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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

SEMINÁRIO DE FAMÍLIAS 5ª SESSÃO

QUERO QUE SEJAS COMO … TU!
(O VALOR DE UMA DISCIPLINA EFICAZ)



INTRODUÇÃO

Apresentar o 1º slide e perguntar qual das seguintes palavras tem aos nossos olhos uma conotação negativa: Amor, aconchego, jogos, risos, mimos, cuidado, disciplina… Esperar as respostas dos participantes. Geralmente a palavra disciplina tem uma conotação negativa porque na mente da maioria das pessoas é sinónimo de punição. No entanto a palavra disciplina é uma palavra que deriva do grego e que quer dizer treinar. Tem a mesma raiz da palavra discípulo, aquele que segue, que é orientado para algo ou alguém.

No contexto da educação duma criança, disciplinar é formar o espírito e o carácter da mesma para que esta possa tornar-se um membro construtivo da sociedade e capaz de dirigir-se a si mesma, ou seja, ser autónoma. A autonomia é o objectivo último da disciplina.

Disciplinar implica, pois, formar através de todas as relações de comunicação. Formar pelo exemplo, pela imitação, através de instruções verbais e escritas, pelo ensino, pela experiência escolar, pelos jogos … e pela punição. Esta não é senão um meio entre outros de disciplinar e é o mais primitivo e o mais negativo. Infelizmente há momentos em que devemos usá-lo. No entanto a orientação para uma maneira de pensar e de agir correctas é superior à punição por uma má acção cometida.
                                                                           

QUATRO ESTILOS DE PATERNIDADE

Vamos considerar alguns estilos parentais tendo como parâmetros os graus de apoio e de controle exercido para com a criança. Ver e comentar o gráfico do power point.


PAIS AGRESSIVOS

São pais que exercem muito controle mas dão pouco apoio. Estão quase sempre zangados com os filhos. Normalmente a sua raiva nem sequer resulta do mau comportamento dos filhos; podem estar descontentes com o seu casamento, o emprego, a raça humana ou pelo simples facto de terem sido pais sem o desejarem ser, coisa que os filhos não têm culpa. A sua maneira de se libertarem da tensão é humilharem os filhos.
Comunicam-se gritando, o que lhes é geralmente retribuído pelos filhos. São famílias em que todos se comunicam desta maneira. As crianças sentem a intenção destrutiva das humilhações a que são sujeitas pelos pais, fecham-se em si mesmas e podem ficar profundamente perturbadas.
Os pais agressivos podem, baseados no medo, obter bons resultados no imediato no que diz respeito à obediência, contudo produzem filhos rebeldes e desafiadores, ou medrosos e tímidos, ou uma mistura dos ambos.
PAIS NEGLIGENTES

São pais que dão pouco apoio e exercem pouco controle. Não preenchem as necessidades dos filhos, nem físicas nem afectivas, manifestam pouco interesse e pouca bondade para com eles. A família é pouco, ou nada, estruturada, não existindo normas ou se existem são inconsistentes. São pais que exigem que os filhos lhes satisfaçam as suas necessidades em vez de serem eles a fazê-lo aos filhos. São caracterizados por uma grande imaturidade emocional e afectiva. Felizmente não são muito numerosos.


PAIS PERMISSIVOS

São pais que dão muito apoio aos filhos mas exercem pouco controle sobre o seu comportamento. Estes são os mais comuns na época actual. Demitem-se completamente deixando os filhos fazerem tudo o que desejam e permitindo que se comportem mal. Podem tentar afirmar-se mas acabam sempre por ceder às exigências dos filhos. No entanto, alguns destes pais podem perder a paciência depois de uma hora de desobediência ou uma semana de aborrecimentos. Explodem subitamente e tentam impor a disciplina da maneira que sabem inadequada, geralmente descontrolada. São pessoas tímidas e sossegadas a quem de repente “salta a tampa”, nesses momentos podem agredir e magoar os filhos. O seu padrão é engolir, engolir e depois explodir…  


PAIS ASSERTIVOS

São os pais que dão muito apoio aos filhos e exercem controle, suficiente e inteligente, sobre o comportamento destes. Os pais assertivos são firmes, determinados e, interiormente, bastante confiantes e descontraídos, não se sentindo ameaçados pelo conflito. Os filhos sabem que aquilo que os pais dizem é que vale, mas ao mesmo tempo sabe que nunca serão rebaixados nem humilhados. Os pais assertivos fazem pedidos firmes e claros e dão ordens se necessário, estabelecem regras consistentes e são coerentes com elas, sabem negociar à medida que a criança cresce e se torna mais capaz. Reconfortam os filhos com afecto e verdadeiro interesse por eles, são disponíveis. Sabem perdoar os filhos e reconhecer os seus próprios erros. Os pais assertivos não são muito numerosos, são o modelo para o qual todos devemos tender. A assertividade é menos uma característica herdada do que uma atitude que se aprende com algum esforço e muita vontade.


