"A minha alma engrandece ao Senhor,
e o meu espírito
se alegrou em Deus,
meu Salvador,
porque contemplou na humildade da sua
serva. Pois, desde agora,
todas as gerações me
considerarão bem-aventurada" Luc.
1:46b-48
Lucas1:26-38
Mateus 1:18-25
Lucas 2:6-14
Lucas 2:17-19
Lucas 2:33-35
João 19:25-27
"Eis aqui a serva do
Senhor; cumpra-se em
mim segundo
a tua palavra'', murmurou ela totalmente
esmagada pela mensagem
que o anjo
acabava de trazer. Em
pensamento ela
recordou o que ele
tinha dito.
Ela, Maria, ia tornar-se a mãe do Messias! O Redentor que tinha sido prometido primeiramente
a Adão, depois mais
claramente a Abraão e que mais tarde fora
anunciado por vários
profetas, viria ao mundo
através dela.
Verificou que Ele viria. Toda
a mulher tinha
esperado vir a ser
seu privilégio
o tornar-se a mãe do Messias!
E agora o tempo
tinha chegado
– e tinha sido ela
a escolhida para ser
Sua mãe.
Jamais sonhara que
poderia ser
ela. Era
jovem e provinha de uma aldeia insignificante
(João 1:46,47). E – como é que ela poderia dar à luz um bebê se ela nem mesmo era casada! Só estava noiva.
Não admira que
respondesse: "Mas eu sou virgem e nem sequer
casei. Como é que
isso pode acontecer?''
O anjo tinha
começado por dizer:
"Não temas,
Maria, pois achaste graça
diante de Deus''.
Então tinha-Lhe dito
como é que
o Espírito Santo
realizaria este milagre
nela. O seu filho
seria chamado Filho de Deus.
Maria conhecia a Deus através dos livros
de Moisés, dos Salmos e dos escritos dos profetas.
Ela tinha
uma profunda reverência
pelo Senhor Deus, no seu coração, porque
sabia o que Ele
tinha feito
na história do seu
povo. Tinha
a consciência do que
Ele havia realizado não
só a favor de
toda a nação
mas também
de certos indivíduos.
Conhecia a Sua misericórdia
para com os que O reverenciavam e que
preferia trabalhar a favor
daqueles que não
tinham poder mundano.
Estava bem consciente
do fato de que
ela não
tinha qualquer
posição ou
riqueza. Seria essa a razão
por que
Ele a tinha
escolhido? Seria ela um instrumento
útil por não
possuir qualquer
honra humana
em si
ou de si
própria?
Maria estava pronta a
sacrificar-se para se tornar
a Sua mais
humilde serva.
"Cumpra-se em mim
segundo a tua palavra",
disse ela simplesmente,
contemplando o anjo que
partia.
Estas palavras indicavam uma rendição completa
da sua parte.
Ela não
estava a prender-se a absolutamente nada. Não se
tratava de uma resposta mal pensada. O seu
Filho, Aquele
que acabava de ser
anunciado, pronunciaria praticamente as mesmas palavras
no Getsêmani: "Não seja como eu quero, mas como Tu queres''
(Mt. 26:39). No futuro ela teria ampla
oportunidade de provar
que queria dizer
exatamente o que
disse. Todavia, naquele momento ela não podia prever as conseqüências.
Maria, a mais privilegiada entre as mulheres,
aprendeu desde o princípio
que um
privilégio excepcional
vai sempre de mão
dada com
o sacrifício. Moisés tinha experimentado isso
antes dela (Heb. 11:24-26). Paulo
experimentá-lo-ia depois (Atos 9:15,16).
A primeira coisa
que ela
sacrificou foi a sua reputação. Pô-la de parte
para ficar à disposição de Deus. Isso criou um problema para José, o seu noivo. Ele era um homem que andava com Deus. Como é que poderia casar com uma jovem que
esperava um bebê
de algum outro?
