A ESPOSA DE JÓ, A MULHER
QUE DISSE NÃO
A DEUS
"A principal culpa
de um homem
não são
os seus pecados.
A tentação é poderosa
e a sua força é pouca.
A principal culpa
de um homem
é que ele
pode voltar-se em qualquer
momento para Deus e negligencia fazê-lo".*
Jó 1:1-3, 6-12
Jó 2:1-10
Jó 42:10-13
Romanos 8:28
A esposa de Jó viveu na terra de Uz, na Arábia, provavelmente não
muito longe
de Ur dos Caldeus, a cidade donde Deus chamou Abraão. Poucas mulheres
foram tão privilegiadas como ela. O marido era imensamente rico. A sua casa real continha muitos
servos. Ela
tinha sete
filhos e três
filhas. Todos eram saudáveis
e tinham reuniões freqüentes
e agradáveis uns com
os outros. Realizavam mesmo festas familiares regularmente,
para fortalecerem os seus
laços mútuos.
Mas a maior
das suas bênçãos
era o marido,
Jó.
Jó era um
homem que
amava a Deus. Tudo
o que sabia acerca
de Deus era
o que outros
lhe haviam dito,
mas isso
fora suficiente
para mover Jó a servi-Lo com devoção. A profundidade da vida
espiritual de Jó, concorria para a acolhedora atmosfera
do seu lar.
A sua vida
era tão
permeada pela devoção
centralizada em Deus,
que as pessoas
à sua volta
tinham consciência disso. Diziam que Jó era um homem devoto e que
essa era a razão
da sua prosperidade. O fundamento da vida
da esposa de Jó era
a piedade e a prosperidade do marido e da sua
casa.
Era esta a situação na terra.
Algo de importante teve lugar
no céu nessa altura.
Jó foi o motivo de uma conversa
entre Deus
e Satanás. Deus estava contente porque
Jó, um homem
da terra, O amava voluntariamente. Deus buscava pessoas
como Jó – ele
estava a cumprir o propósito
para que Deus o havia criado
– comunhão com
Ele.
Satanás, o acusador dos crentes (Apoc. 12:10), não
concordou com a apreciação de Deus a respeito
de Jó. Contradisse o que as pessoas da terra afirmavam sobre ele.
Achava que a razão
de Jó ser devoto
estava na sua prosperidade e insinuou que se lhe
fosse tirada essa prosperidade ele se afastaria de Deus.
"Pois bem'',
respondeu Deus. "Vamos pôr à prova a tua acusação,
Satanás. Tira-lhe os bens, mas não toques na sua vida''.
Satanás ficou diabolicamente feliz com este arranjo e derramou calamidades
sobre Jó como
chuvas inesperadas em
Março. Tragédia após
tragédia caiu sobre
ele. A sua
enorme reserva
de gado ou
foi roubada, ou morta
por faíscas.
Assim, Jó perdeu toda
a sua riqueza.
Mas a maior
catástrofe de todas reservou-a Satanás para o fim – destruiu
todos os filhos
de Jó.
Tudo o que Jó havia edificado ao longo
de muitos anos
tinha desaparecido de repente. O homem
mais rico de todo o oriente
ficara subitamente sem nada e sem filhos. E tudo
o que lhe
ficou, além da casa,
foram quatro servos
– e a esposa.
Satanás concluíra o seu trabalho, mas ainda não havia
conseguido o seu propósito.
Embora Jó, como
homem do oriente,
rasgasse o seu manto,
a sua fé
em Deus
permaneceu firme. "Nu saí do ventre
de minha mãe
e nu tornarei para
lá; o Senhor
o deu e o Senhor o tomou; bendito
seja o nome do Senhor",
disse Jó (1:21).
Satanás e Deus falaram mais uma vez a respeito de Jó. Deus
salientou que a lealdade de Jó
continuava. Satanás reagiu dizendo que
Jó não tinha
sido atingido pessoalmente. Só os seus bens e pessoas externas haviam sido afetadas. Tocasse ele o seu corpo, e então
veria se a fé de Jó persistia.
