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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

REBECA A MULHER DE ISAQUE





REBECA, UMA MULHER COM GRANDE POTENDIAL, TODAVIA ...

"Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis.'" Salomão (Prov. 31:10)



Gênesis 24:1-28

Provérbios 31:10



I. A Proposta de Casamento

Começou quase como um conto de fadas. Um rapaz solteiro muito desejado, o único filho dum pai rico e herdeiro duma grande fortuna (Gên. 24:34-36), andava à procura de esposa. Mesmo antes de nascer, Deus tinha-lhe prometido que teria uma enorme descendência. Havia-lhe dito também que faria com ele e com a sua descendência um concerto eterno. Gên. 17:19; 12:2,3. Portanto, a mãe desses filhos e a avó dos filhos deles tinha de ser escolhida com muito cuidado.

Isaque era esse jovem solteiro. O pai, Abraão, fez todos os preparativos para o casamento – escolheu mesmo a noiva. Tinha enviado um homem em que podia confiar, com tão delicada incumbência – provavelmente Eliezer, mordomo da sua casa (Gên. 15:2-4) a Haran, na Mesopotâmia, onde Abraão vivera anteriormente. Alguns dos seus parentes ainda moravam lá. Parecia-lhe que alguém do seu círculo familiar seria a melhor garantia para uma união matrimonial harmoniosa. Eles teriam os mesmos princípios e mútua compreensão.

Embora vivendo em Canaã, Isaque não estava autorizado a casar com uma mulher da região, porque os cananeus estavam sob a maldição de Deus. Gên. 9:22-27. Eram pagãos, pois não adoravam o Deus de Isaque, e o casamento com uma incrédula daria origem a um par desigual aos olhos de Deus (2 Cor. 6:14).

Abraão, que desejava uma esposa escolhida por Deus para o seu filho, estava convencido de que os casamentos deviam ser feitos no céu. Acreditava que Deus estava pessoalmente interessado na união de duas pessoas. Afinal de contas, não tinha Ele criado uma esposa especial para Adão, alguém com quem o primeiro homem pudesse desfrutar uma felicidade perfeita?

Acreditava que Deus havia também escolhido uma esposa para Isaque. Na qualidade de pai, podia dar riquezas ao filho, mas só o Senhor podia dar-lhe uma esposa compreensiva (Prov. 19:14) – uma boa esposa é um dom e uma bênção do Senhor (Prov. 18:22). Abraão tinha a certeza de que o próprio Deus Se encarregaria da viagem, se ele lhe pedisse. Assim, encorajou o mordomo com a promessa de que o Senhor Deus enviaria o Seu anjo diante dele para assegurar o contato com a mulher adequada.

Após uma viagem de cerca de 880 quilômetros, Eliezer chegou a Haran, onde vivia Naor, irmão de Abraão. Fez duas coisas logo que chegou. Orou pedindo ajuda, e, depois, sendo um homem prático, foi para o lugar mais natural de ajuntamento do povoado, o poço de água. Entardecia. Em breve as mulheres viriam buscar água.

Como é que escolheria a esposa apropriada para Isaque, dentre as muitas que viriam ao poço? Qual delas teria Deus destinado para mulher do filho do seu Senhor? Tudo dependia da direção de Deus, por isso Eliezer prosseguiu em oração. Pediu um sinal pelo qual a pudesse reconhecer: "Que a jovem a quem eu pedir água e que ofereça também de beber aos meus camelos seja a esposa que queres para Isaque". E, sabendo que uma pessoa pode pedir tudo a Deus, suplicou êxito para aquele mesmo dia.

Apesar de breve, esta oração revelava o grande discernimento do mordomo. As mulheres orientais eram muito tímidas quando se encontravam com homens estranhos. Portanto, se uma moça lhe respondesse com tanto à vontade, ele poderia considerar isso como orientação de Deus.

Mas teria ele consciência de que a resposta à sua oração mostraria também outras qualidades na jovem? Não era coisa simples tirar água para dez camelos. Seria necessário tirar e transportar 120 a 240 litros. Isso exigia boa saúde e força física. A mulher que iria ser o próximo elo na cadeia de muitos descendentes que Deus havia prometido a Abraão precisaria de ser forte e saudável.

A ação revelaria também alguma coisa a respeito do seu caráter. Simpatia e prontidão em servir deviam ser características da noiva de Isaque. Eficiência e capacidade de fazer trabalho duro seriam benéficas na existência nômade que teria de levar com o marido. Ser-lhe-ia útil também mostrar iniciativa quando tinha idéias próprias.

