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domingo, 2 de março de 2014

IDOLATRIA - BEZERRO DE OURO





A adoração ao “bezerro de ouro”, no Israel antigo, revela a sutileza que pode haver entre o verdadeiro e o falso culto



Ao ler a história bíblica, muitas vezes ficamos chocados com a rapidez com que muitos antigos israelitas se voltavam para a idolatria, Os relatos ligados ás imagens de “bezerros de ouro” são surpreendentes, visto que envolveram pessoas que tinham uma ligação direta com Deus.

Em Êxodo 32, Arão, o próprio irmão de Moi­sés e seu colaborador direto na libertação do povo de Israel da escravidão do Egito, confec­ciona um bezerro de ouro sob a pressão da mul­tidão impaciente. A vista da imagem fundida é feita a proclamação: “São estes. ó Israel, os teus deuses [no hebraico, Elohim, um dos nomes de Deus] que te tiraram da terra do Egito” (Êxo. 32:4). O mais espantoso é que o próprio Arão toma então a iniciativa e edifica um altar diante da imagem e apregoa uma ‘festa ao Senhor [no hebraico, Yahweh, ou seja, o nome santo de Deus” no dia seguinte. Pelo texto bíblico, tanto Arão como o povo estavam identificando aque­la imagem de bezerro com o Deus de Israel.

A mesma idéia aparece no relato de 1o. Reis 11 e 12, certa de 500 anos após o Êxodo. Por causa da idolatria de Salomão, Deus dividiu o povo de Israel em dois remos distintos: Judá, ao sul, e Is­rael, ao norte. Roboão, filho de Salomão, reinou sobre o sul, enquanto Jeroboão, filho de Nebate, da tribo de Efrairn, se tornou rei sobre o reino do norte Jeroboão é apresentado na Bíblia como um homem “valente e capaz, moço laborioso” (10 Reis 11:28), eleito por Deus para ser rei sobre as dez tribos do norte. Mas quando assumiu o tro­no, ele temeu que o povo Continuasse a ir a Jeru­salérn, capital do reino do sul, para adorar a Deus no templo de Salomão. O coração dos súditos poderia se voltar para os reis da casa de Davi, abandonando-o e podendo mesmo matá-lo. Jeroboão criou então dois outros centros de adoração a Deus. Em cada um deles, colocou um bezer­ro de ouro e disse: “Basta de subir­des a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fize­ram subir da terra do Egito!” (10 Reis 12:28).

A adoração do bezerro de ouro também é vista história de Jeú, um homem “zeloso para com o Senhor” (2o. Reis 10:16). Jeú manifestou o seu zelo por Deus eliminan­do a família dos terríveis Acabe e Jezabel, ma­tando todos os profetas, servidores e sacerdo­tes de Baal, e destruindo o templo de Baal e a sua estátua, exterminando assim o seu culto em Israel. O mesmo Jeú, no entanto, não se afastou do pecado de Jeroboão, “a saber, dos bezerros de ouro que estavam em Betel e Dã” (2o. Reis 10:29).

Como poderiam tais pessoas aceitar e promo­ver a adoração da imagem de um bezerro? Por que lhes parecia ser tão natural? Na simbologia religio­sa oriental antiga era costume representar as carac­terísticas extraordinárias de um deus por aquilo que, no mundo conhecido pelo ser humano, me­lhor representasse essa característica. Se a crença era de que o deus tinha uma visão extraordinária então era representado por um falcão. Se era o deus da força ou do poder, representava-se por um leão ou touro, por exemplo. Assim, a estátua des­ses animais seria simplesmente urna alegoria da mais admirável característica do deus que se pre­tendia adorar. Fazer um bezerro de ouro seria identificar a Deus como forte e poderoso.

Além disso, descobertas arqueológicas na re­gião da Síria antiga têm revelado estatuetas do deus Baal-Hadad,o deus das tempestades, repre­sentando-o de pé sobre um touro ou um leão Nesse caso, o animal parece servir de pedestal para aquele deus e ao mesmo tempo exaltar o seu poder, visto que ele seria capaz de usar como pedestal animais tão poderosos. Ao erigir a está­tua de um touro, o adorador estaria pedindo que

o seu deus se manifestasse naquele local. Em Israel, o bezerro poderia ser vis­to assim corno urna exaltação do ex­traordinário poder de Deus, ou como um local apropriado no qual a glória divina poderia se manifes­tar. A reprovação radical de Deus a tais práticas, no entanto, deixa bem claro que Ele não aceita ser as­sociado a qualquer imagem ou es­cultura, não importa o sentido que lhe queiramos dar. No contexto de culto e adoração, o mandamento é claro: “Não farás para ti imagem de es­cultura” (Êxo. 20:4).

FONTE: Sinais dos Tempos 

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