A simbologia bíblica inclui símbolos objetivos, atos
simbólicos e nomes simbólicos
Um
dos pontos difíceis no estudo do Apocalipse é sua simbologia. Símbolo é urna
“representação visual ou conceptual daquilo que não se vê, e é empregado para
comunicar verdades, afirmações e exigências divinas.”1 Certamente os
símbolos no último livro da Bíblia confirmam esta definição. Neste breve estudo
analisaremos o porquê da simbologia apocalíptica, e como proceder adequadamente
com este recurso literário se visamos melhor compreensão da mensagem nela
inserida. Faremos isto aplicando os conceitos estabelecidos a um material
apocalíptico específico: as sete últimas pragas.
Dificuldades — A simbologia bíblica inclui símbolos objetivos, como a serpente de metal levantada por Moisés;
atos simbólicos, como a compra de um
terreno por Jeremias quando Jerusalém estava sitiada; e nomes simbólicos, como OS nomes
dos filhos de Oséias.2
O Apocalipse é um
livro de símbolos, e, como tal, utiliza estas três categorias (ver como
respectivos exemplos: Apoc. 1:12; 18:21; 8:11). Talvez tão difícil quanto
interpretá-los, é a tarefa de detectá-los, já que o escritor sagrado empregou
símbolos em meio a literalidades, e literalidades em meio a símbolos, O perigo
é simbologizar literalidades e literalizar símbolos, abordando o Apocalipse
unilateralmente. Hans K. LaRondelle declara: “A chave para decifrar o
Apocalipse não éa aplicação rígida do literalismo ou do alegorismo. Desde o
começo até o fim, este livro apocalíptico tece em conjunto a linguagem
simbólica e a literal em uma tela... Aqui a linguagem figurada e a literal se
mesclam para transmitir a mensagem com claridade suficiente.”3
Alguns símbolos e algumas literalidades são óbvios. Ninguém
discute se o dragão vermelho de sete cabeças do cap. 12 é um símbolo ou se, no
cap. 21, a descida da Nova Jerusalém no fim do milénio é uma literalidade,
pois a natureza do quadro é evidente. Alguns símbolos são encarados tão
naturalmente, devido à familiaridade com o que significam, que ninguém ao
menos se lembra que são símbolos. Exemplo: vestiduras brancas lavadas no sangue
do Cordeiro (7:14),
Outra dificuldade é o fato de o Apocalipse usar como
símbolo, em determinado contexto, um item que, em outro contexto, é urna
literalidade. Pelo estudo das sete igrejas, por exemplo, sente-se que o anjo
de cada uma simboliza sua liderança humana; contudo, ninguém deve imaginar que
cada vez que o Apocalipse registra a palavra anjo, está se valendo de um símbolo.
Em outras palavras, aquilo que é símbolo num determinado trecho, pode ser
literalidade noutro trecho, e vice-versa. Deve-se, portanto, evitar a
generalização.
Por
que os símbolos? — Em vista destas
dificuldades, por que os símbolos? Não teria sido mais prático se o Apo.calipse
contivesse apenas literalidades? Não seria a sua mensagem mais entendível?
Em primeiro lugar, não devemos imaginar que os símbolos
estão aí para dificultar a compreensão. A palavra Apocalipse significa revelação, e não enigma, mistério, ou algo
assim. Além disso, não se pode esquecer que o livro foi escrito com
endereçamento certo: as sete igrejas da Ásia (1:11), que englobam a Igreja
Cristã em todos os tempos e locais. O conteúdo do livro abarca o espaço entre
os dois adventos, e, para nós que vivemos no tempo do fim, teria sido
maravilhoso que Deus tivesse sido mais explícito e fosse direto ao ponto em
cada assunto. Mas, e para os crentes de outras épocas? Como, por exemplo, os
cristãos do início do II século d.C., premidos pela perseguição, encarariam o
fato de que 1900 anos transcorreriam sem que Jesus voltasse?
Edwin Thiele menciona uma razão positiva quádrupla pela
qual Deus Se valeu de símbolos ao prover o conteúdo do Apocalipse, todas para
benefício da Igreja: tornar a mensagem mais efetiva, impressiva, especifica, e segura.4 Como fator de segurança, o símbolo é, na
realidade, uma espécie de codificação que torna a mensagem praticamente
inacessível para os adversários da Igreja. Neste caso, precaução seria o termo
que definiria a razão da simbologia aqui. Já imaginamos como os governantes
romanos, perseguidores por natureza encarariam os cristãos, se o Apocalipse
falasse de Roma, o que realmente fala, mas o fizesse abertamente, sem rodeios,
sem o emprego dos símbolos?
