DALILA, UMA
MULHER QUE
ARRUINOU DELIBERADAMENTE UM LÍDER ESPIRITUAL
"Achei coisa mais
amarga do que
a morte: a mulher
cujo coração
são redes
e laços e cujas mãos
são grilhões;
quem for bom
diante de Deus
fugirá dela, mas o pecador
virá a ser seu
prisioneiro." Ecl. 7:26
Juízes 16:4-30
Dalila era uma filistéia que pertencia a uma cultura
que adorava ídolos.
Mostra também
que não
levava a sério a moralidade.
Tendo pouco respeito
pelo seu corpo, pôs naturalmente
de lado a sua
honra, como
uma prostituta.
A Bíblia não
se refere a estes fatos
de um modo
tão claro
como no caso
de Raabe (Juí 2:1), mas o contexto permite tirar
estas conclusões.
Dalila é recordada como uma mulher que
arruinou um líder
espiritual. Como
qualquer mulher,
ela havia sido criada
por Deus
para ser companheira do homem,
sua colaboradora. Contudo,
deliberadamente, ela se degradou para se colocar em oposição a ele e o desgraçar. O que
é que a teria motivado para
prejudicar Sansão, o homem
com quem
vivia, de um modo
tão irreparável?
Sansão era um homem extraordinário, um
servo de Deus.
Chamavam-lhe nazireu, pois havia sido dedicado a Deus antes do seu nascimento (Juí. 13:2-5, 24-25). Os seus longos cabelos eram uma demonstração
desta entrega, e durante
vinte anos ele
dirigiu e julgou os israelitas (Juí.
16:31).
O nome de Sansão, que significava "«pequeno
sol", mostrava quão
felizes se sentiram os pais quando ele nasceu. Como
aconteceu no caso de Jesus, muitos séculos mais tarde (Lc.
1:26-38), o seu nascimento foi anunciado
por um
anjo. Resultou também
de um milagre,
uma vez que
a sua mãe
ao princípio não
podia ter filhos.
Depois do nascimento, Sansão foi-se
desenvolvendo com a bênção
de Deus, até
se tornar um líder – o homem
mais forte
de Judá – que possuía uma força física invulgar
Juí. 14:5-6; 15:13-16). Desse modo, ele estava muito
acima dos inimigos,
que tinham razão
em considerá-lo invencível.
Não era
verdade que Deus tinha dito que Sansão
começaria a livrar Israel da mão
dos filisteus?
Apesar da sua força física,
Sansão era moralmente
fraco. O homem
que facilmente rasgava ao meio um leão, só com as mãos, não revelava qualquer
domínio sobre
as suas paixões
sexuais. Tinha
deixado sem freio
a sua conduta
em relação
ao sexo oposto,
atitude que é
perigosa para qualquer
homem e por
vezes fatal
para um líder espiritual.
Várias mulheres antes de Dalila tinham já
exercido uma influência nefasta
sobre a sua
vida. Desta vez
ele caiu-lhe nas mãos
e deixou-se envolver. Não
casou com ela.
Não a levou como
esposa para a
sua própria
casa. Em
vez disso, tornou-se seu amante e
vivia com ela.
Os príncipes dos filisteus,
representando provavelmente cada um deles uma grande
cidade, ouviram falar
das relações de Sansão com Dalila. Por
isso, atraíram Dalila para
uma conspiração cujo
objetivo era
destruí-lo. Afinal de contas, era mesmo um imperativo nacional
matar Sansão. Onde
tinha falhado a força militar,
tinha de triunfar
agora a astúcia.
Os príncipes visitaram pessoalmente Dalila e disseram-lhe: "Tenta descobrir o que é que torna Sansão tão
forte. Fala
com ele
até saberes
isso. Então
poderemos vencê-lo e dominá-lo" (Juí. 16:5).
Seria o amor de Dalila ao dinheiro que a levou
a aceitar a proposta?
Cada um
dos homens prometeu-lhe 1.100 peças de prata.
Uma vez que
cada peça
pesava mais de 16 gramas,
o peso total
da prata que
lhe foi prometida seria uma soma inconcebível.
O amor
ao dinheiro é um
grande perigo.
