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domingo, 2 de março de 2014

666 O NÚMERO DA BESTA

 


Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis” (Apoc. 13:18).
Desde César, Nero até Adolf Hi­tler, não têm faltado tentativas através da História de se calcular o número registrado nesse texto, com base no valor numérico das letras de vários nomes. Uma alternativa recente consi­dera o nome pontifical do atual papa como aquele referido pelo texto, o que inevitavelmente conduz à conclusão de que João Paulo II é a besta seme­lhante ao leopardo de Apocalipse 13. Esta idéia violenta totalmente o que, como Igreja, cremos e ensinamos.

Número e marca — Tradicionalmente, interpretamos o número fazendo o cálculo, com base em algarismos ro­manos, do valor numérico do título Vicarius Filii Dei. Todavia, acredito particularmente que 666 não é uma simples questão de nomenclatura deste ou daquele poder. É muito mais que isso. O número da besta é algo que toca particularmente a mim e a cada seguidor de Jesus, porque nos é dito que precisamos vencê-lo se que­remos estar no mar de vidro (veja Apoc. 15:2). Se o poder papal ostenta ou não o título vicarius filii dei, ou se o atual dirigente máximo do Romanismo tem o nome que tem, em nada me diz respeito. Se for simplesmente isso, não vejo porque devo vencer o número.
Ademais, uma comparação de textos no Apocalipse, segundo os melhores manuscritos, faz-nos notar que, quando é mencionada a marca da besta, não é mencionado o seu número, e vice-versa. A única exceção seria 13:17, onde justamente o assunto é introduzido: “... senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Em lugar de supormos a presença aqui de três itens relacionados com a besta, espe­cíficos e distintos uns dos outros (marca, nome e número), seria mais próprio considerar um único elemento mencionado de duas formas defi­nidas: como marca e como número. O “nome” apontaria essencialmente para o que a besta é, ou seja, seria urna alusão ao seu caráter. Portanto, se a marca é da besta, e o nome aponta para a realidade essencial desse poder, ela é, de fato, a marca do nome. “Marca do seu nome” é precisamente a fórmula que aparece em 14:11. E a marca do seu caráter, a marca da rebelião, a marca de um poder que ousou mu­dar a lei de Deus.
Já o “número” é regido, no texto, pela conjunção coordenativa ou (“ou o número do seu nome”), com dois sentidos: alternação e equivalência. Em vista do exposto acima, o segundo sentido, o de equivalência, é o mais
provável; em outras palavras, marca e número se equivalern. Então poderíamos também dizer do número o que já foi dito da marca: se o número é da besta, e o nome aponta para a realidade essencial desse poder, ele é, de fato, o número do nome. “Número de seu nome” é precisamente a fórmula que aparece em 13:17, e estaria em parale­lo com “marca do seu nome” em 14:11; da mesma forma, “vencedores do número de seu nome” em 15:2 corresponderia a não receber “a mar­ca na fronte e na mão” em 20:4.

Tipo e antítipo — Se queremos saber o que 666 significa no antítipo, isto é, na Babilônia mística do Apocalipse, de­vemos primeiro voltar a atenção ao tipo, isto é, à Babilônia da Mesopotâmia. Isso parece lógico, pois não é verdade que se quiséssemos aprender so­bre o santuário celestial (antítipo), deveríamos primeiramente estudar o terrestre (tipo), partindo assim do conhecido para o desconhecido?
Nesse caso, o que esse número representava na antiga Babilônia? Bem, não podemos esquecer que o número da besta é dado no contexto da imagem da besta, que, por sua vez, é o cumprimento antitípico do evento histórico de Daniel 3. Em outras palavras, o incidente aí narrado deve nos orientar também no que respeita ao detalhe do número.
Devemos compreender que a imagem levantada por Nabucodono­zor era, na realidade, uma representação gráfica do domínio político e religioso de Babilônia. É por esta razão que todos deveriam se curvar diante dela e adora-la, gesto que apontaria para um reconhecimento tácito desse duplo domínio. Em outras palavras, a imagem de Nabucodonosor incorpora­va uma união do poder civil e do poder religioso de Babilônia. E não é exata­mente esse tipo de união que, no nível do antítipo, se visualiza na imagem da besta? Ellen G. White interpeta esse símbolo profético em termos de coer­ção religiosa com amparo de lei civil, efetivada particularmente na formu­lação do futuro decreto dominical (ver O Grande Conflito, pág. 449).
Ela vincula explicitamente o decreto dominical ao evento narrado em Daniel 3: “A história se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primei­ro dia da semana, um dia comum de trabalho, sem nenhuma santidade, será estabelecido como o foi a imagem em Babilônia. Será ordenado a todas as nações, línguas e povos a adorar esse sábado espúrio. ... O de­reto obrigando a observância desse dia será imposto a todo o mundo. Em certo sentido, isso já está sendo feito. Em vários lugares o poder civil fala como a voz do dragão, assim como o rei pagão falou aos cativos hebreus.” —SDABC, vol. 7, pág. 976.