COMO CONTROLAR UM COMPORTAMENTO NEGATIVO


1) AMOR INCONDICIONAL

Levar a criança a sentir-se amada é a parte mais importante da disciplina. Isto deve ser feito através de:

- Abundantes contactos visuais: olhar a criança no rosto, nos olhos, acompanhando o olhar com palavras e expressões agradáveis, como o sorriso.

- Contactos físicos: Tomar nos braços, beijar, mas também pôr a mão no ombro, no cabelo, dar uma palmada amigável, um encontrão brincalhão. Hoje todos os psicólogos e educadores falam da importância de brincar com os filhos.

- Atenção exclusiva: Dar à criança, com regularidade, uma atenção total não dividida, de maneira a que ela sinta que é amada e suficientemente importante em si mesma para justificar um interesse sem distracção, um apreço e consideração não divididos por parte dos pais.


2) 3 PERGUNTAS A FAZER

Face ao comportamento inadequado duma criança perguntar-se primeiramente se:

1)   Terá ela algum problema de natureza física? – Fome, cansaço, dor, febre, etc. – e procurar satisfazer então essa necessidade.

2)   Terá ela alguma necessidade emocional? – Sente-se insegura a nível afectivo, tem algum sentimento de abandono, algum medo…

3)   Está arrependida do que fez? Não tem sentido castigar uma criança que já está sinceramente arrependida do que fez. É extremamente importante aceitar os erros e saber perdoar, não só porque isso é justo, como ajuda a criança a aceitar os seus erros, a aprender a perdoar-se e a ser capaz de perdoar aos outros.


3) FAZER PEDIDOS

4) SUGERIR

5) DAR ORDENS

6) CASTIGAR

7) PUNIÇÃO FÍSICA

NOTA: Ver power point que está bastante completo nestes itens.


MODIFICAR O COMPORTAMENTO

O controle do comportamento é a acção dos pais para pararem um comportamento inadequado dos filhos num dado momento, a modificação do comportamento tem que ver com mudanças a longo termo, ou seja, com a aprendizagem dos comportamentos que se querem desenvolver nos filhos.





1) REFORÇO POSITIVO

Consiste numa recompensa dada à criança imediatamente a seguir ao cumprimento de um gesto que se quer encorajar, para que a criança estabeleça uma ligação clara entre o gesto e a recompensa. Estas recompensas variam segundo a idade:
·      Pequeninos: contactos físicos (carícias, abraços, etc.)
·      Crianças maiores: elogios, ou alguma coisa que gostem. Quando o comportamento que desejamos está adquirido é recomendado deixar de recompensar

Até aos dois anos é necessário ter muita paciência, o egocentrismo da criança é fruto, ainda, de uma imaturidade cerebral, daí a sua incapacidade de disciplina. Mesmo os seus movimentos ainda não são bem controlados. O melhor método é distrai-la com outra coisa.


2) ESTABELECIMENTO DE REGRAS OU LIMITES

Os adultos são os sinaleiros dos comportamentos dos mais novos. São os que devem ajudar a criança ou jovem a perceber o que é aceitável ou não aceitável nas suas atitudes e comportamentos, o que é positivo, agradável e apreciado ou, pelo contrário, desrespeitador, egoísta, e repreensível. As mães e os pais devem ajudar os filhos a estabelecer fronteiras limítrofes entre o razoável e o irrazoável, o que pode ou não ser feito. Como fazê-lo?

CLAREZA – Mostrar com clareza, e desde sempre, o que a criança pode ou não fazer (não pode insultar os pais, pôr os dedos na ficha de electricidade, ou bater na professora; pode ajudar o irmão a aprender a vestir-se, pode dançar e cantar em casa, ver certos programas de televisão e não outros, etc.). As regras devem ser óbvias, não ambíguas (dizer “Quero que faças os T.P.C. antes de veres os desenhos desanimados” em vez de “Não gosto que faças isso”.

Certificar-se que a criança compreendeu a regra. Para não haver dúvidas, pedir-lhe que repita as regras mais importantes estabelecidas pelos adultos.

FIRMEZA – Não mudar de ideias nem mostrar incongruência, aceitando umas vezes o comportamento, repreendendo-o outras. As regras não podem ser deixadas ao sabor das emoções ou da fadiga. Ou aquilo é permitido ou não é.

