"A cordilheira
montanhosa ab Sodoma consiste inteiramente
de sal. Uma das suas
formas lembra vagamente
ama figura
feminina. Os guias
de turistas ainda apontam para
ela como
sendo a estátua de sal
em que
a esposa de Ló ficou transformada."
A Autora
Gênesis 19:1-17
Gênesis 19:24-26
Cerca de 20 séculos depois
de Cristo, os autocarros israelitas chegam e partem da costa
sudoeste do Mar
Morto. Turistas de todas as partes do mundo
vêm ver o local
onde ficavam Sodoma e Gomorra, ao qual os árabes ainda chamam Bahr Loet – "o Mar
de Ló".
Não há muito que ver. Sodoma é mais
uma experiência do que
uma atração turística. Não existe qualquer
sinal de vida.
Não há cores
a alegrar a paisagem.
A superfície do lago
que fica a cerca
de um quarto
de milha abaixo
do nível do mar,
é o lugar mais
baixo da terra
e evapora rapidamente nas elevadas e quase
insuportáveis temperaturas.
O ar vibra com
o calor, e sente-se que
está sobrecarregado de odores de sal e enxofre.
Nesta atmosfera pesada e desoladora, não
é preciso muita
imaginação para
se reconhecer que
um dia
teve lugar ali
uma catástrofe. É como
se o juízo ainda
pairasse sobre a região.
"Olhem, lá está a mulher de Ló", dizem os guias
dos turistas quando apontam para uma forma bizarra na cordilheira
rochosa, mas
esse fato
é difícil de comprovar.
Por outro lado, há séculos atrás, este mesmo local era agradável, verde
e cheio de vida
(Gên. 13:10). As transações em Sodoma e Gomorra iam-se processando como de costume e não havia muita
indicação de que
o juízo de Deus
estivesse a chegar.
Apesar dos seus subúrbios tranqüilos, na noite
do dia que
Deus havia designado, a animada cidade
de Sodoma estava em alvoroço
por causa de dois homens que tinham vindo visitar Ló
e a sua família.
Saberia a mulher de Ló que os seus hóspedes eram anjos
de Deus enviados
para julgar a cidade? Provavelmente, ela
não sabia com
que insistência
o patriarca Abraão intercedera junto de Deus para que salvasse as cidades de Sodoma e Gomorra se lá
houvesse só alguns
habitantes justos
(Gên. 18:23-33). "Tenho ouvido",
dissera Deus a Abraão, "que os habitantes
de Sodoma e Gomorra estão totalmente
corrompidos e que tudo
o que fazem é perverso.
Vou descer para ver se estas referências
são verdadeiras ou
não. Depois
o saberei" (Gên. 18:20-21).
Mas a mulher de Ló sabia bem que a vida em Sodoma era imoral há muitos
anos. A sodomia
– um aspecto aberrante de homossexualidade
(Rom. 1:26-27) – era praticada tão abertamente
que recebeu o nome
da cidade de Sodoma. A situação tinha-se tornado
tão deplorável
nos últimos
anos, que
a população masculina
da cidade – jovens
e velhos – correu para
raptar os hóspedes do seu marido.
Escrituras do Novo
Testamento confirmam a iniqüidade de Sodoma e Gomorra. Elas
entregavam-se a práticas de buscasse profunda imoralidade
(Judas 7) e assim
foram condenadas, e reduzidas a cinzas
(2 Pe. 2:6).
Ela reparou que o marido
deixou a segurança do lar
para tentar negociar com a turba desordenada e sedenta
de violência. Ficou preocupada quando Ló ofereceu duas filhas virgens
em troca
dos dois homens,
mas desse momento
em diante
a situação começou a modificar-se demasiado depressa
para ela se poder aperceber da realidade.
Primeiro, os sodomitas voltaram a sua ira contra Ló de modo
tal que
só um
milagre, uma intervenção
dos próprios homens
de Deus, salvou a vida
do seu marido.
Depois, ela ouviu que
os dois visitantes faziam várias perguntas muito
sérias a Ló. "Que parentes tens nesta cidade?"
– perguntaram eles. "Tens genros, filhos
e filhas? Leva-os para longe
daqui! Faz isso o mais
depressa possível,
pois nós
vamos destruir completamente
a cidade. Deus
enviou-nos para isso"
(Gên. 19:12-13).
A princípio, ela pensou que
os visitantes estavam apenas tentando preocupar Ló, sem necessidade. Mas
eles haviam salvo
o seu marido
daquela multidão desvairada,
e assim começou a dar
mais atenção
às suas palavras.