Elementos significativos da imagem — Pergunto, portanto, o que na imagem de Nabucodonosor representaria o domínio político de Babilônia? Mais uma vez o Espírito de Profecia nos oferece a resposta. Ellen G. White de­clara que o material constituinte da imagem, o ouro, representava Babilô­nia “como um reino eterno, indestru­tível, todo-poderoso, que haveria de quebrar em pedaços todos os outros remos, permanecendo para sempre.” — Profetas e Reis, pág. 504.
E o que, na imagem, apontaria para o domínio religioso de Babilô­nia? Durante algum tempo, estudei Daniel 3 em busca da resposta. Final­mente, pude perceber que uma coisa na imagem aponta incontestavelmente para esse tipo de domínio: a medi­da da imagem.
Para apreciarmos esse fato, não podemos esquecer que os sacerdotes babilônicos eram também astrólogos, astrônomos e matemáticos. Muitas fórmulas matemáticas procedem de  Babilônia, bem como padrões de cálculo de peso e medida. O sistema decimal, por exemplo, é babilônico, bem como o sistema hexa­gesimal (com base no número seis). Naturalmente, todos esses ingre­dientes matemáticos estavam eiva­dos de significado religioso. Para começar, muitos desses cálculos eram estabelecidos com a atenção voltada para os astros em seus movimentos. Os babilônios os consideravam deuses e os adoravam. Por exemplo, o Sol era cultuado em Babilônia, o que não é novidade, porque afinal todos os povos pagãos o adoravam. O de­talhe é que observando os astros, os sacerdotes tiravam conclusões sobre realidades divinas. O pensamento religioso babilônico determinava que a criação era representada por uma linha reta, que tem princípio e tem fim. A divindade, por sua vez, era representada por um círculo (a forma do Sol), que não tem nem começo e nem fim. Não é por mero acaso que um círculo contenha 360 graus, como a matemática indica, um número não apenas divisível por seis (cálculo hexagesimal), mas o produto de 6 x 60.
Essa foi exatamente a medida da imagem levantada por Nabucodono­sor — sessenta côvados de alto e seis de largo (Dan. 3:1). Os babilônios atri­buíam números aos seus deuses, par­tindo de seis para sessenta. Este era o número do deus supremo, enquanto que 6 era o número do deus menor. Na medida da imagem, portanto, como no montante de graus de um círculo, se faziam presentes todos os deuses de Babilônia. Para completar, e este detalhe não está presente em Daniel 3, seiscentos era o número do panteão babilônico.
Temos então a unidade 6, a dezena 60 e a centena 600, coincidindo com 666 da Babilônia apocalíptica. 666 apontava, na Babilônia da Meso­potâmia, para o culto babilônico total.

Conclusão - Ainda uma tábua nume­rológica (amuleto) era usada pelos sacerdotes babilônicos. Os números de 1 a 36 eram distribuídos em 6 colunas verticais e horizontais de tal forma a somarem 111 em cada uma, totalizando 666 (6x111) verticalmente e horizontalmente. Confira:
                           
01  32   34   03   35   06                                                                   
30  08   27   28   11   07                                                                   
20  24   15   16   13   23
19  17   21   22   18   14
10  26   12   09   29   25
31  04   02   33   05   36

De fato, se você somar os algarismos de 1 a 36 (6x6) acumulativamente, isto é, um após o outro, será obtido o total de 666.
Passando do tipo para o antítipo, conclui-se que 666, no Apocalipse, in­dica que, no contexto da cura total da ferida de morte e do levantamento da imagem da besta, o inimigo estará de volta, agora também com força total.
O abominável trio (o dragão, a besta semelhante ao leopardo e a besta semelhante ao cordeiro) estará formado, e entrará em operação para conduzir o mundo à culminação do engano. Naturalmente, toda esta movimentação tem íntima relação, igual­mente, com a marca da besta, pois a guarda do dia espúrio será um detalhe preponderante do drama final.
O objetivo do inimigo será, com o emprego de todos os recursos a seu dispor, conspirar contra o remanes­cente para o destruir, o que configurará aquilo que conhecemos como ba­talha do Armagedom. Não é por mero acaso que toda essa situação introdu­zirá em seguida o “tempo de angústia, qual nunca houve” (Dan. 12:1). Mas o Armagedom não é outra coisa senão o confronto final entre Cristo e Sata­nás, e a vitória, é claro, será do primei­ro, e de todos “os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele” (Apoc. 17:14). Em outras palavras, Deus, mais uma vez, será poderoso para levar Seu povo ao triunfo e salvá-lo, agora em definitivo.
Louvado seja o Seu nome! Á

Revista Adventista

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