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domingo, 2 de março de 2014

MISTICISMO - MUNDO REENCANTADO




Misticismo invade os meios de comunicação e ganha popularidade

 O último capítulo de “Estrela-Guia”, apresentado no dia 16 de junho, encerrou a novela global de maior sucesso dos últimos cinco anos, no horário das seis. Em seus melhores momentos a trama atingiu os 38 pontos de au­diência, O equivalente a 3 milhões de telespectadores só na Grande São Paulo. A explicação para tamanha atração do público foi a presença da pop star Sandy, que assumiu o papel de Cristal. Entre encontros e desencontros no amor e nos negócios, ela meditou, cantou mantras, e pregou a paz e o amor.
Seguindo esse exemplo, outras tantas novelas, seriados, filmes e programas auditório têm aderido ao  misticismo light como isca para atrair a atenção das massas. A prova é que “Estrela-Guia” nem precisou apelar às costumeiras cenas de sexo para atingir picos de au­diência. Por isso, também é comum, nas tardes de domingo, a presença de magos, bruxos e videntes nas telinhas brasileiras. Eles disparam previsões e ensinam técnicas de como capturar  “energias positivas”.

Na Internet, o fenômeno é igual­mente significativo. Os principais portais brasileiros, além dos tradicio­nais horóscopos oferecem farto mate­rial místico-esotérico. O Guruweb, escolhido como melhor site de esote­rismo entre os internautas, é o maior exemplo. Abrigado no portal Glo­bo.com, tem informações sobre as mais variadas modalidades de misti­cismo. Ao preço popular de 20 reais é oferecido um mapa astral. Esse mes­mo serviço pode custar mais de 200 reais, em uma consulta pessoal. E por 12 reais consegue-se a leitura do “trânsito dos planetas”, que pretensa­mente estabeleceria previsões para os 30 dias seguintes.

O mercado editorial também acompanha a tendência. O bruxo Paulo Coelho, autor de diversos best­-sellers, hoje divide a atenção dos lei­tores com uma nova safra de videntes que preenchem as prateleiras das li­vrarias. O monge budista Dalai Lama, líder tibetano, é um dos mais recentes sucessos. Seu livro A Arte da Felicida­de chegou próximo dos 200 mil exemplares vendidos, em apenas dois meses após o lançamento.

Para o monge, chamado de Sua Santidade, por seguidores, a receita da felicidade é desvencilhar-se do apego materialista e alcançar uma integração com o Universo, que esta além da realidade palpável. Mostrar como esse caminho pode ser trilha­do é também a fórmula para alavan­car suas vendas. De acordo com ele, o mundo atual é diferente do passa­do apenas no desenvolvimento ma­terial. “No nível mental ou emocio­nal, no desejo de ser mais Feliz, as pessoas são as mesmas de mil anos atrás”, declarou à revista Época. Por isso, os atuais gurus recheiam as pá­ginas de suas obras com os conse­lhos do velho Buda.



Consolo para o desencanto — De fato, a constatação do líder tibetano é ates­tada pela realidade. Para os crédulos de que as lu­zes da razão dariam um xeque-mate na religiosida­de, a atual irrupção do místico parece surpreen­dente. Porém todo o de­senvolvimento da socieda­de ocidental não foi capaz de atribuir maior signifi­cado à existência humana. Assim, a espiritualidade de cunho orientalista pas­sa a ganhar cada vez mais adeptos em um mundo que perdeu a fé no Deus histórico e desencantou-se com a razão.



Em maio, a revista Isto é  informou que apenas uma de várias associações budistas no Brasil contabilizava cerca de 150 mil integrantes. Há 10 anos o Instituto Brasileiro de Geografia e Es­tatística (IBGE) anunciava mais de 230 mil discípulos de Buda no país. Entretanto, o praticante não precisa estar filiado a alguma associação. Bas­ta seguir as técnicas de meditação à procura de uma suposta luz inte­rior”. É o caso da esotérica Elba Ra­malho. “Não me considero de nenhu­ma religião; eu busco Deus”, afirma.

