A MULHER COM O FLUXO DE SANGUE
Marcos 5:21-34
“Vai em paz”
Hoje no mundo actual, e mesmo desde o principio da humanidade, houve sempre duas classes de pessoas, os que amam a Deus e lhe obedecem, e os que não lhe obedecem nem o amam. Existe uma particularidade, no que respeita ás pessoas que amam a Deus, e é algo que eu acho muito importante, e fundamental para o bem estar do indivíduo, existe entre os Cristãos aqueles que são Cristãos que são felizes, que têm uma boa relação com Deus, e que vivem um cristianismo saudável. e os Cristãos que vivem um cristianismo sem vida, com o sentimento de medo e culpa diante Deus.
Senti que este é um assunto diz respeito a cada um de nós, e que mais e mais está invadindo tanto os cristãos em geral como a nossa igreja em particular. Qual de entre vós já esteve perante uma situação em que sentido-se culpado, tenta fugir ao problema, ou explica-lo de maneira a aliviar a sua consciência, ou mesmo a culpabiizar o outro. Vou vos dar um exemplo: numa sala de aula uma professora estava a ter problemas com um aluno, ela repreendia-o pois este rasteirava os seus colegas constantemente, certo dia a professora consegue falar a bem com este aluno, e eles ajoelham-se para orar, e o garoto começa a falar:- querido Jesus, ajuda as crianças que passam ao meu lado a não serem desajeitadas, a não passarem com tanta velocidade, e a caminharem direito, tu sabes que não sou eu que as derruba.
Sei que podem achar engraçado esta historia, mas ela se passa com adultos da mesma maneira, tentar aliviar-se de um peso que transtorna. Que não deixa viver. A historia que eu vos convido a meditar comigo esta manhã também fala de uma mulher que tinha um grande peso de culpa na sua consciência, é curioso que a Bíblia nada diz no que respeita a esta mulher se sentir culpada então porque esta historia e esta mulher como ilustração? Sabem irmãos a culpa é algo que é muito pessoal, é um sentimento que não se pode mostrar, com medo de sermos rejeitados.
A Historia desta manhã encontra-se no evangelho de são Marcos 5:21-34
Uma mulher que tinha doze anos que sofria de uma hemorragia, queridos irmãos garanto-vos que este problema não tinha só haver com o aspecto físico, o problema era mais amplo.
Para percebermos isso devemos considerar que ela era uma mulher que viveu na palestina do tempo de Jesus, e que o seu papel na sociedade era bem menos significativo que o do homem.
Embora para Deus homem e mulher fossem da mesma importância, nesta sociedade deste tempo, a mulher era severamente descriminada, começava logo á nascença, se fosse rapaz era alegria para a casa, se fosse rapariga era a tristeza.
Os Judeus tinham uma oração que diziam obrigado Deus por não ter nascido nem mulher nem gentio nem escravo.
O seu papel era de ficar em casa, a aprender a lida da casa, e nem podiam ir á escola.
Para com o pai tinham o dever de o alimentar lavar e vestir, como os homens, mas na repartição da herança só tinham direito quando em casa não havia descendentes homens.
Casava aos doze anos, logo que estivesse apta para a procriação, seu pai escolhia o marido sem mesmo consulta previa.
Em casa, cozinhava, tecia, lavava, moía a farinha, levantava-se antes do marido, dando-lhe de comer, e lavava-lhe as mãos os pés e a cara quando este vinha para casa.
Em relação frente ao esposo era como um escravo frente ao seu senhor,
Na vida social, a moça antes de casar era aconselhada a não sair de casa, e se fosse casada tinha de usar um véu.
Como a poligamia era aceite a mulher tinha de tolerar concubinas ao seu lado, no caso de adulterar, o que acontecia? Era julgada a morte.
Os próprios teólogos da época, ou seja os chefes religiosos davam-lhes muito desprezo também, costumavam dizer:- de que parte tirarei a mulher interroga-se o todo poderoso, se tiro da cabeça, será muito orgulhosa, do olho muito inquiridora(pessoa que procura informações, interroga) da orelha, escutaria as pessoas, da boca, falaria demais, da mão seria gastadora, por fim tirou-a da parte mais obscura e escondida do corpo na esperança de faze-la modesta.
