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sábado, 4 de janeiro de 2014

HOMILÉTICA - FORMAÇÃO PARA A IGREJA 1ª AULA




A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO


INTRODUÇÃO:   Efésios 4:29



Definição:  Oratória é a expressão pública das idéias por meio de palavras com um fim de caráter prático.



I. DAS POSSIBILIDADES DE SER UM ORADOR:



1. Alguém disse que o poeta nasce, o orador faz-se.



a. “Qualquer pessoa, física e mentalmente capacitada para falar, pode tornar-se orador eficiente sem que para isso, necessite de dotes de eloqüência. Basta aprender, pelo estudo e pela prática, a desenvolver suas qualidades naturais e os recursos de saber e experiência.”                                       (Oratória Eficiente de Hoje, pág. 24)



b.  “Se somos normais, se possuímos em ordem o aparelho de fonação, se temos inteligência, vontade, imaginação, sentimentos e afetividade, porque não poderíamos falar, e falar bem?”



c.            A perícia no falar é obra da natureza, da arte e da prática, diziam os antigos.



d. Assim como o médico, o engenheiro, o pintor recorrem à instrução especializada para desenvolver bem sua profissão, o orador necessita do aprendizado e da prática para o seu desenvolvimento.



2.   Sem sacrifício não há realizações que mereçam apreciação.



a. Cícero, o grande orador romano, apesar de ser o maior orador de seu tempo, não cessava de burilar o fraseado do seu discurso e dedicar-se à filosofia.



b. Demóstenes, declamava com a boca cheia de seixos para corrigir vícios de pronúncia.  Era tímido e tinha cacoete no ombro.



                              c. Thomaz Edson: “Em todo gênio há 99% de transpiração e um por cento de inspiração.”



                              d. D. Pedro II: “Sou dotado de algum talento, mas o que sei devo-o sobremodo à minha aplicação, sendo o estudo, a leitura... meus principais divertimentos.”



                              e. Muitas vezes, ao ver os feitos gloriosos de alguém, exclamamos: “Ah! se eu possuísse a sua inteligência.”



                              f. Santo Agostinho, disse: “O que um homem faz, outro pode fazer.”



                              g. O pastor Robert Pierson, ex-presidente da Conferência Geral da IASD, foi aconselhado por seu professor a deixar a Faculdade de Teologia porque era gago e falava mal. Insistiu, venceu, tornando-se mais tarde o líder mundial da Organização Adventista.



3.   O orador eficiente não é o que exibe qualidades de boa voz, facilidade de expressão e simpatia pessoal, apenas. O orador eficiente é o que tendo em vista determinado objetivo, seja informar, persuadir ou deleitar, plenamente o consegue pela influência que exerce no auditório.



                              a. Na mente surgem as idéias e as idéias fundamentam os discursos e lhes dão conteúdo.

                              b. O pregador precisa de equilíbrio emocional, naturalidade, para falar bem. Pois sua firmeza moral, suas possibilidades de persuasão, decorrem em grande parte, de seu estado mental.



                              c.            Com facilidade percebemos o orador embaraçado, nervoso, que treme e transpira e desenvolve esforço intérmino tentando dizer o que sente e sabe.



                              d. O auditório para ele é um campo de batalha rendida, cada ouvinte é um inimigo, cada olhar petrifica-o de medo.



                              e.            Isto é um estado mental que precisa ser vencido, naturalmente pela prática.

·        À frente do orador, porém, apenas se encontram seres humanos. Não são habitantes de outros planetas ou de outras galáxias, com atributos intelectuais de alta perfeição, nem cabeças de repolho.

·        Apenas seres humanos iguais a nós todos, com defeitos e virtudes, altos e baixos, gordos e magros, brancos e morenos, com diplomas e sem diplomas, mas sempre seres perecíveis.

·        Temos que ter consciência de nossas imperfeições, das nossas falhas, para que possamos corrigi-las. Mas tudo em suas reais proporções. Somos homens apenas, e são naturais os nossos defeitos.

         

                              f.             É lutar, pela sua perfeição com confiança “absoluta” em Deus.



II. DO APERFEIÇOAMENTO PESSOAL:



1.            “O homem é um ser que se aperfeiçoa. Pela instrução conhece a vida: pela educação adapta-se à vida; pela cultura, eleva-se na vida... E é a leitura, principalmente a leitura, que oferece ao homem a preciosa oportunidade de se aprimorar: física, intelectual e moralmente.”            (Oratória  Sacra, pág. 24)



2. Nos livros é que se deve colher o material a ser utilizado nas palestras, nos discursos e nos sermões eventualmente proferidos.



a.      É o livro, por excelência, a janela aberta do espírito, por onde penetra a luz, o ar puro, tão necessários à saúde.



b.                                           Quem não lê arrisca-se a parar, sofrendo, então, a atrofia crescente de suas faculdades intelectuais. E imerge gradativamente na escuridão e no ar viciado da ignorância.



c.             Há necessidade de saber ler. A leitura é uma conseqüência de um estado de espírito. Com o hábito e o exercício, aumentamos o poder de concentração. Não obstante, ler uma só vez é pouco. Por maior atenção que tenhamos escapam-se muitas vezes, preciosos pormenores.



d.             A par da atenção e da reflexão, a caneta, os apontamentos, as notas marginais, os fichários. A melhor memória é o lápis na mão. Uma frase, uma citação, merecem registro, para não serem esquecidos. Todo o material pacientemente coletado e ordenado, integrará nossa biblioteca, como se fossem outros livros de valor.



e.             Depois muitos se admiram da extraordinária memória de quem ilustra as exposições, verbais ou escritas, com narrativas curiosas e oportunas, com esclarecimentos. É fruto apenas da infalível memória suplementar: as fichas, e as anotações que o socorrem a tempo e com a eficiência desejada.



3.   A Escola da vida tem só uma disciplina: “OBSERVAÇÃO”.



a.      Muitos olham mas não vêem. Outros ouvem mas não escutam.

b.             O observador deve tirar lições de uma cena de rua. Um passeio, que poderia ser apenas de interesse recreativo, oferece ao bom observador motivo de instrução.



4.   Portanto, aquele que quer se desenvolver na arte de falar em público deve aproveitar todas as oportunidades para tirar lições que o habilitem a sempre melhorar.



CONCLUSÃO:



      1. Fruto da evolução, como tudo no mundo, a oratória eficiente deixou de revestir-se da grandiloqüência e excesso de pompa, hoje ultrapassados, para tornar-se a arte de comunicação que exige compreensão de idéias, fatos, sentimentos, opiniões e situações, entre orador e ouvinte. Nem por isto a oratória prescinde das regras da retórica, “arte de ordenar o discurso”e da eloqüência, “arte de persuadir”.



      2. Qualquer ser humano pode ser um orador bom com tendência a se tornar excelente, desde que esforce-se para vencer todos os obstáculos que tenha sacrifício ou mesmo renúncia, buscando um aperfeiçoamento pessoal e constante através da experiência do dia a dia na teoria e na prática. E isso, alcançará o objetivo de uma oratória eficiente no contexto do século atual.


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