LÓIDE E EUNICE, MULHERES QUE
ESTAVAM CERTAS DO PODER
DA PALAVRA DE DEUS
"O Senhor Jesus era
uma realidade viva
para mim. Quando eu era ama muito criança,
a minha mãe
contou-me como Ele
amava tanto as crianças
e queria viver nos
sus corações. Eu
devo-Lhe ter pedido
para entrar, embora não saiba como e quando isso
aconteceu". Corrie ten Boom *
2 Timóteo 1:5
2 Timóteo 3:14-17
Atos 16:1-3
Os nomes de Lóide e Eunice não se podem separar. Isso não
acontece por se tratar
de mãe e filha,
mas por
causa da sua fé sincera e da
sua visão
das Santas Escrituras. No entanto, o mais
importante de tudo
é que ambas tinham interesse
por Timóteo, filho
de Eunice e neto de Lóide.
Os nomes delas aparecem uma única vez na Bíblia. Mas,
partindo só desse fato,
não se pode tirar
a conclusão de que
as suas vidas
não foram importantes,
ou de que
a sua influência
foi relativamente pequena.
O contrário é que
é verdade.
Os nomes destas duas mulheres ficaram para sempre na história
por causa da impressão indelével que deixaram no apóstolo
Paulo, um dos maiores
evangelistas e autor
de grande parte
do Novo Testamento,
incluindo duas cartas a Timóteo.
Por volta de 67 A.D., Paulo incluiu estas palavras na última
carta que,
de Roma, enviou a Timóteo: "Trazendo à memória
a fé não
fingida que em
ti há", escreveu ele, "a inclinação de toda
a tua personalidade para
Deus em
Cristo, em
absoluta confiança
e segurança no Seu
poder, sabedoria
e bondade, uma fé
que habitou primeiro
e de modo permanente
no coração da tua avó Lóide e da tua mãe Eunice, e que,
estou certo, também
existe em ti" (2 Tim. 1:5).
A perseguição aos cristãos tinha começado durante
o domínio do imperador
Nero, alguns anos
antes, e tinha
culminado com um
terrível incêndio
que o próprio
imperador provocou, mas
pelo qual
culpou os cristãos. Desse modo, ele pôde arranjar uma justificação
para os perseguir.
A tradição afirma que Paulo caiu vítima
dessa perseguição. Preso em
Roma e aguardando a morte, escreveu ao seu "filho
na fé" Timóteo (2 Tim. 1:2). Estava
ansioso por
ver o seu
fiel e amado
colaborador pela última
vez (2 Tim. 4:9). Paulo sabia que a sua vida terrena
estava prestes a terminar.
O seu serviço
estava quase completo.
Mas através
de Timóteo (e de outros) o trabalho que ele havia começado iria continuar.
Nesta carta, o homem
que o tinha
acompanhado em tantas viagens – o cooperador que
ele havia mandado
a diferentes igrejas
– ia receber as instruções
finais do seu
líder e mestre.
Essa orientação ajudaria Timóteo a executar as tarefas que ele e outros estavam a receber
de Paulo.
A razão por
que Paulo podia escrever
que tinha
combatido o bom combate
e que vivia na expectativa
de receber a coroa
da justiça (2 Tim. 4:7-8) também tinha a ver com
Timóteo. Paulo estava convencido de que a educação espiritual e a ajuda
que havia dado
a Timóteo não iria parar
ali, pois
Timóteo já tinha
revelado que guardara no coração as lições
que tinha
aprendido... Mais uma vez, o Apóstolo
orientou-o em relação
às tarefas que
o aguardavam. "E o que de mim, entre
muitas testemunhas, ouviste confia-o a homens fiéis", dizia Paulo, "que sejam idôneos
para também
ensinarem os outros" (2 Tim. 2:2).
No que dizia respeito a Paulo, esse
ensino tinha
começado cerca de vinte anos antes, em Listra. Aí, ele tinha tido um breve encontro com Timóteo enquanto
pregava durante o que
constituiu provavelmente a sua primeira visita
a essa parte do mundo
(Atos 14:9-7).
Desde o princípio, o Apóstolo
tinha ficado impressionado com o caráter nobre desse rapaz
e a sua vida
de temor a Deus.
Paulo verificou que Timóteo gozava de
uma boa reputação, tanto
entre os cristãos
locais, como
entre os da vizinha
Icônio. Com uma preparação
adequada, ele poderia
tornar-se um instrumento
útil no serviço de Deus,
porque tinha
sido ensinado nas Sagradas Escrituras desde a infância.
Por mais excelente que pudesse ter sido a educação bíblica que
Timóteo recebera da mãe e da avó, ela não podia substituir a conversão.
