
Lázaro. Várias vezes
apareceu com os discípulos,
já de noite,
para ficar com eles em Betânia.
Marta
apreciava muito o Mestre,
que não
tinha onde
reclinar a cabeça
Mat. 8:20). Se sentia à vontade com eles. Era hospitaleira
e alegremente abria o seu lar aos outros.Considerava que
era uma honra
receber os hóspedes.
Marta lutava consigo mesma enquanto atendia às necessidades
daqueles homens cheios
de pó e esfomeados. Não
quer dizer que o seu lar não fosse suficientemente espaçoso
ou que
a dispensa estivesse pouco fornecida de comida.
Tinha o bastante.
Contudo, sentia-se irritada, porque a irmã, Maria, não
a ajudava no serviço.
Maria estava totalmente absorta, ouvindo o Mestre.
Bebia ansiosamente cada
uma das Suas palavras.
A questão que
mais a preocupava era:
"Como é que
eu poderei aproveitar
ao máximo este
momento? Que
é que posso aprender?''
Marta não se sentia menos
feliz que a
irmã por ter
recebido a visita de Jesus, mas não a podia
saborear completamente.
Os seus pensamentos
estavam sempre ocupados
em pormenores
e coisas secundárias. Era por isso que a magnitude da ocasião
lhe escapava. Sentia-se nervosa. Irritada! E, como
acontece geralmente numa situação do gênero,
jogou a culpa em
outra pessoa.
Marta considerava-se uma vítima. "Senhor",
interrompeu ela, "não te importas
que a minha
irmã me deixe servir
só?''
Marta não pareceu preocupar-se com
o fato de estar
a acusar a irmã na presença
dos hóspedes, e de estar
a incluir Jesus na acusação!
E isso não
foi tudo. Ela
atreveu-se a ordenar ao Mestre
que dissesse a Maria para
a ajudar.
A voz do Mestre,
que tinha
mantido os ouvintes fascinados, parou de
repente. "Marta,
Marta'', disse Ele,
"estás ansiosa e afadigada com muitas coisas,
mas uma só
é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada". Com
aquelas poucas palavras Ele queria dizer muito mais.
Continham uma advertência:
Marta, como é que
podes misturar dessa maneira
o que é primário
com o secundário?
Como é que
te podes perder
com coisas
de somenos importância,
enquanto eu
estou na tua casa? Marta,
não compreendes que
eu vim, em
primeiro lugar,
para servir? Não para ser servido? (Mat. 20:28) Não
vês que
eu estou muito
mais interessado em
ti do que no alojamento
e na comida? Aprecio a tua hospitalidade, mas
a minha primeira
preocupação é a Marta,
não a hospedeira.
Marta, és tão
eficiente e sábia
– por que
é que hás de fazer
tudo, mesmo
os pormenores mais
insignificantes, sozinha?
Não compreendes que,
de qualquer modo,
eu prefiro uma refeição
simples? No meu
Reino dá-se prioridade
às questões espirituais.
Examina-te, analisa o teu próprio
coração. Olha
para as coisas
do meu ponto
de vista.
Maria, continuou Ele,
não precisa
de ser corrigida. Tu,
sim. Mas
digo-te isto porque
te amo
(Heb. 12:5,6). As coisas de valor temporal,
as preocupações acerca
desta forma de vida
sufocam a Minha Palavra
(Mar. 4:19), e escurecem a tua visão dos assuntos
eternos. Marta,
também deves ter
cuidado quanto
a julgares os outros
(Mat. 7:1,2). Deixa antes
isso comigo
(1 Cor. 4:5). Examina-te a ti mesma e julga o teu
próprio coração
(2 Cor. 13:5).
O próximo encontro
entre Jesus e essa família
teve lugar em
circunstâncias extremamente
dolorosas. A doença e o temor
tinham penetrado neste lar feliz. Lázaro estava gravemente enfermo.
Sem demora,
as irmãs enviaram uma mensagem a Jesus, que andava a pregar no outro lado do rio Jordão. Tudo o que Lhe
disseram, foi: "Senhor, o teu
amigo está muito
doente".
Esperavam que Ele viesse imediatamente.
Sabiam quando é que
Lhe seria possível
chegar lá. Mas Jesus permaneceu longe
– de propósito – e Lázaro
morreu.
Deus seria
glorificado através desta doença
de um modo
todo especial.
Maria e Marta não
se regozijariam com a cura do seu irmão, mas com a sua ressurreição dentre
os mortos.
Isto ia muito além da percepção delas. Portanto,
as irmãs repetiam muitas vezes durante o dia:
"Se o Senhor estivesse aqui,
Lázaro não
teria morrido''.
Depois, quando Lázaro já estava enterrado há quatro
dias, e a casa
estava repleta de amigos
que procuravam confortá-las, chegou
Jesus. Maria, dominada pelo desgosto,
ficou em casa,
mas o temperamento
de Marta não
lhe permitia ficar
assim. Como
é que poderia
ficar calmamente
em casa
quando o Mestre
estava a chegar? Impossível!
Foi ao Seu encontro
e repetiu-Lhe o que tinha
dito muitas vezes
com Maria; "Isto
não teria acontecido, Senhor,
se tu estivesses aqui''.
Mais uma vez, havia um travo de acusação nas
palavras que
dirigiu a Jesus, mas, ao mesmo tempo, elas constituíam uma expressão
de fé e esperança.
Ela provou isso
quando acrescentou: "Mas eu sei que mesmo agora Deus Te dará o que quer que Lhe peças''.
Nem tudo estava perdido.