Procedimentos — Ë dever do estudante, portanto, laborar na
decodificação do livro para perceber melhor a sua mensagem; deve também não
incorrer no erro de decodificar o que não é símbolo. Para tanto, alguns procedimentos
precisam ser cumpridos.
Primeiro, examinar o Apocalipse a ver se ele mesmo não dá a
interpretação do símbolo. Em alguns casos é isso o que ocorre, como, por
exemplo, se depreende de 1:20: “Quanto ao mistério das sete estrelas que viste
na minha mão direita, e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os
anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.” A
importância desse ponto é fundamentada no fato de que “o princípio orientador
na interpretação de símbolos é deixar que um escritor inspirado identifique o
símbolo.”5
Segundo,
estabelecer a origem do símbolo e o significado deste no seu emprego original.
A maioria dos símbolos do Apocalipse procede do Antigo Testamento. Entender o
que eles significam lá pode ajudar a entender o que significam aqui, levando-se
em conta, todavia, que o sentido poderá variar, dependendo da diferença de
contexto. Uns poucos símbolos são provenientes do ambiente do próprio escritor,
e, portanto, esclarecidos pelo contexto histórico.
Pode ocorrer que a simbologia apocalíptica seja
construída em cima de figuras ou fatos históricos literais do Antigo
Testamento, o que os torna um tipo de
realidades mais amplas e significativas agora referidas e que funcionam como antítipo. Quando isso ocorre, é imperativo
que o intérprete respeite o correto relacionamento entre tipo e antítipo para
não chegar a conclusões apressadas e equivocadas. Por exemplo, Moisés e Elias,
duas individualidades, podem ser um tipo
das duas testemunhas de Apocalipse 11. Deduzir por isso que as duas testemunhas
são também dois indivíduos, ou mesmo os próprios Moisés e Elias que retornarão,
incorre no pressuposto de que a forma do tipo deve corresponder, nos detalhes,
à forma do antítipo, o que não é verdade, pois nem todos os aspectos do
primeiro se aplicam ao segundo. Neste exemplo, mais seguro seria inquirir o que
“Moisés e Elias” significavam a judeus e particularmente a cristãos no fim do 1o.
século d.C., quando o Apocalipse foi escrito, e partir daí para a compreensão
do sentido final e absoluto do símbolo.6 Igualmente a campanha
militar de Ciro que resultou na queda da antiga Babilônia (tipo), não significa
necessariamente que também a Babilônia apocalíptica (antítipo) cairá frente a
uma campanha militar.
O que
se deve fazer para, no estudo do
Apocalipse, não se considerar literalmente um símbolo nem simbolicamente urna
literalidade? O princípio fundamental estabelece que a declaração bíblica “deve
ser interpretada literalmente, a menos que haja clara evidência, pelo contexto,
de que estão sendo usados símbolos, ou a menos que uma explicação literal não faça sentido.”7 Portanto, interpretação bíblica literal
é prioritária, inclusive no Apocalipse. Isto consubstancia o fato de que a
linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido”.8 Se a interpretação literal resulta num
absurdo, ela deve ser rejeitada. Por exemplo, afirmar, com base em Apocalipse
19:11, que Jesus voltará à “Terra montando um cavalo, violenta o consenso
geral de que no Céu não há animais, bem como o fato de que cavalos não voam.
Portanto, o quadro ali só pode ser simbólico.