Moisés afirmou que uma pessoa
que aceita suborno
fica cega (Êx. 23:8), e Paulo disse que "o amor
do dinheiro é raiz
de todos os males"
(1 Tim. 6:10). Os que procuram dinheiro, só pelo dinheiro, são traspassados por
muitas dores.
Ou seriam as ações de Dalila provocadas pela
sua má vontade
contra os israelitas?
O futuro de Sansão como
líder de um
povo que
se tinha revelado sempre
mais forte
do que realmente
era, por
causa da ajuda
de Deus, estava agora
nas mãos dela. O Deus
de Israel não era
o seu deus,
porque ela
e o seu povo
adoravam o ídolo Dagom.
O pedido dos príncipes filisteus
deve ter apelado também
ao seu orgulho.
Num país e numa época
da história em
que a posição
da mulher ficava atrás
da do homem, os líderes
importantes da sua
nação bateram à sua
porta pedindo ajuda.
Depois de ter aceita a sua proposta, Dalila procurou descobrir
o segredo da força de Sansão. Começou a sua farsa com todos os meios de que
podia dispor como
mulher. O primeiro
passo foi o uso
da lisonja. "Por
favor, diz-me o que
te faz tão
forte", suplicou ela. «Haveria alguém
capaz de alguma vez
te capturar?"
(Juí. 16:6)
Cego pela sua paixão por
Dalila, Sansão cometeu a imprudência de lhe responder. Evidentemente, ele
não deu a devida
importância ao perigo
que corria. Se vivesse em íntima comunhão com Deus, teria ficado alarmado e tê-la-ia deixado imediatamente.
Através do descaramento de Dalila, os líderes
dos filisteus presenciaram, de uma sala anexa, o seu jogo
humilhante com Sansão. Prestaram toda a atenção enquanto ela o
atava com sete
vergas de vime.
Mas quando
exclamou: "Os filisteus vêm sobre ti, Sansão", ele
rebentou as vergas como
se fossem fios de algodão
(v. 9). Os príncipes, verificando que o plano tinha falhado, permaneceram onde
estavam.
Dalila insistiu então no ponto da honestidade
de Sansão. "Estás a zombar de mim", disse ela
contrariada. "Mentiste-me" (v. 10). Sansão mais
uma vez lhe
deu ouvidos e brincou com a delicada situação. Mas
de novo as cordas
com que
ela o havia maniatado se rebentaram como fios duma teia, logo que ele usou os
músculos.
O fato de viver
com um
homem que
mostrava estar realmente
interessado nela, não modificou os pensamentos de Dalila, nem
amoleceu o seu caráter.
Pelo contrário,
tudo o que
possuía – a sua sedução
e o seu cérebro
– foram propositada e insistentemente aplicados no sentido
da destruição de Sansão. Uma vez mais ela continuou na sua
tentativa de apanhar
Sansão, desta vez tecendo o seu cabelo no tear. Todavia,
os resultados foram ainda
nulos. Não
obstante os príncipes
dos filisteus terem perdido a paciência e voltado às suas
cidades, Dalila foi suficientemente
perseverante para tentar mais um plano de ataque.
Nesta ocasião, ela desempenhou o papel de
uma mulher cujos
sentimentos de amor
haviam sido feridos. "Dizes que me amas",
lamentou-se ela, "mas não confias
em mim.
Enganaste-me estas três vezes e ainda não me disseste
o que te
faz tão forte"
(v. 10).
Dalila baseou o seu novo ataque na reação do seu amante apaixonado ao ver
o seu amor
posto em
dúvida. Como
mulher, ela
possuía uma arma contra
a qual poucos
homens poderiam resistir. Foi essa que pôs então em ação. Queixava-se
diariamente, importunando-o sem cessar. Passava o tempo
a acusá-lo dos seus estratagemas.
Ela sabia como usar esta arma final, com determinação
e êxito. Pouco
a pouco foi quebrando a resistência
de Sansão, que se tornou como cera nos seus braços. Por fim, totalmente
frustrado, ele não
pôde agüentar por
mais tempo.
Só já
estava preocupado com uma coisa.
"Não suporto mais esta chaga.
Quero ter paz!"
(v. 16)
Contou-lhe então toda a verdade. "O meu poder está relacionado com o meu cabelo que nunca foi cortado", confessou ele. "Mesmo
antes do meu
nascimento, fui dedicado a Deus. A minha força deriva
desta entrega. O meu
cabelo é um
símbolo disso. Se mo cortares eu já não serei diferente de qualquer
outro homem"
(v. 17).