Porque a
amava, ele não
queria acusá-la abertamente, pois se o fizesse, e era
isso que
a Lei esperava dele, Maria seria morta. A Lei
afirmava que, se uma noiva hebraica tivesse traído o marido,
e não estivesse virgem
na altura do casamento,
seria apedrejada, sem perdão (Dt. 22:20,21). Portanto,
José planejou deixá-la secretamente.
Quereria ele deixar
com Deus
o problema do que
lhe poderia
acontecer a ela?
Se era assim,
ele estava a fazer
exatamente o que
convinha.
Num sonho, o anjo do Senhor revelou a
verdadeira natureza da situação a José. Maria estava grávida com o prometido Emanuel, a respeito
do qual Isaías tinha
profetizado (Is. 7:14).
José seria também uma pessoa privilegiada como
pai terreno
da Criança. Seria o que
ia dar ao menino
o Seu Nome,
Jesus. Teria a honra de educar
a Criança, como
se fosse seu próprio
filho. A casa
de José devia ser a casa
onde o Filho
de Deus Se sentiria mais
confortável durante
a Sua estadia
aqui na terra.
Para Jesus, ela
seria o seu único
lar terreno.
José casou com Maria. Teve de
sacrificar alguma felicidade
pessoal em
troca da honra
que havia sido posta
sobre ele.
Não só
casava com uma mulher
cuja pureza
era posta
em causa por todos os que os rodeavam, mas
também não
devia ter relações
sexuais com
ela até
Jesus nascer.
Juntos, José
e Maria subiram os degraus da Praça do Templo
em Jerusalém. Levavam o Menino e um par de rolas para oferecer ao Senhor.
Maria meditava nos acontecimentos do ano
anterior. Lembrou-se como pouco depois da visita
do anjo Gabriel tinha
ido a uma pequena
aldeia, perto
de Jerusalém, visitar a sua
parente Isabel, que
também estivera à espera
de um bebê.
Sem ter dito uma palavra acerca
da sua própria
gravidez, Isabel havia-lhe dado
as boas vindas como
bendita entre
as mulheres. Cheia
do Espírito Santo,
Isabel tinha-lhe chamado "a mãe do meu Senhor''.
Maria recordou a sua própria reação.
Tinha sido uma explosão
de louvor a Deus,
um cântico de
ação de graças
que Ele
havia posto no seu
coração. Sentira-se profundamente
impressionada com a grandeza
das coisas que
iam acontecer. As pessoas
chamar-lhe-iam bem-aventurada, através das gerações
futuras Não por
causa de si mesma, mas por causa do que Deus tinha feito. Ele era grande, Santo e
todo-poderoso. Ela
era indigna
disto. Nada tinha
a oferecer senão
a sua gratidão
e louvor. O Menino
que ia nascer
seria seu Salvador.
Embora se sentisse privilegiada,
reconhecia também que
era uma pecadora e necessitava de um Salvador.
A humildade de Maria pode-se ver
no seu tão
impressionante Magnificat – o seu louvor a Deus (Lc. 1:46-55). Ela
não podia imaginar
que, mesmo
muitos séculos
depois, as pessoas
ainda se sentiriam comovidas e
estimuladas pelo seu
amor a Deus.
Quando o
nascimento do Menino estava prestes, César Augusto
havia ordenado que
se fizesse um recenseamento
em toda
a nação. Maria e José haviam feito a longa jornada de Nazaré a Belém, a terra
natal do rei
Davi, antepassado dos dois,
para se registrarem. Como
previam, todas as estalagens estavam
repletas. Belém, situada na estrada de caravanas de Jerusalém para
Hebrom, era uma cidade
muito movimentada.
O seu filho
tinha nascido fora
da cidade, numa estrebaria
onde se guardavam os animais no inverno.