Um
exemplo: as sete últimas pragas
— Em
consonância com este princípio, e levando-se em conta que o Apocalipse emprega
símbolos junto a literalidades e literalidades junto a símbolos, não há porque
adotar uma interpretação simbólica das sete pragas, salvo no que respeita aos
elementos indiscutivelmente simbólicos ali presentes. Um levantamento do conteúdo
de cada praga estabelece a seguinte relação de itens de uma e outra
categoria:
Praga Texto Literalidades
Símbolos
1a. 16:2 Terra,úlceras ma1ignas, adoradores marca e imagem da besta
1a. 16:2 Terra,úlceras ma1ignas, adoradores marca e imagem da besta
2o. 16:3 mar; sangue;
seres mortos —
- - -
- - -
-
3a 16:4 rios, fontes de águas, sangue - - - - - - -
4ª 16:8e9 sol, calor, homens, blasfêmias
5a. 16:10e11 trevas, reino, homens, língua, dor, besta e seu trono
blasfêmias, angustias, úlceras, . . . arrependimento
3a 16:4 rios, fontes de águas, sangue - - - - - - -
4ª 16:8e9 sol, calor, homens, blasfêmias
5a. 16:10e11 trevas, reino, homens, língua, dor, besta e seu trono
blasfêmias, angustias, úlceras, . . . arrependimento
6a. 16:12 e 13 reis do mundo inteiro (nações), rio
Eufrates; secamento das
peleja do grande dia do Deus águas; dragão; besta; falso
todo-poderoso; reis do oriente9 profeta; três espíritos imundos
semelhantes a rãs; vestes;
Armagedom
7a. 16:17-21 ar; grande terremoto; cidades das a grande cidade (Babilônia)
nações; ilhas; montes; saraivada; dividida em três partes; cálice
o peso das pedras do vinho do furor da ira de Deus
todo-poderoso; reis do oriente9 profeta; três espíritos imundos
semelhantes a rãs; vestes;
Armagedom
7a. 16:17-21 ar; grande terremoto; cidades das a grande cidade (Babilônia)
nações; ilhas; montes; saraivada; dividida em três partes; cálice
o peso das pedras do vinho do furor da ira de Deus
A categoria de cada item, se literal ou simbólico, não
foi estabelecida arbitrariamente, mas em harmonia com o principio exarado
acima. Algumas eventuais indagações em vista do conteúdo das duas listagens
poderiam ser assim elucidadas:
(l)Por que “mar”
na segunda praga é literal enquanto em outros locais do Apocalipse é um
símbolo?
Corno já se considerou, determinado item no Apocalipse
pode ser simbólico num contexto e literal noutro. O principio acima estabelece
que a interpretação literal é sempre prioritária, cedendo espaço para a
simbólica apenas se houver claras evidências de que ela é inadequada, ou
conduz a um absurdo. Não é o caso de “mar” na segunda praga.
(2) Mas o mar, rios, fontes de água se
transformarem em sangue não é um absurdo?
Não, se se tem em vista que a primeira praga caída sobre
o Egito por ocasião do Êxodo é um
precedente histórico fiel deste fenômeno. Ali as águas do Njlo, dos canais, das
lagoas, e dos reservatórios se tornaram em sangue (Exo. 7:17-21). O mesmo fenômeno
será intensificado na segunda e terceira pragas apocalípticas.
Mesmo que as pragas do Egito sejam rejeitadas como um
tipo das pragas apocalípticas, que é o
que fazem aqueles que interpretam estas simbolicamente, elas permanecem como
um precedente para as segundas. Mas na verdade, não há como negar o relacionamento
tipo/antítipo desses dois eventos, quando a mais impressionante revelação do
Apocalipse é que o mesmo Deus que
retirou Israel do Egito para conduzi-lo à terra da promissão libertará o Seu
povo da opressão deste mundo para conduzi-lo ao lar que lhes preparou.9 Prova
desse relacionamento é que os
remidos cantarão no mar de vidro o cântico de Moisés e o do Cordeiro (Apo.
15:2 e 3),10 quadro que o Apocalipse exibe exatamente no contexto das sete
pragas (v. 1). Como LaRondelle diz,
“este é o cântico da Igreja remanescente após seu triunfo sobre a besta e sua
imagem. Sua alusão óbvia ao cântico do primeiro livramento, cantado por Moisés
e os israelitas na costa do Mar Vermelho, torna a experiência de Israel sob
Moisés um tipo do livramento final da Igreja por Cristo como o antítipo
glorioso dela.” Portanto, a saída de Israel do Egito é o background inconteste desse quadro que encontra no Calvário a sua
razão de ser. Daí os remidos cantarem “o cântico de Moisés e do Cordeiro”12
Cedo a Igreja entendeu que o êxodo do Egito era não
somente um tipo apropriado das sete últimas pragas, mas um indicador de que
estas pragas são literais. Em 1855, J. N. Andrews já afirmava: “Não vemos
qualquer razão pela qual elas [as sete últimas pragas] não serão tão literais
como aquelas derramadas sobre o Egito, conquanto as conseqüências delas serão
bem mais terríveis e temíveis... Por que o antítipo não seria tão real e
literal?”13 Andrews nunca foi
contestado, nesse parecer, por Ellen G. White.
(3) Por que rios na segunda praga são literais e
rio Eufrates na sexta é simbólico? Da mesma forma, águas na 2a. e 3a.
pragas são literais e na sexta, as do Eufrates, são sim bólicas.