Evitar discordar, em frente da criança ou jovem, com o cônjuge sobre essas regras. (Nunca dizer, após o outro ter dado a ordem contrária “Deixa lá o menino ver a televisão…vem tão cansadinho da escola…”)

NEGOCIAR – Negociar é melhor do que impor (“Não gosto da forma como tratas o teu irmão. Vamos conversar sobre o que é permitido ou não na forma como falas com ele”). Negociar o seu cumprimento “Incomoda-me ver o teu quarto desarrumado e gostaria que isso melhorasse. Como pensas que poderás fazer para passar a tê-lo mais arrumado?”

CONSEQUÊNCIAS – Deixar claro que as transgressões das regras têm consequências e aplicá-las sempre. A criança deve saber quais são essas consequências. Tentar fazer com que as regras e as consequências estejam centradas em aspectos bons e não em castigos, mostrando o que se ganha em as cumprir, e pela positiva (“Podes brincar depois de estudar.” Em vez de “ Se não estudares não brincas”).

Quando há confrontação, evitar de se enervar. Não etiquetar a criança. É melhor afirmar-se dizendo: “Não gosto que faças isso!” Se a criança resiste contar-lhe uma história sobre as consequências, ou usar outro método.

Lembrar que dos dois aos cinco anos a criança passa por uma crise de oposição e que é também o período em que a sua capacidade de aprendizagem atinge o seu nível mais alto. As atitudes adquiridas nesta idade têm todas as chances de tornar-se definitivas e é muito difícil reformá-las mais tarde


3) REFORÇO NEGATIVO

Atitude desaprovadora que consiste em retirar do meio da criança algo que ela goste ou sinta falta. Privá-la da atenção habitual ou de companhia, enviando-a para o quarto, etc.
Privar uma criança da atenção a que está habituada é um reforço negativo muito eficaz e parece ser a melhor atitude a tomar face às “birras”. A melhor maneira de acalmar uma criança nessa situação é dizer-lhe: “Vou deixar-te sozinha enquanto estiveres com a birra, voltarei quando tiveres terminado.”


PAIS – UMA FRENTE UNIDA

Educar filhos não é tarefa fácil, exige determinação, firmeza, equilíbrio e muito tacto, sendo incontornáveis momentos de perplexidade e preocupação. Nesses momentos nada melhor do que ter a consciência de que se pode contar com o apoio do outro parceiro na paternidade. É importante que os pais contem com o apoio um do outro e formem, em relação a questões essenciais como a disciplina, uma frente unida, não se desautorizando um ao outro diante da criança, pois que ela será, neste caso, a grande perdedora. No que não é essencial podemos e devemos mostrar as nossas diferenças de concepções e opiniões, o que é salutar para a criança pois proporciona-lhe dois modelos em vez de um só.

Também é muito importante que os pais tenham uma existência conjugal satisfatória e que a sua vida não gire apenas em volta dos interesses, preocupações e obrigações para com os filhos. Estes serão os maiores beneficiados se os pais derem a prioridade ao casal. Os pais devem ser primeiro cônjuges e depois pais conjuntamente.
  






FAMÍLIA – HERANÇA OU LEGADO?
                                                                                       

TRANSMISSÃO DE VALORES

Exercer disciplina é educar para a Vida, para que a criança cresça até à plena maturidade humana. Por isso exercer a disciplina é ensinar e transmitir valores. Os pais estão em permanência “disciplinando”, ou seja, educando, mais que não seja pelo exemplo, assim, também, estão sempre transmitindo valores.

O que são valores? O substantivo “valor”significa algo valioso, estimável. Valores são aqueles aglomerados de verdades, atitudes, convicções, comportamentos, objectos, etc. que cremos sejam importantes, especialmente quando somos forçados a fazer escolhas entre eles e outras alternativas na nossa vida.

Os valores são a nossa auto definição como pessoas. Ocupam o primeiro lugar na nossa escala de prioridades, uma vez que constituem a mais querida e preciosa pertença. Guiam todas as decisões que tomamos e configuram a natureza do nosso ser.

Como pais gostaríamos de deixar aos nossos filhos uma boa herança. Infelizmente nem todos teremos a possibilidade de o fazer; primeiro porque a vida não dá a todos as mesmas oportunidades de sucesso material, depois porque podemos tê-las e perdê-las num momento por causa de revezes financeiros, doenças, etc. Além disso nada garante que a herança seja bem utilizada pelos filhos. Uma herança pode transformar-se numa maldição…

No entanto, ainda que não possamos deixar aos nossos filhos uma herança, podemos todos deixar-lhes um legado. Em vez de dinheiro ou bens podemos deixar-lhes um rico legado em qualidades pessoais como a coragem, a ousadia, a perseverança, a firmeza, a solidariedade, o respeito pela vida, pelos outros … valores que orientem o percurso das suas vidas enriquecendo-as de significado e verdadeira satisfação.