Ela sentia-se triste
porque o Filho
nem sequer
tivera uma cama para dormir na sua primeira noite
na terra. Enquanto
ela e José se encontravam sós e isolados, um
milagre havia acontecido. Uma clara luz
refulgiu na noite, uma luz mais brilhante que a do dia. De repente,
apareceu um grande
exército de anjos.
"Glória a Deus
nas alturas, paz
na terra..." tinham eles
cantado, ao proclamarem o nascimento do Filho
de Deus, o Salvador
do mundo.
Os pastores, informados pelos anjos,
tinham vindo ao estábulo. Eram homens pobres, com faces batidas pelo tempo. Mais tarde, vieram homens
ricos e cultos
do oriente. Tinham feito
uma longa jornada,
para trazerem honra
e presentes preciosos
de ouro, incenso
e óleo precioso.
Deste modo, o seu
filho havia sido anunciado por Deus e
recebera as boas-vindas tanto dos ricos como dos pobres (Mt. 2:1-12).
Ela sentou-se
em silêncio,
não sabendo exatamente
o que dizer, enquanto o seu coração se absorvia em
todas estas preciosas recordações.
Subitamente, quando levaram o
Filho ao templo,
aproximou-se deles um velho e pegou-lhes na Criança
(Lc. 2:22-38). Tratava-se de Simeão, um homem devoto, que durante muito tempo havia
estado à espera
da vinda do Messias.
"Cumpriste a tua promessa, Senhor.
Agora podes despedir
em paz
o teu servo'',
ouviram-no eles dizer,
para seu espanto. E continuou: "Pois
eu vi-O, como
me tinhas
prometido. Vi o Salvador que
enviaste ao mundo".
O discurso do ancião havia sido orientado pelo
Espírito Santo.
José e Maria já não
tinham qualquer dúvida
de que estavam a segurar
o Filho de Deus
nos braços.
Ama, uma
profetisa idosa, que,
como Simeão, havia passado
a maior parte
da sua vida
adulta na presença
de Deus, também
reconheceu o menino como
o Messias prometido.
Antes de Ana partir para
a cidade com
o fim de dizer
às pessoas que
a redenção de Jerusalém estava próxima, Simeão disse algo
de importante a Maria: "Atende
cuidadosamente, este Menino será rejeitado por
muitos em
Israel, mas será de grande
alegria para muitos outros.
Os pensamentos mais
profundos de muitos
corações serão
revelados, mas uma espada
trespassará a tua alma''.
Não demorou muito a vir a primeira tristeza. O rei Herodes mandou assassinar
todos os meninos
de dois anos para baixo, em Belém, esperando matar
assim o anunciado rei
dos judeus (Mt. 2:13-16). José e a sua pequena família escaparam porque
haviam sido avisados por Deus.
Foram, todavia, forçados a empreender uma longa
viagem através
do inóspito deserto
do Neguebe, uma região praticamente sem alimento e sem água. O que tornava esta viagem
para o Egito ainda
mais difícil
para Maria era
o saber que
muitas crianças estavam a ser assassinadas por
causa do seu Filho. Na sua mente, ouvia os gritos
dos inocentes bebês
que estavam sendo martirizados brutalmente. Sendo ela
a própria mãe
há pouco tempo,
identificava-se facilmente com a dor das mães
daquelas crianças. A mãe do Filho de
Deus ia descobrindo que
uma grande alegria
se misturava com muitas lágrimas.
Dez anos haviam passado.
Jerusalém estava cheia de gente e de movimento.
Encontravam-se ali famílias
inteiras para celebrarem a festa
da páscoa na cidade
santa, e honrarem o Senhor
Deus com
sacrifícios (Lc. 2:41-51).
Era uma ocasião feliz, pois podiam adorar o Senhor na companhia
de vários amigos
que só
encontravam em tais
dias festivos.
Por causa do grande número
de famílias que
estavam de visita à cidade,
as crianças pululavam por toda a parte.
Os adultos desfrutavam do seu tão raro convívio com parentes e amigos vindos de lugares
distantes. Andavam e conversavam alto uns com os
outros, pelas ruas.