O rio Eufrates é indicado e explicado como um símbolo no
próprio contexto das pragas. Um dos sete anjos que contêm as sete taças,
provavelmente o sexto, convida João a acompanhá-lo para observar “o
julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (Apoc.
17:1). A meretriz é identificada como
Babilônia (v. 5). Era sobre o Eufrates que a antiga Babilônia se assentava;
portanto “muitas águas” aqui e rio Eufrates da sexta praga se equivalem. Ambos
representam “povos, multidões, nações e línguas” (v. 15). No tipo, o Eufrates,
que cruzava a cidade, teve suas águas desviadas permitindo que Ciro e seu
exército invadissem Babilônia através do leito seco.
No antítipo, as multidões que apóiam Babilônia (o rio
Eufrates sobre o qual a mulher se assenta), retirarão esse apoio na altura da
sexta praga (Deus conduzirá as coisas de maneira que isso terá de ocorrer), e
farão com que a meretriz seja destruída. Isso é o “secamento” do Eufrates simbólico
ali referido. Em outras palavras, é a queda final de Babilônia que propiciará
a libertação do povo de Deus, tal como ocorreu com os judeus no passado. Isso é, de fato, um cumprimento antitípico
maravilhoso da queda da antiga Babilônia ante Ciro, que por sua vez é chamado
de ungido e pastor (Isa. 44:28 e 45:1), dois títulos de Jesus. Em verdade,
Ciro é um tipo do Cristo que agora
voltará para libertar o Seu povo.
Que as águas do mar, rios, e fontes da segunda e terceira
pragas são literais se infere do fato de que o anjo das águas, em meio a estas
pragas, exalta a Deus dizendo: “Tu és justo..., porquanto derramaram sangue de
santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso.”
(Apoc. 16:5, 6). Portanto, as águas transformadas em sangue eram águas que se
bebiam, e o sangue em que se transformam é
sangue literal, tal como o sangue que os ímpios derramaram.
(4) Mar, na segunda praga, aparece no singular.
A Terra tem vários mares. Não é isto uma clara indicação de que este elemento
é simbólico?
Não necessariamente. O Apocalipse emprega o termo umas 24
vezes e sempre no singular. Em pelo menos 15 vezes o sentido é genérico, tal
como ocorre no quarto mandamento, onde é dito que Deus criou “os céus, a terra,
o mar e tudo o que neles há”. Deus, na realidade, é o criador de todos os mares,
e não de apenas um. Ecoando este mandamento, a primeira mensagem angélica
conclama os habitantes da Terra a que adorem “Aquele que fez... o mar.” (14:7;
cf. 10:6). No contexto do juízo final, é dito que “deu o mar os mortos que nele
estavam” (20:13). Seria um erro afirmar que apenas aqueles que morreram” em
determinado mar estarão de volta para responder por seus atos diante do
tribunal divino. Assim “mar” na segunda praga tem o sentido genérico, e aponta
para os oceanos em geral.
Conclusão — Reconhecidamente,
um grande número de símbolos apocalípticos não clarificados pelo Espírito de
Profecia, principalmente aqueles vinculados a profecias ainda não cumpridas,
quase sempre se mostra complicado e de difícil interpretação. Mas isto não
significa que não devam ser estudados. Bons desdobramentos da verdade aguardam
o pesquisador sincero e perseverante. Os símbolos, por difíceis que sejam,
comportam o significado de fatos importantíssimos à fé, porque são empregados
por Deus na revelação de Seus propósitos de salvação; caso contrário, não
estariam no Apocalipse.
Respeitando criteriosamente os princípios corretos de
interpretação (a respeito do que algo foi acima referido), evitando tendências
especulativas (que raramente não descambam para a fantasia), não dando asas à
livre imaginação (que quase sempre se preocupa apenas com originalidade),
descartando o mero sensacionalismo (que em geral faz muito barulho com alardes
inconseqüentes, isto é, “muita trovoada e pouca chuva”), resistindo ao
insidioso triunfalismo pernóstico (a tentação de achar que “só eu entendo e
ninguém mais”), concedendo a Deus o direito de dirigir um povo e não “uns
poucos aqui e ali” (e que, portanto, Sua Igreja tem que ser ouvida antes que
determinado ponto de vista pessoal venha a ser anunciado como verdade),
mantendo os pés devidamente assentados no terreno do bom senso e dá sobriedade
(fundamentais para o alcance de resultados positivos na busca da verdade), e,
acima de tudo, dando prioridade absoluta à iluminação do Alto (sem o que só
há trevas), pode o estudante das profecias bíblicas chegar à compreensão de
pontos importantes daquilo que Deus tem em reserva para o Seu povo nestes dias
finais da História.
