“SENHOR,
EU NÃO SEI QUERER...”
S.
Marcos 10:46 a 52
Pr. Adolfo S. Suárez
Você é capaz de imaginar o que significa
não poder ver um belo pôr do sol? Você é capaz de imaginar o que significa não
poder contemplar o rosto de seus seres queridos, pai, mãe e irmãos? Você é
capaz de imaginar o que significa não poder ver o sorriso de uma criança? Seria
uma tragédia, não seria? Assim era a vida de Bartimeu. Uma completa tragédia.
Uma completa escuridão. Uma vida sem sentido, sem significado nenhum, sem luz,
sem novidades. Isso não era vida!
A Bíblia Sagrada é extraordinária porque,
entre outras coisas, nos leva a fazer este tipo de reflexões. As narrativas
bíblicas não são simples histórias. São quadros vivos que falam ao nosso
coração, e com os quais nos identificamos profundamente. No milagre da cura do
cego Bartimeu, temos um belíssimo quadro espiritual que interessa a todo
verdadeiro cristão.
Bartimeu era um cego que morava na estrada
de Jericó. Um bom local para alguém que, tendo perdido a família, precisava esmolar
para sobreviver. Jericó era uma cidade grande, com muita gente entrando e
saindo. Muito comércio. E como Bartimeu não podia conhecer a estrada, inventou
um caminho na cabeça, só de ouvir os passos de quem ia para Jericó. Ele sabia
de cor o caminho que ele mesmo havia inventado. Sua vida havia entrado numa
rotina doentia. E além da impossibilidade de ver, ele criara para si a
impossibilidade de alçar novos rumos, traçar novos planos, almejar outros
horizontes, sonhar. Uma vida sem sentido, sem significado nenhum, sem luz, sem
novidades, sem desafios. Isso não era vida!
De dia, Bartimeu ficava à beira da estrada.
De noite, refugiava-se na caverna mais próxima. Vivia no canto da vida, sem
participar da família, sem ter amigos ou chance de melhorar. Talvez a única
vantagem de morar sozinho era não ouvir a zombaria das pessoas, não ouvir as
teorias que tentavam explicar por que ele era cego. Ficar longe dessas fofocas
era uma bênção.
Além de dar esmolas, o único que as pessoas
conseguiam fazer a favor, ou melhor, contra Bartimeu, era falar de uma questão
muito comum naqueles dias: Quem é cego, é
porque pecou. Ou ele, ou seu pai, ou sua mãe. Alguém pecou. Não tem jeito e não
nem tem cura. É cego; tem que aceitar isso. Não tem remédio nem nada. Se Deus
quis assim, deixa assim.
Eles acreditavam que “todo pecado era
punido nesta vida. Toda enfermidade era considerada como o castigo de qualquer
mau procedimento, fosse da própria pessoa ou dos pais. É verdade que todo
sofrimento é resultado da transgressão da lei divina, mas esta verdade havia
sido pervertida. Satanás, o autor do pecado e de todas as suas conseqüências,
levara os homens a considerar a doença e a morte como procedentes de Deus —
como castigos arbitrariamente infligidos por causa do pecado. Era por isso que
grande era o sofrimento daquele sobre quem caísse alguma calamidade. Além do
próprio sofrimento físico, deveria carregar a vergonha e humilhação de ser
olhado como grande pecador.
Sentado à beira da estrada, Bartimeu tinha
a cor da poeira que o pé de tanta gente e animais levantava por ali. Vivia da
caridade dos outros. A dureza da vida o havia ensinado a enfrentar o desafio de
pedir algo a alguém.
Apesar de não ver, Bartimeu escutava
perfeitamente. Só de ouvir a conversa dos outros, ele era capaz de dizer tudo o
que acontecera ou iria acontecer na cidade. E como ele gostava de ficar junto
ao portão principal da cidade, de tanto ouvir a conversa do povo, ficou sabendo
da novidade que agitou Jericó, e que era o assunto de primeira página dos
principais jornais e revistas. O jornal “Gazeta de Jericó” dizia: Jesus chegará à cidade no início da tarde.
“A Folha de Jericó” anunciava: Cidade das
Palmeiras recebe Seu Criador”. E o “Notícias Populares” arrematava com uma
manchete bem chamativa: “Venham ver o mais
famoso Pregador das Multidões”. A fama de Jesus chegou logo. A notícia de
Sua passagem veio rapidamente na boca de toda a gente que dizia que Ele era
bom, que andava com os pobres e que fazia a vida deles mudar instantaneamente.
Jesus estava chegando.
tem compaixão de mim, tem pena de mim. Oh,
Jesus, escuta minha voz! Por favor. A gritaria de Bartimeu era tão grande
que o povo se irritou: — Cala a boca
Bartimeu! Fica quieto! Pára com essa gritaria! Você ficou louco? (Os jovens
de hoje diriam: Se liga Bartimeu!).