Isaque, filho de pais idosos, permanecera solteiro até depois dos 40. Era muito ligado à mãe. Não era homem de grandes feitos. A esposa precisaria de o complementar, revelando qualidades que ele não possuía.

O servo de Abraão tinha orado silenciosamente. Ninguém ouvira o seu pedido, senão Deus. Mal tinha acabado de orar quando algo dentro dele lhe disse que olhasse para cima. Ali na sua frente viu uma moça com um cântaro ao ombro. Esbelta, jovem. À medida que ela se aproximava, ele sentia uma convicção crescente de que essa era a resposta à sua oração. Ali estava a noiva de Isaque!

O dia começara como qualquer outro para Rebeca. Não tinha recebido qualquer indicação de que se trataria dum dia histórico. Não tinha a menor idéia de que estava prestes a assumir o papel principal numa história de amor que iria enternecer os corações durante milhares de anos, no futuro. O passeio diário ao poço era prosaico, como o de ontem e de anteontem – mas neste dia, ao chegar ao poço percebeu uma certa tensão no estranho que observava a sua chegada. Isso não a contrariou. Correspondeu alegremente quando ele lhe pediu água.

Por que é que o bater do meu coração é tão leve, tão feliz – como se aguardasse alguma coisa? – perguntava a si mesma. Parecia que algo do exterior lhe dava asas aos pés e força extra aos braços. Queria fazer algo de especialmente amável a este simpático velho. Por isso, ofereceu-se para dar também de beber aos camelos. Levou muito tempo até todos os animais ficarem satisfeitos e, todavia, aquele sentimento leve e feliz permanecia nela. Terminou eficientemente a árdua tarefa. Os olhos atentos do estrangeiro não a tinham deixado um só instante. Examinava-a em silêncio.

Quando acabou o trabalho, ele deu-lhe presentes de ouro. Surpreendeu-a o fato de ele dar um presente tão rico pelo pequeno favor, mas podia ver, pelas pessoas que estavam com ele, que se tratava dum homem rico.

"Diz-me de quem és filha".

Ela notou a tensão reprimida na sua voz. Quando respondeu: "Sou a filha de Betuel, filho de Milca e de Naor", ele inclinou a cabeça perante Deus e louvou-O.

Quando ouviu mencionar o nome bem conhecido do seu tio Abraão, durante a oração, e verificou que este piedoso homem tinha feito aquela longa viagem com o principal objetivo de se encontrar com a sua família, correu a casa a dizer-lhes.

Devido a toda aquela excitação, ninguém dormiu muito bem na casa de Betuel naquela noite. Todos haviam chegado a uma conclusão depois de ouvirem a história do homem – Deus estava a dirigir as coisas. Tinham ouvido como a busca da esposa de Isaque se ancorava nas promessas do Senhor. Como o nascimento e a vida de Isaque eram a prova de que Deus cumpria o prometido (Rom. 4:18-21; Heb. 11:17-19), assim deveria o seu casamento estar ligado às Suas promessas. A confiança de Abraão nessas promessas foi a razão das suas ações. Ao enviar Eliezer à procura da noiva. Abraão estava convicto de que fazia a vontade de Deus, e tinha a certeza duma resposta às suas orações.



Abraão e Eliezer não ficaram desapontados. Deus tinha-lhes mostrado claramente o caminho. A direção de Deus foi depois confirmada pelo sentimento dos parentes. Na cultura de Rebeca, o casamento não era algo a ser decidido só pelo par. Outros, particularmente os pais, deviam dar o seu conselho.





Moisés escreveu mais tarde, como mandamento de Deus, que os filhos devem obedecer aos pais (Dt. 5:16). Salomão sugeriu que e buscasse conselho de outro antes de agir (Prov. 20:18). Se os pais e conselheiros reagem positivamente à consideração de um casamento, e se, desde os primeiros passos o casamento estiver baseado na Palavra de Deus e na oração, então, como no caso de Rebeca e Isaque, pode-se concluir que Deus está decididamente orientando as coisas.



Embora a família tivesse expressado a sua opinião, a última palavra pertencia a Rebeca. Ele deu um "Sim" incondicional à pergunta: "Queres ir com este homem?" A sua resposta constituiu um grande passo de fé. A distância entre o seu futuro lar e a cidade dos pais, significava que provavelmente jamais regressaria. Seria uma separação para toda a vida.

Rebeca, neta  de Naor, demonstrou algo do mesmo tipo de fé de Abraão, irmão de Naor. Quando soube a vontade de Deus, obedeceu sem reservas, como Abraão havia feito. Estava pronta a ajustar a sua vida a tudo o que o seu futuro marido exigisse dela.