“Que ninguém pense que por não poder explicar o
significado de cada símbolo do Apocalipse, é-lhe inútil investigar este livro
numa tentativa de conhecer o significado da verdade que ele contém. Aquele que
revelou estes mistérios a João dará ao diligente pesquisador da verdade um
antegozo das coisas celestiais. Aqueles cujo coração está aberto à recepção da
verdade serão capacitados a compreender seus ensinos...” — Atos dos Apóstolos, pág. 584.
Notas e Referências:
1. Gerhard E
Hasel, Princípios de Investigação da Bíblia, pág. 21
2. ltidern. págs. 21 e 22.
3.Las Profecias del Fin. pág.
391
4. Apocalipse — Esboço de Estudos, pág. 7
9. Hasel, pág.
22
6. Que as duas
personalidades do Velho Testamento, Moisés e Elias, devem ser tomadas como
representativas de realidades mais amplas que aquelas ligadas apenas a elas
próprias depreende-se do simples fato de que para judeus e cristãos do final do
1 século aC. quando o Apocalipse emergiu, apontavam ambas para a principal
divisão do cãnon vétero-testamentário, a Lei
e os Profetas Entendemos hoje que
as duas testemunhas simbolizam a Bíblia completa, Velho e Novo Testamentos,
7. Leo R. Van Dolson. Revelação e
Inspiração - Como Deus Se Comunica Conosco,
Lição da Escola Sabatina. 1 trimestre de 1996, edição do
professor, pág. 123. Ênfase suprida.
8. Ellen G. White, O
Grande Conflito. pág. 599.
9. Na verdade.
os dois êxodos relatados no Antigo
Testamento, o do Egito e o de
Babilônia, ligaram como tipos relacionados com as sete últimas
pragas: as primeiras cinco mais com o primeiro êxodo e as duas últimas, que
efetivarão a queda da Babilônia mística, mais com o segundo. Mas é de se notar
que a sexta praga do Apocalipse registra um elemento da segunda do Egito, rãs
(Apoc. 16:13; Êxo. 8:1-6). enquanto a sétima inclui relâmpagos, travões e saraiva (Apoc. 16:18, 21), itens reminecentes da 7o. do Egito, que trouxe chuva de pedra, trovões e fogo (Êx 9:23).
Positivamente, as pragas do Egito são um tipo das sete
últimas que se abaterão sobre o mundo.
10.
Provavelmente este cântico é o mesmo novo cântico de Apocalipse
5:9 el0. Embora o cântico de Moisés nela tão antigo quanto o
tempo do antigo Egito (Éxo. 15:1.18), ele agora é o “cântico de Moisés e do Cordeiro”,
isto é, o cântico de Moisés em seu sentido transcendente
e final. LaRondelle afirma que o
“novo cântico’ (5.9 e 10) definitivamente coloca o ano do
escatológico futuro da Igreja triunfante, deste tipo de mundo para servir a
Deus na Terra feita nona. Isto é espresso na frase concltotva •e reinarão
sobre a leoa’ (5:10), e é maio plenamente desdobrado na visão posterior da Nova Jerusalém (21:1 e7; 22:5).”
Hans K. LaRondelle, “Contestual
Approach to the Seven Last Plagues”, Symposium on Revelation -Book
II,, Daniel & Revelation Committee Series - Vol.7, Frank 8. Hol brook,
ed. (Silver Springs: Biblical Research Institute of General Conference of
Sesenth-day Adventists, 1992). pág. 141.
11.Ibid.
143.
12.
Segundo Lucas 9:31, no sacríficio de Jesus efetivou-se o verdadeiro Éxodo. No
original, a palavra grega vertida ali como “partida” é éksodos. Observe-se também que, segundo Apocalipse 12:14, foram dadas
à mulher (símbolo do povo de Deus) “duas asas de grande águia, para que voasse
até ao deserto uma figura extraída de Êxo 19:4, texto que alude ao Êxodo e à
maneira como Deus, em seguida. conduzira Israel até o Sinai. Segundo seu
contesto, a descrição apocaliptica se posiciona imediatamente após a derrubada por terra do dragão,
Satanás (senas se IS). Entendemos que a derrota infligida ao
diabo ocorreu com o evento
da cruz.
13. J.
N, Andrews, “The Three Angels of Rev. XIV. 6-12, Review and Herald, 17
de abril de 1855. pãg. 209.
FONTE: Revista
Adventista
Sem comentários:
Enviar um comentário