ANA, UMA MULHER QUE NÃO FOI DESTRUÍDA POR
UM CORAÇÃO
FERIDO
"Ana permitiu que o seu profundo desgosto a
forçasse para Deus...Os
que dentre
nós têm enfrentado qualquer
tipo de tragédia
– particularmente aquelas que são viúvas
– sabem que nada
cura as feridas
como o fato
de se estar conscientemente
com Deus".
Eugénia Price*
Jeremias 49:11 - "Deixa os teus órfãos, eu os
guardarei em vida;
e as tuas viúvas confiarão em mim".
Salmo 147:3 - "Sara os quebrantados de coração e liga-lhes as feridas".
Lucas 2:22-27a – "..."
Lucas 2:36-38 –
"..."
Poderá uma pessoa morrer
com o coração
despedaçado?
Médicos britânicos, estudando os casos
dum grande grupo
de viúvos, descobriram que muitos
deles morriam dentro dos primeiros seis
meses após a morte das
esposas – cinqüenta por cento com crises de coração.
A vida da profetisa Ana podia ter sido sem esperança. Mesmo hoje, uma
viúva no Médio
Oriente é praticamente lançada para a sepultura quando o marido
morre. A única coisa
que uma mulher
estéril, no tempo
de Ana, poderia
fazer depois
da morte do marido
era voltar para casa dos pais, esperar por um segundo marido,
ou pela
morte.
A felicidade do casamento de Ana
durou apenas sete
anos. Os comentaristas
da Bíblia dizem que
ela era
viúva há mais
de 60 anos. Era
uma profetisa da tribo de Aser, da Galiléia. Desta tribo insignificante
é que se tinha
dito, "Nenhum
profeta pode vir
da Galiléia".
Os profetas eram, em regra, homens. Uma mulher
profeta era
raro. A Bíblia
nomeia algumas – Miriã, Débora, Hulda e Noadia, no Velho
Testamento; e as quatro
filhas de Filipe, o Evangelista, no Novo Testamento.
Ana fica entre as do Novo e as do Velho Testamento.
Era uma honra ser
profetisa. Uma mulher que, como um profeta,
anunciava a Palavra de Deus ao povo era excepcionalmente
privilegiada. Ana pertencia a um grupo seleto.
As viúvas tomavam muitas vezes
a atitude, "Quando
o meu marido
morreu, a minha vida
acabou''. Ana revelou um ponto de vista completamente
diferente. Não
se refugiou no isolamento ou na piedade
de si própria
depois do grande
golpe da sua
vida. Não
se tornou um fardo
para os parentes.
Não se transformou numa mulher solitária,
para quem a vida já não tinha nada a oferecer, nem tão pouco se tornou numa pessoa
de quem toda
a gente tivesse pena,
mas que
ninguém soubesse como
ajudar.
Também não se refugiou no passado.
Este constitui um
dos maiores perigos
que as viúvas enfrentam, e só aquelas que,
como Ana,
perderam os companheiros da sua vida, sabem
quão séria
pode ser esta ameaça
para a vida espiritual.
Quando a unidade de um casal é quebrada,
o que resta
é uma pessoa só,
dividida em duas. Mesmo
depois de um
casamento relativamente
breve, o cônjuge
que fica nunca
é o mesmo que
era antes.
Continua a ser metade
de duas pessoas.
Ter-se-ia Ana confortado com a idéia de que Deus não leva a pessoa só por levar? Teria ela esperado que
Ele Se desse a Si
mesmo em
troca daquilo que
lhe havia tirado?
É muito provável.
A pessoa tem de ter coragem e visão suficiente para adotar essa atitude. Jesus disse mais tarde aos Seus discípulos
que ninguém
que põe a mão
no arado e olha
para trás é apto para o Reino de Deus
(Lc. 9:62). Ana fugiu para
Deus. Dedicou a vida
a servi-Lo no templo. Orava e jejuava.
Estava pronta a dar
mais atenção
a Deus do que
a si própria,
e a dar ao Seu
trabalho toda
a prioridade.
