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domingo, 20 de outubro de 2013

O DIA DO PASTOR: DESFRUTE SEU TRABALHO



Como superar o desânimo e tornar efetivo o desempenho da atividade pastoral.
Primeiro, a má notícia: o desânimo ameaça aproximadamente 65% dos pastores. Há estudos comprovando essa afirmação. Ele pode acometer até os melhores pastores, sem nenhum aviso. Sob sua influência, alguns têm sucumbido ao desespero, a casos extraconjugais, ou a algum outro comportamento reativo.
Agora, a boa notícia: o desânimo pode ser prevenido. Considere os sintomas comuns do desânimo pastoral: Aos ministros mais velhos falta alegria. O ardor espiritual dá lugar a um estilo frio. Depressão, insônia, ansiedade, hostilidade, conflito relacional, baixa auto-estima e sentimentos de solidão tornam-se comuns. O pastor até pode continuar desempenhando o seu trabalho, mas talvez já não tenha senso de zelo, nenhuma preocupação real com a missão e com o evangelismo, e pode achar difícil discernir a direção divina ao tomar decisões.
Uma pesquisa envolvendo 76 pastores revelou que a prevenção contra o desânimo deve ser parte de uma estratégia para ajudar o pastor a florescer em toda sua plenitude no ministério que exerce. Pastores que têm uma orientação mais proativa no trabalho, que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra, que treinam os membros num relacionamento de discípulos, e buscam a dependência do Espírito Santo, revelam menos tendência a ficar desanimados. Em contraste, os pastores que são mais reativos na vida e no trabalho, cujo foco centraliza-se nas dificuldades encontradas, que descuidam do treinamento e discipulado dos membros são mais propensos a desanimar.
Dentre os pastores envolvidos na pesquisa, 67% disseram haver experimentado algum nível de desânimo. Nenhum deles costuma treinar os membros. Também não consideram ser essa a função básica do seu trabalho. Gastam a maioria do tempo tentando resolver problemas e conflitos entre os membros. Há, sim, uma correlação entre o desânimo, as atitudes e as abordagens ministeriais.
Outra indicação da pesquisa é que os pastores tratam mais dos sintomas do que da eliminação das causas dos conflitos relacionais. Gastam mais tempo do que deveriam com atividades burocráticas; trabalham desprovidos do senso da presença de Jesus em seu ministério, além de não mostrar tendência a viver dependentes do Espírito Santo.

Direcionando o foco

Pela natureza de seu trabalho, o pastor tem nos ombros muitas dificuldades. Em uma semana, ele pode estar envolvido com casais divorciando-se, pessoas tentando o suicídio, ou sofrendo acidentes fatais. O pastor deve administrar os problemas, supervisionar finanças da igreja e da escola, visitar idosos solitários, enfermos em hospitais. Embora todas essas coisas sejam rotina na vida de um pastor, ele pode tender a direcionar seu ministério para resolvê-las; e esse foco exclusivo pode levá-lo ao desânimo.
Mas esses dilemas pastorais não necessitam dominar sua vida nem drenar suas energias emocionais. Longe de ser reativo aos problemas, correndo de uma emergência para outra, o pastor pode controlar seu ambiente, atendendo as necessidades diárias, tirando forças do reservatório interior.
Jesus nunca foi pressionado pelas circunstâncias. As irmãs de Lázaro ficaram preocupadas de que Ele não estivesse pastoralmente disponível para elas e seu irmão, como esperavam que estivesse, até que Lázaro morreu. Mas Jesus estava disponível e, no momento certo, cumpriu Seu ministério. Quando os pastores vivem correndo de uma crise para outra, sem tomar tempo para reflexão e a restauração resultante da comunhão com Deus, eles não cumprirão seu ministério. Ao contrário, estarão abertos para o desânimo.
Alguns há que vêem o ministério como se fosse uma atividade profissional qualquer, na qual tudo o que se espera é manter a máquina em movimento: assistem a comissões e reuniões, cumprem uma agenda, levantam fundos para projetos especiais e apóiam a escola. Nesse tipo de pastorado há pouco que é genuinamente espiritual, e muito que está em choque com o verdadeiro chamado de Deus a qualquer ministério profético. Uma das principais falhas de pastores inclinados ao desânimo é que eles são desviados da comissão evangélica para servir às mesas (Atos 6). Isso é desgastante e desencorajador, embora para o pastor seja difícil reconhecer tais sentimentos.
As pessoas podem se tornar dependentes de um pastor cuidadoso que as nutre, e assim multiplicar sua carga fazendo demandas egoístas. Nosso ego algumas vezes nos leva a ser codependentes, vendo-nos como grandes solucionadores de problemas. A dedicação e o amor pelas pessoas são essenciais no ministério, mas não devem privar o pastor do tempo para sua devoção e reabastecimento espiritual. Ele necessita de força espiritual para enfrentar as crises que encontrará no seu caminho.
Outra característica do desânimo pastoral é a tendência dos pastores em não preparar e não confiar em assistentes leigos. Esse hábito não é novo. Já foi detectado nos dias de Moisés. Jetro, seu sogro, observou o povo procurando continuamente Moisés, e perguntou: “Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até ao pôr-do-sol?” Moisés foi rápido em responder que o povo o procurava a fim de falar diretamente com o Senhor. Jetro, no entanto, replicou: “Não é bom o que fazes. Sem dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer” (Êxo. 18:14, 17 e 18). A sugestão de Jetro foi que Moisés partilhasse responsabilidades com outros, livrando-o assim do desânimo pastoral.