Essa continuava a ser indispensável. Portanto,
Timóteo teve primeiramente de se converter. Pouco depois da conversão
de Timóteo a Cristo, Paulo começou a cuidar dele, treinando-o cuidadosamente no serviço de Deus.
Todavia, a instrução inicial
de Timóteo não viera de Paulo.
Originara-se, sim, no ensino recebido anos
antes sob
a direção de Lóide e Eunice. Paulo
colheu o que outros
haviam semeado.
Quando o menino nasceu, os pais
deram-lhe o nome de Timóteo, que significava "aquele
que teme a Deus".
Mas esse
nome foi provavelmente escolhido mais pela mãe judia do que
pelo pai grego.
Por que razão
Eunice, que temia ao Senhor,
casou com um
pagão, continua a ser
um mistério. Não se sabe se isso
aconteceu com o consentimento
de Lóide, ou sem
ele. Talvez
nenhuma das mulheres fosse cristã nessa altura. Qualquer
que fosse o caso,
o marido de Eunice não
tinha um
encontro com
o Deus em
que ela
cria. Em
conseqüência, Timóteo permanecia sem se circuncidar.
Teria o pai morrido cedo? Seria por
isso que
a educação do moço
teve de ficar a cargo da mãe? Será que
Eunice, sendo viúva, teria de ganhar a vida e, portanto, deixou a educação
do filho à responsabilidade
da avó?
Assim Timóteo
foi educado nas Sagradas Escrituras.
Essa instrução foi um
enorme privilégio
que jamais
poderia agradecer
suficientemente a Deus.
Timóteo devia essa educação religiosa à mãe
e à avó. Desde a sua
mais tenra
infância, tinha
sido ensinado na Palavra de Deus.
Lóide e Eunice não pensavam, Vamos
educá-lo de forma "neutra"
e depois, mais
tarde, ele
poderá fazer as suas
próprias decisões. Também não
argumentaram, Ele é ainda muito criança. Mais tarde, quando
puder entender melhor
as coisas, começaremos a ensinar-lhe a Palavra.
Lóide e Eunice davam grande valor à Bíblia
e aproveitaram todas as oportunidades para a ensinar cuidadosamente ao menino. Tanto a
mãe como
a avó não instilaram apenas um conhecimento teórico
em Timóteo. Dia
após dia, elas mostravam pelas suas
próprias vidas como
é que a fé
se podia aplicar na prática.
Isso ajudou a moldar
o seu caráter.
Claro que nesse ensino
elas não
podiam ir além
do conhecimento que
possuíam. Como mulheres
judias que viviam numa terra
estrangeira, provavelmente não sabiam mais
do que o conteúdo
do Velho Testamento,
A mensagem de que
o Messias esperado tinha
vindo na pessoa de Jesus de Nazaré e que Ele
oferecia o perdão dos pecados não lhes era inteiramente clara.
A boa nova de que
Deus estava agora
ao alcance de todos
os que criam em
Cristo era
algo que
se tornou conhecido através
das mensagens de Paulo.
Por mais que a fé da mãe e da
avó tivessem penetrado na vida do rapaz, isso não o salvava. Ele
próprio tinha
de chegar a fazer uma decisão pessoal
por Cristo.
Como Paulo, também
ele tinha
de crer que
Jesus Cristo veio
ao mundo para
salvar os pecadores
(1 Tim. 1:15; Atos 16:31). Tinha igualmente
de aceitar que
era pecador.
O futuro mensageiro
do Evangelho tinha
de crer, ele
próprio, primeiro no evangelho. Tinha
de crer que
Jesus Cristo morreu, foi sepultado,
ressuscitou dentre os mortos, segundo
as Escrituras (1 Cor.
15:3). Precisava entregar a vida
a Cristo a um
nível pessoal.
Quando o apóstolo chegara a Listra anos antes, Deus provou a verdade da profecia de Isaías. A Sua
palavra não
voltaria vazia; iria realizar
a obra que
Ele se propunha fazer
(Isa. 55:11). Timóteo, filho de Eunice e
neto de Lóide, tornou-se o "filho no Senhor" de
Paulo. O Apóstolo tornou-se seu pai em Cristo Jesus
através do evangelho
(1 Cor. 4:15,17).
Porque a mãe e a avó, pelo poder do Espírito Santo, tinham semeado generosamente
essa Palavra no coração
receptivo de uma criança
é que se verificou o seu novo nascimento depois da pregação
de Paulo (1 Pe. 1:23).
Teriam Lóide e Eunice rogado a Deus
o cumprimento das palavras
que o ilustre
rei Salomão havia escrito,
"Ensina a criança
no caminho em
que deve andar,
e, ainda quando
for velho, não
se desviará dele"? (Prov. 22:6)
Timóteo tornou-se primeiro cristão e depois
um ativo
mensageiro de Jesus Cristo,
um embaixador
de Deus (2 Cor.