Deus permitiu
então a Satanás que
fizesse o que desejava, com a única restrição de que não lhe tirasse
a vida. Satanás enviou uma doença tão temível que podia realmente
levar um homem à loucura.
Jó ficou coberto desde
a sola dos pés
até ao alto
da cabeça com
chagas ardentes.
A ciência médica concorda que
o sofrimento de tal doente
devia ser insuportável
– para além
da nossa imaginação.
A repugnante doença
levou-o para a fossa
do lixo, onde
os cães procuravam cadáveres
de animais, e onde
os seres humanos
mais pobres
tentavam apanhar o que
os outros haviam deitado fora. Aí se
sentou ele e raspou as chagas com um pedaço de telha...
Mas veio então o maior de todos
os golpes. A esposa
voltou-se contra ele.
A mulher que
Deus havia destinado para
apoiar Jó, fossem melhores
ou piores
as circunstâncias, a mulher de que ele necessitava agora
mais do que
nunca, já
não lhe
dava apoio. Por
meio dela Satanás jogou a última cartada.
"Ainda reténs a tua sinceridade?'' perguntou ela
com azedume.
"Amaldiçoa a Deus e morre!"
Ela estava tão dominada pela
tristeza, que
só era
capaz de ver
uma saída – renunciar
à fé em
Deus e cometer
suicídio. A sua
reação foi exatamente
o oposto da do marido.
A fé de Jó agüentou mesmo esta crise.
A situação real
pode ter sido escondida dele, mas
não duvidou de Deus.
Deus era
ainda uma realidade
para ele. Portanto, foi capaz
de aceitar tanto
o bem como o mal vindos dEle. A sua
vida estava edificada sobre urna rocha, e embora
as tempestades batessem contra ela incessantemente, não
cairia. Tratava-se de um fundamento resistente.
Como as
raízes de uma árvore são testadas quanto à sua
força por um
vendaval, assim
os temporais de tristezas
e experiências inexplicáveis
descobrem o fundamento da vida de um homem. Jó tinha
um alicerce
forte; a esposa,
não. Naturalmente,
as tristezas dela eram extremas. É difícil identificarmo-nos com
a sua perda.
Ela podia ter-se agüentado, se tivesse
edificado a sua vida
sobre o mesmo
sólido fundamento
que o seu
marido. Mas
as suas diferentes
respostas à situação
não foram devidas ao modo como cada um
experimentou a tristeza, mas
aos seus alicerces
(Mt. 7:24-27). Desse modo, ela não foi capaz de apoiar o marido durante
o período mais
difícil da sua
vida. Pelo menos, os amigos
de Jó vieram visitá-lo, embora não tivessem sido de grande
ajuda. Mas,
a Bíblia não
registra qualquer
tentativa da parte
da esposa para
o aliviar na sua
dor. Durante
todo o período
de sofrimento, ela nunca
esteve em primeiro
plano na história.
Muitos séculos
mais tarde,
depois de o Redentor,
em quem
Jó acreditava (19:25), ter vindo, ter
morrido, ressuscitado e ascendido ao céu,
Paulo escreveu que só
há um fundamento
sobre o qual
o homem pode construir
a sua vida
– Jesus Cristo (1 Cor.
3:11).
Deus dotou as
mulheres de um
dom único
para sentir os
sofrimentos dos outros e animá-los. Mas a esposa de
Jó não o usou, quando
ele mais
precisava.
Súbita e radicalmente a situação
mudou uma vez mais.
Jó e a esposa tiveram de novo
dez filhos,
sete filhos
e três filhas, como
antes. Os seus
bens foram restaurados, de fato, ele ainda adquiriu mais
gado do que
anteriormente à catástrofe.
Mas o
sofrimento de Jó tinha produzido um fruto muito mais importante do que
estas coisas temporais.
A sua relação
com Deus
tornara-se mais profunda.
"Eu te
conhecia só de ouvir",
disse Jó a Deus, "mas agora os meus olhos te vêem" (Jó 42:5).
Jó não tinha
mais necessidade
de depender das experiências dos outros, pois havia tido um encontro pessoal com Deus. Isto
levou-o ao arrependimento e à humildade (Jó 42:6). Estas duas características
são resultados
inevitáveis de um
encontro com
Deus.