Quando Ele prometeu: "Teu
irmão há de ressuscitar",
Marta pensou num futuro
distante. Mas
Jesus pô-la face a face
com um
fato esmagador:
"Eu sou a ressurreição
e a vida''.
A ressurreição não oferecia esperança
apenas para o
futuro. Era
uma realidade presente.
Essa realidade estava personificada no Homem que
falava com ela.
Ele não
dava meramente a vida.
Era Ele
próprio a vida.
A resposta de Marta foi uma notável
confissão de fé:
"Sim, Senhor!
Eu creio que
és o Cristo, o Filho
de Deus, que
havia de vir ao mundo''.
A pergunta que
tantos haviam feito
e que tinha
provocado tanta divisão,
era: "É ele
o Cristo, ou
não?" (João 7:31, 41-43; Mar. 11:3) Marta
tinha dado
uma resposta positiva,
embora não
pudesse imaginar as implicações
do seu testemunho.
O que aconteceu em seguida é muito comovente.
Marta tinha
chamado Maria. Esta chegou e saudou Jesus. Repararam que
Jesus estava profundamente triste. As palavras
de Isaías tornaram-se realidade: "Em toda a angústia deles foi ele
angustiado'' (Isa. 63:9).
O Filho de Deus não Se
envergonhava das Suas lágrimas. Chorou.
As irmãs e todos os que tinham vindo para chorar com elas notaram isso.
Alguns disseram: "Vede como o amava". Outros
criticavam-nO, dizendo: "Abriu os olhos
aos cegos, não
é verdade? Então,
por que
é que não
impediu que Lázaro
morresse?''
Nesse momento, os sofrimentos
de Jesus vieram à luz. Ele não iria sofrer apenas com a Sua morte próxima.
Naquele instante santo,
quando provou a Sua
vitória sobre
a morte, Jesus sofreu em
vida. Havia sofrido em
cada dia
da Sua existência
terrena. Sofrera com
a incompreensão do povo
(Mar. 6:1-6). Sofrera com a infidelidade
dos Seus amigos
(Luc. 22:39-45; Mat. 26:31-35). Sofrera também
com Marta
– pela maneira
como ela
usava a sua energia
– pelo modo como ela
interferira.
De novo, Marta
interrompeu. Quando Jesus deu a ordem para removerem a pedra do sepulcro, ela achou que era necessário recordar-lhe
que Lázaro,
que já
estava sepultado há quatro dias, se acharia num estado
de decomposição.
"Não te disse que se
creres verás a glória
de Deus?" (João 11:40) respondeu Jesus.
Ao seu grito:
"Lázaro, vem para
fora!'' (V. 43) a morte
deixou a sua presa.
Lazão estava diante deles, vivo. Podiam tocar-lhe. Jesus, que
tinha tomado sobre
Si próprio a culpa de insensibilidade
perante a tristeza
dos Seus amigos,
selava agora a Sua
amizade pelas pessoas
de Betânia, com a Sua
vida.
Agora a Sua liberdade
estava limitada. Precisava Se esconder a fim de não cair prematuramente
nas mãos dos fariseus
e dos principais sacerdotes
(João 11:53,54). Dentro de poucas semanas iria morrer na cruz. Morreria, não
só pelos
pecados de Lázaro,
Marta e Maria, mas
também pelos
pecados de todo
o mundo.
Seis dias antes da morte de Jesus, Marta
serviu num banquete dado
em honra
dEle (João 12:1,5). A história vem
contada em poucas palavras.
Marta não
tinha deixado de servir.
Não caiu no outro
extremo. Era
uma mulher de caráter
vigoroso. As belas qualidades
de hospitalidade e de prontidão em servir continuavam a ser
evidentes. Era
também uma mulher
cuja fé,
pela morte de
Lázaro, havia suportado o teste.
Revelou-se também uma mulher corajosa.
Permaneceu fiel ao Senhor
numa altura em
que o ódio
dos judeus era
o mais veemente
e viria a resultar na Sua
morte.
Jesus amava-a e estendeu-file a honra
da Sua amizade.
Ele, que conhecia as pessoas,
sabia que as mulheres
como Marta
podem sofrer sem
necessidade, simplesmente
por causa
delas próprias. Sabia que uma mulher boa, inteligente
e enérgica, como
ela, podia facilmente tropeçar,
por causa de um vigor demasiado, por causa do desejo de interferir. Ela tinha de ter um cuidado especial para não se perder em coisas de importância secundária.
As mulheres como
Marta precisam particularmente
de Jesus. Ele pode impedi-las de
dedicarem as suas vidas
ao segundo melhor.
Marta de
Betânia, uma mulher que
deu prioridade a questões
secundárias (Lucas 10:38-42; João 11:17-27, 32-44).
Perguntas:
1.
O que
caracterizava a família em Betânia?
2.
Qual lhe parece ser a qualidade
mais positiva
em Marta?
(Leia também Marcos
11:11 e Mateus 21:17).
3.
Vê alguns perigos
em relação
com esta característica
da sua vida?
Se sim, quais?
4.
Que fatos nos
levam a concluir que
Marta dava realmente
prioridade a assuntos
de importância secundária?
5.
Leia João 11. O que é que este capítulo ensina a respeito
da fé de Marta?
6.
Em que sentido
é que Marta
constitui um exemplo
ou advertência
para si? Como é que vai aplicar o que
aprendeu da sua vida?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
PODE ACOMPANHAR-NOS NOS NO YOUTUBE VEJA OS LINKS ABAIXO.
Adicionar legenda |
Sem comentários:
Enviar um comentário