Teorias sobre a extinção desses animais gigantes
por Ruben Aguilar
Afesta de aniversário prometia ser de muita
alegria e animação. Cada convidado recebera um balão de borracha para enchê-lo
de ar. À medida que esses balões aumentavam de volume, a festa avançava para um
clímax de alegria. De repente, quando os balões mostravam suas superfícies lisas
e multicolores, estimulando maior animação, estouraram todos, num estrondo
uníssono, como se um raio os tivesse atravessado. A festa continuou, mas o
mistério do fim dos balões rondava a cabeça dos convidados, O que aconteceu?
Esse evento familiar pode servir como analogia para
refletirmos no ambiente de mistério que ronda a cabeça de cientistas e
amadores, sobre o repentino desaparecimento dos dinossauros, Era uma festa
conhecer as características desses gigantescos seres que, como balões de
aniversário, empolgavam pessoas de todos os níveis. Mas, por que
desapareceram?
Preparativos — Em
1839, um jovem professor de ciências, da Inglaterra, de nome Richard Owen,
dissertava em público sobre seus conhecimentos de fósseis de répteis, e
teorizou sobre o aparecimento da vida na Terra. Três anos mais tarde, diante de
cientistas reunidos na 11a. assembléia da “Associação Britânica
para o Progresso da Ciência”, apresentou seus estudos e usou pela primeira vez
a palavra Dinossauros, para se
referir aos gigantescos animais cujos vestígios ele mesmo demonstrava. Esse
termo, uma combinação dos vocábulos gregos: deinos, “terrível”, e
sauros, “lagarto”, identifica esses animais como “lagartos de aspecto
monstruoso ou terrível”.
Antes de Owen, um primeiro achado de vestígios de animais
gigantescos foi relatado num ensaio sobre “História Natural”, publicado em
1677 por Robert Plot, professor de uma disciplina que poderia ser chamada de
Química, na Universidade de Oxford. Plot descreveu um fêmur, encontrado no
Condado de Cornwell, em Oxfordshire, o qual acreditava pertencer a um elefante
gigantesco, trazido talvez pelos romanos da época imperial.1
Na França, um clérigo de nome Bachelet, doou sua coleção
de peças naturais ao Museu Nacional de Paris. Entre essas peças, estava um osso
de tamanho descomunal, estudado mais tarde por George Cuvier.
Desde 1787, ossos gigantescos haviam sido descobertos em
New Jersey, por Caspar Wistar e Timothy Matlack, e apresentados em relatório
diante da Sociedade Filosófica Americana, da Filadélfia. Mas o primeiro a
estudar esses vestígios com critério científico, foi o barão Georges Cuvier. Desde
1799, trabalhou no “Jardim das Plantas”, em Paris, como anatomista, procurando
encontrar semelhanças entre esses ossos que pareciam pertencer a animais de
grande porte, com os de animais atuais.’ Esse processo estimulou o
desenvolvimento dos estudos da anatomia comparada.
Auge da festa — O
relatório apresentado por Richard Owen, em 1842, sobre os fósseis de
dinossauros, despertou tal entusiasmo na comunidade científica da Inglaterra,
que se criou um ambiente de festa até alcançar os limites do sensacionalismo.
Assim, em 1851, com o patrocínio de instituições e de autoridades, concretizou-se
a exibição de modelos de dinossauros, no Central London’s Hyde Park. O
encarregado de construir as descomunais figuras foi o escultor Benjamim
Waterhouse Hawkins, que trabalhou esculpindo as obras, em tamanho natural,
orientado bem de perto pelo professor Owen.
Os reflexos da empolgação logo se fizeram sentir no outro
lado do Atlântico. Projetou-se construir no Central Park da cidade de Nova
York, um gigantesco “Museu Paleozóico”, onde estariam expostas as figuras de
dinossauros. O escultor Hawkins fora convidado para fazer os modelos sugeridos.
Mas, quando a obra estava bem avançada, a administração do Central Park foi
substituída (1870), e o projeto não foi levado em conta, e finalmente,
esquecido. Os modelos construídos voltaram ao pó da terra.
Alguns anos mais tarde, o famoso industrial Andrew
Carnegie mandou adquirir esqueletos de dinossauros para serem exibidos no
Museu Carnegie, em Pittsburgh (1899), que muito estimulou o estudo desses
antigos animais.
Thomas Huxley, o mais ardente defensor do Evolucionismo
no século vinte, foi também o que mais estimulou a pesquisa dos vestígios de
dinossauros, para provar sua teoria, principalmente depois de haverem sido
achados os restos do Archaeopteryx, em
1876. O interesse estava centrado em provar que as aves resultaram da
transformação desses répteis. Porém, quanto mais se faziam estudos sobre os
dinossauros, mais e mais as diferenças estruturais com as aves negavam tal
suposição.
Em 1926, Heilmann selecionou boa quantidade de restos de
répteis que ele mesmo considerou serem anteriores aos dinossauros, e foram
denominados de Archosauros. Um ramo
desses, Euparkeria, por ser leve,
seria os que teriam originado as aves.3
Essa idéia prevaleceu até 1970, quando o Dr. Peter Galton, da
Universidade de Bridgeport, Connecticut, propôs novamente a idéia de que um
grupo de dinossauros, os Ornithischian, teria
originado as aves.4 Em 1972, o Dr. Alick Walker, da Universidade de
Newcastle, Grã-Bretanha, propôs que as aves modernas surgiram das modificações
de um tipo de crocodilos do Triássico, chamado Sphenosuchus.
Balões
— O fato de todos os balões arrebentarem numa festa de
aniversário, é algo hipotético. Elucidar esse caso talvez não seja da conta
de ninguém. Mas explicar o fim súbito dos dinossauros, cujas figuras monstruosas
têm captado a atenção da população mundial, e propiciado à cultura um ambiente
festivo, é um mistério que merece ser esclarecido.