Sentindo que desta vez Sansão estava a dizer a
verdade, sem lhe esconder absolutamente nada,
ela mandou imediatamente
uma mensagem aos príncipes
dos filisteus. "Tendes de vir cá mais uma vez",
disse ela. "Ele
já me
contou tudo" (v. 18). Nem lhe passou pela mente a idéia de que
estava a trair o seu
amante.
Os homens vieram logo com o dinheiro. Tornaram a esconder-se. Dalila fez então o que
Sansão lhe tinha
dito para fazer. Chamou alguém para lhe cortar as sete
tranças enquanto ele
dormia nos seus
joelhos. Mesmo
enquanto o cabelo
de Sansão estava a ser cortado, Dalila já tinha a certeza de ter vencido. Quando as tranças caíram no chão,
a força de Sansão abandonou-o.
Quando Dalila
gritou: "Sansão, os filisteus vêm
prender-te" (v. 20) ele não se apercebeu imediatamente
da sua derrota.
Como das outras vezes,
tentou libertar-se, mas os seus esforços
foram em vão.
Depois do corte
do cabelo, o Senhor
deixara-o. Ele perdeu a força extraordinária que
possuía e a presença de Deus
– por causa
dos seus erros.
Os resultados foram terríveis. Os filisteus
capturaram Sansão. Não o mataram, mas arrancaram-lhe os olhos.
Daí em diante,
ele viveu uma vida
de mutilado; órbitas vazias nada podiam ver
senão escuridão.
Como prêmio do seu triunfo, e vergonha
de Sansão, os líderes mandaram-no para a cidade de
Gaza. Como se não
bastasse a humilhação da sua cegueira e prisão, foi posto a moer grão como um escravo vulgar.
Dalila tinha consumado o seu
trabalho. Sansão, um
servo de Deus
e líder em
Israel, perdera o seu brilho. Dificilmente se poderia
conceber uma degradação
mais profunda
para este gigante.
O povo partilhou do seu sofrimento. Quando
terminou a liderança de Sansão, os israelitas entraram num período
de derrotas, anarquia
e declínio espiritual.
A sua queda
atingiu-os também a eles.
Sansão tinha negado o seu Deus, os seus ideais e o
seu povo.
Havia-se tornado traidor de si mesmo e da causa que devia defender. Naturalmente,
ele só
poderia acusar-se a si
mesmo por
estes atos.
Mas isso
não tornava Dalila menos
culpada. Como qualquer
outra pessoa,
Dalila era diretamente
responsável diante
de Deus pelas suas
ações. Ela
continuava a ter de responder
pela sua
parte na desgraça
que desabou sobre
Sansão e os outros.
A única razão
que se podia mencionar
em defesa
de Dalila é que ela
não conhecia a Deus.
Por meio
de Paulo Deus diz que
os pagãos que
não possuem as Suas
leis, contudo
as têm nos corações,
e serão julgados de acordo
com este
fato (Rom. 2:13-15). Dalila não possuía as Suas
Leis Todavia,
mesmo como
mulher pagã, ela
tinha pouca
desculpa.
Cerca de dois séculos mais tarde,
Salomão caracterizou a relação entre Dalila e Sansão: "E eu
achei uma coisa mais
amarga do que
a morte, a mulher
cujo coração
são redes
e laços, e cujas mãos
são ataduras;
quem for bom
diante de Deus,
escapará dela, mas o pecador virá a ser
preso por ela" (Ecl. 7:26).
O retrato de Dalila parece-se
com a mulher
ímpia contra
a qual Salomão adverte os homens em Provérbios. "Porque
os lábios da mulher
estranha destilam favos
de mel", escreve ele, "e o seu
paladar é mais
macio do que
o azeite; mas
o seu fim
é amargoso como o absinto...
Os seus pés
descem à morte" (Prov. 5:3-4).
Os pés de Dalila levaram, de fato, literalmente
à morte. Esta, que
espreitava Sansão e milhares de outros israelitas,
iria revelar-se num futuro próximo.
