Youtube

domingo, 2 de março de 2014

O QUE É O ARMAGEDOM?

 


 

A história de Megido e os deuses do passado são a pista para o último confronto mundial.

“Então os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Apoca­lipse 16:16).
Esse verso do Novo Testamento identifi­ca Megido, conhecido por milhões de cris­tãos pelo nome grego Armagedom, e O “lu­gar” em que se confrontarão as forças do bem e do mal nos últimos dias. A palavra Armagedom não aparece em nenhum outro lugar da Bíblia. Ela é uma combinação da palavra hebraica har (montanha) e Megido.
Por que João, o autor de Apocalipse, escolheu citar Megido como o grande campo dessa batalha escatológica? É uma pergunta que tem ampliado as especulações sobre o fim do mundo.
Historiadores dizem que a cidade de Megido estava em local chave para o con­trole de Israel, justamente à margem do Ca­minho do Mar ou da Via Maris (ela fazia conexão entre o mar Mediterrâneo e o mar da Galiléia). Sua posição era extremamente estratégica, tanto militar quanto comercial­mente. Era a via obrigatória entre as grandes potências da Antigüidade: o Egito, ao sul; e Síria, Assíria, Babilônia e Pérsia, ao norte.
Situada em um platô logo após as mon­tanhas de Samaria, no inicio da cordilheira do Carmelo e diante da planície de Megido (Outros nomes, Jezreel e Esdráelom, a cidade  de Megido oferecia a visão privilegiada do extenso vale e das elevações da Galiléia e do monte Tabor ao leste. A planície com 35 quilômetros de cada lado, tem a forma de triângulo e é uma área fértil para a lavoura. Próximo às ruínas da velha cidade ain­da existe a passagem estreita entre eleva­ções que liga o norte ao sul da Palestina. Esse lugar recebeu o original nome de va­le de Megido. Através desse caminho, cer­tamente Jesus passou com João e os de­mais discípulos quando retornaram de Je­rusalém por Samaria (ver João 4:3 e 4).

GUERRAS


No vale de Megido, no ano 609 a.C., o rei Josias, de Judá, ousadamente avançou contra as tropas do faraó Neco II e saiu do combate mortalmente ferido (II Crônicas 35:22). Outras sangrentas batalhas ocorre­ram ali, inclusive no século 20.
       Nas inscrições sobre a vida de um rei egípcio aparece pela primeira vez o nome de Megido. Os hieróglifos das paredes do tem­plo de Karnat, no Egito, mencionam uma ba­talha em que Tutmés III foi vitorioso em Me­gido, no ano 1468 a.C.A crônica de sua vitória narra a captura de 924 carros inimigos.
Megido foi uma próspera colônia egípcia por quase um século. Em Juizes 1:27 é mencionada ao lado de outras aldeias que resistiram aos israelitas, e, em Josué 12:21,0 rei de Megido é citado entre os vencidos. Apesar disso, alguns pesquisadores ainda acham que ela somente foi conquistada mais tarde, pelo rei Davi.
Durante o reinado de Salomão, no século 10 a.C., Megido se tornou em uma das maiores cidades do reino (1 Reis 9:15). Escavações arqueológicas descobriram as ruínas dos estábulos em que Salomão guardava seus carros e cavalos e as funda­ções de um palácio construído por ele.
Em 732 a.C., Megido foi destruída e passou do controle israelita para as mãos dos assírios. Sua destruição foi considerada pelos judeus mais conservadores como uma intervenção do Altíssimo contra a aco­modação da população israelita ao culto a Baal, que segundo os profetas do Antigo Testamento era uma frontal desobediência aos compromissos com a fé hebréia,
Depois de 720 a.C., o rei assírio Sargão II reconstruiu uma nova cidade, povoando-a com pessoas de outras regiões do mundo. Cem anos mais tarde a cidade começou a entrar em decadência, ao pon­to de, no tempo de Jesus, só existir uma guarnição romana nas imediações.
Em tempos mais recentes, os franceses, liderados por Napoleão Bonaparte (em 1799) e os ingleses (em 1918) derrotaram os turcos perto de Megido. Em 1948, forças ju­dias e árabes lutaram neste lugar durante a Guerra da Independência. No ano seguinte, os judeus estabeleceram no lado oeste das antigas ruínas o Kibutz Megido. Todas essas batalhas suscitaram especulações em torno da região como o palco para o Armargedom.
Hoje o sítio arqueológico de Megido é mantido pelo Serviço de Parques Nacionais do Estado de Israel. No local há uma lanchone­te e um museu com artesanatos e maquetes que situam as várias épocas da cidade. Além disso, andando entre as ruínas, os visitantes podem identificar o lugar do sacrifício de animais, palácios, residências, depósito de grãos e os estábulos de Salomão. Outra atração é atravessar um túnel de 70 metros de extensão que liga a cidade a uma fonte d’água no mon­te Carmelo, uma construção audaciosa para aquela época, feita por Acabe, rei de Israel.

