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domingo, 1 de dezembro de 2013

APOSTASIA - PREVENÇÃO DA APOSTASIA




Por que fazer uma série de artigos sobre a forma de prevenir a apostasia?

Para nós, a pregação do Evangelho é o eixo sobre o qual se move a igreja, porque entendemos que isso é a razão de ser pela qual Cristo a criou.

A igreja foi criada para pregar o Evangelho a toda nação, tribo, língua e povo, e quando terminar sua missão, ela desaparecerá sendo substituída pelo “Reino Eterno de Cristo.”

Uma das coisas maravilhosas de nossa igreja, é que ela sempre está preocupada, contabilizando os batismos, pois sempre queremos mais e mais. Assim, nunca devemos perder essa mentalidade porque perderemos o rumo e nossa razão de ser.

Se nossa igreja retivesse todas as pessoas que batiza, quantos membros teriam hoje? Quanto atingiríamos o mundo se todos permanecessem unidos a Cristo e à sua igreja!

Propus tratar o tema de como prevenir a apostasia em uma perspectiva totalmente prática, baseada na experiência de vida do dia-a-dia da igreja. Nossa preocupação não está centralizada na discussão do  problema, mas em fazer coisas para evitar o problema. Propus-me usar uma vacina e não um remédio, baseado na seguinte premissa: “É melhor prevenir, que curar”.

O que quero compartilhar não são teorias, mas apenas basear-me na experiência vivida dentro da igreja, pois sou filho da igreja, nascido em lar adventista. A maior parte de minha educação foi em instituições adventistas, trabalhando por 30 anos como pastor da igreja em diferentes lugares com responsabilidades variadas que a igreja me designou. Bem poderia dizer o que Pedro e João deixaram registrados ante o Concílio, conforme Atos 4:20: “Não podemos deixar de dizer o que temos visto e ouvido”.

CAUSA DA APOSTASIA

Nós como igreja, somos muito fortes na doutrina, graças a Deus, e não temos que perder nossa fortaleza doutrinária.

O método tradicional na igreja quando pensamos em prevenção da apostasia, é estudar mais doutrinas com as pessoas. E quando terminamos uma campanha evangelística, em seguida organizamos algum curso bíblico profundo para confirmá-los.

Tudo o que fizermos para estudar e conhecer a Bíblia de forma mais ampla e profunda, sempre será excelente, porém a apostasia não é basicamente um problema de falta de conhecimento dos ensinos da Bíblia, já que temos pessoas que abandonaram a igreja com todos os níveis de conhecimento, desde aqueles com pouco conhecimento aos graduados em teologia.

A apostasia é basicamente um problema social, não um problema teológico. Apenas 2% das pessoas que deixaram a igreja, deixam de crer nos ensinos bíblicos que a igreja tem como doutrina, e os 98% restantes, deixaram porque tiveram problemas de relações humanas e geralmente o expressam dizendo: “Na igreja falta amor”,  “ninguém se preocupou comigo, quando estava com problemas”, “senti-me muito só, já que perdi meus amigos ao tornar-me adventista”, “na igreja há grupos de amigos muito fechados que não dão lugar aos novos”, etc..

NOSSO MUNDO ATUAL

Toca-nos viver em um mundo superpovoado; o que menos falta hoje, são pessoas; por outro lado, estamos na época das comunicações. Nunca houve tantas possibilidades dentro da comunicação, como na época atual. Cada vez, as pessoas vivem mais próximas, o campo fica mais despovoado e as cidades, ao contrário, vão crescendo de forma descontrolada.  

Na realidade, aparece um problema que logicamente é um contra-senso, porém, tremendamente real: a solidão.

A solidão é a enfermidade das grandes cidades, onde encontramos muitas pessoas sozinhas. Nossa igreja tem um significativo crescimento de pessoas solitárias: solteiras, viúvas, divorciadas, as quais refletem a realidade do mundo que nos rodeia e pessoas que estão buscando a solução para seus problemas.

A sociedade está também buscando solucionar este problema e sugere diferentes formas de ação.

A ciência tem sua forma de atender esta enfermidade social tão generalizada, com uma ampla área de crescimento atualmente, que são a Psiquiatria e a Psicologia.

De um modo mais simples e limitado, qual é uma das atribuições que esses profissionais realizam? São homens e mulheres com excelente preparo, que se dedicam a ouvir as pessoas; ouvir, é o que mais fazem. O paciente, por sua vez, é o que mais fala, na maior parte do tempo, pois ele paga para que alguém o ouça. Depois de ouvir bastante, o profissional procura orientar o seu paciente a encontrar a solução para os seus problemas.

A solidão é uma das doenças generalizadas em nosso mundo atual e toda pessoa que está só, sofre; porque o homem não foi feito para viver sozinho, a tal ponto, que Deus ao criar o mundo, quando quase tudo estava pronto, Ele se preocupou com o homem, porque estava só. Em Gên. 2:18 Ele disse: “Não é bom que o homem esteja só.”

Geralmente, interpretamos esta passagem dizendo que então Deus lhe deu a mulher; isto é o princípio, porém, vai muito mais além, pois um homem e uma mulher não terminam em duas pessoas;  na realidade é que Deus lhes deu a base, deu a família que é a base da sociedade. Fomos criados para viver em sociedade, e isto é uma necessidade do homem que chamamos: “instinto gregário.”

Sem dúvida, nosso maior exemplo está no Senhor Jesus Cristo. É muito interessante quando nós analisamos sua vida no aspecto da sociabilidade. A Sua vida era simplesmente impressionante, envolvendo todas as áreas. Se melhor observarmos, veremos que Jesus estava na igreja, no trabalho, no repouso, na festa, no casamento, no velório, no passeio às montanhas, na pesca com os amigos, na casa de amigos, com os ricos, com os pobres, com os da igreja, com os pagãos, etc..

Nada que tivesse que ver com a sociedade, Jesus deixou de participar de forma ativa, de tal maneira, que foi tremendamente criticado pelos dirigentes da igreja, chegando a ponto de negar que o que fazia e ensinava, poderia vir de Deus. E eles o perseguiram e o mataram.

Cristo era uma pessoa profundamente social, possuidora de muitas amizades e fazia com que os que estavam ao Seu redor, pudessem sentisse-se bem.

Ele usou um método que não pode ser melhorado, mas apenas seguido com total certeza de êxito.

Hoje, em nosso mundo onde a sociedade é uma enfermidade, o modo de vida social de Cristo, quando aplicado, torna-se a grande solução.

A área da sociabilidade precisa ser atendida na igreja de uma maneira muito especial, já que é por essa porta que estão escapando muitas pessoas que aceitaram a Cristo e Lhe entregaram suas vidas, porém, ao sentirem que suas necessidades não estão sendo supridas dentro da congregação, vão para fora supri-las, porque não podem viver sozinhas.


René Sand
Associado da Escola Sabatina e
Ministério Pessoal  -  DSA

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