Quando uma viúva ousa deixar o passado isolado, quando
não depende de recordações para uma felicidade autêntica, e quando
é capaz de enfrentar
tanto o presente
como o futuro
com Deus,
uma paz sobrenatural
inunda o seu coração.
Já não
está na vida como
uma desolada, mas como
alguém que
consola. Pode confortar
os outros em
problemas e na dor,
porque ela
própria já
foi confortada por Deus
(2 Cor. 1:3,4).
Ana estava ocupada com o trabalho de Deus, não só durante o dia, mas também de noite. Contudo,
a despeito de todas as suas atividades,
não perdia a visão
das pessoas. Uma verdadeira comunhão com Deus não é apenas introspectiva,
mas expressa-se também
exteriormente. Deseja
fazer os outros
felizes. Soren Kierkegaard disse
uma vez: "A porta
da felicidade abre-se para
o exterior... para
os outros".
O mundo era
escuro, sombrio
e sem esperança
no tempo de Ana.
Os problemas haviam-se tornado demasiado
grandes para
as pessoas os poderem suportar.
Muitos, portanto,
estavam, consciente ou
subconscientemente, procurando uma redenção que só podia vir de
Deus – a vinda
do Messias.
De repente, surge o grande dia.
Jesus nasceu!
Quando José e
Maria levaram o seu Primogênito
ao templo para
o apresentarem a Deus, como indicava a lei,
não encontraram lá
apenas o piedoso
Simeão, o homem que
sabia que não
iria morrer sem
ver o Messias,
mas viram também
Ana. Deus,
que havia cuidado
dela tão fielmente
durante todos
aqueles anos,
fez com que
ela não
perdesse aquele momento
sagrado. A mulher
que não
teria, em regra,
recebido qualquer oportunidade
na vida por
causa da sua condição, o estado
de viúva e a sua
idade, tornou-se nesse momento uma das mais
privilegiadas mulheres do mundo. Juntamente
com Simeão, pôde ver
o Menino e adorá-lO.
Este foi o instante mais alto da sua vida, a resposta
às orações de muitos
anos. Constituiu o momento
supremo de todos
os tempos, o momento
pelo qual o mundo tinha tão ansiosamente
esperado – o Messias havia chegado"
Para Ana, só era natural fazer duas coisas. Primeiro, juntou-se
a Simeão no louvor e adoração a Deus
porque o tão
esperado Redentor do seu povo, do mundo e dos seus
próprios pecados
tinha chegado.
Segundo, achou que
não era
possível conservar
esta tão extraordinária
notícia só
para ela. Alguém disse: "Testemunhar
é olhar bem para o Senhor Jesus Cristo, e depois
contar aos outros
o que se viu''. Foi esta a reação de Ana.
Isto prova como conhecia bem as pessoas.
Conhecia todos os que
em Jerusalém estavam ansiosos pelo Salvador. Foi e contou-lhes o que
tinha visto.
Este anunciador de Jesus Cristo não era um jovem enérgico e eloqüente, mas
uma mulher idosa.
Era alguém
que havia experimentado o que o Salmista
escrevera a respeito do Senhor,
"Sara os quebrantados de coração e
liga-lhes as feridas".
Ana, a mulher que não foi destruída por
um coração
ferido
(Jeremias 49:11; Salmo 147:3;
Lucas 2:22-27a, 36-38)
Perguntas:
1.
Quando jovem, Ana
experimentou uma grande perda. Como é que isso
influenciou a sua vida?
(Ver também
Lucas 9:62).
2.
Como é que a Bíblia
descreve a sua relação
com Deus?
Que conclusões
tira disso?
3.
Que privilégio experimentou Ana?
4.
O que
é que fez Ana
depois de ter
visto Jesus?
5.
Leia 2 Coríntios 1:3,4. Que oportunidades
específicas têm as pessoas que sofreram tristezas?
6.
O que
é que aprendeu de Ana
acerca de como
ter vitória sobre a tristeza? Haverá alguém que
possa ajudar nessa área?
Quem?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
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