Já deu para ver que o estatuto de mulher era quase nulo, por outro lado
o ser portador de uma doença como esta naquele tempo era como a perda total de qualquer direito social, sendo rejeitada totalmente pelo seu povo. uma antiga lei cerimonial dada ao povo para preservar a pureza na litorgia e vida religiosa foi levada ao extremo. Levítico 12.
De certeza que esta mulher já tinha perdido a contacto com os seus amigos, já não frequentava mais o templo, provavelmente o seu marido já lhe tinha entregue a carta de divorcio, e se tivesse filhos já não estariam sobe os seus cuidados.
Mas o seu sofrimento não ficava por isto, no versiculo 26 diz-nos que ela sofria na mão dos médicos, sabe-se que naquela altura havia já muitos médicos em Israel, e que levavam bastante dinheiro pelas consultas, (acho que os médicos de agora têm todo o direito de argumentar em seu favor pelo dinheiro que levam pelas consultas pois naquela época as consultas eram verdadeiras sessões de tortura, utilizando instrumentos rudimentares, aproximando-se mais da magia, do que propriamente da ciência.)
Só para terem uma ideia do tipo de tratamentos que os médicos utilizavam:- davam a mulher um copo com agua, no meio de uma encruzilhada, depois o médico vinha por tras silenciosamente e pregava-lhe um susto para ver se a curava. Outro tratamento mais avançado era por exemplo comer um grão de cevada encontrado no excremento de uma mula branca, não era nada de admirar que o estado de saúde só piorasse.
Para complicar mais as coisas naquele tempo havia a mentalidade de quem fosse portador de uma doença era de alguma forma castigo divino. Lembram-se daquele texto de João 9:2 que os discípulos chegaram ao pé de Jesus e lhe perguntaram “ mestre quem pecou este ou os seus pais, para que nascesse cego?”
Além de imunda era tida como pecadora, e das grandes pois o mal já a acompanhava por doze anos.
Agora pergunto-vos qual seria os sentimentos que predominavam no coração desta mulher? Se a mentalidade da época dizia que quem era atormentado pela doença, não importa qual, era pecador, esta mulher sentia-se culpada, era atormentada por este sentimento, e talvez pouco lhe faltava para entrar em completo desespero.
Gostava irmãos de vos dizer que realmente esta mulher era culpada diante Deus, apesar da bíblia não comentar nenhum pecado que ela tivesse cometido, ela era culpada.
O apostolo Paulo diz-nos que “portanto assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
Agora vamos substituir a palavra morte por culpa, mas será que podemos ver isto desta maneira, penso que sim ou então vejam, o pecado é a transgressão da lei, 1 João 3:4, então todo aquele que peca torna-se culpado diante de Deus, por isso sujeito ao castigo previsto pela lei, ou seja a morte.
Romanos 5:12 mostra que há então uma sentença de morte repousando sobre cada ser humano, todos nós somos culpados, e por isso culpados diante Deus. Neste ponto a mulher da historia tinha razão. Quando Deus disse a Adão que no dia em que dela comeres certamente morrerás. Não quis dizer que ele morreria logo apôs a comer mas que a partir daquele momento estava condenado a morte, por isso nós logo que pecamos, logo que a nossa natureza pecaminosa produz actos pecaminosos, estamos também condenados a morte.
O problema é que muitos de nós , falo por mim nos esquecemos desta sentença, esquecemos que somos culpados porque somos pecadores, pensamos que o que possamos fazer(boas obras, e obediência) nos vai ajudar a conquistar o favor divino, a nossas boas obras ou obediência no presente é nos pedida mas não paga débitos passados, ou seja não serve para apagar a nossa culpa, ou para desculpar os nossos pecados.
Solução Divina
Só há uma forma da nossa divida paga, “sem derramamento de sangue não há remissão” Hebreus 9:22 irmãos e se nós até quiséssemos pagar esta divida até podíamos a pagar mas era o nosso fim, pois o salário é a morte,
Mas a grande mensagem do evangelho, é que o próprio Deus providenciou tudo, mandou o seu filho para morrer no nosso lugar, ele o Deus dos céus veio a esta terra ele sentiu na pele e no seu espirito, toda a dor que o pecado podia provocar, a separação de Deus, ou seja Jesus levou sobre os seus ombros a culpa que estava reservada a cada um de nós pelas nossas transgressões.
