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domingo, 2 de março de 2014

CONTRADIÇÕES DO EVOLUCIONISMO



ENTREVISTA: DRA. MARCIA OLIVEIRA DE PAULA

  
À medida que a Biologia Molecular e a Bioquímica se desenvolvem, mais dúvidas surgem sobre a teoria da evolução

A Dra. Márcia Oliveira de Paula é bióloga, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também concluiu seu mestrado em Ciências, com ênfase em Micro biolo­gia. De 1989 a 1991, lecionou em várias universidades e fa­culdades particulares. Em 1998, concluiu seu doutorado na USP (também na área de microbiologia).
Atualmente, além de professora e chefe do Departamento de Biologia Geral da Faculdade de Ciências do ME  Campus 1, também é secretaria do Núcleo de Estudas das Origens (NEO), criado recentemente. O grupo de­senvolve trabalho de divulgação de estudos criacionistas para a igreja, universidades, escolas, etc.
A Dra. Márcia nasceu no dia 23 de maio de 1960, em São Paulo. Porém, morou a maior parte de sua vida em Minas Ge­rais principalmente em Juiz de Fora e Belo Horizonte. Só voltou para São Paulo em 1991, para fazer o doutorado. O esposo se chama Marcos Giron.
No intervalo de uma de suas aulas, concedeu esta entrevista a Michelson Borges:

Revista Adventista: O caderno “Mais”, do jornal  Folha de S. Paulo (31/12/98), apresentou artigos sobre o evolucionismo,dizendo que essa teoria é um dos principais debates deste fim de século, Por que depois de quase 140 anos da formulação da teoria de Darwin, os evolu­cionistas ainda não chegaram a um consenso?
Dra. Márcia: Nenhuma das teorias atuais explica todos os pontos da evolução. Embora muitos experi­mentos tenham sido feitos e mui­ta coisa tenha sido discutida, não se tem uma teoria para explicar a origem da vida, de maneira clara.
Temos que lembrar, também, que a Ciência não é algo estático. Ela está sempre mudando. A me­dida que se conhece mais, novas opiniões surgem. Além disso, grande parte dos cientistas consi­dera a evolução um fato. Eles acreditam que são as teorias que mudam para explicar a evolução. E nós, criacionistas, contestamos isso porque evidencias não são provas. E a evolução só dispõe de evidências.

RA: A idéia de um Criador não pode ser provada por experiên­cias de laboratório. Mesmo as­sim, podemos considerar o cria­cionismo “cientifico”?
Dra. Márcia: A ciência atual não aceita a presença do sobrenatural e tenta explicar tudo pelos meca­nismos naturais. Os cientistas procuram explicar o comporta­mento do universo físico, em ter-
mos de causas puramente físicas e materiais, sem invocar o sobre­natural. Mas por que não pode­mos invocar o sobrenatural? Al­guns cientistas têm medo de que, se o sobrenatural for invocado, pare de se fazer ciência, atribuin­do-se ao sobrenatural tudo o que a ciência não puder explicar. Só que invocar o sobrenatural para explicar, por exemplo, a origem da vida — que é algo que ninguém conseguiu explicar — não parece ser uma coisa tão ilógica.

RA: O criacionismo também tem evidências daquilo que de­fende?
Dra. Márcía: Temos muitas evidên­cias do planejamento do Universo e da vida. Mas isso não prova a existência de Deus. Até que ponto se pode provar que Deus existe? Eu acredito que Deus não quer ser provado. As pessoas devem acre­ditar nEle pela fé. Os evolucionis­tas têm evidências que apóiam sua teoria, mas nós também te­mos evidências que apóiam o criacionismo.
RA:  No campo das evidências, nenhuma teoria leva vantagem sobre a outra?
Dra. Márcia: Alguns criacionistas mal-informados acham que não existe nenhuma base para se acreditar na evolução, mas essas pessoas realmente não conhecem a ciência. É lógico que a teoria da evolução faz algum sentido, por­que, se ela fosse totalmente absur­da, não haveria milhares de cien­tistas e uma boa parte da popula­ção que a aceitaria. O evolucio­nismo tem alguma lógica, mas também tem muitas incoerên­cias.