O marido também
ouviu e começou a obedecer. Correu excitado para fora da porta e tentou em
vão persuadir
os genros a fugirem da cidade com ele e sua família. Quanto
insistiu com eles,
para afinal ficar frustrado e humilhado quando
as suas gargalhadas
lhe ecoaram nos
ouvidos. Estavam convencidos
de que Ló estava a brincar
e olharam para ele
como se tivesse perdido o juízo (Gên. 19:14).
Talvez a mulher de Ló tivesse conseguido dormir
algumas horas, antes
de amanhecer, enquanto
o marido estava fora.
Mas com
os primeiros raios
da manhã, os dois visitantes acordaram-na com gritos de urgência. "Depressa,
depressa, deixa
a cidade enquanto
podes. De outro modo
serás destruído com ela",
disseram eles ao marido
(Gên. 19:15). Ela olhava com hesitação à sua volta –
fixava o marido, as filhas, a casa. Por
que é que
eu hei de deixar
a minha casa?
– perguntava ela a si
mesma. Viver
nesta cidade, nesta casa...
é bom, não
é? Estou familiarizada com tudo isto. O meu marido tem
uma posição respeitável
no conselho da cidade
e as minhas filhas estão noivas e vão se casar. A vida corre normalmente.
Na realidade, nada
mudou. Por que
é que o juízo
de Deus havia de vir
repentinamente sobre
nós?
Teria a mulher de Ló saído da Mesopotâmia com
ele e com
a família, alguns
anos antes
? Ou tê-la-ia encontrado Ló muito mais tarde, em
Sodoma? O passado dela é desconhecido, assim
como o nome.
Quer ela tivesse nascido em
Sodoma ou não,
o fato é que
a cidade controlava agora
os seus pensamentos.
Estava ligada a Sodoma pelo
coração.
A Bíblia não
diz se ela tinha
uma relação pessoal
com Deus
ou não.
Todavia, em
virtude do seu
casamento, tornara-se parente
próxima de Abraão, a quem as Escrituras
chamam "o pai de todos os crentes".
Abraão e Sara viviam em Hebrom, que ficava bastante
perto de Sodoma. Sem
dúvida que
ela se tinha
encontrado com eles
e desse modo ouvira falar
de Deus.
Ló, o seu marido, também
conhecia o Senhor Deus,
mas na proporção
em que
se ia ligando mais a Sodoma, assim se afastava dEle.
Nesse momento da vida, Deus fez
a Sua decisão.
Não podia permitir
que a iniqüidade
de Sodoma continuasse por mais tempo. Tinha de castigar a cidade por causa dos seus graves e hediondos
pecados. A despeito
da Sua ira,
o coração de Deus
inclinava-se para a mulher
de Ló e sua família.
Ele queria salvá-la das garras da morte que já se
estendiam para a cidade.
Desejava proceder com
misericórdia para
com ela,
oferecer-lhe uma graça que ela de fato não
merecia. Deus enviou mesmo os Seus anjos à sua casa para tentarem salvar as poucas pessoas
que não
precisavam ser destruídas.
Apesar disso,
ela hesitava. Desperdiçava tempo precioso. Os anjos esperavam com
impaciência que
ela se mexesse, mas
por fim
não puderam demorar
mais. O cálice
da ira de Deus
estava cheio até
às bordas, até
à última gota.
Cada segundo
que eles
esperavam significava maior perigo para as suas vidas.
Deus havia feito tudo o que podia para salvar Ló e a sua família. Não obstante o amor
de Ló pelo Senhor ter esfriado, Deus ainda o considerava um
homem justo
(2 Pe. 2:8). Mas agora
era necessário
que a família
desse ouvidos aos Seus
mensageiros e atendesse aos seus avisos. Eles
tinham que deixar
a cidade de pecado,
para trás.
Subitamente, um dos anjos agarrou na mão
da mulher de Ló e levou-a para
fora da porta
da sua própria
casa, insistindo com
ela: "Escapa-te por tua vida. Não olhes para trás de ti, não
pares em
toda esta campina;
escapa lá
para o monte,
para que não pereças" (Gên. 19:10).
Tendo-se esgotado o tempo, Ló
e a sua família
partiram de casa. Quando
atingiram os subúrbios da cidade, Ló pediu autorização para
ficar na pequena
e próxima cidade
de Zoar.
Os anjos concederam-lhe, mas insistiram com
ele para que evitasse qualquer
perda de tempo.
"Apressa-te e escapa-te para Zoar",
declararam os anjos, "porque nada
poderei fazer, enquanto
não tiveres ali
chegado" (Gên. 19:21-22).
