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domingo, 2 de março de 2014

A SACUDIDURA



Sacudidura

Um novo remanescente?

Como Deus vai administrar a crise final da Igreja


É necessário um novo remanescente? Algumas pessoas acham que sim, argumentando que a História revela ter sido precisamente o fracasso dos  que foram originalmente chamados que provocou a necessidade do remanescente.

A Israel foram feitas, sob condi­ções, promessas de que ele permane­ceria como povo escolhido. Ao fracas­sar, Deus suscitou a Igreja Cristã. Quando esta se tornou corrompida em doutrinas e práticas, Ele levantou os reformadores para se separarem e formarem o corpo protestante. Então, estes também falharam em avançar na luz que lhes foi concedida, e o Senhor suscitou o movimento adventista com uma missão especial para o fim da História. O modelo é consistente:
até aqui os fiéis saíram do remanes­cente apostatado para constituírem um novo remanescente.
Quer isso dizer que o ciclo de chamado, apostasia e novo chamado continua aberto indefinidamente?
E precisamente aqui que o cená­rio do fim impõe uma nova dinâmi­ca. Obviamente, esse ciclo deve ser quebrado em algum ponto; do con­trário, por causa da natureza huma­na, ele ocorreria constantemente sem qualquer resolução final. Notemos que o fracasso de Israel ou da própria Igreja não tomou Deus de surpresa. A antecipação divina já fizera provisão para a tragédia da apostasia, tanto de Israel, da Igreja cristã, como da pró­pria reforma protestante. Contudo, não existe qualquer provisão proféti­ca para um novo remanescente em substituição ao movimento adventis­ta. Isso é evidente no Apocalipse (ca­pítulos 3 e 12). Sete igrejas, e não mais, simbolizam a trajetória da Igre­ja através da Era Cristã. Laodicéia, a Igreja morna, o povo do juízo, com todos os seus defeitos e fraquezas, fe­cha o circulo. Qualquer outra conclu­são significa estar em descompasso com o tambor da revelação.
Então, como tratará Deus com os problemas da Igreja, se não há provi­são profética para um remanescente do remanescente? Para embaraço dos oponentes, Deus introduz aqui uma nova estratégia. O Senhor claramen­te delineou como Ele há de adminis­trar a crise final da Igreja, mas Sua agenda, devemos entender, não in­clui a probabilidade de um novo mo­vimento separando-se dela. No pas­sado, como foi visto, o chamado foi para que os fiéis se separassem do corpo apostatado. Mas esse processo
— repetimos — não poderia continuar indefinidamente. Nas cenas finais da História, ao contrário das reformas tradicionais, são os infiéis, não os fiéis, que deixarão a Igreja. A sacudi­dura tomará o lugar do clássico cha­mado para sair. Esses dois métodos de separação devem ser claramente diferenciados e entendidos.