RA: Quais são as maiores incoe­rências do evolucionismo?
Dra. Márcia: Não dá para explicar a origem dos sistemas vivos pela evolução. Isso não era um proble­ma para os evolucionistas do sé­culo passado. como Darwin, que acreditavam que as células eram organismos muito simples. Mas, hoje em dia, cada vez mais os es­tudos de biologia molecular e bioquímica estão mostrando que a célula e os sistemas celulares são altamente complexos e o sur­gimento desses sistemas não pode ser explicado através de etapas su­cessivas. E o problema da “com­plexidade irredutível”. Muitos sis­temas biológicos são considera­os irredutivelmente complexos, ou seja, eles dependem de várias partes que têm que inteagir. E essas partes não poderiam  ter surgi­do gradualmente simplesmente porque, se tirarmos uma delas, o todo não funciona mais.
Tomemos o exemplo da coa­gulação do sangue. A Hemofilia A é uma doença  que impede a coa­gulação, devido à falta de uma substância chamada Fator VIII da Coagulação.   Portanto, se faltar somente esta substância na circulação sangüínea, e a pessoa não se tratar, ela irá morrer. Então, como a coagulação, que é um processo em cascata, onde um componente ativa o outro, poderia ter se desen­volvido a partir do nada, se quan­do falta uma única proteína, ele não funciona? Outro exemplo de complexidade irredutível é o siste­ma imunológico. É algo tão in­trincado que não se pode explicar seu surgimento de forma gradual.
Esses sistemas biológicos irre­dutivelmente complexos real­mente indicam planejamento. Só que a ciência, ao invés de estar comemorando a existência do Planejador, se calou diante dessas evidências. Por quê? Porque ad­mitir Deus exige compromisso com Ele. E as pessoas querem fu­gir de um compromisso com o Criador. Se, pelo contrário, surgi­mos pela evolução. somos livres para fazer o que quisermos, sem dar satisfação a ninguém.

RA.: O que a coluna geológica diz ao criacionista?
Dra. Mácia: Há pelo menos dois problemas relacionados com esse  assunto e que apóiam o criacionis­mo. No princípio do período Cam­briano você tem praticamente to­dos os filos representados. Se todos os organismos aparecem no começo do Cambriano, de onde eles evoluíram? Onde estão os ances­trais deles? Alguns dizem: “Ah, no Pré-Cambriano.” Mas o alhando para o Pré-Cambriano, não en­contramos absolutamente nada, a não ser bactérias e algas azuis. E todo mundo sabe que, para uma bactéria dar origem a um trilobita, seria um salto absurdo, porque os trilobitas são seres altamente com­plexos. De onde evoluíram então? Alguns poderiam dizer:  “Evoluíram de animais mais sim­ples.” Mas por que nenhum deles se fossilizou? Esse é o “grande sal­to”que a evolução não explica.
A falta de elos intermediários no registro paleontológico é outro grande problema para a evolu­ção. Se o darwinismo é verdadei­ro, onde estão os fósseis interme­diários entre os grupos de orga­nismos? Deveria haver, na coluna geológíca, milhares de fósseis de organismos em transição, com características intermediárias entre dois grupos, mas estes nunca foram encontrados.