A FAMÍLIA E OS VALORES

A família é a primeira e a mais importante transmissora de valores, são os valores que transmite, por instrução e exemplo, que perduram, orientam e marcam a personalidade dos seus membros. É seu dever privilegiar uma educação centrada em valores éticos em detrimento dos modelos que exaltam o sentido de posse, o resultado fácil, a esperteza...

A família é o primeiro grupo de valor significativo. É nela, sob orientação segura dos pais … que as crianças aprendem os limites da sua liberdade, o respeito aos mais idosos, o sentido do que é seu e do que é dos outros, a noção do permitido e do proibido, a vida em comum, o respeito pelos direitos dos outros, a fraternidade, a paz, o estímulo para vencer as dificuldades, a disciplina para os estudos e, sobretudo, aprendem a amar. Uma tarefa primordial da família, é resgatar o amor.”
                                                                                                          Augusto Maia Santos



VÁRIOS TIPOS DE VALORES


MATERIAIS

Fala-se, hoje, muito na crise de valores da sociedade ocidental, que na prática e nos modelos que fornece, apresenta o sucesso na carreira, na conquista do dinheiro, do poder e da notoriedade, assim como o prazer, como os objectivos a alcançar para a realização do indivíduo, ignorando, por vezes ridicularizando, valores humanos mais profundos, como os valores éticos e espirituais. Sem excluir os valores de prosperidade, influência, prazer sexual ou outro, acreditamos que são os valores éticos e espirituais que promovem a plena maturidade e desenvolvimento da pessoa.  


CULTURAIS

(Perguntar quais os valores estéticos /culturais que acham importantes desenvolver nos filhos; o gosto pela leitura, pela música, pela pintura ou outras artes, etc.)


ÉTICOS

(Perguntar aos participantes quais os valores éticos que lhes parecem importantes transmitir aos filhos.)
Estes valores podem ser: A colaboração, o saber ouvir, a coragem, a confiança, a solidariedade, a perseverança, etc.

Os valores éticos estão ligados entre si e têm que ver com a maneira como nos relacionamos com os outros, com a vida e connosco mesmos. Ensinar à criança o valor e o respeito do seu corpo, o apreço das suas capacidades e o valor da sua pessoa é prepará-la para respeitar o corpo, as capacidades e o valor dos outros seres humanos, o que é o fundamento de toda verdadeira solidariedade. O respeito para com a vida e as pessoas leva a uma atitude de responsabilidade para com o ambiente, nossa casa comum.
No entanto, cada valor, para ser verdadeiramente um valor, deve ser experimentado no dia a dia da família, só a seguir é que adquirirá um significado social mais amplo.


ESPIRITUAIS

Os valores espirituais têm que ver com o sentido da vida, com as questões existenciais: De onde vimos, para onde vamos, qual é o sentido da nossa existência? O que há para além da morte? Existe Deus? Se sim, o que tem a dizer-nos?

Alguns pais pensam que não devem falar de valores religiosos com os filhos para deixá-los livres para, quando adultos, estes poderem escolher a sua própria orientação espiritual. Pensam que não devem “impingir-lhes” as suas ideias ou convicções pessoais. No entanto, se eles não o fizerem, outros, a sociedade, os amigos, o farão. Transmitir valores religiosos não é determinar arbitrariamente o caminho que eles seguirão no futuro, é, antes, partilhar, instruindo e dando exemplo, o que é importante para nós e ajudá-los a reflectir sobre esses valores da mesma maneira que os ajudamos a reflectir sobre os outros valores. Se o fizermos respeitando-os sempre como pessoas, eles vão poder, na idade adulta, escolher o seu próprio caminho espiritual, quer este inclua o nosso quer não.

A Bíblia, esse livro que tanto tem marcado a Humanidade, tem satisfeito multidões de pessoas que nela buscam resposta para as questões existenciais. Desejam, os amigos, conhecer algumas destas respostas? Propomo-vos a abordagem de alguns aspectos, muito interessantes, da mensagem bíblica relacionada com as profecias sobre os tempos e eventos históricos, incluindo o nosso tempo também.

NOTA: O capítulo sobre a transmissão de valores tem como objectivo fazer a ponte com os seminários sobre temas bíblicos e preparar os participantes para o convite a estarem presentes. Cada pastor preparará esta transição como lhe parecer melhor, segundo o seu “público”, a sua personalidade e o seu “saber fazer.”

FONTE: HORTELINDA GAL

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