Método divino — “Haverá uma sacu­didura da peneira. No devido tempo, a palha precisa ser separada do trigo. Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos está esfriando. Este é precisamente o tempo em que o ge­nuíno será o mais forte.”’ Haverá uma separação de nós por parte daqueles que não apreciaram a luz nem cami­nharam nela.
Qual o resultado final desse pe­neiramento? A palha, representando os infiéis e insinceros que presente­mente são encontrados na Igreja, será separada do trigo, símbolo dos cris­tãos genuínos. O grupo classificado como “morno” (Apoc. 3:15 e 16), para constrangimento da Igreja, presente hoje em Laodicéia, há então de desa­parecer para sempre, quer identifican­do-se com o “quente”, ou assumindo o grupo dos “frios”. A polarização é ine­vitável, e não poderia ser diferente!
Como um ato de sabotagem, o inimigo traz o joio para dentro da Igreja (Mat. 13:24-30, 36-43). “En­quanto o Senhor traz para a Igreja aqueles que são verdadeiramente con­versos, Satanás, ao mesmo tempo, traz pessoas que não são verdadeira­mente convertidas para a sua [da Igre­ja] comunhão.”2  Contudo, como El­len White indica, esse estado de coisas há de sofrer uma alteração radical: “A sacudidura deve em breve acontecer para purificar a igreja.”3
Quem são os que deixarão a Igreja, sob a ação da sacudidura, identificados dc forma geral sob as figuras do “joio’; “palha” e “mornos”? Ellen White, em seus vários escritos sugere uma ampla identificação: “os auto-enganados’; “os descuidados e indiferentes’; “os ambi­ciosos e egoístas’; “os que se recusam a sacrificar’; “os orientados pelo munda­nismo”; “os que transigem e compro­metem a verdade”; “os desobedientes”; “os invejosos e críticos’ “os fuxiqueíros, os que acusam e condenam”; “a classe conservadora superficial’; “os que não controlam o apetite’; “aqueles que pro­movem a desunião’; “os estudantes su­perficiais da Bíblia’; “aqueles que perde­ram a fé no dom profético”.
Aqui, dois fatos são evidentes:
primeiro, a ampla variedade do catá­logo; e, segundo, todas as categorias estão hoje representadas na Igreja.
Ellen White estabelece ainda uma clara convergência entre esses dois as­pectos, observando que, “ao aproxi­mar-se a tempestade, uma classe nu­merosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, pas­sando para as fileiras do adversário” 5
Novamente, a ênfase é colocada no fato de que são os infiéis que aban­donarão a Igreja: “Logo o povo de Deus será testado por severas prova­ções e uma grande proporção daque­les que agora parecem ser genuínos e verdadeiros, provar-se-á metal inútil. Em lugar de serem fortalecidos e con­firmados pela oposição, ameaças e abusos, eles, covardemente, tornarão o Lado dos oponentes. ... Permanecer em defesa da verdade e da justiça —quando a maioria nos há de abando­nar — para lutar as batalhas do Senhor, quando os campeões serão poucos, esse será o nosso teste. Neste tempo devemos tirar calor da frieza de ou­tros, coragem da covardia deles, e leal­dade de sua traição.” 6
A purificação da Igreja virá no tempo indicado, ruas não através das reformas e reformulações inventadas e promulgadas pelos dissidentes. A Igreja será purificada afinal, mas o movimento será precisamente o in­verso daquilo que aconteceu ao Longo dos desdobramentos da História. Sai­rão os insinceros, enquanto os fiéis permanecerão na comunhão da Igre­ja. E exatamente por isso, não há pro­visão divina para um novo remanes­cente. Aqueles que hoje buscam pure­za eclesiástica através da critica e da acusação, e finalmente se afastam do corpo remanescente de Cristo, come­tem um colossal erro de cálculo.
Enquanto aguardamos a resolu­ção final da História e a purificação da Igreja, devemos lembrar-nos de que
“Deus não deu a nenhum dos Seus servos a obra de punir aqueles que não dão ouvidos às Suas advertências e re­provações. Quando o Espírito Santo habita no coração, Ele guiará o agente humano a ver os seus próprios defei­tos de caráter, a ter piedade das fraque­zas dos outros, a perdoar como ele de­seja ser perdoado. Será misericordio­so, cortês e semelhante a Cristo’7