As crianças chilreavam como passarinhos,
enquanto dançavam e brincavam juntas. Era fácil passar despercebida a ausência
de uma criança no meio
de tal multidão.
Os pais iriam naturalmente
pensar que o filho estava na companhia
de outros, em
qualquer ponto
do grupo.
Foi por isso
que José e Maria não
descobriram, senão depois
de um dia
cheio e cansativo com
a viagem de regresso,
que Jesus não
estava com eles.
Não se encontrava em
lado nenhum.
Finalmente, com
os corações aflitos,
voltaram a Jerusalém à procura dEle.
Procuraram-no por toda a parte, sem resultado.
Finalmente, após três dias de busca,
encontraram-nO no templo. Para
seu espanto,
o jovem Jesus estava sentado entre os rabis eruditos. Não
Se limitava a ouvi-los, interrogava-os também.
Surpreendia-os com a Sua inteligência, compreensão e respostas
adequadas.
Maria estava perturbada. "Filho",
repreendeu-O ela, "por que é que fizeste isto?
O teu pai
e eu temos andado à tua procura por toda a Jerusalém". A resposta
dEle não foi indelicada,
mas clara
e sem reservas,
"Não me
devíeis ter procurado. Não
sabíeis que eu
estaria na casa de meu
Pai?''
De Seu pai?
Mas José tinha
andado em busca
dEle por todo
o lado com
a mãe. Não
teria ela entendido
que Ele
Se referia ao Pai celestial?
Jesus começava a afastar-Se deles. Dava início
à viagem da Sua
vida em
direção ao Seu
verdadeiro destino. Embora
fosse o seu filho
perdido, naquela ocasião, era também o Filho de Deus,
o Redentor do mundo
perdido. Os laços que
O ligavam à Sua família
já haviam começado a desprender-se.
Teria esta experiência
recordado a Maria as palavras de Simeão?
Estaria ela a experimentar
as primeiras dores da espada que iria
por fim
ferir o seu coração?
Quando
voltaram a Nazaré, tudo parecia na mesma. Jesus era
obediente como
antes. Mas
algo acontecera no coração
de Maria. Ela conservou esta recordação
e juntou-a com outras no coração. Esta era
uma oportunidade para
sujeitar os seus
desejos maternais à vontade
de Deus.
Os anos que
passaram juntos foram agradáveis, enquanto
Jesus Se ia tornando adulto. A influência da mãe sobre Ele durante esse tempo foi grande.
"Jesus tornou-Se alto e sábio, e tanto Deus como os homens O amavam" (Lc. 2:52). Jesus, o Filho de Deus, que era perfeito como criança, desenvolveu-se naturalmente
num homem. Isto
constitui um santo
mistério, que
Deus, como
homem na terra,
pudesse submeter-Se à influência de Maria.
Jesus não cresceu numa família rica ou socialmente
privilegiada. Mas o Seu
ambiente espiritual
era invejável. Os pais
andavam com Deus
e respeitavam-se mutuamente. Os pensamentos
de Maria estavam particularmente cheios de Deus.
Os pensamentos de uma pessoa
determinara as suas ações.
Seguindo esse princípio,
José e Maria esforçavam-se para tornar
o seu lar
e a educação dos filhos
conformes aos pensamentos
de Deus. Havia uma atmosfera
amigável nesse pequenino
lar de Nazaré. Permeava-o um espírito de
verdadeira humildade e devoção natural.
Esse espírito
tornava fácil às crianças
a obediência aos pais.
Foi no lar de José e de Maria que Jesus encontrou pela
primeira vez
as Escrituras. O amor
da mãe pela
Palavra de Deus
foi um exemplo
para o Filho.
Durante
dezoito anos, Ele
viveu no lar dos Seus
pais.