Bartimeu nem ligou. Era a chance de sua
vida!: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim, tem pena de mim! Por favor,
escuta minha voz!
Que exemplo de resolução e perseverança em
meio às dificuldades! Bartimeu recebeu pouco apoio por parte daqueles que
estavam ao seu redor. Foi até repreendido. Ele, porém, não era do tipo que
desistia facilmente. Se os outros não sabiam quão grande era a miséria de ser
cego, ele sabia. Se os outros pensavam não valer a pena esforçar-se tanto, ele
pensava de outro modo.
Não devemos nos preocupar com o que os
outros pensam ou dizem a nosso respeito, quando buscamos a cura de nossa alma.
Não há de faltar alguém que diga: Não...
Espera mais um pouco. Pensa melhor se realmente você quer se entregar a Deus...
Não devemos dar ouvidos a esse tipo de conselho. Afinal de contas, só os que
conhecem verdadeiramente sua condição deplorável são os que perseveram, e
finalmente são curados. Jesus passa por entre os homens pela voz dos amigos,
pelo conselho de pessoas chegadas, e pelas instruções da Bíblia. Toda vez que
sentirmos que Ele está passando em nossa vida, devemos aproveitar a
oportunidade, porque é possível que essa oportunidade nunca mais se repita...
Após a gritaria de Bartimeu, Jesus parou.
Parou para ouvir. A multidão também parou. O barulho cessou. E a voz de
Bartimeu ouvia-se agora com toda intensidade: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim, tem pena de mim! Por favor,
escuta minha voz!
Comovido, Jesus pediu a um de seus
discípulos que chamasse o cego. O discípulo foi correndo: Bartimeu, tua gritaria funcionou. Jesus te chama! Vai logo! Ele está
esperando!
— Por
favor moço, não brinque comigo... — Não estou brincando! Jesus te chama! — Tá
falando sério? Jesus, o filho de Davi, me chama?
Bartimeu deu um pulo e jogou a capa de cima
de seus ombros. Pela fé, achava que ela não seria mais necessária. A capa
estava muito suja. Tão suja como sua própria vida. Ele não poderia ir até Jesus
com uma capa daquelas. Para quê? Apenas para cobrir suas roupas rasgadas? Apenas
para dizer que, a pesar de ser um mendigo, ele não era tão desgraçado, porque
pelo menos tinha uma capa?
Ele jogou a capa porque queria
apresentar-se do jeito que ele era diante de Jesus, o filho de Davi. Somente
Jesus deveria ter a capa da realeza, porque Ele era o filho de Davi, o Grande
Rei!
Jogando sua capa, Bartimeu se levantou e
foi até Jesus. Levantou-se e foi até Jesus. Sabe por que Bartimeu teve a
ousadia de se levantar e ir até Jesus? Porque ele era cego dos olhos, mas não
do espírito. Os olhos de seu entendimento estavam abertos. Ele via coisas que
Anás e Caifás, sumo sacerdotes, e fariseus e escribas não viam. Pilatos viu que
Jesus era inocente, mas não teve coragem de declará-lo inocente. Fez de conta
que nada viu. Ele via bem melhor do que Pilatos. Bartimeu viu que Jesus de
Nazaré, como o chamavam com desprezo — esse Jesus que tinha vivido durante
trinta anos em uma aldeia obscura da Galiléia — esse mesmo Jesus era o Filho de
Davi — o Messias Rei de quem os profetas tinham falado.
Bartimeu nunca tinha presenciado os
assombrosos milagres operados por nosso Senhor; nunca tivera oportunidade de
ver os mortos ressuscitarem pelo poder da Palavra, nunca vira os leprosos sendo
limpos pelo contato da mão de Jesus. Nunca vira pessoas sendo libertadas do
poder dos demônios. Infelizmente a sua cegueira tinha-o privado destes
privilégios. Entretanto, ouvira a narração dessas obras maravilhosas, e havia
crido. Estava convencido, no fundo do coração, pelo que lhe haviam contado, que
a pessoa que fizera tais coisas era o Salvador do Mundo, que tinha poder para
curar. Por isso, sua exclamação Jesus,
filho de Davi, tem compaixão de mim!, não
era apenas uma súplica, mas sim uma tremenda demonstração de fé.
Roguemos a Deus que nos conceda a mesma fé
preciosa de Bartimeu. Nós também não podemos ver Jesus com os nossos olhos
físicos. Temos, porém, na Bíblia, a demonstração do Seu poder e graça e a
declaração de Sua boa vontade para nos salvar. Temos aqui preciosas promessas
que nos animam. Confiemos nessas promessas e entreguemos nossa vida a Deus sem
receio. Enxerguemos com os olhos da fé as grandes bênçãos que Deus já tem
preparadas para nós. A fé que Deus requer de nós é uma fé simples, porém firme.