Tiveram o seu primeiro encontro no campo. A pequenez da tenda tinha sido demasiada para Isaque. Ele tinha saído para falar com Deus, sabendo que a caravana poderia regressar qualquer dia.

Rebeca viu um homem que caminhava na direção da caravana. Quando soube que era Isaque, cobriu o rosto com o véu, pois no oriente a noiva nunca mostrava o rosto ao noivo, senão depois da cerimônia matrimonial.



O casamento é um símbolo do concerto entre Deus e a nação judaica (Osé. 2:18,19). No futuro, torna-se símbolo de Cristo e da sua Igreja (Efés. 5:23,24).



A noiva de Isaque deve ter-lhe recordado a mãe. Como Sara, Rebeca era inteligente, enérgica, de vontade firme e muito bela. Possuía tudo o que ele poderia desejar numa mulher. Isaque amou-a, e ela amou-o igualmente.

A história é muito mais interessante do que os contos de fadas, porque as pessoas são de carne e osso, de emoções e de razão, de esperança e de desespero. Rebeca, uma jovem desconhecida, tornou-se participante da história de Abraão, o pai da fé judaica, o pai de todos os crentes, o amigo de Deus. Entrou pelo limiar dum futuro cheio de promessas. O que é que iria ela fazer dele?



II Rebeca Toma a Sorte Dela Nas Suas Próprias Mãos

"Toda a mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derruba-a com as suas próprias mãos." Salomão, Prov. 14:1

Gênesis 27:1-30

Gênesis 27:41-46



Rebeca ficou desconfiada quando viu o filho mais velho, Esaú, entrar na tenda de Isaque. De que é que estariam a falar? – perguntava a si mesma. Levada pela curiosidade, pôs-se a espiar o homem que muitos anos antes havia considerado como um dom de Deus. Incrível!

A comunicação entre Rebeca e Isaque tinha-se tornado muito fraca. A unidade da família havia-se desfeito. Estava dividida em dois mini-mundos. Um consistia de Jacó e ela própria, outro de Isaque e Esaú. Parece que os filhos os tinham separado. Embora gêmeos, os rapazes eram diferentes como o dia da noite.

O cabeludo Esaú era um homem rude, tanto fisicamente como no seu caráter íntimo. Gostava de viver ao ar livre e tinha ganho a admiração do pai, pois Isaque gostava da carne de caça que Esaú trazia para casa.

Jacó, o mais novo, era de constituição mais fraca e de caráter astuto. Ficava em casa e era o preferido da mãe.

O fato de terem filhos devia concorrer para aproximar Isaque e Rebeca um do outro, mas, infelizmente, parece que os afastou. O seu casamento foi prejudicado pelo favoritismo.

O amor de Rebeca por Jacó baseava-se no que Deus havia dito antes dos filhos nascerem. Mas naquele dia não tinha tempo para contemplações. Não era ocasião para se distrair com o passado. Havia outras coisas a considerar. O futuro do seu querido filho, Jacó, estava em jogo.

Evidentemente não lhe passou pela cabeça que o futuro também dizia respeito ao povo de Deus, que envolvia o marido e Esaú. Não teve o cuidado de consultar a Deus em relação ao seu plano, não obstante Ele haver feito predições definidas sobre o futuro.

Rebeca, agora com 80 anos, não tinha perdido a sua vivacidade intelectual ou rapidez de ação. Pôs-se à escuta à porta do marido.

Isaque tinha mais de 100 anos e estava a preparar-se para a morte. A bênção que Deus havia passado para ele através de Abraão, queria agora transmiti-la – contra a palavra de Deus – ao filho mais velho. Um ato tão solene entre pai e filho era sempre celebrado com uma refeição. Rebeca ficou alarmada. Algo estava errado. Não tinha Deus afirmado claramente antes dos filhos nascerem que o mais velho serviria o mais novo? (Rom. 9:10-12) Esta promessa de Deus seria contrariada pelo que Isaque planeava fazer. Tal não devia acontecer.

Rebeca compreendia porque é que Deus preferia Jacó. Esaú tinha dado provas de que não tomava a sério os mandamentos de Deus. Tinha vendido o direito que lhe pertencia como primogênito (Dt. 21:15-17) e que é santo aos olhos de Deus (Êxo. 13:2; Heb. 12:16). Considerando-o levianamente, tinha-o trocado por um prato de comida. Gên. 25:29-34. Também se havia casado com mulheres pagãs. Tudo isso havia causado muita tristeza aos pais. E embora Jacó não tivesse procedido bem quando obteve pela astúcia o direito de primogênito, tinha pelo menos mostrado que acreditava nele. A sua vida estava mais centralizada em Deus do que a de Esaú.