RA.: A biologia molecular e a bioquímica têm sido uma pe­dra no sapato” dos evolucionistas. Porquê?
Dra. Mácia: A biologia molecular e a bioquímica estão mostrando ca­da vez mais a complexidade da cé­lula. Antigamente, os cientistas consideravam os protozoários (organismos unicelulares) muito sim­ples, achando que eles poderiam ter surgido do nada. Isso era conheci­do como geração espontânea. E era fácil acreditar na geração espontâ­nea, pois se considerava que a célu­la era simples como um pedacinho de gelatina. Mas quando se come­çou a estudar as células em micros­cópios mais potentes, verificou-se que a única célula de um protozoá­rio, por exemplo, é altamente com­plexa. Não dá para explicar a ori­gem desses sistemas como vindo do nada. A teoria da evolução não con­segue explicar nem a origem de proteínas. Até hoje, o máximo que se conseguiu produzir em laboratório, utilizando as supostas condições  da “terra primitiva”, foram alguns aminoácidos e proteinóides, que não são proteínas. E mesmo que se conseguisse produzir uma molécula de proteína ou de DNA funcionais, isso ainda não seria vi­da. Precisaríamos colocar  todas es­sas moléculas em uma célula viva, que tivesse uma membrana, e que conseguisse se reproduzir.
As proteínas nas células são pro­duzidas pelo DNA. E o DNA, para se duplicar precisa de muitas proteí­nas e de enzimas. Aí vem aquela história do ovo e da galinha:
“Quem surgiu primeiro: o DNA ou a proteína?’ Os evolucionistas ar­ranjaram a história de um RNA au­tocatalítico, ou seja, um RNA que pode se autoproduzir. Só que, na verdade, mesmo que isso tenha existido no passado, hoje em dia os sistemas biológicos não funcionam com esse RNA, e sim com DNAs. As proteínas são produzidas numa or­ganela da célula chamada ribosso­mo, que, por sua vez, é formado por dezenas de proteínas diferentes e mais alguns tipos de RNA (que também são produzidos a partir do DNA). Então, para fabricarmos a “máquina” de produzir proteínas, teremos que ter muitas proteínas.
Mesmo que elas tivessem surgido por acaso, no começo, como pode­riam ter sido produzidas depois?

RA: No livro Viagem ao Sobrena­tural, recentemente publicado pela Casa, o autor Roger Morneau diz (nas págs. 54 e 55) que a teoria da evolução é uma arma eficaz nas mãos do ini­migo. Por quê?
Dra. Mácia: Porque desvia o pensa­mento de Deus como Criador.  Para os que crêem em Deus e, ao mesmo tempo, aceitam a evolução (evolu­cionistas teístas), o Senhor não criou o homem de maneira pessoal e não criou a Terra para ser habita­da. Para eles, Deus teria dado início à vida através da evolução. Só que isso elimina a credibilidade das Es­crituras porque, se passarmos a considerar o livro de Gênesis como uma alegoria, também poderemos considerar os demais livros da Bí­blia como não-verdadeiros.

RA: Então é impossível conciliar a teoria da evolução com a teoria da criação...
Dra. Márcia: Algumas pessoas até tentam, mas não dá. Se você se toma um evolucionista teísta, tem que deixar de crer em grande par­te da Bíblia. Você não crê no Gêne­sis, por conseguinte você não vai acreditar no plano da salvação. E também vai questionar a existên­cia de Satanás, porque vai achar que o mal está dentro do ser hu­mano. E para que a volta de Cristo, se o homem tem a capacidade de melhorar? Será que as profecias estão se cumprindo mesmo? Não seriam linguagem figurada, poe­sia, etc.? Realmente, eu acho mui­to difícil conciliar as duas coisas.
Os evolucionistas teístas acham que conseguem fazer essa concilia­ção. O problema é que muitos de­les não conhecem, não aceitam e não lêem a Bíblia. Na verdade,  al­guns até aceitam algumas partes que lhes convêm, mas não aceitam a Palavra de Deus como um todo, porque não dá para fazer isso e continuar sendo evolucionista.

RA: Você acha, então, que a ex­periência da conversão é fun­damental para que se aceite a Bíblia e o criacionismo?
Dra. Márcia: Sem dúvida. Duvido que, algum dia, alguém consiga convencer um evolucionista a se tomar criacionista sem aceitar a Deus primeiro. Eu acredito que um evolucionista se torna criacio­nista quando passa pela experiên­cia da conversão, quando encon­tra e aceita a Deus. Aí, sim, ele vai tentar explicar a origem das coisas de uma outra maneira, porque saberá que Deus é o Criador.
É lógico que, se fizermos pales­tras apresentando as incoerências da teoria da evolução, poderemos até despertar na pessoa algumas interrogações que abrirão cami­nho para a busca de Deus.

FONTE: Revista Adventista

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