E na hora em que a dor física e a sua agonia atingia proporções indiscritíveis, e com uma voz cansada e tremula pronunciou as celebres palavras “está consumado.” Quero agradecer agora em frente a todos vocês a Jesus, brigado Jesus porque pronuncias-te essas pelavas, obrigado Jesus porque eu posso hoje compreender essas palavras.
“está consumado” que quererão dizer estas palavras? Que quis Jesus dizer com isto?
Esta palavra é uma palavra grega tetelestai, e era uma palavra muito utilizada pelos comerciantes, ainda hoje quando os arqueólogos encontram recibos ou notas comerciais daquele tempo esta palavra vem lá, escrita, tetelestai, que quer dizer pago. “está pago” disse Jesus, esse foi o brado da nossa liberdade, a divida está paga, paga na sua totalidade, nem eu nem ninguém deve mais nada, o mundo não deve mais nada. A humanidade foi redimida, jamais será necessário repetir a expiação. Hebreus 10:12.
E verdade que o sacrifício de Cristo teve um caracter universal, mas isto não quer dizer que todos nós vamos ser os beneficiados, o que é que diz João 3:16. Pois é só aquele que crer no filho de Deus, ele diz que “aquele que crê em mim tem a vida eterna” João 6:47
A Salvação que Cristo quer oferecer não resolve só este problema da culpa, mas também como o problema do nosso caracter pecaminoso. Paulo escreve assim, “porque se nós quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
Isto quer dizer que pela sua morte somos reconciliados com Deus tirando o fardo da culpa de cima de nós e pela sua vida, podemos adquirir um caracter santo e perfeito, para sermos chamados santos revestidos da justiça de Jesus.
Conclusão
Então Jesus parou de repente num das estreitas ruas de Cafarnaum, e fez aquela pergunta que surpreendeu a todos os que estavam á sua volta “quem me tocou.” O espirito de profecia diz que “Jesus podia destinguir um toque de fé de um toque casual,” então porque que Jesus fez esta pergunta?
Com aquela pergunta ele estava a dar aquela mulher a oportunidade de se identificar, para que pudesse livra-la do principal fardo que a oprimia, o complexo de culpa. Se Jesus a deixa-se ir sem ser notada, ela sairia fisicamente curada mas a sua alma continuaria arruinada, pela culpa e medo.
Jesus ao dizer a tua fé te salvou, vai em paz estava a dar a esta mulher palavras de conforto, e mais significativo do que isso é que ele lhe chama de filha, vamos ver o que diz Gálatas 4:4-5, Jesus estava a dizer que ela era aceite na família de Deus, simplesmente porque a sua fé a salvou, f’e em quem? Jesus claro.
Trouxe esta mulher alguma coisa a Jesus para receber o perdão? não fez nada apenas creu.
O que acontece hoje é que devemos nos lembrar que somos pecadores, pois este é o primeiro passo para que sejamos perdoados.
Satanás explora bem este nosso sentimento de culpa ao ponto de nos sentirmos que não somos perdoados por Deus, levando-nos assim ao desespero. Um dia uma famosa actriz de Hollywood não compareceu no estúdio ás filmagens dessa tarde, depois de varias horas a espera, foram até a sua casa, quando chegaram lá, viram-na na banheira com os pulsos cortados já sem vida, com um bilhete de lado que dizia, isto não foi suicídio, foi assassinato, eu fui morta pelo implacável e cruel sentimento de culpa, e espero que seja encontrado e eliminado para não fazer mais vitimas..
Queridos irmãos é plano de Satanás nos induzir ao pecado e depois incutir em nós este sentimento de que o nosso pecado não tem mais perdão, que ultrapassou os limites de Deus.
Em Isaías 59:1 diz que “A mão do senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o seu ouvido para não poder ouvir.”
O “está pago” diz respeito aos pecados que foram cometidos como aos que poderemos cometer.
Romanos 5:20 diz que “onde abondou o pecado superabundou a graça.”
Gostava de terminar o culto desta manhã com esta frase do espirito de profecia que diz o seguinte “ não devemos andar ansiosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso substituto. Mensagens escolhidas vol 2 pag 32-33
ótimo artigo
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