Ao iniciar esta
série de temas, disse que a apostasia não é um assunto doutrinário, mas um
problema social e afetivo.
Como a pessoa que
entra na igreja necessita conseguir nos primeiros 6 meses, 6 amigos que
substituam aos amigos e familiares que a abandonou por causa da sua nova fé.
Agora trataremos de algumas coisas simples mas efetivas para que se obtenha
êxito em atender a essas necessidades indispensáveis das pessoas que chegam na
igreja.
As amizades não se
fazem casualmente e de forma espontânea, precisam de condições para que
aconteçam de forma normal.
Em primeiro lugar,
as amizades são escolhidas, não podem ser impostas, para se escolher tem que
ter opções e para se ter essas opções, é necessário conhecer as pessoas. Quanto
mais pessoas se conhecem, maiores são as opções e as possibilidades para
encontrar os amigos indispensáveis para que se desenvolva uma vida normal dentro da comunidade.
O plano básico
consiste no seguinte: Tomando como base uma igreja de 150 a 200 membros são
escolhidas 10 famílias adventistas cujo trabalho missionário consiste em
atender aos novos membros na área social e afetiva, fazendo com que tenham nos
seus primeiros momentos como membros da igreja, toda a possibilidade de
conhecer e ter amizade com a maior
quantidade possível de membros da igreja.
O trabalho
missionário destas 10 famílias consiste em convidar cada sábado uma pessoa
recém-batizada para almoçar e passar todo o tempo desde o final do culto até as
atividades do sábado à noite. Isto significa que estarão juntos todo o período
e aquele que faz a sesta, ele também deve ter um lugar para fazer o mesmo; se a
família sai para dar um passeio em um parque ou no campo, o novo membro deve ir
junto, se forem fazer visitas missionárias, juntos as farão, se forem dar
estudos bíblicos, o novo irmão deverá estar presente.
No culto JA,
certamente devem estar juntos para
participarem da programação, e é importante especialmente quando finaliza o
culto JA e inicia a reunião social do sábado à noite que são momentos tão
especiais no seio da igreja, pois atende às necessidades sociais da
irmandade.
Na reunião social
onde estiver aquele que o convidou, deverá estar o novo membro e tudo o que se
faça, deverão realizar juntos. Se houver jogos, que estejam juntos, se
participam de lanches, ele também deve comer, se estão em um círculo de amigos
nessas maravilhosas conversas informais, eis o melhor lugar para que nossos
novos irmãos conheçam e se relacionem com outros irmãos e, com o tempo, possam
chegar a ser seus amigos especiais.
Assim isso continua
até terminar todas as atividades do sábado. No próximo sábado, farão exatamente
o mesmo com outra família da igreja, e assim sucessivamente, até passarem 10
sábados em 10 lugares diferentes, conhecendo 10 famílias e os amigos das
famílias.
Esse tempo que leva
uns dois meses e meio é de vital importância, pois é crítico, já que perdeu os
amigos e a família lhe faz muita pressão. A igreja cobre esse período difícil
onde a sociedade pressiona com tudo para produzir desânimo, que é a arma mais
poderosa que o inimigo utiliza.
Por outro lado,
nesses 10 sábados o novo irmão tem a possibilidade de conhecer uma grande
quantidade de pessoas de sua nova comunidade, que é a igreja, a qual está unido
e onde, daqui mais, passará sua vida e desenvolverá grande quantidade de
atividades.
Se ele está ausente
um sábado, o que perceberá? À medida que esta relação vai aumentando, os irmãos
que já estiveram um sábado com ele, imediatamente o buscarão já que
compartilharam muitas horas juntos e se conhecem.
Outra vantagem é
que nesses 10 sábados no período em que passam juntos partilhar experiências
vivenciadas em comum na vida cristã, torna-se um tremendo apoio para aquele que
está começando e muitas vezes lhe parece que a problemática supera suas
possibilidades. Só em um grupo poderemos avaliar com toda amplitude a força que
produz aos novos crentes, o testemunho da vida daqueles que já têm experiência.