No passado, tristezas a respeito dos filhos tinham levado os pais a orar. Não tinha sido a gravidez de Rebeca um resultado da intercessão de Isaque? E não havia Rebeca buscado a Deus quando verificou com surpresa que duas crianças lutavam mutuamente mesmo durante a gestação? (Gên 25:21-23).

É interessante notar que nestes dois casos de oração só é mencionado um dos pais. Será isso devido à brevidade da história bíblica? Ou estariam eles já a adquirir o hábito de não partilharem mutuamente os seus pensamentos? Teria a hábil e inteligente Rebeca chegado a gostar realmente de Isaque, que era muito mais velho? Ter-se-ia alguma vez Isaque esforçado para conquistar o seu amor? Seria este amor intenso que dedicavam aos filhos um escape com vista a substituir a desunião dos seus próprios corações? Ou ter-se-iam eles separado por atribuírem valor diferente à palavra de Deus?

Um casamento que Deus compara à união entre Cristo e a Sua igreja só pode ser feliz se os cônjuges se entenderem bem. Embora o homem e a mulher sejam iguais diante de Deus, cada um tem responsabilidades diferentes dentro da união matrimonial. O homem é o cabeça (1 Cor. 11:3,9). É responsável pela esposa. Deve amá-la e orientá-la de acordo com a palavra de Deus (Efés. 5:21-23). Deve honrá-la porque é a mais fraca dos dois (1 Pe. 3:7). A esposa tem de se ajustar ao marido. Ela tem de lhe obedecer, seguir a sua liderança.

O segredo desta relação é Cristo. O casamento torna-se o que Deus quer que seja, quando ambos os cônjuges se submetem um ao outro por honrarem a Cristo. Nesses moldes, os cônjuges ajustam-se à ordem de Deus para a criação e experimentam uma plena realização pessoal. Quando ambos concordam com estas condições, o casamento decorre como uma unidade feliz e construtiva. Depois proporciona um lar e proteção reais para cada membro da família, e torna-se a pedra basilar mais importante da sociedade.

A maior ambição duma mulher que possui esta perspectiva é promover o bem estar do marido: "Ela lhe faz bem e não mal todos os dias da sua vida." (Prov. 31:12). Se ela trata da família levada por esta convicção, o marido e os filhos irão bendizê-la, e considerar-se-ão felizes (Prov. 31:28).

Embora Rebeca não tivesse estes requisitos impressos em páginas, devia tê-los conhecido como Sara (1 Pe. 3:6). Mas, infelizmente, não agiu de acordo com eles. Isaque também não estava isento de culpas. Teria ele, como marido, exercido uma correta liderança no sentido em que Deus a esperava?

Infelizmente, Rebeca tomou a sorte dela nas suas próprias mãos. Esta mulher que antes tivera a fé bastante para confiar em Deus quanto a um futuro desconhecido, sentia agora que tinha de O ajudar um pouco. Faltava-lhe a confiança em que o Deus eterno era suficientemente poderoso para cumprir as Suas promessas a Jacó sem intervenção humana. Ela não aproveitou esta oportunidade para discutir o assunto com o marido. Uma oportunidade para se aproximarem, por necessidade, foi desprezada. Decidiu, sem hesitar, enganar o marido, e defraudar Esaú.

Jacó também não estava preocupado com esse ato enganador, propriamente dito. A sua única preocupação era que pudesse ser descoberto e acarretar sobre si uma maldição. Rebeca estava preparada para fazer tudo em prol da sua causa. Será que o abismo entre ela e Deus se tinha tornado tão grande que não temia a Sua maldição? Pareceu atrevida quando disse: "Filho, sobre mim seja a tua maldição..."

A situação evoluiu rapidamente. Antes que Esaú entrasse na tenda do pai com o guisado saboroso, Jacó roubou-lhe a bênção. Rebeca pensou que tinha ganho, mas estava enganada. Havia perdido. A sua astúcia causou grande tristeza a Isaque. O nome dele significava "Riso", mas nunca mais teve muito motivo para se rir. E se Esaú alguma vez tinha respeitado a mãe, nunca mais isso aconteceria.

Rebeca tinha também prejudicado Jacó, seu preferido. Com a sua ajuda ele havia enganado o pai, mentindo. Tinha caluniado o nome de Deus, quando disse ao pai que Deus lhe havia dado rápido êxito na caça. Mas isso não era tudo. Jacó tinha-se tornado perito como enganador. Conseguia ser tão astuto como a mãe. Que Deus o tivesse abençoado apesar de tudo isso, só pela Sua graça, pois Jacó não tinha certamente ganho a bênção.