Os líderes da cidade não
cabiam em si
de contentes. Para
celebrar a prisão de
Sansão, organizaram uma grande festa e dedicaram-na ao seu
deus Dagom. Quando
o festival já
estava a decorrer, as pessoas
começaram a ficar excitadas e chamaram por Sansão. Queriam divertir-se e humilhá-lo.
Desejavam exaltar Dagom acima
do Deus de Israel. Será que, quando
Sansão finalmente chegou, ninguém reparou que
o seu cabelo
já tinha
crescido? Será que ninguém
se tinha demorado a observar
o homem que,
evidentemente, era
superior?
O amplo edifício
em que
se realizava a festa estava superlotado
de homens e mulheres
e, sem dúvida,
de príncipes dos filisteus.
Provavelmente, encontrava-se lá a própria Dalila, pois como é que eles poderiam celebrar uma festa tão grande sem a heroína? Só no terraço do edifício
havia cerca de 3.000 pessoas.
Será que ninguém,
de entre a multidão,
se lembrou do Deus de Israel e de
Sansão? Será que não
havia o menor temor
de que Ele
Se vingasse do insulto que Lhe tinha sido feito
a Ele, ao Seu
servo e ao Seu
povo?
Quando os filisteus forçaram Sansão a ficar
de pé entre
as duas colunas que
sustentavam o teto, de modo a poderem zombar
dele, Sansão recordou-se da sua missão inicial.
Não fora
ele indicado para
redimir o seu
povo dos inimigos?
"Ó Senhor Jeová",
orou ele, "lembra-te novamente de mim.
Por favor,
fortalece-me uma vez mais, a fim de que eu possa
vingar-me dos filisteus pela perda dos meus olhos"
(Juí. 16:28). Ao mesmo tempo, ele
empurrou as colunas com
toda a força e elas
desmoronaram-se. Todo o edifício que se
apoiava nelas ruiu, matando Sansão e milhares
de filisteus.
A catástrofe que
Dalila desencadeara e pela qual, provavelmente, perdeu a sua
vida, teve sem
dúvida um
alcance muito
maior do que
ela teria previsto
ou desejado. O que
tinha começado por
um ato
imoral, como
na história de Diná (Gên. 34:1-20),
terminou com a morte
de muitas pessoas. O resultado dos seus
atos foi pior
do que o início.
"Uma prostituta é uma cova profunda"
(Prov. 23:27), escreveu Salomão. "Todos
os que se dirigem a ela
não voltarão, e não
atinarão com as veredas
da vida" (Prov. 2:19). Ter comunhão com uma prostituta
é como transportar
fogo no seu
próprio seio
(Prov. 6:27). Será que alguém pode fazer isso sem se queimar?
No seu livro
The Unique World of the Women (O Mundo Singular das Mulheres),
a autora Eugénia Price escreve que as mulheres cristãs dos nossos
dias sentem-se certamente
muito longe
da traiçoeira e perversa
Dalila. Na sua opinião,
elas estão convencidas de que nada têm em comum com essa mulher.
Eugénia Price
aconselha então as mulheres
a não cometerem um
grave erro.
"Podemos não ser
prostitutas, ou mesmo
abertamente coniventes e ardilosas como foi Dalila, mas
muitas de nós somos realmente
desleais... De fato,
creio que todas nós
revelamos tendência para
enganar" (p. 63).
Séculos depois da morte de Sansão e
de Dalila, Paulo deu outra admoestação
aos cristãos de Corinto que se aplica também
à nossa perspectiva
em relação
à vida de Dalila. "E estas coisas foram-nos feitas
em figura,
para que não cobicemos as coisas
más como eles
cobiçaram" (1 Cor. 10:6). Fazemos bem em ter
em conta estes avisos.
Dalila,
uma mulher que
arruinou deliberadamente um líder espiritual
(Juízes 16:4-30)
Perguntas:
1. Considere a vida de Dalila
à luz de Provérbios
5:1-11. Quais são
os aspectos negativos
mencionados aí que
se lhe aplicam?
2. Vê características boas ou más em Dalila que não estejam
mencionadas em Provérbios 5:1-11 ? Se sim, indique-as.
3. Escreva todas as conseqüências dos atos de Dalila. Qual é a que
sobressai ?
4. Descreva agora a vida de Dalila como a vê.
5. Que lições ou advertências valiosas pode tirar da sua vida?
6. Como é que pode aplicar na sua vida aquilo que aprendeu ?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2
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