5:20). Tornou-se um homem
que falaria às pessoas
das boas novas do evangelho
(2 Tim 4:5). A sua vida
adquiriu valor eterno.
Foi um homem
sábio que
"resplandecerá como o resplendor do firmamento",
porque "ensinou a muitos a justiça"
(Dan. 12:3).
Que mãe, que avó, poderia esperar mais rico fruto do seu ensino?! Quão profundamente gratas se devem ter
sentido esta mãe
e esta avó quando Timóteo iniciou a sua missão de pregar o evangelho!
Instruindo Timóteo nas leis dos hebreus, Lóide e Eunice não
lançaram apenas a base
para a conversão
de Timóteo; prepararam-no também para o trabalho da sua vida.
Quando ele, ainda rapaz, deixou Listra para acompanhar Paulo em substituição
do seu primeiro
colaborador, Barnabé, tinha pela frente uma pesada
tarefa. Teria de fazer
longas viagens que
poderiam arruinar a sua
constituição basicamente fraca. Ver-se-ia envolvido em
dificuldades contra
as quais a sua
natureza sensível
e tímida dificilmente poderia agüentar-se.
Timóteo iria precisar da Palavra de Deus
que Lóide e Eunice lhe
tinham comunicado, em
todos os dias
da sua vida.
Teria de se apegar a ela, viver
por ela
e usá-la como preparo
para a eternidade.
Não a poderia
dispensar na vida
quotidiana. Constituía o seu conforto, a sua
força, a sua bússola.
Para poder
ser um
servo de Deus
apto para a sua missão e
equipado para toda
a boa obra, Timóteo iria orientar-se pela Palavra.
Seria instruído e corrigido por ela, que
continuaria a prepará-lo no sentido de um caráter piedoso. A Palavra
que Timóteo aprendera a amar
e a obedecer no lar
iria também inspirá-lo e revelar-se um instrumento necessário para o treinamento de outros nas verdades
bíblicas.
O elo de fé
que passou de Lóide para
Eunice e desta para Timóteo não
parou aí. Através
dele, muitas outras pessoas viriam a abraçar a mesma fé e seriam estimuladas e instruídas na pregação do Evangelho.
Ele permanecia em
cooperação com
Paulo até à morte
do apóstolo, e o fato
de Paulo lhe ter
pedido que
viesse a Roma para o confortar,
nas suas últimas horas
terrenas, mostra a afeição
que os unia (2 Tim. 4:9).
Naturalmente, Eunice e Lóide não conheciam os grandes planos que
Deus tinha para Timóteo. Também Mônica não sabia qual o papel que o seu filho,
Agostinho, iria desempenhar na história da igreja. A mãe de Billy Graham não podia imaginar quantas pessoas se tornariam cristãs através do
ministério do seu filho. Deus tem surpresas maravilhosas para as pessoas, para
as mães e avós que confiam em Deus, para abençoar os seus queridos.
Quão facilmente as vidas de Lóide e Eunice – duas mulheres sem
importância especial que viviam na Ásia Menor (hoje Turquia) – poderiam ter
permanecido anônimas.
Desde que elas viveram, a Bíblia foi traduzida em centenas de
línguas e distribuída em milhões de exemplares. Até aos nossos dias, os
leitores da Bíblia em todo o mundo continuam a encontrar-se com Lóide e Eunice,
duas mulheres que estavam certas do poder da Palavra de Deus e da influência
que ela tinha sobre a vida humana.
Lóide
e Eunice, mulheres que estavam certas do poder da Palavra de Deus (II Timóteo
1:5; 3:14-17; Atos 16:1-3)
Perguntas:
1. De que forma é que Timóteo foi profundamente influenciado pela
mãe e pela avó? Procure analisar a influência delas.
2. Quando é que Timóteo aprendeu pela primeira vez as Sagradas
Escrituras? Como é que ele usou este conhecimento?
3. De acordo com II Timóteo 3:16-17, como é que a Escritura prepara
a pessoa para o serviço de Deus?
4. Quando Timóteo cresceu, que coisas realizou no serviço de Deus?
(Talvez deseje examinar as passagens no Novo Testamento e preparar um estudo
biográfico de Timóteo).
5. O que é que aprendeu de Lóide e Eunice no que diz respeito à
Palavra de Deus?
6. Escreva o princípio que lhe parece mais importante nesta
história, e depois enumere algumas maneiras pelas quais pode aplicá-lo à sua
vida ou à vida dos que o rodeiam.
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2
* Extraído ed In
Hem geborgen (Escondido Nele), por Corrie ten Boom,
p. 15. Publicado por Evangelische
Lektuur Kruistocht, Almelo, Holanda. Usado com
permissão.
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