Como sabemos, Apocalipse 13 descreve dois poderes que
dominarão o cenário mundial do fim dos tempos, revelando-se intolerantes em
relação a quem lhes for contrário. Um desses poderes é visto como sendo Roma
papal; e o outro, os Estados Unidos. Como o Vaticano possui influência moral,
mas não tem poder militar, os Estados Unidos lhe prestarão o apoio de sua
autoridade, para a execução dos planos. Para que isso aconteça, entretanto, a
nação norte-americana deverá alterar sua Constituição, que prevê separação
entre Igreja e Estado, vedando ao Congresso o legislar sobre assuntos
religiosos.
Durante muito tempo, isso foi visto como algo muito difícil
de acontecer; afinal, o comportamento político norteamericano sempre teve a
democracia e o amor à liberdade de expressão e de culto como suas marcas
fundamentais. E olhando por esse ângulo, a preocupação do meu interlocutor
talvez fosse justificável. Mas, se estiver atento ao espetáculo que tem lugar
no palco da História, certamente reestudará seus conceitos. Até porque muitos
analistas sérios já não visualizam a mudança como uma impossibilidade. De
fato, os movimentos e os discursos governamentais norte-americanos não os
contradizem. Especialmente após o trágico dia 11 de setembro de 2001, enquanto
chora as vítimas do terrorismo facínora, a nação procura se impor diante do
mundo como a potência que sempre foi. E para isso, suas autoridades não fazem
questão de preservar a imagem apocalíptica de cordeiro.
Norman Gulley observa com muita propriedade: "Com
a queda do comunismo e a dissolução das repúblicas soviéticas em países
separados, os Estados Unidos permanecem como a única superpotência. Nessa
seqüência, o ataque terrorista sobre os Estados Unidos no 11 de setembro de
2001 promoveu essa nação a uma liderança global nunca sonhada antes. O elevado
poder militar americano foi exibido na derrubada rápida do Talibã, deixando as
nações ao redor do mundo em estado de choque. Não há nenhum outro país com a
capacidade dos Estados unidos em
termos
de sistemas sofisticados e precisos. ... Os Estados Unidos estão adiantados
sozinhos. Eles não são apenas uma superpotência, mas uma superpotência sem
rival.
"Desde o ataque do 11 de setembro, os
americanos estão dispostos a abrir mão de algumas de suas liberdades para ter
segurança..." - O Futuro: A Visão Adventista dos últimos
Acontecimentos, pág. 198.
O que é mais interessante notar é que
observadores não adventistas também opinam seguindo a mesma linha de raciocínio.
Eles lembram o fato de que, no ano 2000, George W. Bush assumiu a presidência
dos Estados Unidos após uma eleição confusa, até considerada fraudulenta,
deixando dúvidas quanto a se conquistara realmente a maioria da população
norte-americana. Sua reeleição, em 2004, porém, foi vista por um novo prisma,
sendo de grande significado para indivíduos interessados ou preocupados com o
destino do mundo, os direitos humanos, a democracia e a liberdade religiosa.
Segundo a revista Epoca (8/1112004),
"Bush teve sua consagradora vitória graças ao que ele pessoalmente é e
representa: um cristão conservador". É assim que os norte-americanos
esperam que ele governe, e foi assim que ele começou trocando auxiliares
moderados por conservadores. Foi devido a seu conservadorismo que eles o viram
como o mais confiável para levar o Estado a interferir nas questões morais e
religiosas. Como lhe cabe a indicação de novos juízes para a Suprema Corte,
"ativistas de direitos civis temem uma forte guinada conservadora na
cúpula do Judiciário': segundo um editorialista do jornal Folha de S. Paulo
(20/01/05).
Depois de haver experimentado e até
exportado ondas de liberalismo, sexismo, feminismo e hedonismo, a sociedade
americana agora empreende uma volta ao conservadorismo e à tradição,
enfatizando-se os valores morais, valorizando-se a masculinidade e até
exercendo controle sobre a arte e a mídia. Na opinião do historiador norte-americano
Athur Schlesinger Jr., "há uma certeza messiânica nos pronunciamentos do
presidente': Intelectuais e jornalistas têm chamado a atenção para a
"onda conservadora" projetada sobre a cultura e a política
norte-americana, e advertem contra o que chamam de "radicalismo cristão':
emergente no governo Bush.
Como se pode ver, o mundo está percebendo o
que nós já sabemos há muito tempo. O curso dos acontecimentos indica que a
interpretação profética adventista tem resistido ao teste do tempo e caminha
na direção da História. "Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra
profética, e fazeis bem em atendê-Ia, como a uma candeia que brilha em lugar
tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva
nasça
em vosso coração" (11 Ped. 1: 19). 1t.
FONTE: Revista
Adventista.
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