Nasceram mais filhos. Houve outros
rapazes – Tiago, José, Simão e Judas – e filhas também
(Mt. 13:55,56). Uma vez que José morreu durante
este período,
é muito provável
que Jesus, o primogênito,
partilhasse com a mãe
os problemas da família
e fosse responsável pela
manutenção da mesma.
As pessoas já não Lhe chamavam o filho
do carpinteiro. Agora,
era o carpinteiro
(Mc. 6:3).
Quando Jesus tinha trinta anos
de idade, tudo
mudou. Maria viu isso claramente quando
assistiu a um casamento,
com Ele,
em Caná, uma pequena
aldeia perto
de Nazaré, nas montanhas ondulantes da
Galiléia (Jo. 2:1-11). Ela notou que o dono da casa estava embaraçado porque
o vinho tinha
acabado. A sua
primeira reação
foi entregar o problema
ao seu Primogênito.
Depois fez uma descoberta
dolorosa. O filho
parecia ter mudado. Não
estava a proceder como
filho obediente
que ela
conhecia tão bem.
"Mulher", respondeu Ele, "que
tenho eu contigo?"
Tratando-a por "Mulher" não
estava a desrespeitá-la, nem a revelar menos afeto. As mulheres
hebraicas estavam habituadas a serem tratadas dessa maneira.
Mas isso
marcava claramente uma distância entre
Ele e a mãe.
Alguma vez Ele
me tratou antes
desta maneira? – perguntava ela a si mesma. Então,
as suas recordações recuaram até àquele dia,
no templo. Nessa altura
Ele havia mostrado de modo muito semelhante que,
embora fosse seu
Filho, não
podia obedecer a todas as ordens
dela. Tinha ordens
superiores a cumprir.
Maria não era irascível,
e se acaso se sentiu pouco à vontade
não o demonstrou. "Fazei tudo quanto Ele vos
disser", recomendou ela aos servos, pois sabia que Ele era Deus e
podia realizar milagres.
Ela parecia estar pronta a ocupar o segundo lugar. Teria compreendido já
que mais
tarde Ele
iria ensinar a respeito
da grande prioridade
que Deus
dá ao serviço?
Quando
começou o Seu ministério,
Jesus deixou Maria definitivamente. Dali
em diante,
não era
primeiramente o Filho
de Maria, mas Jesus de Nazaré, acerca de quem todo o país tinha começado a falar, pois o Filho de Deus andava por
toda a parte
fazendo o bem.
Maria aprendeu a ficar na retaguarda, embora
não sem
sofrimento. Experimentava cada vez mais o fio da espada
na sua vida,
mas reconhecia também
que a sua
tristeza estava ligada
com o favor
de Deus. Tudo
o que lhe
restava fazer era
pôr-se constantemente à disposição
dEle.
À medida que
Jesus se movimentava por toda a parte,
curando os doentes e pregando o evangelho, a fé
que Maria tinha
nEle podia ir crescendo.
Sem dúvida,
era doloroso
para ela ver que os outros filhos não acreditavam nEle (João 7:3-5), e que as pessoas
de Nazaré não O aceitavam (Lc. 4:16-30).
Ele tornou isso
penosamente evidente
quando ela
e os filhos tentaram falar
com Ele.
Quando Lhe
disseram: "Eis que
estão ali fora
tua mãe e teus
irmãos, que
querem falar-te", Ele respondeu:
"Quem é minha
mãe e quem
são os meus
irmãos?" Então,
apontando para os discípulos,
acrescentou: "Qualquer que fizer a vontade
de meu Pai
que está nos
céus, este
é o meu irmão
e irmã e mãe'' (Mt. 12:46-50). Os homens com quem Se misturava diariamente e os Seus discípulos
eram iguais a ela.
As suas relações
já não
eram provadas pelos laços
do sangue, mas
pelo elo de
uma fé comum
em Deus.
A espada penetrou-lhe na alma com toda a sua agudeza quando se
encontrava aos pés da cruz onde o seu Filho
estava pendurado como um criminoso qualquer.