Assim, a família seguiu para Zoar. De acordo com os costumes
orientais, Ló ia à frente.
A esposa ia alguns
passos atrás.
Mal tinham chegado à pequena
cidade, quando
o juízo desabou. Uma chuva de fogo e
enxofre caiu do céu
sobre Sodoma e Gomorra. As forças da natureza fustigaram violentamente
as duas cidades, reduzindo-as a cinzas. Toda a região foi varrida da face
da terra pela
mão do Senhor.
Nenhum ser
humano, nem
animal, nem
o menor vestígio
de relva ou
arbusto permaneceu com
vida.
"Deus fala uma e
duas vezes ao homem,
mas ele
não ouve", disse um dos amigos
de Jó, "... levando os homens a mudar os seus pensamentos ... avisando-os do castigo
do pecado, e impedindo-os de caírem na armadilha" (Jó 23:14,17, literalmente
do holandês).
Quando a violência do céu
irrompeu, a mulher de Ló deu provas de que não tinha levado a sério
a Palavra de Deus.
Olhou para trás.
Os seus pés
haviam-se afastado de Sodoma, mas o coração ainda
se inclinava para lá.
Esse olhar foi-lhe fatal.
A chuva de enxofre
e sal atingiu-a, cobriu-a e tornou-se a sua sepultura. Bíblia descreve a sua
história em
quinze palavras: "E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua
de sal" (Gên. 19:26).
Ela podia ter escapado à morte, pois Deus tinha-a avisado a tempo.
Mas não
levou a sério a advertência
de Deus. Ignorou a Sua
graça, cometendo assim
um grave
erro. Usando as palavras
de Davi, ela não
se interessou absolutamente nada com Deus ou com o que Ele havia feito
(Sal. 28:5). As palavras
de Isaías também se lhe
podem aplicar diretamente.
"Ainda que
se mostre favor ao ímpio,
nem por
isso aprende a justiça;
até na terra
da retidão ele
pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor" (Isa. 26:10).
Essa negligência custou-lhe a
vida. Ela
não deixou que
Deus a salvasse. Não
aceitou a mão salvadora que Ele havia
estendido na sua direção.
Morreu por não
querer obedecer e agir pela fé, e não realmente por causa dos pecados de
Sodoma. Ela havia recebido a graça de Deus em vão (Luc.
17:32).
Jesus usou-a mais tarde como uma advertência: "Lembrai-vos do que
aconteceu à mulher de Ló!" – disse Ele aos discípulos
em face
do juízo final
que está para
vir (Luc. 17:32)
"Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo",
escreve o autor de Hebreus.
"... Porque o nosso
Deus é um
fogo consumidor."
(Heb. 10:31; 12:29).
A mulher de Ló tinha ultrapassado a possibilidade de ser salva. O seu destino foi selado. Todavia, a sua memória pode ainda
ser uma bênção,
se as pessoas que
lêem a sua história
estiverem prontas a aceitar a graça
que Deus
continua a oferecer. Há uma plenitude
de graça em
Jesus Cristo (Ef. 1:7-8), e as pessoas que
crêem nEle recebem graça, um dom imerecido de Deus
(Ef. 2:8).
Há esperança para
todo o ser
humano que
leva a sério
o que a Bíblia
diz. "Por esta razão,
importa que nos
apeguemos, com mais
firmeza, às verdades
ouvidas, para que
delas jamais nos
desviemos. Se, pois, se tornou firme
a palavra falada
por meio
de anjos, e toda
transgressão ou
desobediência recebeu justo
castigo, como
escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande
salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois
confirmada pelos que
a ouviram" (Heb. 2:1-3)
A Mulher de Ló, que não levou a
sério a graça
de Deus
(Gênesis 19: 1-17, 24-26)
Perguntas:
1. Conte resumidamente a história
da mulher de Ló, nas suas próprias palavras.
(Leia também Gênesis 13:5-13).
2. Qual era
o maior pecado
dos sodomitas? (Leia também Judas 7 e II Pedro 2:6-8).
3. O que é que chocou em relação com a graça que Deus ofereceu à mulher
de Ló ? (Leia também Jó 33:14, 17-18; II
Coríntios 6:1).
4. Qual lhe
parece ser o pecado
que custou a vida
à mulher de Ló ?
5. Considere esta história à luz de Hebreus
2:1-3. Quais são
as suas conclusões?
6. Que princípio
aprendeu do exemplo da mulher de Ló e como
é que ele
pode influenciar favoravelmente a sua vida?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2
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