DEUSES

Inscrições do século 14 a.C., encontra­das em Ugarite, uma cidade costeira do Mediterrâneo, deixaram descrições deta­lhadas sobre as divindades da primitiva Canaã. A mais importante di­vindade dos adoradores cana­neus era El que - juntamente com sua consorte Atirate (co­nhecida nas Escrituras como Asherah (Asterote) -  era consi­derado acima de todos os ou­tros deuses e deusas.
El, no entanto, passou a ser desafiado por concorrentes, co­mo Baal  considerado o gover­nante daTerra), Mot (que gover­nava o mundo subterrâneo), e —   Yam (o deus do mar). Progressi­vamente, Baal foi ganhando dianteira. Uma estátua dele em posição de ataque, constatando sua autoridade, foi encontrada nas escavações de Megido.
O culto a essa divindade tornou-se muito popular entre os moradores da região. Baal es­tava diretamente ligado à natu­reza, especialmente à queda da chuva e ao controle de trovões e relâmpagos. Essa importante função, em uma terra seca co­mo a Palestina, fazia do culto a Baal um considerável problema aos líderes da fé hebréia. 
Essa crise religiosa desencadeou uma controvérsia entre o profeta de Deus, Elias e os profetas de Baal. Lances desse episódio estão registrados em I Reis 18. No alto do Monte Carmelo, Elias desafiou 400 profetas de Baal a evocar seu deus para fazer descer fogo do céu sobre seu altar de sacrifícios e os venceu. A situa­ção agravou-se ainda mais porque o rei Acabe e sua corte, estavam comprometi­dos com o culto a Baal.
Uma oração encontrada em um texto de Ugarite, mostra que os adoradores viam em Baal mais do que uma divindade da natureza. Na visão deles, ele realmente agia na história:  “Oh, Baal, por favor expul­se dos nossos portões o poderoso... O touro, Oh, Baal, nós dedicaremos; o sacri­ficio, Oh, Baal, oferecemos... Então Baal ouvirá sua oração -  ele expulsará... o guerreiro dos seus muros.”
Existe uma relação entre sacrifícios oferecidos às divindades dos cananeus com ciclos agrícolas. Nessas ocasiões, prostitutas também se juntavam aos sa­cerdotes nos templos, em práticas sexuais que visavam a estimular os deuses a en­viar chuva e trazer bons resultados para as plantações.

BABILÔNIA E MEGIDO


No Apocalipse, “meretrizes” simbolizam forças malignas que tentam tomar a autoridade da Bíblia e lutam contra o po­vo de Deus, no grande conflito entre o bem e o mal. Nesse livro, a atuação de uma meretriz não se enquadra em uma geografia local: “As águas que viste, onde a meretriz está assentada são povos, multidões, nações e línguas” (Apocalipse 17:15).
“A mãe das meretrizes e das abominações da Terra” também é chamada de “Babilônia, a Grande” (verso 5), for­mando a associação dessa prostituta. que atua em todo o mundo como “mãe das abominações da Terra”, com Babi­lônia  uma cidade que, do mesmo modo que Megido. não existia mais no tempo do Novo Testamento.
A exaltação da natureza acima do Deus da natureza e a adoração das coisas criadas em lugar do Cria­dor são práticas vistas pela Bí­blia como uma forma de prostituição. Porque, no passado, quando as pessoas em seu culto a Baal rendiam suprema homenagem às forças da natureza, desvinculavam-se do verdadeiro Deus e entregavam-se às práticas de prosti­tuição subordinadas aos poderes sobrenaturais de Baal.
A mística Babilônia do Apocalipse, por sua vez, é uma clara representação dos sistemas religiosos que no fu­turo agirão afastados dos princípios regidos pela Palavra de Deus.
Observando por essa perspectiva, a batalha do Armagedom não será a Terceira Guerra Mundial, nem um en­volvimento militar de nações do mundo inteiro em um ponto qualquer do Oriente Médio.Tampouco o “rio Eufra­tes”, nem “Babilônia”, nem “Megido” são citados como uma pista geográfica para o do Armagedom.
Por causa de seu significado histórico (Megido foi o palco de lutas militares e espirituais entre o antigo povo de Deus e seus inimigos). Armagedom foi a expressão escolhida por João para sinte­tizar o desfecho de um conflito de extensão universal, que envolve homens rebel­des e espíritos maus contra o Criador e seus leais seguidores. O inicio desse con­fronto ocorreu quando o diabo foi expulso do Céu (Apocalipse 12:7-9); e terá seu fim com a intervenção de Cristo e a vitória do povo de Deus (Apocalipse 19:11-16).
Nota-se, portanto, que o autor do Apocalipse ao enquadrar algumas citações den­tro da geografia do Oriente Médio, está tentando chamar nossa atenção para um conjunto de práticas idólatras de épocas remo­tas que em breve, dentro de uma embalagem nova e atraente, voltarão a se compor com as forças do mal na batalha final con­tra o verdadeiro Deus e seus adoradores.


Sem comentários:

Enviar um comentário

VEJA TAMBÉM ESTES:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...