Uma tentativa parte
do pressuposto de que todas as raças seguem um ciclo, semelhante ao das
espécies, isto é, têm origem, crescimento, declínio e aniquilamento. O Dr.
Heinrich Erben, da Universidade dc Bonn, estudou os ovos fósseis dos últimos
dinossauros do Cretáceo. Descobriu que a casca é mais fina, e assinalou que,
devido a uma deficiência hormonal, ou da própria capacidade vital, teria
havido o aniquilamento da raça.
Outra teoria
baseia-se na dieta alimentar. Os dinossauros comiam plantas ricas em óleos,
que facilitavam a formação e circulação do bolo alimentar. O fim daquelas
espécies de plantas teria causado graves estados de constipação no tubo
digestivo dos dinossauros, levando-os a um fim.
Há uma variedade de
teorias baseadas nos presumíveis processos patológicos, como uma espécie de
“peste bubônica” que teria aniquilado os dinossauros. Outros procuram demonstrar
que larvas de insetos consumiram folhas de árvores, causando o fim dos animais
herbívoros e, como conseqüência, o fim dos carnívoros.
As teorias que mais empolgam são as relacionadas com uma
catástrofe global. R. Owen, em 1842, sugeriu que, durante o Mesozóico, o ar
atmosférico apresentava taxas elevadas de CO, e menos oxigênio, causando a
destruição de muitos organismos.
Outra teoria indica que no fim do Cretáceo houve intensa
atividade vulcânica, cujas erupções lançaram ácido clorídrico na atmosfera,
eliminando a camada de ozônio. Os raios ultravioletas do Sol teriam penetrado
facilmente na superfície terrestre, destruindo animais e o plâncton marinho.
Baseada nessa suposta atividade vulcânica, outra teoria
sugere que os vulcões teriam lançado grandes quantidades de CO, que teriam
absorvido a temperatura solar, não permitindo a reflexão ao espaço. A Terra
estaria superaquecida, e muitos organismo não teriam resistido.
O Dr. Harold Urcy, prêmio Nobel de Química, sugere que um
cometa, com cabeça cristalina, teria sofrido um impacto com a Terra, derramando
enormes quantidades de cianido, que teria elevado a temperatura da atmosfera
terrestre e envenenado sua superfície.
O Dr. David Norman afirma que foi Georges Cuvier o
primeiro a notar, no registro fossilífero, o fim dos dinossauros, e propôs a
idéia do “Catastrofismo”. Essa idéia supunha que Deus havia aniquilado todas
as criaturas da Terra, substituindo-as por outras de uma nova criação.5 A idéia de uma nova criação não é
admissível, mas prevalece a crença no desaparecimento dos dinossauros como
resultado de uma catástrofe.
O Dr. R. L. Wysong destaca o descobrimento de pegadas de
dinossauros e de seres humanos de tamanho normal e de gigantes, num mesmo sedimento.
As impressões foram encontradas em camadas do Novo México, Mizona, Texas,
Missouri, Kentucky, Illinois, muito bem preservadas em depósitos sedimentares.6 Isso significa que os dinossauros
viveram até um tempo relativamente recente e sofreram os efeitos de uma grande
catástrofe universal, juntamente com seres humanos, talvez o Dilúvio,
mencionado na Bíblia.
Uma evidência de morte súbita de animais, devido à ação
da água, é a descoberta de restos de mamutes, na Sibéria e no Alasca,
apresentando corpos preservados da decomposição e até com alimentos em pleno
processo de digestão. Richard M. Ritland propõe que esses animais foram
extintos num dilúvio semelhante ao descrito no Gênesis. e assinala algumas
evidências.7
Harry J. Baerg afirma que, graças ao conhecimento da
Genética, em especial aos processos de modificação dos genes ou mutações,
pode-se explicar o gigantismo dos dinossauros e de outras espécies. Por
mecanismos ignorados, esses animais sofreram “mutação gênica”, e o resultado
foi seu tamanho gigantesco, tendo desaparecido na catástrofe do Dilúvio. Mas
algumas espécies prevaleceram até depois desse evento. Na época do descobrimento
da Nova Zelândia, a moa, ave em vias de extinção ou já extinta, “media três
metros de altura e pesava 230 quilos aproximadamente”.8
Como se vê, a festa continua.
Ruben Aguilar é profèssor
no SAL72 em Engenheiro Coelho. SP
Referências:
1. David Norman, Dinosaur¸McMillan, USA, 1991, pág. 26.
2. Cuvier escreveu os resultados dos seus estudos numa obra intitulada Leçons sur
L’anatomie Comparée.. T.
Storer & R. Usinger, Zoologia General. Ed. Omega, Barcelona, 1961, pág. 34.
3. Alguns evolucionistes acreditam que os Euparkerla
locomoviam-se com as patas posteriores enquanto que as anteriores seriam adaptadas para o vôo. A. Lee McAlester Historia Geológica
da vida. Ed. Edgard Blücher Ltda., SP. 1950, pg. 127.
4. Ornithischian, dinossauros semelhantes a aves. Storer & Usinger. Op. cit, pág. 821.
5. D. Norman. Op. cit., pág. 212.
6. R. L. Wysong The
Creation Evolution Controversy, lnquiry Press. Michigan. 1981, pdt. 373.
7. R.M. Ritland, A Search
for Meaning in Nature,
Pacific Press Publishísg Ass.. CA. 1970, págs. 180-204.
8. H.J. Baerg. O Mundo Já Foi Melhor, traduzido,
CASA. Tatui, SP, 1992, pág 19.
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