Estava sendo
organizada uma campanha na cidade com um evangelista, e combinamos que antes de
iniciar a mesma, faríamos o “seminário de prevenção da apostasia”. Treinamos os
membros das três igrejas que receberiam as pessoas dos quatro pontos de
pregação onde ocorreria a campanha.
Ao chegar o
primeiro sábado dos novos amigos, os nossos irmãos já os esperavam para lhes
aplicar a fórmula. Todos seriam convidados para almoçar nesse sábado nas casas
dos irmãos com mais experiência. Aquela foi uma experiência maravilhosa, os
novos irmãos ficaram impressionados, pois além de serem convidados para almoçar
nesse sábado, já tinham convites para os próximos e isso os deixava
comprometidos para continuarem assistindo às programações.
Um homem cuja
esposa havia se batizado, mas ele havia decidido não fazê-lo e só assistia para
acompanhá-la, prometendo que seria o único sábado que participaria, e saiu com
a promessa de assistir pelo menos a 3 sábados mais já que havia sido convidado
para almoçar em 3 casas nos sábados seguintes. A história terminou que a
impressão causada pela amizade e o carinho recebidos foi tão forte que aqueles
homem decidiu batizar-se também. E esta nova comunidade era tão amorosa que
valia a pena fazer parte do grupo da esposa.
Depois de passados
dois anos após um curso de treinamento para leigos, uma colega de colégio que
havia assistido e que agora vivia naquela cidade e também participado do plano
dos almoços com os novos da igreja, cuja família havia adotado como um estilo
de vida cristã, relatou-me o seguinte: Depois daquela vez, decidimos que em
nossa casa jamais comeríamos sozinhos nos sábados, sempre convidaríamos alguém
da igreja, começando pelos mais novos na fé e seguindo pelas pessoas que menos
conhecíamos. Nossa casa mudou totalmente. É uma bênção cada sábado ter novas
pessoas em nossa mesa; conhecemos e fizemos novas amizades que mudaram nossa
vida.
Quando convidarmos
essas pessoas para almoçarem conosco, não temos que preparar alimentos
especiais nem grandes quantidades; não é isso o mais importante, mas o estar
juntos e participar com a simplicidade que exige a confraternização. Não temos
porque criar trabalhos e despesas fora do normal, pois o importante é abrir a
porta do nosso lar e do nosso coração àqueles que de outra forma se sentiriam
abandonados.
A igreja tem que
organizar uma comissão simples que se encarregue de coordenar esse trabalho
missionário de tanta relevância na salvação das pessoas. Fazer esta tarefa é
tão importante como dar estudos bíblicos, pois se os batizamos e depois eles
desanimam, realmente não ajudamos na salvação das pessoas pelas quais Cristo
morreu.
São Mateus 14:20
conclui a história com Jesus alimentando 5.000 homens sem contar com as
mulheres e as crianças, e não é difícil imaginar que eram entre 15.000 a 20.000
pessoas, com apenas 5 pães e 2 peixes. Aquele povo tinha fome, não havia comido
nesse dia e já era tarde; a comida era grátis e isso, sem dúvida, fez com que
todos comessem bem mais. Ao terminar, Jesus dá ordem para que juntem os
pedaços, pois nada deveria ser jogado fora. O mesmo Jesus espera de nós como
aquelas pessoas, que a graça de Deus chegue à igreja, pois temos que juntar
tudo e que nada se perca.
“Quem
não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” São
Mateus 12:30. Nós somos chamados a escolher e isso implica que nosso trabalho
não é só de trazê-los aos pés de Jesus e ao seio da igreja, mas também em
prover um ambiente amoroso e fraterno que eles necessitam para permanecer
sempre cheios de gozo e felicidade.
René Sand
Associado da Escola
Sabatina e
Ministério
Pessoal - DSA
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