A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO
INTRODUÇÃO: Efésios
4:29
Definição: Oratória é a
expressão pública das idéias por meio de palavras com um fim de caráter
prático.
I. DAS POSSIBILIDADES DE SER UM ORADOR:
1. Alguém disse que o poeta nasce, o
orador faz-se.
a. “Qualquer pessoa, física e mentalmente capacitada para falar, pode
tornar-se orador eficiente sem que para isso, necessite de dotes de eloqüência.
Basta aprender, pelo estudo e pela prática, a desenvolver suas qualidades
naturais e os recursos de saber e experiência.” (Oratória Eficiente de Hoje, pág. 24)
b. “Se somos normais, se
possuímos em ordem o aparelho de fonação, se temos inteligência, vontade,
imaginação, sentimentos e afetividade, porque não poderíamos falar, e falar
bem?”
c. A perícia no falar
é obra da natureza, da arte e da prática, diziam os antigos.
d. Assim como o médico, o engenheiro, o pintor recorrem à instrução
especializada para desenvolver bem sua profissão, o orador necessita do
aprendizado e da prática para o seu desenvolvimento.
2. Sem
sacrifício não há realizações que mereçam apreciação.
a. Cícero,
o grande orador romano, apesar de ser o maior orador de seu tempo, não cessava
de burilar o fraseado do seu discurso e dedicar-se à filosofia.
b. Demóstenes,
declamava com a boca cheia de seixos para corrigir vícios de pronúncia. Era tímido e tinha cacoete no ombro.
c.
Thomaz Edson: “Em todo gênio há 99%
de transpiração e um por cento de inspiração.”
d.
D. Pedro II: “Sou dotado de algum
talento, mas o que sei devo-o sobremodo à minha aplicação, sendo o estudo, a
leitura... meus principais divertimentos.”
e.
Muitas vezes, ao ver os feitos gloriosos de alguém, exclamamos: “Ah! se eu
possuísse a sua inteligência.”
f.
Santo Agostinho, disse: “O que um
homem faz, outro pode fazer.”
g.
O pastor Robert Pierson, ex-presidente da Conferência Geral da IASD, foi
aconselhado por seu professor a deixar a Faculdade de Teologia porque era gago
e falava mal. Insistiu, venceu, tornando-se mais tarde o líder mundial da
Organização Adventista.
3. O
orador eficiente não é o que exibe qualidades de boa voz, facilidade de
expressão e simpatia pessoal, apenas. O orador eficiente é o que tendo em vista
determinado objetivo, seja informar, persuadir ou deleitar, plenamente o
consegue pela influência que exerce no auditório.
a. Na mente surgem as idéias e as
idéias fundamentam os discursos e lhes dão conteúdo.
b. O pregador precisa de equilíbrio
emocional, naturalidade, para falar bem. Pois sua firmeza moral, suas
possibilidades de persuasão, decorrem em grande parte, de seu estado mental.
c. Com
facilidade percebemos o orador embaraçado, nervoso, que treme e transpira e
desenvolve esforço intérmino tentando dizer o que sente e sabe.
d. O auditório para ele é um campo de
batalha rendida, cada ouvinte é um inimigo, cada olhar petrifica-o de medo.
e. Isto
é um estado mental que precisa ser vencido, naturalmente pela prática.
·
À frente do orador, porém,
apenas se encontram seres humanos. Não são habitantes de outros planetas ou de
outras galáxias, com atributos intelectuais de alta perfeição, nem cabeças de
repolho.
·
Apenas seres humanos iguais a
nós todos, com defeitos e virtudes, altos e baixos, gordos e magros, brancos e
morenos, com diplomas e sem diplomas, mas sempre seres perecíveis.
·
Temos que ter consciência de
nossas imperfeições, das nossas falhas, para que possamos corrigi-las. Mas tudo
em suas reais proporções. Somos homens apenas, e são naturais os nossos
defeitos.
f. É
lutar, pela sua perfeição com confiança “absoluta”
em Deus.
II. DO APERFEIÇOAMENTO PESSOAL:
1. “O
homem é um ser que se aperfeiçoa. Pela instrução conhece a vida: pela educação
adapta-se à vida; pela cultura, eleva-se na vida... E é a leitura,
principalmente a leitura, que oferece ao homem a preciosa oportunidade de se
aprimorar: física, intelectual e moralmente.” (Oratória Sacra, pág. 24)
2. Nos livros é que se deve colher o
material a ser utilizado nas palestras, nos discursos e nos sermões
eventualmente proferidos.
a.
É o livro, por excelência,
a janela aberta do espírito, por onde penetra a luz, o ar puro, tão necessários
à saúde.
b.
Quem não lê arrisca-se a parar,
sofrendo, então, a atrofia crescente de suas faculdades intelectuais. E imerge
gradativamente na escuridão e no ar viciado da ignorância.
c.
Há necessidade de saber ler. A leitura é uma conseqüência de
um estado de espírito. Com o hábito e o exercício, aumentamos o poder de
concentração. Não obstante, ler uma só vez é pouco. Por maior atenção que
tenhamos escapam-se muitas vezes, preciosos pormenores.
d.
A par da atenção e da reflexão, a caneta, os apontamentos, as
notas marginais, os fichários. A melhor memória é o lápis na mão. Uma frase,
uma citação, merecem registro, para não serem esquecidos. Todo o material
pacientemente coletado e ordenado, integrará nossa biblioteca, como se fossem
outros livros de valor.
e.
Depois muitos se admiram da extraordinária memória de quem
ilustra as exposições, verbais ou escritas, com narrativas curiosas e
oportunas, com esclarecimentos. É fruto apenas da infalível memória
suplementar: as fichas, e as anotações que o socorrem a tempo e com a
eficiência desejada.
3. A
Escola da vida tem só uma disciplina: “OBSERVAÇÃO”.
a. Muitos olham mas não vêem. Outros ouvem mas não escutam.
b. O observador deve tirar
lições de uma cena de rua. Um passeio, que poderia ser apenas de interesse
recreativo, oferece ao bom observador motivo de instrução.
4. Portanto,
aquele que quer se desenvolver na arte de falar em público deve aproveitar
todas as oportunidades para tirar lições que o habilitem a sempre melhorar.
CONCLUSÃO:
1.
Fruto da evolução, como tudo no mundo, a oratória eficiente deixou de
revestir-se da grandiloqüência e excesso de pompa, hoje ultrapassados, para
tornar-se a arte de comunicação que exige compreensão de idéias, fatos,
sentimentos, opiniões e situações, entre orador e ouvinte. Nem por isto a
oratória prescinde das regras da retórica, “arte de ordenar o discurso”e da
eloqüência, “arte de persuadir”.
2. Qualquer ser humano pode ser um orador bom com
tendência a se tornar excelente, desde que esforce-se para vencer todos os
obstáculos que tenha sacrifício ou mesmo renúncia, buscando um aperfeiçoamento
pessoal e constante através da experiência do dia a dia na teoria e na prática.
E isso, alcançará o objetivo de uma oratória eficiente no contexto do século
atual.
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