O Apocalipse afirma que Deus tem bênçãos especiais para
quem está atento às predições bíblicas
“Logo,
muitos vão despertar da ilusão em que estão adormecidos, e vão perceber que
para as coisas importantes não tomaram providência”
s
promessas do Apocalipse, a serem cumpridas nos últimos dias, têm o objetivo de
nos convencer do amor de Deus e de Seu desejo de que a salvação seja aceita
agora, enquanto o tempo “sobremodo oportuno” perdura (2a. Cor.
3:2).
Nas edições anteriores vimos que Deus, motivado por esse
desejo, declara bem-aventuradas as pessoas que, percebendo os sinais dos
tempos, ficam atentas às profecias e as guardam (Apo. 1:3). São bem-aventuradas,
ainda que enfrentem a morte, pois nesse caso descansam “no Senhor”, isto é, na
certeza da ressurreição para a posse da vida eterna (14:13).
A terceira destas sete bem-aventuranças, dada a sua
importância, será objeto de estudo nesta e na próxima edição. Ela é dada pelo
próprio Cristo: “Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que
vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua
vergonha” (Apo. 16:15).
Deus dá duas sérias advertências aqui. Admoesta-nos a
vigiar e a guardar as “vestes” em razão da iminente volta de Jesus. Ele virá
“como vem o ladrão”, isto é, inesperadamente. Seu retomo ocorrerá num momento
em que a humanidade não estará esperando, e vivendo tão-somente para os
prazeres carnais e o cumprimento de negócios exclusivamente terrenos. Isso, é
claro, caracteriza os dias atuais. Logo, porém, as pessoas vão se despertar da
triste ilusão em que estão adormecidas, Desesperadas, vão perceber que, para as
coisas realmente importantes, não tomaram nenhuma providência.
“Vigiar”, hoje, é estar atento aos fatos atuais,
acompanhando-os e compreendendoos, como o cumprimento dos propósitos divinos
para a salvação. É permanecer leal a Deus ainda que a maioria seja diferente. É
apegar-se ao poderoso braço de Jesus a fim de superar as dificuldades e
tribulações que nos assaltam. “Vigiar” é resistir, por força da graça divina,
aos sofismas e enganos de Satanás, dizendo “não!” às suas tentações, e abrindo
o coração para a operação contínua do Espírito Santo. E prosseguir, de forma
cada vez mais efetiva, no preparo para a volta de Jesus.
Mantendo-se vigilante — Como é possível manter-se vigilante? A Bíblia é clara a esse respeito.
Nos evangelhos, Jesus relacionou a vigilância à prática da oração. “Vigiai,
pois, a todo o tempo, orando” (Luc. 21:36). Na hora mais crucial de Seu
ministério, ao enfrentar a terrível agonia do Getsêmani, Ele advertiu os discípulos
a que vigiassem e orassem, para não entrar em tentação (Mat. 26:31).
Segundo Jesus, portanto, a oração é um recurso de
vigilância. Paulo também afirma que, como a vigilância deve ser contínua,
devemos orar “em todo o tempo” (Efés. 6:18 e 1o. Tess. 5:17). Ele
ainda diz que devemos perseverar na oração, “vigiando com ações de graça” (Col.
4:2).
Que tipo de oração dá eficácia á vigilância? Não é a
oração formal que parte apenas dos lábios enquanto a mente se volta para outros
interesses. Não adianta repetir várias vezes uma oração decorada, porque Deus
não Se agrada de “vãs repetições” (Mat. 6:7 e 8). E claro que não somente
podemos, mas devemos orar o Pai Nosso. Devemos fazê-lo, porém, colocando a
alma na prece, e apoderando-nos de tal forma de suas palavras, que partam do
nosso íntimo e reflitam o anseio do coração. Uma das melhores definições já
dadas à oração afirma que “orar é abrir o coração a Deus como a um amigo”.
Outro fator de vigilância é o estudo da Bíblia, porque
através dela inteiramo-nos da vontade de Deus e de Seu plano para nós. Jesus
disse que é um erro não conhecer as Escrituras (Mat. 22:29), e Paulo afirma que
elas podem tornar-nos “sábios para a salvação”, ensinando, repreendendo,
corrigindo, educando na justiça, e capacitando-nos “para toda a boa obra” (2a.Tim.
3:15-17). Entre outras coisas importantes, as Escrituras nos oferecem as
profecias que mostram a maneira como Deus conduz o glorioso plano da redenção.
Essas profecias, segundo o próprio Apocalipse, devem ser estudadas, aceitas e
aplicadas à vida (1:3). São elas que melhor nos estimulam a ser vigilantes.
Manter a sobriedade contribui igualmente para a
vigilância (1a.Tess. 5:6). O consumo de bebida alcoólica, ou de
qualquer outro produto tóxico, bem como a prática de um regime alimentar
inadequado, confunde o raciocínio e dificulta a concentração. Não é possível
“vigiar”, a não ser que estejamos sóbrios. Dai a importante admoestação de
Jesus: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração
tique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das
preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós
repentinamente, como um laço” (Luc. 21:34).
E a melhor maneira de nos acautelarmos com respeito a
isso é não fazendo uso desses produtos ainda que em pequenas quantidades.
Total abstinência é o segredo.
Igualmente importante é o fato de que o vigilante jamais
se deixará levar pela onda de pecados que predomina no mundo. Ele vive pela
vontade de Deus, no desejo de que Cristo o santifique cada vez mais. Paulo
admoesta: “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos
despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que
quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos,
pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos
dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e
dissoluções, não em contendas e ciumes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo
e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rom.
13:11-14).
Finalmente, aquele que vigia participa ativamente dos
trabalhos de Deus nesse mundo, freqüentando Sua igreja, contribuindo para a
expansão de Sua obra, e levando a mensagem de salvação aos que estão perdidos.
“Guardemos firme a confissão da esperança [a volta de Jesus], sem vacilar,
pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para
nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o
dia [da volta de Jesus] se aproxima” (Heb. 10:25).
Deus tem uma igreja, da qual precisamos ser membros (ver
quadro).
Vigiar e praticar o bem são condições básicas para que
estejamos preparados para o retorno de Jesus. A este respeito, diz Ele: “Quem
é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos
para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu
senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará
todos os seus bens” (Mat. 24:45-47),
Recebamos a Jesus no coração e tenhamos a vida consagrada
a Ele, no firme propósito de cumprir Sua vontade. E estejamos atentos, pois
Sua volta está para acontecer.
Sinais dos Tempos Mar-Abr/2000
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