Uma fé que não exija a visão antes da compreensão e aceitação. Uma fé que,
mesmo em meio às trevas da incredulidade, esteja disposta a confiar, sem
reservas e sem condições. A fé que impõe condições é egoísta, efêmera, humana
e, portanto, passageira, breve, sem valor eterno. A fé que impõe condições não
prepara o ser humano para receber as poderosas manifestações sobrenaturais de
Deus. Qual é a sua fé? Você precisa ver para crer? Você é do tipo: Exijo provas
concretas para acreditar? A fé que exige provas é muito fraca; mas a fé que
dispensa provas é essencial. Para quem tem fé, nenhuma prova é necessária. Mas
para quem não tem fé, nenhuma prova é suficiente.
O Mestre lhe perguntou: — O que você quer que Eu te faça, Bartimeu?
Heim, o que você quer?
Bartimeu ficou em silêncio. Olhando para o
infinito ele pensava: O quê eu
quero? Eu não
sei... Ninguém me disse que eu
tenho o direito de querer alguma coisa. Eu não sei querer...
Coitado Bartimeu. Ele havia aprendido que
não tinha que querer; não podia querer. A vida era o que era, sem mudar nem
melhorar. Poderia até mudar, mas para pior. Ele não tinha escolha. Tantas e
tantas vezes ouviu: Cada um tem o que
merece. Não adianta querer alguma coisa superior ou melhor. Se é pra você ter
algo melhor, isso vai acontecer inevitavelmente. É a lei da vida. Os bons, tem
coisas boas. Os pecadores, só tem desgraça. Não adianta querer. Querer para
quê?
Bartimeu olhou bem nos olhos de
Cristo. E mesmo não vendo, sentiu que o Mestre não o estava enganando. Sim! Ele
sabia o que queria sim senhor! Sempre soube! Mas é que somente agora se encontrava
diante de Alguém que, além de perguntar-lhe o que queria, tinha poder para
conceder-lhe seu pedido.
— Eu
sei o que eu quero, Senhor. Eu quero ver.
Jesus sentiu junto com Bartimeu o que
significava viver à beira da estrada e ter a cor da poeira. Ele mesmo andava
sempre empoeirado pela estradas, fazendo o bem. Jesus sentiu junto com Bartimeu
o que significava esperar que alguém lhe trouxesse uma esmola. Ele mesmo, ao
caminhar rumo ao Calvário, esperaria por alguém que O viesse consolar na hora amarga.
E ninguém viria.
—
Tudo bem Bartimeu. Você é um homem de muita fé. A tua fé te salvou!
Imediatamente, os olhos de Bartimeu foram
abertos. Agora ele podia enxergar as pessoas, a cidade, a estrada pela qual
tanto caminhava, o céu, o sol, a poeira e a Jesus.
CONCLUSÃO
E APELO
O Senhor Jesus não quer que ninguém viva na
escuridão, porque Ele é a luz do mundo. Jesus condoeu-se com o drama de
Bartimeu, e continua a partilhar das dores daqueles que, a despeito de terem
boa visão física, são cegos espiritualmente. Não conhecem a vontade de Deus.
Não sabem o que Deus quer deles. Não conseguem enxergar além daquilo que seus
olhos podem ver.
À semelhança de Bartimeu, muitas pessoas
não conseguem enxergar alguma coisa melhor para sua própria vida. As decepções
do dia a dia fecharam seu horizonte e as levaram a pensar de que assim como a
vida está, está bom demais. Não almejam coisa melhor. Conformam-se com esmolas,
com pequenas coisas.
À semelhança de Bartimeu, muitas pessoas
não sabem o quê querer. A dureza da vida lhes ensinou que todos temos um
destino, e esse destino não vai mudar. Se somos felizes, é porque o destino
assim o quis. Se somos desgraçados, é porque o destino assim o quis. Deus não
tem nada a ver com a história. O importante é conhecer e acreditar no destino,
e torcer para ter um bom destino.
Que grande mentira! Nós somos seres livres!
Nós temos a liberdade de escolher o nosso caminho. Deus nos fez livres, e
somente nEle podemos encontrar a verdadeira liberdade. E porque Ele nos fez
livres, nós devemos saber o que queremos da vida!
Se eu perguntasse ao grande Moisés o que
ele quer, talvez ele me responderia: “Quero
conquistar a Terra de Canaã.” Se eu perguntasse ao profeta Daniel o que ele
quer, talvez ele me responderia: “Quero
continuar sendo fiel a Deus, a
pesar do perigo.” Se eu
perguntasse ao apóstolo Paulo o que
ele quer, talvez ele me responderia: “Quero pregar o Evangelho a todo o mundo.”
