Por que fazer uma
série de artigos sobre a forma de prevenir a apostasia?
Para nós, a
pregação do Evangelho é o eixo sobre o qual se move a igreja, porque entendemos
que isso é a razão de ser pela qual Cristo a criou.
A igreja foi criada
para pregar o Evangelho a toda nação, tribo, língua e povo, e quando terminar
sua missão, ela desaparecerá sendo substituída pelo “Reino Eterno de Cristo.”
Uma das coisas
maravilhosas de nossa igreja, é que ela sempre está preocupada, contabilizando
os batismos, pois sempre queremos mais e mais. Assim, nunca devemos perder essa
mentalidade porque perderemos o rumo e nossa razão de ser.
Se nossa igreja
retivesse todas as pessoas que batiza, quantos membros teriam hoje? Quanto
atingiríamos o mundo se todos permanecessem unidos a Cristo e à sua igreja!
Propus tratar o
tema de como prevenir a apostasia em uma perspectiva totalmente prática,
baseada na experiência de vida do dia-a-dia da igreja. Nossa preocupação não
está centralizada na discussão do
problema, mas em fazer coisas para evitar o problema. Propus-me usar uma
vacina e não um remédio, baseado na seguinte premissa: “É melhor prevenir, que
curar”.
O que quero
compartilhar não são teorias, mas apenas basear-me na experiência vivida dentro
da igreja, pois sou filho da igreja, nascido em lar adventista. A maior parte
de minha educação foi em instituições adventistas, trabalhando por 30 anos como
pastor da igreja em diferentes lugares com responsabilidades variadas que a
igreja me designou. Bem poderia dizer o que Pedro e João deixaram registrados
ante o Concílio, conforme Atos 4:20: “Não
podemos deixar de dizer o que temos visto e ouvido”.
CAUSA DA APOSTASIA
Nós como igreja,
somos muito fortes na doutrina, graças a Deus, e não temos que perder nossa
fortaleza doutrinária.
O método
tradicional na igreja quando pensamos em prevenção da apostasia, é estudar mais
doutrinas com as pessoas. E quando terminamos uma campanha evangelística, em
seguida organizamos algum curso bíblico profundo para confirmá-los.
Tudo o que fizermos
para estudar e conhecer a Bíblia de forma mais ampla e profunda, sempre será
excelente, porém a apostasia não é basicamente um problema de falta de
conhecimento dos ensinos da Bíblia, já que temos pessoas que abandonaram a
igreja com todos os níveis de conhecimento, desde aqueles com pouco
conhecimento aos graduados em teologia.
A apostasia é
basicamente um problema social, não um problema teológico. Apenas 2% das
pessoas que deixaram a igreja, deixam de crer nos ensinos bíblicos que a igreja
tem como doutrina, e os 98% restantes, deixaram porque tiveram problemas de
relações humanas e geralmente o expressam dizendo: “Na igreja falta amor”, “ninguém se preocupou comigo, quando estava
com problemas”, “senti-me muito só, já que perdi meus amigos ao tornar-me
adventista”, “na igreja há grupos de amigos muito fechados que não dão lugar
aos novos”, etc..
NOSSO
MUNDO ATUAL
Toca-nos viver em
um mundo superpovoado; o que menos falta hoje, são pessoas; por outro lado,
estamos na época das comunicações. Nunca houve tantas possibilidades dentro da
comunicação, como na época atual. Cada vez, as pessoas vivem mais próximas, o
campo fica mais despovoado e as cidades, ao contrário, vão crescendo de forma
descontrolada.
Na realidade,
aparece um problema que logicamente é um contra-senso, porém, tremendamente
real: a solidão.
A solidão é a
enfermidade das grandes cidades, onde encontramos muitas pessoas sozinhas.
Nossa igreja tem um significativo crescimento de pessoas solitárias: solteiras,
viúvas, divorciadas, as quais refletem a realidade do mundo que nos rodeia e
pessoas que estão buscando a solução para seus problemas.
A sociedade está
também buscando solucionar este problema e sugere diferentes formas de ação.
A ciência tem sua
forma de atender esta enfermidade social tão generalizada, com uma ampla área
de crescimento atualmente, que são a Psiquiatria e a Psicologia.
De um modo mais
simples e limitado, qual é uma das atribuições que esses profissionais
realizam? São homens e mulheres com excelente preparo, que se dedicam a ouvir
as pessoas; ouvir, é o que mais fazem. O paciente, por sua vez, é o que mais
fala, na maior parte do tempo, pois ele paga para que alguém o ouça. Depois de
ouvir bastante, o profissional procura orientar o seu paciente a encontrar a
solução para os seus problemas.
A solidão é uma das
doenças generalizadas em nosso mundo atual e toda pessoa que está só, sofre;
porque o homem não foi feito para viver sozinho, a tal ponto, que Deus ao criar
o mundo, quando quase tudo estava pronto, Ele se preocupou com o homem, porque
estava só. Em Gên. 2:18 Ele disse: “Não é bom que o homem esteja só.”
Geralmente,
interpretamos esta passagem dizendo que então Deus lhe deu a mulher; isto é o
princípio, porém, vai muito mais além, pois um homem e uma mulher não terminam
em duas pessoas; na realidade é que Deus
lhes deu a base, deu a família que é a base da sociedade. Fomos criados para
viver em sociedade, e isto é uma necessidade do homem que chamamos: “instinto
gregário.”
Sem dúvida, nosso
maior exemplo está no Senhor Jesus Cristo. É muito interessante quando nós
analisamos sua vida no aspecto da sociabilidade. A Sua vida era simplesmente
impressionante, envolvendo todas as áreas. Se melhor observarmos, veremos que
Jesus estava na igreja, no trabalho, no repouso, na festa, no casamento, no
velório, no passeio às montanhas, na pesca com os amigos, na casa de amigos,
com os ricos, com os pobres, com os da igreja, com os pagãos, etc..
Nada que tivesse
que ver com a sociedade, Jesus deixou de participar de forma ativa, de tal
maneira, que foi tremendamente criticado pelos dirigentes da igreja, chegando a
ponto de negar que o que fazia e ensinava, poderia vir de Deus. E eles o
perseguiram e o mataram.
Cristo era uma
pessoa profundamente social, possuidora de muitas amizades e fazia com que os
que estavam ao Seu redor, pudessem sentisse-se bem.
Ele usou um método
que não pode ser melhorado, mas apenas seguido com total certeza de êxito.
Hoje, em nosso
mundo onde a sociedade é uma enfermidade, o modo de vida social de Cristo,
quando aplicado, torna-se a grande solução.
A área da
sociabilidade precisa ser atendida na igreja de uma maneira muito especial, já
que é por essa porta que estão escapando muitas pessoas que aceitaram a Cristo
e Lhe entregaram suas vidas, porém, ao sentirem que suas necessidades não estão
sendo supridas dentro da congregação, vão para fora supri-las, porque não podem
viver sozinhas.
René Sand
Associado da Escola
Sabatina e
Ministério
Pessoal - DSA
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