Dentre as técnicas de meditação, atualmente a mais difundida é a ioga. Segundo a revista Time, 75% das aca­.demias oferecem aulas de ioga, nos Estados Unidos. E cerca de 15 mi­lhões de norte-americanos são prati­cantes dessa atividade que mistura exercício e meditação. Como em ou­tras áreas, no Brasil não há estatísti­cas sobre o assunto. Mas de acordo com profissionais ligados à saúde e ao esporte a tendência dos brasileiros é acompanhar a onda.

Nascida na Índia, há pelo menos 3 mil anos, a ioga atualmente vai desde o fitness, com ênfase nos exercícios de relaxamento, até a meditação transcendental, com destaque para os aspectos espirituais. Porém qualquer prática de ioga tem a clara finalidade de estabelecer um diálogo entre o corpo, a mente, o espírito e o cosmos.



Busca do diálogo — O crescente proces­so de isolamento social, que separa as pessoas do convívio, seria tam­bém um dos impulsos para a busca de maior relacionamento do inte­rior com a natureza e o Universo, segundo o filósofo italiano Aldo Terrin, no livro Nova Era A reli­giosidade do pós-moderno. “Como não consegue dialogar com seu vi­zinho, [o indivíduo] dialoga com as plantas, consigo mesmo, mas sobre­tudo com os astros, com as estrelas do céu”, ele constata.

O dialogo com os astros não está limitado, hoje, ao simulacro místico realizado pela indústria do entreteni­mento. Mais de 1,5 mil astrólogos li­gados a associações de classe desem­penham a atividade no país. São pro­curados por gente de destaque social e contas bancárias inacreditáveis. Entre eles, António Ermirio de Mo­raes, líder do Grupo Votorantim, e Max Feffer, dono da Companhia Su­zano de Pa­pel e Celu­lose. Das intrincadas conjunções de estrelas e planetas, r e c e b e m aconselhamento para seus negó­cios astronômi­cos. Para atender as necessidades dos homens de negócio, Adonis Sali­ba, professor de física nuclear, desen­volveu a “astrologia financeira”. Um programa de computador criado por ele oferece, a ca­da cinco minu­tos, mapas astrais da Bolsa de Nova Iorque. No amor, nos negócios e em qualquer si­tuação de esco­lha, há videntes dispostos a ven­der suas previ­sões pela leitura dos astros.

Conciliação impossível

—      E impossível, porém, viver pés da cruz de Cristo e ao mesmo tempo prostrar-se perante o altar de Buda ou tomar como verdadeiras as profecias do zodíaco. Em 2a. Timóteo 3:5, o apóstolo Paulo adver­te que nos últimos dias muitos vão es­tar ligados nominalmente à religião cristã, “mas rejeita­rão o seu verdadei­ro poder”.

E isso o que acontece quando aqueles que se intitulam segui­dores do Evange­lho se aliam ao misticismo orien­tal. Esse modelo religioso faz do ser humano seu próprio deus. A pretendida habili­dade de canalizar a energia espalha­da no cosmos, em proveito próprio, tem o fim de excluir a necessidade do Deus pessoal, histórico e onipo­tente. De acordo com Aldo Terrin, “toda cultura tem o Deus que mere­ce, e a nossa época, narcisista, ego­cêntrica, sem ideais sociais e sem nenhuma aspiração metafísica, está forjando para si urna concepção do divino que transparece do seu pró­prio modo de viver”.

A negação da soberania de Deus aliada ao pragmatismo da vivência mística faz com que, na atualidade, a submissão à vontade Superior pa­reça totalmente dispensável. Nessa religiosi­dade ao estilo self-service, cada um escolhe os próprios méto­dos e fórmulas de se relacionar com o divino. O que importa no fim das contas é o resultado.

Diferente da atual tendência, a Bíblia afirma que o Todo-Poderoso é soberano e está acima de qualquer criatura. “Os céus proclamam a gloria de Deus, e o firma­mento anuncia as obras de Suas mãos” (Sal. 19:1). A natureza e o cosmos não podem ser confundidos com Deus, pois são reflexo de Seu poder criador.

Sinais dos Tempos       

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