Foi aqui que
o sofrimento de Maria atingiu o auge.
Ela não tentou ignorá-lo, ou
torná-lo mais fácil
para si mesma. Como
Jesus, também ela
bebeu o cálice amargo
do sofrimento até à última
gota. Esteve junto
dele até ao momento
final. Viu a Sua
agonia e ouviu troçarem e escarnecerem
dEle.
As horas passavam lentamente sob
o sol escaldante, e Alguém
– o mais amado
de todos – sofria como
nenhum outro
homem poderia
jamais sofrer.
Maria permaneceu junto à cruz e padeceu com
Ele. Isto
fazia parte da sua
maternidade. Ainda
ecoavam na sua mente
as palavras, "Faça-se em mim segundo a tua palavra".
Ela agüentou simplesmente
porque se tinha
posto inteiramente
à disposição do Senhor. O
que ela
sentia era secundário.
Jesus viu-a, e embora
estivesse na agonia da morte,
não Se esqueceu de cuidar
dela. "Mulher, eis
aí o teu
filho'', ouviu-O ela
dizer. Depois
disse a João, o homem que Ele mais amava na terra, "Eis aí tua mãe" (João 19:26,27).
Jesus não deixou a Sua vida terrena sem
providenciar quanto à Sua mãe. O homem e a mulher
que haviam sido os mais
íntimos dEle na terra,
poderiam melhor compreender-se c
ajudar-se depois da Sua
partida. Dali em
diante, Maria viveu na casa de João.
A Cruz não
assinala a última aparição
de Maria nas Escrituras. Ela surge de novo com os discípulos
de Jesus, algumas outras mulheres e os outros seus filhos, depois
da ascensão de Cristo. No cenáculo, em
Jerusalém, Maria dedicou-se como os outros a constante
oração (At. 1:9-14).
Embora
tivesse perdido o filho, não estava preocupada com
a sua perda
pessoal, mas
compreendeu que a sua
tarefa em
relação a Ele
havia terminado.
Maria, a mais bendita e mais
privilegiada de todas as mulheres, cujo nome foi mais honrado do que
o de qualquer outro
mortal, dedicou-se de novo
a Deus. Mais
uma vez, nada
exigiu. Imperceptivelmente, tomou lugar entre os outros.
Maria sabia que podia passar
por cima
dos seus interesses
pessoais, e dedicar-se totalmente a honrar a Deus.
Murra
havia-se tornado uma mulher amadurecida. Nos
últimos trinta anos
da sua vida,
tinha atingido cumes
desconhecidos de felicidade.
Ao mesmo tempo,
havia experimentado tristezas profundas
no seu coração
que nenhuma outra
mulher tinha
jamais encontrado. Mas
a sua atitude
para com Deus não
mudara. Ela havia provado com a sua vida que falara
a sério quando
o Messias foi anunciado: "Eis
aqui a serva
do Senhor: Cumpra-se em
mim segundo
a tua palavra''.
Maria, a mais privilegiada entre as mulheres
(Lucas 1:26-38; Mateus 1:18-25; Lucas 2:6-14, 17-19, 33-35; João
19:25-27)
Perguntas:
1.
O que
é que fez de Maria a mais privilegiada de todas as mulheres?
2.
Estude o seu
cântico "A Magnífica"
(Lucas 1:46-55). Quais eram os seus pensamentos
acerca de Deus?
O que é que
ela pensava de si
própria?
3.
A posição
privilegiada de Maria significava ter de se sacrificar. Enumere os sacrifícios
que ela
precisava de fazer.
4.
Qual lhe parece ser a coisa mais difícil que Maria enfrentou como
mãe?
5.
Em seu entender,
quais são
as características mais
notáveis em
Maria? Justifique as suas conclusões.
6.
O que
é que aprendeu de mais
importante com
Maria? Que valor
prático tem isso
para a sua vida pessoal?
FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER
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