A juventude
é o tesouro mais apreciado que há no mundo em que vivemos, e através deles,
estão apontados os grandes interesses que dirigem a vida.
Satanás
tem um especial interesse nos jovens deste mundo e especialmente nos que estão
na igreja, já que os outros encontram-se em suas mãos e o que deseja ganhar,
são aqueles que estão fora do seu controle.
Pessoalmente,
sou filho da igreja; Deus me deu a graça de ter um lar cristão e crescer no
seio da nossa maravilhosa igreja. A maior parte de minha educação foi recebida
com instruções adventistas. Com minha esposa, criamos 3 filhos dentro da
igreja. Tudo isso faz com que as preocupações por manter nossa juventude na
igreja ocupem um lugar importante em nosso trabalho de evangelização e
crescimento do povo de Deus.
A
sociologia diz que cada 30 anos é uma nova geração; isso significa que os que têm de 0 – 30 anos
são a geração presente, os que têm de 30 – 60 anos são a geração passada e os
que têm de 60 – 90 são a geração ultrapassada.
O presente da igreja são os jovens e os que
estamos no passado somos o fundamento e apoio para sustentar, orientar e
conversar este maravilhoso presente que Deus pôs em nossas mãos.
Como
filho da igreja, sei por experiência que ser jovem adventista não é fácil,
viver de acordo com os princípios que Deus estabeleceu nunca foi fácil. Por
isso, a igreja sempre trabalhou para ajudar a juventude na luta que tem para
manter as suas vidas.
Quando
que era jovem não foi fácil. A igreja me apoiou fazendo o melhor que tinha ao
seu alcance para que eu pudesse suportar e superar as tentações que o inimigo
colocava em meu caminho. Hoje, ser um jovem adventista, não tenho dúvidas de
que se torna 10 vezes mais difícil que na minha época. Isso significa que a
igreja tem que fazer 10 vezes mais que o realizado no passado.
Toda a
artilharia do inimigo está fortemente arregimentada e seu claro objetivo é
tirar os jovens do caminho que Jesus tem para eles. Por isso, a metodologia que
a igreja usa para defender seu mais apreciado tesouro, também tem que estar
atualizada e grandemente reforçada. Não podemos continuar fazendo pela nossa
juventude o que se fez no passado. Temos que trabalhar com métodos atualizados
de acordo com a nossa realidade.
Minha
grande preocupação é a salvação dos filhos da igreja. E trabalhar na salvação
de pessoas sempre exige esforço, luta, desvelo, sacrifício, preocupação, etc.
Isto significa que temos que pagar o preço que Cristo pagou pela salvação da
humanidade. Tudo que nós pagamos pela salvação dos demais é sempre barato.
Temos
que ser conscientes de que os jovens têm muitíssima energia e que são normais.
Eles são hiperativos. Isso nos leva como igreja a ter uma programação
permanente onde os jovens possam canalizar suas energias nas atividades
variadas e de acordo com as realidades atuais.
O
conselho inspirado diz no livro Serviço Cristão, pág. 30 “A mocidade fará alguma coisa com sua transbordante energia. A menos
que esta seja dirigida para os legítimos rumos, os jovens a empregarão de
maneira prejudicial a sua espiritualidade, e ela se demonstrará um dano àqueles
com quem se associam.”
As
idéias que compartilho são apenas algumas que talvez não sejam as mais
tradicionais, porém que estão enfocadas as atividades que são necessárias para
atender à realidade que os jovens vivem hoje. Por que nossos jovens vão buscar
fora da igreja algumas atividades que definidamente são ruins ou estão em
conflito com os princípios que Deus nos deixou claramente expressos, tanto na
Bíblia como no Espírito de Profecia?
Muitas
vezes, o que escutamos na igreja são críticas à juventude porque estão fazendo
coisas que os adultos vêem que estão fora do que seria normal. O que é normal
ou anormal? Por que os jovens têm que buscar atividades fora da igreja para
gastar suas energias e satisfazer suas necessidades?
A
solução não é criticá-los, mas montar um esquema dentro da igreja para que não
tenham necessidade de ir fora para encontrar aquilo que estão necessitando. Sua
igreja provê tudo o que precisam e, naturalmente, sentem-se felizes, e sua
integração será espontânea e natural. Isto sim, se a igreja não fizer tudo o
que deve fazer, tampouco têm o mínimo direito de pôr o dedo em riste para
acusar pelo que eles estão fazendo.
Há duas
qualidades que julgo normais nos jovens que quero destacar, entre muitas
outras, e que a igreja não deve deixar de fora, ou seja, que têm que levá-las
em consideração e atendê-las, só que para os adultos é difícil de aceitá-las e
levá-las adiante:
1. O jovem
necessita de emoções fortes, precisa de aventuras, coisas que saiam da rotina
diária, que impliquem em esforço e até sacrifício e sofrimento para se alcançar
o objetivo.