E se eu perguntasse pra você o que você
quer, o que você responderia? O que mais precisamos é que nossos olhos da fé
sejam abertos para que possamos contemplar a luz do amor de Deus!
“Abre
Senhor os olhos meus”. Essa deve ser nossa oração.
Existe um versículo na Bíblia que nos dá a
única receita para poder ver a Deus. Está em S. Mateus 5:8 - “Bem aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.”
Para a Bíblia, de maneira simbólica, o
coração é a sede das emoções. Temor, amor, coragem, ira, alegria, tristeza e
ódio são atribuídos ao coração. Na Bíblia, de maneira simbólica, o coração é
também considerado o centro da vida moral, espiritual e intelectual de uma
pessoa. Se o nosso coração é a sede dos afetos, então nosso amor a Deus deve
ser puro. Se o nosso coração é o centro de nossas motivações, então nossos
motivos devem ser puros. E se o coração é a residência de nossa vontade, então
nossa vontade deve ser submissa a Cristo. Devemos ter um amor puro, motivos
puros e desejos puros.
Mas o quê quer dizer alguém ser limpo de coração? Quando uma pessoa quer
ser limpa de coração, isto não quer dizer que ela tenha que viver em uma camisa
de força, com ar de piedade, na solidão ou totalmente quieta. Não quer dizer
que a pessoa deve ser perfeitamente impecável, sem nenhuma falha, sem nenhum
pecado. Não quer dizer que a pessoa deve ser uma fanática religiosa.
Deus olha o nosso coração. Ele não avalia
tanto o exterior, e, sim, o interior do ser humano. Ele considera os motivos de
nossas ações. Ele considera a razão de nossos pensamentos. Ele considera as
intenções de nosso coração. Ele não julga nem a bondade superficial e nem a
maldade superficial daquilo que fazemos. Ele penetra a alma e sonda a nossa
vida como um cirurgião! E quando termina de fazer esse exame profundo de todos
nós, invariavelmente Ele diz: “Enganoso é
o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem o
conhecerá? “ (Jeremias 17:9).
Infelizmente, nosso coração é impuro! E por
isso costumamos ficar nervosos, frustrados, tensos, desapontados. E jamais
seremos completamente felizes enquanto nosso coração continuar impuro. Se
queremos ser felizes, nosso coração deve ser purificado.
A pureza de coração é conseqüência de um
novo nascimento, de um milagre, de uma nova criação. Não se trata de uma
experiência simplesmente emocional. Para que o nosso coração seja purificado, devemos
nascer de novo. Como nascer de novo? Aceitando, pela fé, o sacrifício de Jesus
por você. Reconhecendo que somente Ele pode lhe salvar e transformar. Então seu
coração será perdoado, renovado e purificado! Você será fisicamente puro,
moralmente puro, mentalmente puro e espiritualmente puro. Assim você estará
preparado para a maior experiência de sua vida: Ver a Deus.
Ilustração
Visitando uma cidadezinha de mineração, um
jovem pastor estava caminhando ao longo de uma das minas de carvão. Em um
daqueles túneis escuros e poeirentos, ele pôde contemplar uma linda flor que
brotava da terra negra da mina. ”Como é
que uma flor de tanta pureza e beleza
pode crescer nesta mina suja? perguntou o pastor a um dos
mineiros. “Jogue um pouco de pó de carvão sobre a flor, para ver o que acontece”,
foi a resposta do mineiro. O pastor assim fez e ficou surpreso diante do
fato de que assim que o pó de carvão tocou naquelas pétalas de neve, o pós
deslizou para o chão, deixando a flor tão imaculada quanto antes. As pétalas
eram tão lisas que o pó não conseguia apegar-se à flor...
Nosso coração também pode ser assim. Não
podemos evitar ter que viver em um mundo carregado de pecado, tal como aquela
flor não podia mudar de lugar de onde estava plantada. Mas Deus pode manter-nos
tão puros e limpos que, embora o pecado nos incomode por todos os lados, não se
apegará a nós. E podemos assim permanecer no mundo, tão brancos e belos quanto
uma flor.
O segredo da pureza está em Deus. O segredo
de ver está em Deus. Deus te pergunta hoje: “O
que você quer? Você quer ver além daquilo que teus olhos podem enxergar? Você
quer Me ver? Você quer Eu abra seus olhos para que a vida possa ter o
significado que você anda procurando há tanto tempo?”
Deus nos diz: Eu quero abrir vossos olhos. Eu quero purificar vosso coração. Somente
Eu posso purificar vosso coração e abrir vossos olhos. Deus nos diz: Eu quero dar sentido à sua vida, para que
você saiba o quê querer, para que você veja além do que os olhos físicos podem
enxergar.
Você quer aceitar? Que Deus te
abençoe.
Amém!
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