Vitória assegurada — O caráter não é construído nas crises, mas é revelado por elas. Os frutos continuam sendo o grande teste da natureza da árvore e, certamente, se o Senhor não pode mudar nosso caráter, dificilmente Ele poderá mudar nosso destino final. Cada dia, nossa submissão ou rebe­lião à voz do Espírito está definindo as formas de nossa construção eterna. Ninguém precisa ser enganado pelas aparências. “Quando homens se le­vantam, pretendendo ter uma mensa­gem de Deus, mas em vez de comba­terem contra os principados e potes­tades, e os príncipes das trevas deste mundo, eles formam um falso esqua­drão, virando as armas de guerra con­tra a igreja militante, tende medo de­les. Não possuem as credenciais divi­nas. Deus não lhes deu tal responsabi­lidade no trabalho.”8
Falhará a Igreja? Independente de como os críticos e analistas do negati­vismo percebam a condição do rema­nescente de Deus, o Senhor está no controle. Fracasso de nossa parte em crer neste fato nos levará ao desenco­rajamento ou ao sentimento de que necessitamos “fazer justiça” com as nossas mãos. Essas, porém, são tenta­ções que devem ser resistidas. “A Igre­ja pode parecer quase a cair, mas ela não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lança­dos fora no joeiramento — a palha se­parada do trigo precioso. Este é um transe terrível, não obstante importa que tenha lugar.”9
O remanescente de Deus não fra­cassará, mesmo quando as aparências sugerem outra conclusão. Podemos afirmar tal convicção porque ela está ancorada em quatro fatos fundamen­tais: primeiro, Cristo é o cabeça da Igreja. Isso, evidentemente, não nos coloca além da possibilidade de fra­casso individual. Segundo, não há qualquer provisão profética para um remanescente do remanescente. Tal certeza, entretanto, não deveria levar-nos a qualquer orgulho denominacio­nal, acomodação ou falsa segurança na prática do pecado. Ao contrário, deve conduzir-nos à crescente sub­missão ao Senhor da Igreja. Terceiro, as vitórias da igreja, através das crises de sua história, crises e pressões que em sua violência e poder de ataque pareceram insuperáveis, dão-nos se­gurança de que as crises futuras serão administradas pela eficiência dAquele que não pode falhar.
Finalmente, o quadro profético do Apocalipse quanto à Igreja dos úl­timos dias, é esboçado em termos de vitória (Apoc. 14:1-5; 7:9, 10, 13-17). Não há nada incerto ou duvidoso quanto ao triunfo final da Igreja, ao enfrentar o mar tormentoso dos últi­mos eventos.
Segundo a tradição ligada ao Ti­tanic, o navio considerado insubmer­gível pelo seu capitão, E. J. Smith, mas que fatalmente desceu para o seu mergulho sem retorno nas águas géli­das do Atlântico Norte, na madruga­da de 15 de abril de 1912, no domin­go seguinte à tragédia, na cidade de Southampton, de onde o navio havia saído alguns dias antes, e onde viviam muitas das vítimas daquele naufrágio, um pregador americano convidado para uma campanha evangelística, pregou um poderoso sermão sob o tí­tulo “O navio que não pode afundar’
O sermão, evidentemente, não era unia referência ao Titanic, mas a uma Outra embarcação, de 1900 anos antes, também seriamente ameaçada pelas águas, cruzando o mar da Gali­léia (Mat. 8:23-27). O único navio que não pode afundar, concluiu o prega­dor com extraordinário senso de pro­priedade, é aquele em que Cristo está presente. Essa é a única segurança da Igreja ao enfrentar a procela do mar aberto, nos instantes finais de sua jor­nada. Nossa garantia não se encontra na habilidade ou na perfeição dos ho­mens, na suficiência ou na fortaleza da “embarcação’; mas na presença e autoridade dAquele a quem “os ven­tos e o mar obedecem” (v. 27).

Referencias:
1.     EIIen G. Wh4e. Eee,,to~ Ç7na,~, p~g. 149.
2.     EII~n C. IM,ite. Spiritsd Gifts. vol, 2, p4~. 284.
3.      __________ . Cwta 46, 1887, pág. 6.
4.     Ver Testjmo,,ies, vol. 4. ~ 31, 89, 90 e 232; sol. 5, pãgs. 81. 211.
212 e 463; sol. 1, págs. 182, 187, 251 e 288; Pdmekos Escritos, pa~3. 50
e 269; lhe Upemrd Look, p~g. 122: Revie,.’ and Heraíd, 08/06/1901; los­teas,,,i,os Pan, Miniatros. pág. II?; Mensagens Escolhidas. sol. 3, p~g.
84.
5.     EIIen G. Wliite, O Groflde Conflito, pág. 608.
6.      Sev~nth-doyAdso~,/isi Ribis Commentary, sol. 2, pág. 1.038.
7.      EIlon G. White. Tesbmon,es for lhe Church, sol. 5, p~g. 136.
6. ____________ Testemunhos Pesa Miaoi-os, págs 22 e 23.

9.     ____ ... Mensagens Escohiib,s, sol.?, pág. 380

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