2. O jovem
necessita fazer coisas que corram perigo, que sejam de riscos; aventuras que
tenham um certo grau de periculosidade.
Periodicamente,
a igreja tem que planejar esse tipo de atividades para atender essa área. Se
não o faz, eles buscarão fora e o mundo tem muito para oferecer, só que isso
está fora do nosso contexto.
Não nos
esqueçamos de que o jovem adventista é normal. Desespera-me quando vejo alguns
intentando tratá-lo como pessoa anormal. Querem que realize atividades de
adultos e que esteja tão quieto e sossegado como se fosse velho. Trabalhemos e
tratemos os jovens como são e organizemos as atividades para eles no ritmo e na
velocidade que eles exigem, apenas que seja dentro dos princípios da igreja, e
os nossos jovens sempre estarão na igreja e o seu compromisso será total.
Quando
pensamos no culto JA, essa atividade tem que ter a mentalidade e o esquema que
os jovens possuem. Os temas e a dinâmica precisam ser totalmente atuais e
sugeridos pelos próprios jovens. Sempre que possível, apresentados por eles.
Pode ser que, ocasionalmente, um adulto apresente um tema, especialmente, se é
pedido pelos jovens, porém sempre tem que haver a participação, especialmente,
com um debate após a apresentação.
O culto
JA é para atender às necessidades e interesses dos jovens e devemos cuidar da
maneira como é apresentado, para que não se transforme em um culto para velhos
com a mentalidade adulta.
Eu era
pastor de distrito e os jovens queriam tratar seus problemas com relação ao
sexo. E isso era possível apenas quando falavam na programação do culto JA;
então os adultos neutralizavam o tema e, automaticamente, os interessados no
assunto ficavam calados, porém sempre insatisfeitos e sem serem supridas as
suas necessidades.
Certo
dia, consultaram-me em busca de uma solução, e sugeri o culto JA às 15:00 h e a
forma de chegar ao local era de bicicleta. Certamente, toda a juventude estava
no local e os adultos a essa hora do sábado à tarde cumpriam a doutrina dos
SSSS (Santa Soneca do Santo Sábado) , além do mais, sair às duas da tarde de
bicicleta não era para eles.
Aquela
foi a reunião que os jovens necessitavam e estavam presentes as pessoas que
eram as que podiam entender a problemática do grupo e orientá-los de acordo com
as realidades que eles estavam vivendo.
O
problema foi com os adultos porque às 17:30 h não tinham o culto JA ao estilo e
com a mentalidade deles ao saberem que a sugestão foi do pastor. No primeiro
sábado do mês que era o dia escalado para eu estar nessa igreja, já estava
reunida a comissão e o único assunto era sobre essa desorganização promovida
pelo pastor, com o apoio dos jovens que estavam escapando para tratar de
assuntos sobre sexo sem a supervisão dos “santos pais da igreja”.
Temos
que entender que hoje algumas coisas que são necessárias, e que os jovens as
tratem e discutam entre eles, no caso que os adultos os acompanham, serão os
que eles escolhem e convidam, já que só se abrirão e apresentarão seus
problemas no ambiente que lhes inspire total compreensão e segurança; do
contrário, calam-se e levam suas dúvidas e erros sem buscar ajuda.
O culto
JA tem que apresentar uma programação dinâmica que cative a mente e o espírito
dos destinatários do mesmo, a direção tem que ser dos jovens ou seja até aos 30
anos. Se há pessoas de mais idade, deverão ser conselheiros, porém a força e a
dinâmica será das pessoas com idade como a que estamos atendendo e querendo
alcançar.
Este ano
assisti a dois cultos jovens na igreja da qual faço parte, porém onde raramente
assisto, já que meu trabalho me leva a viajar constantemente pelos oito países
onde desenvolvo minhas atividades. Realmente, fui justo àquele culto. O diretor
JA da igreja, uma pessoa excelente, só que está em torno dos 50 anos e toda a
sua programação voltada para os interesses e as necessidades da sua idade, que
são normais, porém nada que ver com a outra geração da igreja que atende aos jovens.
Nos dois
sábados, o programa foi dirigido pelo diretor da geração passada e todos os
participantes eram pessoas da mesma geração, com o tema: “A clonagem”,
apresentada por pessoas especializadas e uma delas, poderia dizer, que mesmo
confuso, era interessante, melhor seria omiti-lo.
Quem
estava presente? Certamente que a geração de pessoas do diretor. E os jovens?
Muito bem, foram encontrados fora da igreja. Sim, nós os compreendemos porque o
culto JA não era do seu estilo, interesse ou mentalidade.
René Sand
Associado da Escola
Sabatina e
Ministério
Pessoal - DSA
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