Jacó iria aprender mais tarde, dolorosamente, que um enganador virá a ser enganado. Primeiro seria enganado pelo sogro (Gên. 29:25), depois pelos próprios filhos (Gên. 37:31-35). E também, quantas vezes teria Jacó perguntado a si mesmo se era realmente um homem abençoado por Deus, uma vez que a mãe não tinha permitido que Deus lhe provasse isso? A bênção roubada constituía uma possessão duvidosa.

Foi igualmente por causa das ações de Rebeca que Esaú desejou matar Jacó mais tarde. Isto, mais uma vez conduziu à decepção. Jacó teve de fugir da casa dos pais. O irmão de Rebeca, Labão forneceu um bom esconderijo em Haran.

Depois de ter tratado de tudo com respeito a Jacó, agora um homem com mais de 40 anos, Rebeca foi ter com Isaque. Disse ao marido: "Estas mulheres estrangeiras são um fardo. Preferia morrer a ver Jacó casar-se com uma delas." O que ela disse era verdade. Isaque e Rebeca tinham sofrido muito por causa dos casamentos de Esaú. Contudo, ela não proferiu qualquer palavra de arrependimento por tudo o que havia feito.

Ela deu valor demais a si própria e fez uma falsa promessa a Jacó, dizendo-lhe que o chamaria de volta quando a ira de Esaú tivesse desaparecido. Foi incapaz de cumprir essa promessa, porque não viveu até ao regresso de Jacó. Viu pela última vez o seu filho querido, quando este partiu em busca duma esposa. Quando voltou, 20 anos mais tarde, o pai ainda estava vivo e Esaú reconciliou-se com ele, mas Rebeca já tinha morrido.

Como Sara, Rebeca foi incapaz de prever todo o alcance dos efeitos dos seus atos. O ódio despertado no coração de Esaú continuou pelas gerações futuras (Ezeq. 25:12,13). Durante muitos séculos, os edomitas, descendentes de Esaú, seriam inimigos de Israel. Herodes o Grande, o homem que assassinou as crianças de Belém, e o seu filho Herodes Antipas, o homem que ridicularizou Jesus durante o julgamento, eram ambos edomitas, homens da Eduméia.

Rebeca, a mulher que tão cuidadosamente havia sido escolhida para esposa de Isaque, uma mulher escolhida por Deus; não tinha cumprido a sua promessa que dela se esperava. O seu princípio foi bom, mas o fim trouxe desapontamento, porque não esperou em Deus (Sl. 27:14; 34:34). Tomou a sua sorte nas próprias mãos e não permitiu que Deus lutasse por ela. Esquece de que aqueles que crêem não precisam se precipitar. Não teve o cuidado de dar a Deus uma oportunidade para lhe mostrar o que podia e queria fazer por aqueles que esperam nEle.



Rebeca, uma mulher com grande potencial, todavia...

I. A Proposta de Casamento (Gênesis 24:1-28,58-67)



Perguntas:

1.     Descreva em poucas palavras como se processou o casamento de Isaque com Rebeca.

2.     De que é símbolo o casamento? (Efésios 5:23,24,32). Que conclusões pode tirar daí?

3.     Compare Gên. 24:3 com 2 Cor. 6:14. Que pode concluir disso?

4.     Que lugar tem a oração nesta história?

5.     O que é que o impressiona no que diz respeito à direção de Deus? (Leia também o Salmo 32:8; 143:8).

6.     De que maneira é que o princípio bíblico apresentado em Provérbios 20:18 se aplica ao processo deste casamento?

7.     O que é que podem aprender desta história os que andam à procura de um companheiro para a vida?



II. Rebeca tomou a sorte dela nas suas próprias mãos

(Gênesis 27: 1-30,41-46).



Perguntas:

1.     O que caracterizou a Rebeca do estudo anterior?

2.     O que é que revela Gênesis 27 a respeito da sua fé?

3.     Que atitude a caracterizou como mãe?

4.     Que razões poderia ela ter tido para tomar o futuro de Esaú e Jacó nas suas próprias mãos? (Romanos 9:10-12).

5.     Foi bom para ela intervir como fez? Por quê ou porque não?

6.     Ao estudar Rebeca como esposa à luz de Efésios 5:21-33 e Provérbios 31:12, que conclusões pode tirar?

7.     Aprendeu certamente várias coisas diferentes com o exemplo de Rebeca. Enumere-as pela ordem da sua importância, e pergunte a si mesmo que benefício prático poderão elas ter para si.



FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER

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