O ancião da igreja
é o pastor local escolhido pela própria igreja para pastoreá-la.
Quando o Senhor
Jesus Cristo perguntou a Pedro se ele O amava, por três vezes recomendou-lhe
que apascentasse o rebanho e dentro do mesmo, pôs os cordeiros. Em nossa
temática, os cordeiros são os mais novos na igreja, porque mostra que nossa prioridade deve ser a de atendê-los.
Em Atos 20:17-38
está registrado o último encontro que o apóstolo Paulo teve com os anciãos de
Éfeso e como recomenda quanto ao cuidado da igreja já que ele não voltaria a
vê-los.
Biblicamente, o responsável por pastorear os membros da igreja local é o
pastor que a igreja escolhe para essa função, ou seja, o ancião. Sem dúvida, há
um conceito de que o pastor enviado pela Associação é aquela que tem que
pastorear todo o rebanho do distrito; isso é um conceito que deve mudar na
igreja. O pastor distrital coordena e treina os pastores locais para que atendam às necessidades do rebanho.
O ancião da igreja,
como pastor da congregação local, precisa ter um cuidado mui especial pelos
recém-batizados; tem que dar a necessária atenção para que a igreja se organize
de tal forma que as pessoas não se sintam sozinhas. Que possa ter contato
social com a maior quantidade de membros possíveis, e dessa maneira escolha as
pessoas que deverão ser suas amigas em substituição aos queridos que perdeu por
seguir a Jesus.
Trabalhei na
capital de um país onde tinha um distrito com 7 igrejas. Fazia apenas um ano e
meio que ali estava. No mês de julho, o presidente chamou-me para dizer que eu
estava sendo transferido para o interior, a fim de realizar uma campanha
evangelística juntamente com uma equipe de leigos da igreja local.
O desafio era muito
grande, porém não havia alternativa. Assim que chegamos na quinta-feira à noite
com a mudança, descarregamos, descansamos um pouco e na sexta-feira trabalhamos
durante todo o dia para organizar a nova casa. No sábado, fui à igreja com
minha esposa e meus filhos; os irmãos sabiam que chegaria um novo pastor, mas
não sabiam a data.
Entramos na Escola
Sabatina, e ninguém deu as boas-vindas na porta, sentamos e esperamos o início
do programa. Quando chegou o momento da lição, o professor fez a chamada e
disse que as visitas eram bem-vindas e seguiu com a lição. Ao terminar o
estudo, alguém se aproximou e me perguntou se, por via das dúvidas, eu não era
o novo pastor. Como lhe confirmei, convidou-me para fazer o sermão.
Ao terminar o
culto, fiquei na porta saudando os irmãos; minha esposa saiu com nossos dois
filhos e esperou lá fora. Quase ninguém se aproximou para saudá-la. Os irmãos
se confraternizavam entre si. Isso me deixou bastante preocupado, pois se eles
tratassem assim os novos conversos da campanha, teríamos uma grande apostasia
garantida.
O primeiro trabalho
foi treinar os anciãos e demais dirigentes sobre a nossa maneira de tratar os
que não conhecemos e os novos membros
que estão na igreja. Quando os membros captaram a idéia, foi tão grande a
mudança que em minha mente ficou registrado como sendo esta uma das mais
carinhosas e afetuosas congregações que conheci, além de demonstrar um grande
crescimento, já que nos quatro anos e meio que ali fiquei, surgiram três novas
igrejas como filhas do distrito, que ajudou no aparecimento de uma nova igreja
em uma cidade onde não havia presença adventista.
O que faz o ancião?
1. No
sábado após o culto, não saúda a nenhum irmão conhecido da igreja antes de
haver saudado às pessoas não conhecidas que assistiram ao culto e aos novos
membros da igreja que foram batizados recentemente.
Aos
sábados, cada ancião deve estar à saída da igreja esperando para saudar as
visitas e os recém-batizados. Este é um grupo que necessita de um tratamento
preferencial e pastores locais têm que, constantemente, dedicar-lhe esse tempo
no final dos cultos. Depois que essa tarefa é realizada, poderá saudar e
conversar com o restante dos irmãos da igreja.
2. Ter um
plano de visitação sistemática aos recém-convertidos. Em sua tarefa pastoral de
visitação de casa em casa, sempre dar prioridade aos novos da igreja. A
princípio, uma visita semanal, cada duas semanas, depois cada mês até que
estejam firmes e especialmente que já tenham novos amigos entre os irmãos da
igreja.
No caso
do novo membro não ter vindo ao culto, alguém deve visitá-lo em sua casa
imediatamente. É evidente que o cordeiro está com alguma dificuldade e o pastor
estará ao seu lado para socorrê-lo, apoiá-lo e orientá-lo.
3. Coordena
todas as atividades da igreja para atender às necessidades dos novos membros. O
ancião é o pastor local da igreja e é o que tem que responder pelo bem-estar e
funcionamento de todos os departamentos da igreja. E como tal, ver se cada área
tem um lugar e atividade especial para integrar os novos à família da igreja.
As
atividades sociais, recreativas, missionárias, de serviço à comunidade, do lar
e família, etc., etc., tudo tem que se levar em conta que os novos não conhecem
como funciona e nós temos que integrá-los aos grupos, convidá-los a participar
para que eles, com o tempo, possam escolher qual o trabalho que desejam
realizar e com que grupo se sentem melhor para realizá-lo.
O ancião
é o coordenador por excelência de todas as atividades da igreja e cuida para
que em cada um deles, os novos membros da igreja tenham um lugar.
Os
anciãos são como os pais em casa - trabalham para que no lar haja um equilíbrio
e que nenhum membro passe necessidade. Desse modo, os bebês espirituais dão
mais trabalho e exigem uma atenção especial e o ancião cuida disso.
4. Algumas
vezes, determinados irmãos sentem um zelo especial pelo recém-chegado. Isso não
é coisa do outro mundo, já que eles sentem que a atenção especial ao bebê os
está afastando e eles têm medo de serem esquecidos. É o ancião aquele que tem
que dar o equilíbrio e ensinar ao zeloso que nossa responsabilidade pelos novos
irmãos é muito grande, porém nós também devemos cuidar dos demais.
É o
cuidado pelos recém-chegados que aumenta o amor e a coordenação dos anciãos da
igreja faz com que a porta de trás da igreja esteja bem fechada, como disse Jesus:
“Que nenhum se perca.”
René Sand
Associado da Escola
Sabatina e
Ministério
Pessoal - DSA
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