Jó tinha recebido uma compreensão mais
profunda de si
mesmo e de Deus.
Compreendeu que era
necessário um
Mediador entre
Deus e o homem
(Jó 9:32-35; 16:19). Assim, o sofrimento
tinha desempenhado uma função positiva
para ele.
Revelara-lhe coisas que
nunca antes
conhecera. Como Jacó, lutara com Deus e
prevalecera (Gên. 32:28). O resultado
foi uma vida mais
rica e mais
feliz.
E Satanás? Foi de novo vencido. O resultado de ele
ter tentado Jó foi exatamente
o oposto do que
ele tinha
previsto – Jó estava mais
dedicado a Deus do que
nunca.
A Bíblia não
diz muito acerca
da mulher de Jó. Afirma que no calor da
tentação ela
havia apontado para o lado
errado – Deus – como
sendo o culpado. Como muitos incrédulos,
ela havia sido cegada por Satanás (2 Cor.
4:4,11). Não compreendeu que embora Deus permitisse o sofrimento, o Seu
alvo não
é meramente que
o homem sofra, mas
que o sofrimento possa produzir
um fruto
positivo (Heb. 12:11). A sua felicidade frágil tinha-lhe sido tirada,
temporariamente, a fim de que pudesse encontrar a felicidade imperecível
– o próprio Deus.
Contudo, a estrada
para encontrar essa felicidade passava pela
escola do sofrimento.
Como uma mulher do Velho
Testamento, ela
carregava, naturalmente, um fardo duplamente pesado. Não
dispunha do encorajamento da Palavra de Deus escrita e não tinha qualquer grupo
de amigos cristãos
para lhe
darem apoio. No entanto,
tinha uma prova
viva de que
não era
preciso ser
derrotada numa crise, mesmo no seu tempo. O marido,
Jó, era essa prova.
O Novo Testamento
louva-o porque continuou a confiar em Deus em tempos de tribulação (Tg. 5:11). Quando
Satanás apontou os seus dardos de tentação, Jó usou
a sua fé
como um
escudo para os apagar (Efés. 6:16).
Ele provou que nenhum homem é tentado tão
fortemente que
não possa agüentar-se com firmeza, e que Deus dá um escape no meio de toda a tentação (1 Cor.
10:13).
Jó tinha edificado a sua vida sobre o fundamento
de Deus. Mas
parece que a esposa
não pôde encontrar
qualquer fundamento
sólido para os
seus pés.
A tristeza arremessou Jó para
os braços de Deus.
Mas na hora
crítica da vida,
a esposa de Jó disse não a Deus. Isso não faz
dela um bom
exemplo para ser seguido.
A Esposa de Jó, a mulher que
disse não a Deus
(Jó 1:1-3, 6-12; 2:1-10; 42:10-13; Romanos
8:28)
Perguntas:
1.
Descreva a família
de Jó antes das catástrofes.
2.
Quem foi a causa da tristeza
que afligiu a família
de Jó? (ver também
Apocalipse 12:9, 10).
3.
Reflita sobre
a reação da esposa
de Jó. Formule a sua resposta nas suas
próprias palavras.
4.
Olhe para
a vida dela e para
a do marido em
relação com
Mateus 7:24-27. Que é que pode concluir?
5.
Que encorajamento é que a Bíblia oferece aos cristãos
que perseverara nas dificuldades?
Compare Tiago 5:11, Hebreus 12:11 e 1
Coríntios l0:13.
6.
O que
é que aprendeu pessoalmente,
das experiências da esposa
de Jó? Que é que
está a fazer para aplicar isto na sua própria vida?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
Excelente texto!
ResponderEliminarJó é um exemplo de perseverança, lealdade e confiança em Deus.
Parabéns pelo artigo!
Abraço - Pr. Aldenir Araújo
Excelente texto!
ResponderEliminarJó é um exemplo de perseverança, lealdade e confiança em Deus.
Parabéns pelo artigo!
Abraço - Pr. Aldenir Araújo
Jo e um exemplo a se seguir, obrigado pastor pelo artigo pois acrescentou muito paz.
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