Prevenção

Os pastores propensos a não experimentar desânimo em seu trabalho são aqueles que investem tempo treinando os membros. Eles vêem o ministério como meio de discipular os crentes. E alegram-se no trabalho. Pastores que se previnem contra o desânimo também começam o dia com tempo qualitativo de devoção pessoal. Eles fixam a atenção sobre a presença de Deus em seu trabalho. Empregam tempo em oração e no ministério da Palavra. Como Leroy Eimes escreve na revista Today’s Better Life, “o desânimo não resulta de sobrecarga, mas de estar o pastor tão ocupado que não tenha tempo para o Senhor. Muito logo estará funcionando com a energia da carne em lugar do poder do Espírito”. O pastor pode levar a carga sozinho ou pedir a Cristo para fazê-lo. A primeira opção leva ao desânimo; a segunda, à realização pessoal e ministerial.
Da devoção pessoal brota a consciência da presença de Jesus e do Espírito Santo, o que ajuda o pastor a enfrentar as crises em calma e segurança. Um pastor assim torna-se instrumento nas mãos de Deus. Liberta-se do sentimento de culpa ou fracasso, bem como do senso de pressão por conquistas. No processo de discipular, ele descobre dons espirituais entre os membros de sua congregação.
Quando o pastor bebe profundamente da fonte do amor e graça de Deus, facilita o fluxo do genuíno amor de Deus, através de si mesmo, para alcançar outras pessoas. E esse amor se multiplica. É muito mais gratificante a extensão do ministério baseado no amor e na graça do que a tentativa de coagir o povo a servir. O ministério baseado no amor transforma membros em discípulos.

Ministério discipulador

De acordo com Efésios 4:11-13, o papel do pastor é o de um treinador. Os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres foram designados “com vistas ao aperfeiçoamento [equipamento] dos santos para o desempenho do Seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.
Os pastores não devem ocupar seu tempo com atividades como abrir e fechar portas de templos, confeccionar boletins, encher o tanque batismal e outras coisas que podem delegar a membros e oficiais. O pastor deve ter uma lista de pessoas as quais pode contatar para realizar atividades específicas.
O ponto essencial do crescimento de uma igreja é que o pastor mantenha-se em contato com os seus membros. Isso ele tanto pode fazer pessoalmente, visitando-os, orando com e por eles, ministrando-lhes a Palavra e ensinando a trabalhar, como através dos líderes de departamentos ou dos pequenos grupos. Nesse caso deve treiná-los ou equipá-los para que eles façam o mesmo com seus liderados.
Em suma, se você deseja proteger-se do desânimo pastoral, tente estas dicas:
• Construa seu ministério sobre uma vida devocional significativa.
• Mantenha uma consciente dependência de Cristo e do Espírito Santo.
• Desenvolva um ministério que focalize o discipulado. Treine os membros.
• Desenvolva ações preventivas. Não espere uma crise explodir para reagir a ela.
• Ajude a curar a doença do pecado, em lugar de dar paliativos para as suas conseqüências.
• Organize a igreja para ação, de acordo com os dons espirituais disponíveis.
• Partilhe o trabalho pastoral com membros que você treinou para isso.
• Desfrute a alegria de ser um pastor.
FONTE: JAMES R. KILMER
FIM

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